Fanfic: Aconteceu Você | Tema: Portinon
Cristian fazia pose de estrela de cinema quando se referia a ele mesmo e eu não continha minha ansiedade em conhecer as fontes dele:
-- Cris como você teve acesso a essas informações?
-- Any, eu namorei um funcionário do ministério das relações exteriores, hoje o bofe está poderosérrimo, está sendo enviado para o consulado do Canadá! Bastou eu ligar, usar minha voz sensual e ele me deu o telefone de outra biba que trabalha no escritório central onde os registros de funcionários do ministério que morreram em serviço são arquivados. O via..do se derreteu, e abriu o verbo, não foi difícil ele encontrar os arquivos sobre o caso, especialmente por que, pelo que ele me disse, ainda está sendo investigado, mas existem vários pontos que são sigilosos.
-- O que você justificou para pedir essa informação?
-- Ah eu falei que estava ajudando uma amiga num trabalho de faculdade de relações exteriores, cujo tema era política de países que sofrem com as guerrilhas. Claro que ele me fez jurar que esse dado aí não seria divulgado, sob pena de mandar me prender, imagina eu linda numa cadeia?
-- Isso só aumenta o mistério e as hipóteses... Ou seja, atiçou mais ainda minha curiosidade Cris.
-- Pois é menina, também estou curioso, e agora? O que faremos?
-- Faremos? Eu não posso continuar investigando isso Cris, se Dulce descobre, está tudo acabado entre nós.
-- Ai que pena...
-- Mas você pode continuar investigando!
-- Eu? Surtou racha? Não tenho talento pra isso, só sou intrometido mesmo...
-- Cris... Eu preciso saber! Faz isso por mim...
-- Any, será que você não entende que eu investigar e te dizer dá no mesmo?
-- … você tem razão...
Baixei a cabeça, me conformando em sufocar minha frustração em não concluir minha pesquisa, mas aquela nova informação ficou martelando em minha cabeça, o mistério aumentava, e eu comecei a sentir a curiosidade me atiçar fisicamente, meu corpo coçava, e durante o dia aquele desconforto foi aumentando na hora do almoço, ao entrar em minha sala para me convidar para almoçar, Cris me surpreendeu com um grito escandaloso:
-- Aaaaaaaaaaaaaaai!
-- O que foi bi..cha?
-- Any, suas sardas evoluíram, você está parecendo um corte de tafetá de bolas vermelhas! Um horror!
-- O quê?
Levantei-me assustada e corri para o banheiro, ao me ver no espelho me assombrei com a visão que tive de mim mesma. Não eram pintas vermelhas pelo corpo, eram erupções! Depois de atestar meu estado de pipoca minha ansiedade aumentou e sintomas como falta de ar, taquicardia surgiram.
-- Cris não consigo respirar!
-- Meu Deus, vamos pro hospital Any!
Cris saiu me arrastando espalhando a purpurina de tão nervoso que estava. Senti meus lábios incharem e meu pânico só se intensificava, especialmente com os gritos agudos de meu amigo quando olhava para mim.
Chegamos ao hospital rapidamente, pensei em ligar para Dulce para que ela me encontrasse lá, entretanto, não queria interromper as aulas dela. Minha intenção não foi respeitada por Diego quando me viu dar entrada na emergência do hospital, ligou para Dulce levantando a suspeita de que eu estaria sofrendo uma espécie de choque anafilático.
Dulce chegou em menos de quinze minutos no ambulatório que eu estava, já que a universidade era vizinho ao hospital. Eu já estava sendo medicada, conseguia respirar melhor, quando Dulce entrou apressada e assustada, segurou minha mão e me perguntou:
-- O que houve linda?
-- Não faço a menor ideia Dul... O médico me perguntou algo sobre alergia, se comi algo diferente, ou se tomei alguma medicação, mas não, não sei o que houve.
Nesse instante, o médico que me atendeu entrou e chamou Dulce para conversar, enquanto Cristian se aproximou ansioso:
-- Como você está se sentindo sardenta?
-- Um pouco sonolenta...
-- Pelo menos a boca da escrava Anastácia está se desfazendo...
-- Jura? Pensei que ficaria com os lábios da Angelina...
Rimos alto, chamando a atenção de Dulce e do colega médico, minha namorada franziu a testa como que pedindo para eu me comportar, em seguida se aproximou de mim me avisando:
-- Any, você ficará aqui essa noite, em observação, sendo medicada, de manhã faremos alguns exames, aparentemente não se trata de reação alérgica ou choque anafilático como meu aluno, que aliás precisa estudar mais sobre esse assunto me disse. Tem mais características de uma urticária, mas você está passando por algum estresse? Alguma ansiedade?
Meio sem graça, desconfiada olhei para Cris e disfarcei:
-- Não Dul, nenhuma grande ansiedade...
Claro que nem um pouco convencida disso,Dulce fingiu que aceitou minha resposta e me pediu que uma enfermeira me levasse até o apartamento que eu ficaria internada. Cristian se ofereceu para pegar algumas roupas em minha casa, enquanto minha namorada me assegurava que passaria a noite comigo.
O cuidado dela comigo só contribuía para que eu me apaixonasse ainda mais por ela. Dulce se preocupava com cada detalhe que melhorasse meu conforto. Minha consciência pesava, provavelmente minha urticária era consequência de todo meu estresse movido por minha curiosidade e ansiedade por ter que abrir mão de investigar a ligação de Dulce com a morte da família do embaixador.
Aos poucos toda aquela coceira pelo corpo aliviou, Dulce deslizava pelo meu corpo compressas umedecidas com cânfora, penso que o alívio se deu mais por causa do carinho do que propriamente pela substância.
-- Espero que você não use esse tipo de tratamento para todas suas pacientes Dul...
-- Você não é minha paciente Any... Se fosse, o exame seria mais completo, a massagem então...
-- Dra. Dulce!
-- Ué... Nunca ouviu falar do meu toque de médica?
-- Não ouvi, mas senti...
Dulce sorriu e deixou escapar um:
-- Ui...
-- Ainda estou parecendo um morango gigante?
-- A aparência está bem melhor, está coçando muito ainda?
-- Até que não, sentindo só um pouco de queimação.
-- A medicação está fazendo efeito, precisamos investigar o que causou essa urticária.
-- Não gosto de hospital, quero ficar aqui muito tempo não Dul...
-- Ninguém gosta Any, mas, vamos fazer de tudo pra sua noite aqui ser agradável, amanhã, você sai.
-- Como você vai fazer minha estada aqui ser agradável?
Apesar de estar bem melhor da tal coceira, eu ainda sentia, e Dulce não conseguia conter o riso ao me ver tentar instalar um clima sensual em minha voz, enquanto coçava meu pescoço.
-- Pra começar, vou providenciar seu jantar, e trazer uns brinquedinhos para nós.
-- Brinquedinhos? Mas aqui no hospital Dulce?
-- Ué, o que tem? Tem até terapia com isso sabia?
-- …???
Minha cara assombrada despertou uma gargalhada de Dulce. Na minha cabeça, milhares de hipóteses sobre esses tais brinquedinhos. Nada inocente, só me lembrava dos sites lésbicos que visitei, e as lojas sexy shop, e inúmeras fantasias tomaram de conta de minha mente, imaginando Dulce de posse dos tais brinquedinhos como “consolos” presos a tiras de couro, diante do meu leito.
Enquanto eu divagava nos meus delírios, Dulce me avisou:
-- Não demoro, Diego ficará aqui com você.
Beijou minha bochecha quente e rosada pelas urticárias, acariciou meus lábios e saiu. Não demorou para Diego chegar e me fazer companhia.
Uma hora depois, Dulce chegou junto com Daniel, ambos carregando sacolas, na minha cabeça os brinquedinhos de Dulce deviam estar bem escondidos, e eu estava ansiosa para usá-los.
Cristian ficou fazendo piadas sobre meus pijamas, repetia que a última vez que vira algo tão rosa foi quando completou a casa da Barbie. Depois de muitos risos, o casal de amigos nos deixou a sós.
-- Como sei que a comida desse hospital não é lá grandes coisas, trouxe uma comidinha pra você, leve, mas saborosa.
-- Estou morrendo de fome...
Dulce dispôs os potes com a comida sobre a mesinha perto da janela do quarto. Espalhou os pratos, talheres, guardanapos e me ajudou a sentar, arrastando o tubo de soro preso a minha veia. E como eu não podia movimentar minha mão direita, Dulce praticamente me serviu a comida na boca, com um sorriso lindo no rosto, limpando o canto da minha boca com o guardanapo.
Aquele momento que poderia ser banalizado para alguns, para mim foi um dos momentos mais intensos de carinho e intimidade entre nós. Nem queria que aquela refeição acabasse, trocamos olhares que beiravam o ridículo de tão abobados que pareciam.
-- E você não vai comer Dul?
-- Depois de você.
Não escapei da sobremesa de hospital: pudim de leite. Mas servido por Dulce foi o doce mais saboroso que já experimentara. Mas minha ansiedade era de fato pelos brinquedinhos.
-- E você trouxe os brinquedinhos?
-- Ansiosa hein Any!
Sorri tímida, olhando para Dulce enfim jantar depois de me servir.
-- Então, em que sacola estão os brinquedos?
Perguntei enquanto remexia nas sacolas trazidas por Dulce.
-- A curiosidade matou o gato sabia?
Dulce estapeou minha mão, censurando minha ansiedade ao mexer nas sacolas. Como se quisesse prolongar minha tortura de curiosidade,Dulce demorou mais do que nunca para concluir o jantar. Ajudou-me a me acomodar no leito, retirou o jelco da minha veia, e disse:
-- Vamos brincar agora.
Arregalei os olhos, enquanto Dulce abria as sacolas, retirou uma pequena caixa, e aproximou do meu leito uma bandeja móvel, colocando sobre ela a tal caixa. Meu coração acelerado e minha respiração igualmente rápida denunciavam minha ansiedade, até que Dulce perguntou:
-- Já jogou “scramble”?
-- O quê?
Não acreditei quando Dulce abriu a caixa, espalhando pela bandeja o tabuleiro com as pecinhas de madeira com letras pintadas.
-- Scramble Any, esse joguinho de formar palavras...
-- Era esse o brinquedinho que você trouxe?
-- Não só esse... Trouxe WAR também, prefere esse? Ah, também trouxe UNO, gosta?
Minha cara de decepção deve ter sido cômica, porque Dulce não conteve a risada.
-- O que você esperava Any? Baralho? Dominó? Damas? Gamão? Xadrez?
-- Não sei o que eu esperava...
Fiz cara de criança emburrada, enquanto Dulce montava no tabuleiro: “bicuda”. Não conseguindo esconder minha irritação descabida, respondi “chata”.
-- Menos letras... Estou ganhando então! – Disse Dulce empolgada.
O que voces acharam dos brinquedinhos que a Dulce levou para Anahi hein? kkkkkkkkkkk
Autor(a): angelr
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E nesse clima, nosso diálogo se instituiu no tabuleiro do jogo, até que respondendo a uma provocação de minha namorada que insistia em fazer piada da minha óbvia decepção, fugindo de todas as regras do jogo, bagunçando a ordem do tabuleiro, montei a sentença: “foda-se”. Depois de arregalar os olhos, e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 247
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tryciarg89 Postado em 20/05/2023 - 21:04:11
Simplesmente linda, emocionante, engraçada e apaixonante
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NoExistente Postado em 27/01/2021 - 12:08:36
Fui obrigada a comentar. Senhor, nem sei o que eu digo dessa estória maravilhosa. Tinha acabado de ler uma fic meio decepcionante delas e entrei sem muitas expectativas aqui. Minha surpresa foi apegar a escrita e o jeito dos personagens, me emocionar, rir e sorrir com a narração. Perdi minha vida nos últimos 4 caps, e foi surpreendente como conseguiu transmitir a tristeza e, sinceramente, cheguei a um estado de negação e desespero. Obrigada por essa leitura fantástica.
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:18:06
justin_rbd - *__*
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:41
portinonnessa14 - hahaha tadinhas ne
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:15
flavianaperroni - Pode deixar que aviso
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:16:45
anymaniecahastalamuerte - Sempre que puder compartilharei
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:13:46
garotaloka - Que bom fico feliz *_*
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justin_rbd Postado em 24/01/2015 - 12:12:52
final mais que perfeito !!
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:25:21
Vamos gente todo mundo ler a web da nossa querida Angelr Um doce amor que é ótima
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:22:33
Oi Angelr minha querida a que bom que a Dulce está viva agora sim posso respirar aliviada o que posso dizer desse final foi lindo e bem o que eu queria mesmo o mais importante é que as duas ficaram juntas neh afinal sou portinon neh e não aguento ver a minha Anny sofrer mais obrigada beijinhos