Fanfic: Levyrroni: Desde que te vi. | Tema: Levyrroni

Sem nada que Maite pudesse fazer, os meses foram se passando e infelizmente sua angustia não. Ela já estava completando 8 meses. Seu único consolo era que logo suas pequenas, Laura e Beatriz estariam ali. 

William tentava se dividir em muitos por conta da mudança em sua vida. Era filho fora do casamento, mais dois filhos vindo, Maite, trabalho pela fazenda. Tinha que ser muitos em um só. 

Magh, só sabia cuidar da sobrinha. Tentava ser a mãe que ela havia perdido. Acalmava, dava as vitaminas e tudo mais... a ansiedade tomava conta da casa inteira, com exceção de Ximena, claro. 

- Os compradores pediram uma amostra das flores. Querem escolher qual é a melhor fragrância. - Maite dava os papéis para William. 

- Ai, Mai... Está me dando nervoso ver você de um lado para outro nesse escritório. Vai descansar. 

- Eu só fico deitada o dia inteiro, William. Não há mulher que aguente isso... e já disse um milhão de vezes que estou grávida, não doente. 

- Mesmo assim. - ele pegou ela pela mão e a fez sentar. - Se quer ficar aqui, pode ficar... mas sem fazer esforço. 

Maite revirou os olhos.

- Você fala como se eu tivesse fazendo uma obra. Você tá mais cansado que eu. Olha bem, quantas noites você não dorme direito? 

- Não estou com tempo para dormir, quando eu morrer eu descanso. 

- É, nesse ritmo você não vai durar muito aqui na terra... - ela observava alguns documentos rabiscados com desenhos de criança. - Eu tô horrível. - comentou baixo.

- Hum, não está não. Está grávida de gêmeas, e muito linda. - ele sorriu sendo sincero.

Ela sorriu um pouco, gostava da maneira como ele fazia ela se sentir sempre bela mesmo estando estressada, cansada, inchada por conta da gravidez. 

William acabou cedendo, e deixando ela fazer algumas coisas simples e fáceis como organizar umas planilhas, mas com a condição que ela descansasse antes do jantar. Enquanto trabalhava, só ouvia som de criança gritando e nenhum som de uma mãe responsável para acalmar. O menino já tinha seus dois anos e dois meses, e não recebia muita educação da mãe, só de William que sempre tentava por limites, como se deve. 

Maite sentia que isso, numa hora ou outra não ia acabar bem.

Ela descansou como o combinado, e logo depois foi jantar com Magh, que também comentou sobre o assunto do menino:

- Ele mal deixou William e eu trabalharmos hoje. Onde estava a mãe dele?

- O que você acha? Na piscina. Quem vê, até pensa que nem filho essa fulana tem, viu? Só não falo nada porque senão, já viu.

Maite comia os legumes do prato enquanto ouvia a tia. As meninas se agitavam dentro do seu ventre, as vezes lhe causando pequenas dores, que logo seriam esquecidas, se Deus quisesse.

- Elas estão bem agitadas hoje... nem sei se vou conseguir dormir.

- Ah, isso não é nada... espera quando nascerem. Quando começarem a andar... aí, tadinha de você. - ela ria.

- Não me põe medo, tia. - ela sorriu. - Tô tão ansiosa... quero curtir muito esse momen...

Um barulho de vidro sendo quebrado interrompeu Maite. Elas se olharam e já imaginavam o que Rafael havia quebrado. Algum dos enfeites da estante. Mas após uns segundos um choro alto e desesperado de criança tomou conta da sala e elas foram as pressas ver. 

Magda deu um grito e Maite começou a sentir falta de ar pela cena que via. A mesa se centro, totalmente quebrada e o pequeno garoto sangrando. Provavelmente, subiu e pulou na mesa, a fazendo quebrar. 

- Meu Jesus Cristo, William!!! - Magda gritava.

- Magda, ele tá sangrando muito. - Maite mesmo fraca o pegou no colo. Acho que é aqui perto do joelhinho. 

- O corte tá muito grande. WILLIAM POR FAVOR...

- O que aconteceu, Magh? - William apareceu na porta e quando viu o sangue no menino, correu até ele. - Meu Deus, o que foi isso? - perguntava desesperado. 

- Ele caiu da mesa de centro. Eu vivia falando que não era seguro, e onde está a mãe dessa criança? 

- Eu não vejo Ximena há umas horas. Ela deve estar no quarto. - William dizia, cortando  a blusa para fazer uma faixa e parar o sangue que já inundava o vestido de Maite.

- Não temos tempo para procurar ela. Leva ele pro hospital, rápido. Chama o capataz para ir com você. 

O menino pediu o colo do pai, e o choro ia ficando menor. Talvez estivesse sem forças para chorar por conta do sangramento.

William agiu rápido, entrou no carro e correu disparado para o hospital. Magh foi informar Ximena do ocorrido e com o nervosismo ninguém reparou que Maite também passava mal.

Por conta do estresse dos últimos meses e pela cena que tinha visto, sua respiração estava fraca e ela não conseguia falar. 

- A Ximena está se arrumando as pressas e pediu um táxi pro hospital. Que susto grande, espero que não aconteça nada de mal.

- Tia... - ela se levantou,  mas não completou a fala e desmaiou no sofá,