Fanfic: Aconteceu Você | Tema: Portinon
Dulce ficou atônita, parada com as mãos na cintura me olhando incrédula. Não me seguiu, imaginei que consegui irritá-la. Andei pelas ruas desertas por alguns minutos, e consegui um feito numa cidade pequena: me perder nas poucas ruas de Nova Esperança. As ruas escuras e vazias começaram a me apavorar, era uma cidade pacata, mas vai saber né... Um bêbado se aproximou de mim falando algo incompreensível, fato suficiente para despertar meu pânico, que me fez sair em disparada, mancando por causa do tornozelo que agora dava sinais do machucado pelo episódio da tampa do vaso sanitário.
Caí na calçada sentindo dor no tornozelo, quando ouvi o barulho de um carro se aproximando, e os faróis me iluminarem e vi Dulce descer apressada do carro, me ajudou a levantar e me conduziu até a porta do carro, pedindo que eu entrasse.
Dulce não disse uma só palavra no percurso depois que me perguntou sobre o tornozelo e eu afirmar que não estava mais doendo, manteve-se com uma aparência séria, e eu disfarçava meu olhar fixo na expressão dela. Parou o carro na frente de minha casa e disse secamente:
-- Eu te peguei em casa, é minha obrigação te deixar em casa também. Boa noite Anahi.
Baixei os olhos, já caindo em mim sobre o quanto fui desagradável mais uma vez com Dulce, entretanto, meu orgulho não permitiu que eu tentasse remediar aquele clima, saí do carro e antes que desse tempo eu me despedir, Dulce arrancou com o carro me deixando com a consciência pesada e o coração partido.
Não suportei ficar em casa por dez minutos imaginando o tamanho da raiva que Dulce estava sentindo de mim. Corri para a garagem e dirigi até a casa de Dulce ansiosa para vê-la e dissipar aquele clima desagradável com um beijo em sua boca deliciosa.
Dulce abriu a porta de casa assustada:
-- Anahi? O que você está fazendo aqui?
-- Vim fazer isso...
Avancei na boca de Dulce roubando-lhe um beijo urgente, intenso, que foi acompanhado de carícias ardentes pelo corpo quente de Dulce, sem demora e sem pudor apressei-me em tirar as peças de roupa que ela vestia, jogando-a no sofá disposta a dominá-la completamente.
A cena saiu perfeita na minha cabeça enquanto eu a criava no caminho até a casa de Dulce. Mas tornar a minha fantasia real eram outros quinhentos... Bati à porta da casa dela nervosa, ensaiando meu discurso “vim fazer isso”. Quando Dulce abriu a porta, não se surpreendeu ao me ver, logicamente a chegada do barulho do carro já antecipava minha chegada.
-- Anahi, não esperava te ver tão cedo.
Deu-me as costas sem me convidar para entrar, já destruindo meu discurso inicial, já que ela não me deu a deixa “o que você veio fazer aqui?”. Sem graça perguntei:
-- Posso entrar?
Dulce fez apenas um gesto acenando que sim. Não me olhava nos olhos, fato que me desconcertou completamente. Cruzou os braços e perguntou:
-- Então, esqueceu de me dizer mais alguma grosseria?
O tom chateado de Dulce pareceu puxar meu tapete, fiquei sem chão, olhando para ela eu vi a indignação dela com meu comportamento e respondi constrangida:
-- Na verdade vim aqui fazer outra coisa...
-- Ah é? O quê?
Era a hora de tomar a boca de Dulce e por um fim aquela chateação dela, assim caminhei em sua direção no intuito de executar o que fantasiei, mas fui surpreendida por suas mãos afastando meu corpo do seu... Definitivamente isso eu não ensaiei:
-- Você acha que as coisas se resolvem assim? Você me acusa, me ofende, me magoa e aparece na minha casa com essa cara de cão arrependido me beija e fica tudo bem?
Se falar coisas concatenadas para Dulce normalmente era difícil, imagine enfrentando esse ar de mágoa dela... Não tive argumentos, afastei-me dela e baixei minha cabeça buscando alguma palavra mais forte do que uma simples “desculpa”.
-- Você tem razão em estar chateada Dulce... Eu exagerei.
-- Exagerou? Anahi você teve um ataque! E mais uma vez eu fui alvo do seu disparate. Quando te fiz de palhaça? Em que momento menti para você para que você me acusasse de mentirosa? E de onde você tirou essa tal morena fatal ser minha namorada? Você me julga uma conquistadora barata que está com você tendo namorada?
-- … que...
-- … que o quê Anahi? Você sai dando o resultado de seu julgamento das pessoas sem pensar, já parou pra analisar o quanto isso pode ferir?
Dulce estava coberta de razão, e sem argumentos, eu caminhei em direção a porta no intuito de ir embora, já que meus planos de dissipar o clima desagradável com um beijo foram por água abaixo, só me restava sair dali com o rabinho entre as pernas.
-- Aonde você vai agora?
-- Para casa... Vim me desculpar, mas vejo que hoje será inútil...
-- Então é assim? Você foge quando não quer escutar a verdade?
Dulce mais uma vez tinha razão, em todas as situações de crise de minha vida eu preferia fugir a enfrentar a verdade, uma prova disso, foi que depois que soube do escândalo acerca da sexualidade de Fernando, eu sequer o procurei para esclarecer as coisas, nem ao menos o atendi quando me ligou dias depois.
-- O que você espera? Eu errei, e vim pedir desculpas, mas não sei como me redimir das besteiras que eu disse, está doendo ver seu olhar de mágoa para mim, nunca senti isso... Normalmente não ligaria, mas de você... Isso está me matando por dentro!
Minhas palavras pareceram calar Dulce, o silêncio se instalou e conclui que o melhor a fazer era mesmo ir embora. Abri a porta e saí de cabeça baixa em direção ao carro, e antes de entrar no carro Dulce se aproximou prendendo a porta com a mão impedindo que eu a abrisse, e falou:
- - Você esqueceu uma coisa...
-- O quê?
-- De me dar o beijo que você veio dar...
Dulce mordeu os lábios segurando um sorriso, e eu segurei seu rosto finalmente beijando-lhe com todo desejo de encerrar a discussão caindo nos braços dela novamente.
-- Vamos entrar, aqui está frio... – Convidou-me Dulce.
Entramos em casa trocando beijos e sorrisos, caímos no sofá abraçadas, tirando nossas peças de roupas em meio a olhares maliciosos e um passeio tórrido de nossas mãos. O sofá ficou pequeno e fomos ao chão em movimentos mais quentes e intensos do que o fogo que saía da lareira.
Dulce tinha o poder de me acender só com o toque em minha pele, ficava encharcada antes mesmo de qualquer contato no meu sexo. Os movimentos de Dulce ditavam o prazer iminente, gozar com ela estava se tornando uma rotina deliciosa. Sentia uma obrigação desafiadora de proporcionar a Dulce um prazer a altura do que ele me dava, e nessa noite esforcei-me ao máximo mexendo meus quadris sobre seu clitóris me deliciando com a expressão de satisfação desenhada em sua face. A umidade do seu sexo era mais que um convite, era imperativo introduzir meus dedos naquela cavidade intensificando nosso momento de paixão.
Não que eu estivesse preocupada com a hora, mas não pude deixar de ver que todo meu esforço homérico que me tirou as energias durou nada mais do que dez minutos, pensei alto decepcionada com minha perfomance, como um homem de ereção rápida:
-- Putz, esse remexido todo só durou dez minutos?
Só depois que deixei escapar esse comentário tosco me dei conta da besteira que falei, e Dulce não acreditando no que acabara de ouvir, gargalhou puxando meu corpo para perto dela abraçando-me forte de uma forma absolutamente carinhosa.
-- Você deveria lançar um livro: TUDO QUE VOCÊ NÃO DEVE DIZER NA CAMA.
-- … que me esforcei tanto, você é tão perfeita... Queria retribuir o prazer que você me dá...
-- Any... Minha trapalhona predileta... Você não calcula o prazer que me dá...
As palavras de Dulce tinham um ar de sedução irresistível, e como ela sabia me dominar completamente, eu já amolecia com o simples olhar dela, quando ela me tocava então, uma enxurrada de excitação se concretizava num calor e gozo inevitáveis, arqueei meu tronco jogando minha cabeça para trás enquanto Dulce sugava meus mamilos e massageava meu clitóris ao mesmo tempo.
-- Any! Meu Deus está pegando fogo!
-- Eu sei, é você que me deixa assim... Não pára!
-- Any seu cabelo! Está pegando fogo!
O momento que arqueei meu corpo e joguei minha cabeça para trás, uma faísca da lareira pegou no meu cabelo, ainda bem que Dulce foi mais ágil que eu, e rapidamente pegou algumas almofadas no sofá abafando o fogo na ponta de meus cabelos.
Minha cara assustada chegou a ser cômica e desfez a aparência igualmente assustada de Dulce, que sorriu cobrindo o rosto incrédula pelo que acabara de acontecer.
-- Any... Só uma coisa a dizer: ninguém pode dizer que sua companhia é monótona... A emoção está sempre em alta! Venha para o quarto, aqui ficou perigoso de repente.
Procurei nossas roupas espalhadas, e segui Dulce até seu quarto, ela me emprestou um moletom e ficamos agarradas debaixo do edredom, e espontaneamente Dulce me disse:
-- A propósito, a morena fatal que você se referiu, não é minha namorada, disso você pode ter certeza.
Não sei por que fiquei sem graça com a declaração de Dulce, mas ao mesmo tempo, respirei aliviada. Controlei minha vontade de saber mais sobre o tal telefonema que ouvi e o misterioso encontro no restaurante com a morena fatal, um dos poucos momentos de sensatez da minha vida, aquela não era a hora de iniciar uma DR, era hora de me deleitar naquela sensação celestial de dormir abraçada a Dulce.
Acordei mais cedo que Dulce, tendo o cuidado de até mesmo ao me espreguiçar, evitando novos acidentes. Olhar para aquela linda mulher dormindo chegava a me emocionar, seria possível eu estar tão apaixonada assim por uma mulher? Levantei-me com calma a fim de não acordar Dulce e com o propósito de lhe preparar um café-da-manhã de rainha.
Tudo bem que culinária não era um dos meus talentos, mas boa vontade não me faltava. Lembrei-me das panquecas que o Cris fez pra mim e pensei, se ele consegue não deve ser difícil eu conseguir também. Fui misturando farinha, leite, ovos, me apossando da cozinha bem organizada de Dulce. Em minutos eu mais parecia uma personagem de filme pastelão, meu rosto e cabelos assanhados sujos com farinha, a cozinha impecável de Dulce parecia ter sofrido um ataque de vândalos, e as panquecas, bem, estas nem de longe lembravam as que meu amigo fez para mim...
Pelo menos o café eu tinha que acertar, e assim, montei uma bandeja com o que eu consegui reunir: suco, café, mamão, ameixa, e um amontoado horroroso de massa que cobri com uma geléia de morango e levei para Dulce na cama. Com um cuidado extremado coloquei a bandeja ao lado de Dulce, e beijei seus lábios delicadamente, deslizando minhas mãos por sua pele, e tive uma visão simplesmente fantástica, o sorriso de Dulce se desenhando para mim ainda de olhos fechados, guardo essa imagem até hoje em minha mente.
-- Bom dia minha doutora...
-- Bom dia...
Dulce se espreguiçou, esticando os braços em volta do meu pescoço, abraçando-me.
-- Preparei seu café...
-- Você o quê?
Dulce arregalou os olhos segurando o riso e eu apertei os olhos numa expressão indignada.
-- Você está bem? Nenhuma queimadura de terceiro grau? Nenhuma amputação de dedos?
-- Não... Estou inteira!
-- Ai meu Deus! Minha casa! Deixa eu ver se o caminhão do corpo de bombeiros está aqui na minha porta...
-- Dulce!
Estapeei o braço de Dulce fingindo insatisfação com as piadas dela. Devia ter poupado minhas forças para me defender da crise de risos dela ao ver minhas panquecas fake. Mesmo que eu quisesse, não conseguiria me irritar com Dulce, que provou do meu novo prato, se esforçando para descobrir qualidades:
-- A geléia está ótima Any...
Fiz uma careta para ela, mas ao provar acabei concordando com ela, estavam de fato, horrorosas, só se aproveitava mesmo, a geléia de morango. Choque maior Dulce teve ao ver o estado que deixei a cozinha dela, percebi que ela procurou as melhores palavras para me dar a entender que nunca mais me metesse ali... Não gostou nem um pouco do estado de sítio provocado por minha passagem.
-- Depois arrumo isso com calma, costumo jogar tênis no clube aos sábados, topa?
-- Você tem certeza que está me convidando para praticar um esporte no qual vou me armar com uma raquete na mão e várias bolas para arremessar contra você? Acha mesmo uma combinação segura eu e o tênis?
Dulce gargalhou e respondeu:
-- …... Você tem razão... Mas vamos mesmo assim, você me assiste jogando...
-- Ver você de saia plissada curtinha e de camiseta pólo... Adorei! Vamos sim.
Dulce sorriu tímida e disse:
-- Então vou preparar minha mochila.
-- Mas preciso passar em casa para trocar de roupa.
-- Tudo bem, é no caminho.
Tão fofinhas né?
Autor(a): angelr
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Seguimos para o clube depois que troquei de roupas, achei mais seguro ficar na platéia, jogar tênis definitivamente era o mesmo de dirigir embriagada, tragédia em potencial! Sentei-me na arquibancada na expectativa de ver o lado atleta de Dulce em prática. E ela surgiu na quadra, abrindo aquele sorriso largo que me desequilibrava, saia branca pliss ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 247
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tryciarg89 Postado em 20/05/2023 - 21:04:11
Simplesmente linda, emocionante, engraçada e apaixonante
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NoExistente Postado em 27/01/2021 - 12:08:36
Fui obrigada a comentar. Senhor, nem sei o que eu digo dessa estória maravilhosa. Tinha acabado de ler uma fic meio decepcionante delas e entrei sem muitas expectativas aqui. Minha surpresa foi apegar a escrita e o jeito dos personagens, me emocionar, rir e sorrir com a narração. Perdi minha vida nos últimos 4 caps, e foi surpreendente como conseguiu transmitir a tristeza e, sinceramente, cheguei a um estado de negação e desespero. Obrigada por essa leitura fantástica.
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:18:06
justin_rbd - *__*
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:41
portinonnessa14 - hahaha tadinhas ne
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:15
flavianaperroni - Pode deixar que aviso
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:16:45
anymaniecahastalamuerte - Sempre que puder compartilharei
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:13:46
garotaloka - Que bom fico feliz *_*
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justin_rbd Postado em 24/01/2015 - 12:12:52
final mais que perfeito !!
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:25:21
Vamos gente todo mundo ler a web da nossa querida Angelr Um doce amor que é ótima
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:22:33
Oi Angelr minha querida a que bom que a Dulce está viva agora sim posso respirar aliviada o que posso dizer desse final foi lindo e bem o que eu queria mesmo o mais importante é que as duas ficaram juntas neh afinal sou portinon neh e não aguento ver a minha Anny sofrer mais obrigada beijinhos