Fanfic: Aconteceu Você | Tema: Portinon
Maite e Dulce se assustaram, a morena fatal, sacou uma arma e apontou para mim empurrando Dulce para trás dela, sacudi o feno e ainda esparramada na palha e berrei:
-- Calma! Sou eu!
-- Anahi? Meu Deus, mas o que você está fazendo aqui? – Dulce disse espantada.
Eu não sabia o que responder, o que poderia dizer? Vim aqui espionar você meu amor... Nada justificava minha presença ali, naquelas condições.
-- Vi seu carro parado aqui... Eu vim com o Cris, ele está na prefeitura, aí fui na faculdade, você não estava lá...
Eu falava rápido, quase sem parar para respirar, sem uma sequência lógica, completamente atordoada especialmente pela aparência de desaprovação de Dulce diante de minhas atrapalhadas explicações.
Maite estava boquiaberta, e Dulce visivelmente impaciente e irritada me interrompeu:
-- Espera aí Anahi... Você está me seguindo? Estava me espionando?
-- Nãaaaaooo, imagina Dul... Foi por acaso... Mas o que você está fazendo aqui mesmo com essa daí?
-- Any não mude de assunto... Você estava escondida me espionando, veio de Nova Esperança para averiguar se eu estava mesmo dando palestra?
-- Pois é e você não estava!
Dulce colocou as mãos na cabeça, mostrando indignação balançava a cabeça enquanto Maite avisou:
-- Eu tenho que ir, vou deixar vocês à vontade, mantenho contato... Até mais.
Dulce me olhava com um olhar de decepção sincera, que me fez repensar a minha atitude, mas no fundo eu me julgava certa em cobrar explicações dela:
-- Fala Dulce, por que você mentiu assim pra mim? Tudo isso para encontrar-se com sua amante?
-- Como é que é? Você é louca Anahi, louca!
Dulce saiu furiosa do galpão, e eu a segui sacudindo o resto de palha que se confundia com os meus cabelos.
-- Você não vai sair daqui sem me explicar o que aconteceu aqui Dulce!
-- Descubra, você não é uma jornalista? Investigue! De mim você não terá nenhuma resposta!
-- Dulce, você mentiu, não havia palestra nenhuma no campus da universidade daqui, fiz papel de idiota procurando você lá, pra te fazer uma surpresa.
-- Ah, mas com certeza isso você fez! Uma surpresa e tanto! Não esperava que você chegasse a esse ponto.
Dulce não parava para me responder, berrava a caminho do carro, quando eu a alcancei, segurei-a pelos braço, e retruquei:
-- Agora nós temos um compromisso, me deve explicações, fala Dulce!
-- Eu vim ministrar sim uma palestra, no estúdio do curso de cinema da universidade, faz parte de uma preparação dos atores que farão papel de residentes de medicina no trabalho de conclusão de curso, eles queriam tirar dúvidas, trocar experiências como uma espécie de laboratório das personagens. Mas se você não acredita em mim, pergunte à sua repórter, ela fez uma matéria sobre isso, estava lá fotografando tudo com o Artur.
-- Mas eu fui lá... E... O que você estava fazendo com essa Maite aqui?
-- Você não já deduziu tudo? Que eu vim me encontrar com minha amante? Então, foi isso!
-- Não é justo, antes você não me dizia por que não tínhamos compromisso, agora que temos você se sente ofendida por eu perguntar?
-- Nosso compromisso está acabando agora! Não posso continuar um relacionamento com uma pessoa que me espiona, me segue, me interroga, em suma: que não confia em mim.
-- Como é que é? Você está terminando comigo?
-- Estou Anahi, vai ser melhor assim.
Dulce bateu a porta do carro e saiu em disparada, me deixando com o coração dilacerado e um amontoado de dúvidas. Caminhei até o carro com o rosto banhado em lágrimas, não sabia se arrependida por ter dado vazão à minha curiosidade e feito acusações à Dulce, ou se magoada pela reação dela, mas uma coisa era certa, estava perdida imaginando minha vida sem ela.
Liguei para Cristian aos prantos, fato que apressou meu amigo, fazendo-o antecipar o fim de sua reunião e me trazer de volta à Nova Esperança. Preocupado com meu estado, especialmente por que não consegui expressar o que motivara minhas lágrimas, Cristian me levou para sua casa, preparou-me um chá calmante, serviu-me e alguns minutos depois ele perguntou:
-- E agora, você pode me falar o que aconteceu?
Respirei fundo e narrei os acontecimentos da tarde, Cristian parecia espantado diante de cada detalhe que eu falava, provavelmente nunca imaginou que sua amiga fosse capaz de atitudes de espionagem explícita.
-- Minha amiga eu nem sei por onde começar, mas, com certeza existe um grande mistério envolvendo nossa doutora, e com certeza ela não tem caso nenhum com essa morena fatal.
-- Você acha?
-- Sim Any. Mas entendo a reação de Dulce, não deve ter sido nenhum pouco agradável ser surpreendida assim pela namorada, depois receber acusações como as que você fez.
-- Cris! Não tenho sangue de barata! Como você reagiria?
-- Primeiro de tudo, eu não faço esse tipo de surpresa para meu namorado, segundo, não me prestaria ao papel de detetive, por que eu particularmente gosto que respeitem minha privacidade, por isso tento não invadir a de ninguém.
-- Nossa, que lição de moral...
Cristian riu e continuou:
-- Any, como já te falei, nunca vi Dra. Dulce com nenhum relacionamento fixo com alguém esse anos que ela está aqui, você é a primeira, e você no primeiro mês de namoro apronta uma dessas?
-- Cris você é meu amigo mesmo?
Cristian riu mais uma vez e segurando minha mão respondeu:
-- Sou, e por isso estou te falando essas coisas, procure Dulce, peça desculpas, conquiste a confiança dela para que ela mesma te revele o que quer que seja que ela guarda em segredo...
-- Então tenho que parar também minha investigação?
-- Que investigação?
Fiquei sem graça de revelar ao meu amigo meu empenho nas investigações sobre o assassinato da família do embaixador, desde que vi o recorte da matéria nas coisas de Dulce.
-- Any, responde!
Levantei-me e andando pela cozinha, mexendo nas peças decorativas fui revelando ao meu amigo o teor de minhas investigações, para o espanto dele.
-- Para de andar e larga meus biscuits antes que você quebre tudo! Anahi mais uma vez não sei o que falar, não sei se brigo com você por mais essa indiscrição, ou se brigo por você não ter me dito isso antes!
Cristian disse isso tomando da minha mão uma faca a qual eu segurava como brinquedo.
-- Esse mistério está tomando ares de romance policial... E você disse que a tal Maite sacou uma arma quando você apareceu de surpresa no galpão?
-- Sim...
-- O que será que havia nesse pacote que ela entregou a Dra. Dulce?
-- Não sei, nem suponho, e nesse momento, é o que menos me interessa, eu preciso mesmo é me entender com minha namorada Cris, me ajuda!
-- Tudo bem, vou te ajudar.
Sorri e abracei o Cris, quando ele disse:
-- Antes de tudo, vamos tirar esse feno e os carrapichos da sua roupa, e esse cheiro de galinheiro!
Sorri tímida, Cristian me levou até o quarto de hóspedes, enquanto eu tomava um banho demorado, ele pessoalmente pegou uma muda de roupas em minha casa. Depois de refeita daquela situação de desespero, sentei na cama atenta ao plano de meu amigo para me desculpar com Dulce.
-- Então Any, honestidade acima de tudo, fale para Dulce como você se sente quando ela lhe esconde coisas importantes, fale sobre sua insegurança sobre essa Maite e que sua intenção a princípio não foi de segui-la...
-- Mas Cris, estou magoada com a reação dela, como ela me tratou, não sei se quero me desculpar, mas também não quero perdê-la.
-- Uma coisa de cada vez... Converse primeiro, esclareça as coisas, dê-lhe a oportunidade de se explicar, a situação de mais cedo de fato, não era a ideal para esclarecimentos...
-- O que faço então?
-- Chame-a para conversar, mas espere ela se acalmar um pouco... As coisas esfriarem...
-- Ela vai dar plantão hoje, então... Amanhã ligo pra ela, vou para casa Cris, valeu pela força amigo.
-- Outra coisa Any: essas investigações, cuidado, seja lá o que for, se Dulce descobrir que você anda xeretando, algo que supostamente ela esconde a relação, ela vai se sentir invadida, vocês se conhecem há muito pouco tempo, determinadas coisas exigem tempo para consolidar confiança.
-- Você tem razão Cris...
Vim para casa refletindo nas coisas que Cris me falou, apesar da minha trapalhada eu estava convicta que Dulce me devia explicações, lembrava-me do pouco que eu sabia dela e milhões de hipóteses surgiam à minha mente, instigando ainda mais minha curiosidade. Quem era Maite? Que pacote era aquele que ela entregou a Dulce? E sua familiaridade com a arma e o instinto de proteger Dulce? Seria uma policial? Segurança particular? Assassina? Meu Deus! Aquele pacote seriam drogas? E se Dulce fosse traficante e Maite sua fornecedora? Aí ela teria motivos para me esconder tanta coisa... Acaso ela tinha algo haver com o assassinato do embaixador?
Eu precisava fazer tantas perguntas a Dulce... Senti medo de me envolver nessa história, mas minha paixão por Dulce era mais forte, como se lutasse contra meu bom senso, remexi meu notebook relendo o material que eu tinha sobre o mistério do assassinato da filha do embaixador, e ali algo me chamou a atenção, a entrevista do embaixador a uma revista de circulação nacional, falando sobre o regime ditatorial do governo hondurenho:
-- “A guerrilha tornou-se um negócio lucrativo para todos: governo, exército, traficantes e guerrilheiros, só a massa de inocentes perde nessa empresa de guerra, por isso, não há interesse dos que tem o poder nas mãos para acabar com esse negócio, mas penso que estamos nos aproximando de um momento crucial na história desse povo, em breve Honduras terá um novo horizonte”.
O atentado aconteceu dois meses após a publicação de tal entrevista, deixando evidente que o embaixador sabia que um novo poder mais justo se instalaria naquele país, portanto, os assassinos dele e de sua família poderiam ser qualquer um entre governo, traficantes e guerrilheiros.
A noite avançava e eu mergulhava na leitura de artigos sobre a história dos últimos dez anos de um país que eu só conhecia de amistosos da seleção brasileira de futebol, entretanto, eram tantos nomes a investigar relações, que comecei a acreditar que eu não seria capaz de desvendar aquele mistério diplomático sozinha, nem ao menos sabia se eu ainda queria seguir com isso.
Eu queria mesmo me entender com Dulce, sentia uma falta absurda dela, de ouvir sua voz antes de dormir, do cheiro dela nos meus lençóis, do calor do seu corpo junto do meu... Não resisti, e em mais uma das minhas super ideias, resolvi que iria esperá-la em sua casa, na sua cama, precisava sentir-me perto dela, não ia mesmo conseguir dormir tamanha a ansiedade que eu estava.
Segui para a casa de Dulce, ao me lembrar que ela esqueceu a cópia da chave de sua casa no jaleco em meu carro, dessa vez minha surpresa tinha que dar certo.
Sera que vai dar certo essa surpresa? e sobre os misterios da Dulce acham que pode ser o que? Palpites?
Autor(a): angelr
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Cheguei a casa, estacionei, e quando coloquei a chave na porta, ouvi um “bip” estranho, deduzi que fosse meu celular descarregando, entrei na casa de Dulce, acendendo as luzes e ouvi um barulho se intensificando, abri minha bolsa, e confirmei, não era meu celular, segui para o quarto, e para minha surpresa, a porta não abria, nunca percebi que Dulce ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 247
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tryciarg89 Postado em 20/05/2023 - 21:04:11
Simplesmente linda, emocionante, engraçada e apaixonante
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NoExistente Postado em 27/01/2021 - 12:08:36
Fui obrigada a comentar. Senhor, nem sei o que eu digo dessa estória maravilhosa. Tinha acabado de ler uma fic meio decepcionante delas e entrei sem muitas expectativas aqui. Minha surpresa foi apegar a escrita e o jeito dos personagens, me emocionar, rir e sorrir com a narração. Perdi minha vida nos últimos 4 caps, e foi surpreendente como conseguiu transmitir a tristeza e, sinceramente, cheguei a um estado de negação e desespero. Obrigada por essa leitura fantástica.
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:18:06
justin_rbd - *__*
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:41
portinonnessa14 - hahaha tadinhas ne
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:15
flavianaperroni - Pode deixar que aviso
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:16:45
anymaniecahastalamuerte - Sempre que puder compartilharei
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:13:46
garotaloka - Que bom fico feliz *_*
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justin_rbd Postado em 24/01/2015 - 12:12:52
final mais que perfeito !!
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:25:21
Vamos gente todo mundo ler a web da nossa querida Angelr Um doce amor que é ótima
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:22:33
Oi Angelr minha querida a que bom que a Dulce está viva agora sim posso respirar aliviada o que posso dizer desse final foi lindo e bem o que eu queria mesmo o mais importante é que as duas ficaram juntas neh afinal sou portinon neh e não aguento ver a minha Anny sofrer mais obrigada beijinhos