Fanfic: Levyrroni: Desde que te vi. | Tema: Levyrroni

Ela estava estogata, se olhava no espelho e se sentia péssima. Mas ao mesmo tempo, era como se nada a afetasse. William não parava de olhar para as duas meninas. Sabia, e com certeza, que aquelas pequenas eram suas filhas. Ele tinha dado vida a elas. Ele era pai. Agora de verdade, com duas criaturinhas lindas como prova disso. Ao mesmo tempo que estava triste, vinha a felicidade e mostrava que não era necessária a presença da tristeza... que ele poderia seguir em frente totalmente bem. Se lembrando desse chato episódio apenas como passado.
- O que você tanto olha neste espelho? - ele perguntou curioso.
- Estou completamente feliz. Mas meu Deus... parir deixa a mulher acabada. Olha como estou feia. - ela apontava pro rosto.
Ele riu.
- Não está feia. Só está com a cara de uma mulher que acabou de ter gêmeas. É normal...
- Isso é apenas mais uma forma delicada de dizer "Nossa, que bagaço você tá".
- Por que eu iria te comparar com um resto de fruta? - William levantou as sobrancelhas, confuso. Aquelas girias da cidade ainda deixavam ele curioso.
- É um modo de falar, querido. - ela sorriu e passou a mão no rosto dele.
Eles ficaram por mais um tempo, olhando as meninas dormirem. Maite já havia realizado a primeira amamentação e se sentia completa. Não precisava de mais nada.
Quando a enfermeira veio buscar as meninas, ela observou Will andando sem rumo pelo quarto. Andava em qualquer direção, mas não ficava parado. Estava inquieto.
- William, o que aconteceu? Não me diz que não foi nada, pois não vou acreditar.
- Isso não é hora para te dar notícias ruins. - ele cruzou os braços pra se aquecer um pouco e foi se aproximando dela.
- É o Rafael? Aconteceu alguma coisa com ele? - Maite já fazia menção de levantar da cama, mas foi empedida.
- Não. Acalme-se. O Rafa está bem.
- Mas algo aconteceu. Qualquer pessoa vê isso em seus olhos.
William passou a mão no próprio rosto. Também estava cansado.
- Eu não sou o pai do Rafael. - falou de uma vez, para acabar com toda essa história.
Maite ficou em silêncio por um tempo, mas acabou falando:
- Eu não sei se é duro da minha parte dizer que eu já suspeitava. - ela prosseguiu. - E como você soube?
- Não pude doar sangue a ele. Fui com toda a confiança. E não pude. - o homem forte da chegada de Maite à fazenda não estava mais ali.
Maite, mesmo fazendo um pouco de esforço, viu que valia a pena. O puxou para um abraço. Pra carinho, pra dizer que nada ia mudar... eles apenas fariam o certo: seguir em frente. Agora, eles tinham uma família. Eram responsáveis por duas vidas, que tinham que educar, proteger, amar... isso eram as únicas coisas que importavam.
- Eu sou a mãe de suas filhas, sua esposa, sua amiga e tudo o que você precisar. Prometo cuidar de você, não mentir... Apenas quero seu amor e proteção em troca. Você é um ótimo pai e foi um ótimo pai apesar de tudo para aquela criança. - ela deu um selinho nele, que sorriu um pouco.
- Eu já disse que você é maravilhosa? Ah, aposto que não. Você é maravilhosa. - ele se aninhou no colo dela, que fez carinho em seu cabelo. - Meus pais amariam te conhecer.
- E com certeza eu amaria ter conhecido eles também.