Fanfics Brasil - Capitulo 11 Aconteceu Você

Fanfic: Aconteceu Você | Tema: Portinon


Capítulo: Capitulo 11

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Era a própria: Dulce, segurando os risos tapando sua boca, fingindo intimidação com meu olhar irritado. Como ela conseguia ficar mais linda a cada dia? Eu sequer conseguia lembrar o porquê de estar tão mal humorada.

-- O que foi? Está se divertindo?

-- Muito. Você fica ainda mais adorável com esse bico sabia?

O comentário de Dulce me desarmou, ela era sem dúvida uma sedutora. Relaxei os ombros, ajeitei meus cabelos assanhados pela sequência de trapalhadas, abri um sorriso tímido enquanto Dulce prosseguia:

-- Como foi a entrevista?

-- Foi boa, o Dr. Ernani é um médico bastante experiente e careca...

-- Hã?

O último adjetivo saiu despercebido, bem típico da minha distração. Nem consegui remendar o comentário descabido, gaguejei, e Dulce interrompeu:

-- Ficou decepcionada com a falta de cabelo do Ernani?

-- Não. Na verdade minha decepção foi por outro motivo.

-- Posso saber qual?

-- Pensei que a entrevista seria com você...

Inesperadamente, Dulce ruborizou, nem sei de onde saiu a coragem para dizer isso, mas a reação de Dulce compensou o risco.

-- Como posso compensar sua decepção?

Essa foi a vez de eu experimentar o rubor na pele. Dulce se aproximou um pouco mais, gesto suficiente para fazer minhas pernas tremerem, os olhos dela provocavam em mim uma espécie de hipnose, eu era incapaz de fugir deles. 

-- Você não vai me dizer como posso compensar você?

-- Eu não sei. Outra entrevista?

-- Eu topo. Mas o lugar da entrevista eu escolho.

-- Eu concordo.

-- Então, me dá a chave do carro. O lugar que vamos é surpresa para você.

Entreguei a chave do carro, e ainda extasiada pela presença de Dulce perto de mim, não desgrudei meus olhos dela, como se não pudesse evitar contemplá-la. Antes de sairmos, Dulce ligou o som do carro, foi mexendo como se procurasse a trilha certa, da sua bolsa tirou um pen drive, e escolheu Maria Gadú:

Todos caminhos trilham pra a gente se ver
Todas trilhas caminham pra gente se achar, viu?
Eu ligo no sentido de meia verdade
Metade inteira chora de felicidade
A qualquer distância o outro te alcança 
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta
Todos caminhos trilham pra a gente se ver
Todas trilhas caminham pra gente se achar, né?
Eu ligo no sentido de meia verdade
Metade inteira chora de felicidade
A qualquer distância o outro te alcança 
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta


A qualquer distância o outro te alcança 
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta
Você passa, eu paro
Você faz, eu falo
Mas a gente no quarto sente o gosto bom que o oposto tem
Não sei, mas sinto, uma força que embala tudo
Falo por ouvir o mundo, tudo diferente de um jeito bate
Todos caminhos trilham pra a gente se ver
Todas trilhas caminham pra gente se achar, viu?
Eu ligo no sentido de meia verdade
Metade inteira chora de felicidade
A qualquer distância o outro te alcança 
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta


Parecia feita para nós a tal composição da Gadú. Mas afinal o que estava acontecendo comigo? Procurando detalhes românticos entre eu e uma mulher? Mas ficar imune ao jeito sedutor de Dulce, era uma tarefa impossível. Sem contar com a voz da Gadú que soava afrodisíaca naquele momento. No percurso para o local desconhecido para mim, fantasiei várias vezes que Dulce pararia o carro para me tomar com seus beijos ardentes ali mesmo dentro do carro, pela estrada cercada de altas árvores, no clima serrano que inspirava.


Dulce parou num descampado, com uma vista maravilhosa. Parecia um mirante, da lá vimos o anoitecer chegar, e as luzes da cidade lá de cima davam o clima especial, especialmente pelo friozinho que nos obrigava a ficar mais perto uma da outra.

-- Gostou da vista?

-- Sim, é lindo aqui. Você vem sempre?

-- Sim, sempre venho.

-- Acompanhada?

Dulce sorriu e de frente para mim, com aqueles olhos encantadores respondeu com uma indagação:

-- Isso importa?

-- Não quero ser só mais uma...

-- Se isso te tranquiliza. Quando venho aqui, venho sozinha, para pensar, quando estou precisando de calma, para tomar decisões importantes, para repensar atitudes. … em suma, meu refúgio.

A resposta de Dulce inexplicavelmente me encheu de confiança. Ousei me aproximar ainda mais dela, que estava encostada no carro. Quando parecia inevitável nosso beijo, Dulce perguntou com ar de malícia:

-- Então o que você quer de mim?

Roçando meus lábios na face dela, eu disse bem perto de seu ouvido:

-- Você nem suspeita?

-- Estou me referindo à entrevista que você solicitou. O que você quer saber de mim?

A resposta pareceu um balde de água fria nos meus propósitos que eu julgava tão claros pelo calor de nossas peles grudadas. 

-- O que eu quero saber? Você me trouxe aqui para ser mesmo entrevistada?

-- Claro Anahi.

Como aquela mulher me deixava confusa! Como se fosse possível eu ficar mais atrapalhada ainda, as palavras dela me atordoaram. Afastei-me bruscamente, abri a porta traseira do carro buscando meu gravador. Lancei mão dele, apertei o REC e perguntei:

-- Dra. Dulce, a senhorita está me fazendo de palhaça?

A cara de surpresa de Dulce diante do meu gesto foi impagável. E eu insisti:

-- O que a senhorita pretende comigo afinal? 

-- Anahi, eu não sabia que o teor da sua entrevista era esse...

Tomada de uma irritação surreal, eu me afastei ainda mais de Dulce que me olhava com cara de interrogação, e disse:

-- Já tenho material suficiente para editar, vamos embora.

Entrei no carro, dei partida, e com as mãos na cintura Dulce me olhava com um ar de riso. Dei a ré no carro e fiz sinal para que ela entrasse no banco do carona.

-- Vai ficar aí? Acho que aqui não passa táxi.

-- Anahi desça aqui! Agora! Vou responder suas perguntas!

Sem me dar chances de escapatória, Dulce abriu a porta, puxou-me pelo braço, me pressionou contra o carro e me beijou de uma maneira tão quente, tão intensa que meus gemidos foram inevitáveis. Minhas pernas não tremiam mais, elas simplesmente perderam as forças. Dulce encaixou uma de suas pernas entre as minhas, e a roçou enquanto sugava meus lábios desejosos de mais da boca, da língua dela saboreando da minha. Eu segurava sua nuca demonstrando minha intenção de não deixá-la se afastar de mim.

As mãos de Dulce já invadiam minhas pernas por baixo do vestido, minha pele eriçava inteira, meu sexo já estava molhado, como eu desejava aquela mulher! Nenhum toque, nenhum beijo me provocou essas reações antes dela.Dulce me suspendeu me colocando em cima do capô do carro, facilitando o acesso aos meios seios, eriçados de prazer. Sentia-me fora do chão, flutuando, até sentia meu corpo de movimentar suavemente, quando subitamente Dulce interrompeu as investidas me perguntou:

-- Você puxou o freio de mão?

-- Não quero frear nada, continua...

-- Any, o freio de mão do carro, ele está descendo!

Não que as sensações que meu corpo experimentava não pudesse me fazer flutuar, mas os movimentos que senti do meu corpo, era mesmo o carro se movimentando... Dulce soltou-me rapidamente, e saiu correndo atrás do carro a fim de consegui freá-lo, eu sem forças nas pernas escorreguei e me espatifei na grama e do chão, vi Dulce alcançar o carro, e pará-lo antes que ele despencasse serra a baixo. 

Ao me ver estatelada no chão, Dulce correu para me ajudar:

-- O que aconteceu? Eu te empurrei?

-- Não, eu só escorreguei, está tudo bem. Ainda bem que você é rápida. Há essa hora meu carrinho teria virado farofa lá em baixo...

Dulce me ajudou a levantar, posicionou seu braço em volta do meu ombro, e me conduziu até o carro, e disse:

-- Vamos pra um lugar menos perigoso, terminar essa entrevista...

Eu me contentei em apenas concordar com Dulce com um sorriso tímido. No trajeto de volta, o olhar hipnotizante de Dulce já não era só sedução, percebi um carinho que me deixava ainda mais encantada por ela. Reconheci a estrada de terra, e enfim chegamos ao lugar da troca do nosso primeiro beijo: a casa de Dulce.

Muito atenciosa, ela me convidou para entrar, pediu licença para acender a lareira, e em poucos minutos apareceu na sala com duas taças de vinho. Sentou-se perto de mim, no sofá próximo a lareira e perguntou:

-- Certeza que não se machucou na queda?

-- Sim, tenho obrigada.

-- Nossos encontros deveriam ser patrocinados pela Gelol...

Sorri confirmando o comentário jocoso de Dulce, beberiquei o vinho, sem me perder do olhar fixo de Dulce. 

-- Então, vamos continuar com a entrevista? – Perguntou Dulce.

-- Esqueci o gravador no carro, vou buscar. – Respondi com ar decepcionado.

-- Mas tenho certeza, que as respostas que vou te dar, você vai gravar na mente...

Senti nesse momento a sensação de ter engolido uma centena de borboletas, Dulce até sem querer esbanjava sedução. Meu coração acelerou, a boca ficou seca, entornei a taça de vinho em um só gole com tanta sede que acabei me engasgando, derramando o vinho tinto na minha roupa.

-- Ai que desastrada! Olha só o que fiz com meu vestido!

-- Calma Anahi, nada que sabão não resolva. Venha comigo, te dou um roupão, e coloco na máquina de lavar agora mesmo seu vestido, logo estará sequinho, pronto para você vestir.

Segui Dulce até seu quarto que como ela, era elegante, sóbrio, com uma cama espaçosa, as paredes em cores claras, uma poltrona de camurça com apoio para os pés, a janela do quarto tinha a vista do jardim lateral da chácara, um closet amplo, com uma porta que dava acesso ao banheiro, nele uma banheira no canto. Observei tudo enquanto me trocava, e Dulce se ocupava em lavar meu vestido.

-- Pronto, daqui a pouco seu vestido está no seu corpo de novo... Se você quiser, claro.

Devo ter ficado mais que vermelha com a sugestão de Dulce, acho que fiquei multicolorida.

-- Vamos para sala, a lareira está acesa, e você vai estar mais aquecida.

Quando voltamos à sala, Dulce tinha colocado na mesinha de centro alguns petiscos, e na lareira, espetos de marshmallow. Sentou-se no chão, perto da lareira, virando os pedaços da guloseima e convidou:

-- Sente aqui perto de mim... Está mais quentinho aqui.

Não hesitei, não tinha dúvidas que meu corpo queimava perto dela, independente do fogo da lareira. Fiquei de frente para ela, esfregando minhas mãos perto do fogo, observando cada gesto dela, até ser flagrada por Dulce, se eu fosse um personagem de desenho animado, ela veria naquele momento dezenas de corações saindo pelos meus olhos.

-- Quer um? 

-- Um o quê?

-- Marshmallow... Você está olhando com tanta vontade...

Sorri e balancei a cabeça positivamente. Dulce entregou o espetinho advertindo:
-- Toma, mas cuidado, está quente...

O aviso de nada adianta para uma pessoa “habilidosa” como eu. Mordi o pedaço de mashmarllow, e pelo calor que me queimou a língua, fui obrigada a cuspi-lo, derrubando o resto do espeto quente por cima de mim, e um deles, desceu pelo decote do roupão, provocando uma sucessão de abanos com as mãos e sopros.Dulce por mais que tentasse me ajudar, não conseguia conter os risos. 

Depois de enfim conseguirmos controlar o “incêndio”, eu já estava praticamente com o colo desnudo, o que naturalmente atraiu a atenção de Dulce, e como eu gostava disso... Sentir-me olhada e desejada por ela.

-- Você me disse que ia me trazer para um lugar menos perigoso e, no entanto, em menos de uma hora, estou sem roupas e queimada...

-- Concordo com você, nesse momento, você está correndo grande perigo.

Dulce mordeu os lábios, baixando os olhos para meu colo, isso foi para mim, o gesto mais provocativo que eu já tinha sido alvo. Uma gota do marshmallow derretido escorreu pelo meu colo e delicadamente, Dulce deslizou o dedo indicador recolhendo o líquido, se deliciou lambendo o próprio dedo, e isso inexplicavelmente me excitava.


 


 



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Autor(a): angelr

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Respirei fundo como se isso fosse me trazer o autocontrole diante dela, mas foi inútil, até mesmo porque, Dulce se aproximou de mim com uma expressão faminta que me desestruturou ainda mais. Na aproximação Dulce desceu com sua boca pelo meu colo sugando o que ainda restava do marshmallow derretido, não contive o gemido, meu corpo que ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 247



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  • tryciarg89 Postado em 20/05/2023 - 21:04:11

    Simplesmente linda, emocionante, engraçada e apaixonante

  • NoExistente Postado em 27/01/2021 - 12:08:36

    Fui obrigada a comentar. Senhor, nem sei o que eu digo dessa estória maravilhosa. Tinha acabado de ler uma fic meio decepcionante delas e entrei sem muitas expectativas aqui. Minha surpresa foi apegar a escrita e o jeito dos personagens, me emocionar, rir e sorrir com a narração. Perdi minha vida nos últimos 4 caps, e foi surpreendente como conseguiu transmitir a tristeza e, sinceramente, cheguei a um estado de negação e desespero. Obrigada por essa leitura fantástica.

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:18:06

    justin_rbd - *__*

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:41

    portinonnessa14 - hahaha tadinhas ne

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:15

    flavianaperroni - Pode deixar que aviso

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:16:45

    anymaniecahastalamuerte - Sempre que puder compartilharei

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:13:46

    garotaloka - Que bom fico feliz *_*

  • justin_rbd Postado em 24/01/2015 - 12:12:52

    final mais que perfeito !!

  • portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:25:21

    Vamos gente todo mundo ler a web da nossa querida Angelr Um doce amor que é ótima

  • portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:22:33

    Oi Angelr minha querida a que bom que a Dulce está viva agora sim posso respirar aliviada o que posso dizer desse final foi lindo e bem o que eu queria mesmo o mais importante é que as duas ficaram juntas neh afinal sou portinon neh e não aguento ver a minha Anny sofrer mais obrigada beijinhos


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