Fanfic: Aconteceu Você | Tema: Portinon
Saí apressada pelos corredores do hospital, no meu carro, encontrei meu celular com dezenas de ligações de minha mãe, “droga, minha fuga foi descoberta”, pensei. No caminho de volta para minha casa retornei a ligação, minha mãe me atendeu aos berros:
-- Anahi! Onde você está?
-- Mãe não precisa gritar, estou ouvindo perfeitamente...
-- Minha filha! Estou no hospital com seu pai!
-- No hospital? O que o papai tem?
-- Algo muito grave venha para cá agora!
Com o coração apertado, preocupada com meu pai, acelerei de volta ao hospital. Chegando lá, corri para a emergência, encontrando na entrada, Juliana:
-- Já de volta Anahi?
-- Meu pai está aqui Juliana! Minha mãe ligou dizendo que algo muito grave está acontecendo com ele...
-- Anahi, calma, como é o nome de seu pai?
-- Alexandre Portilla.
-- O senhor Alexandre é seu pai?
-- Sim, por quê?
-- Dulce está atendendo-o.
-- O que ele tem Juliana?
-- Priapismo.
-- Meu Deus! Parece sério! Mas o que é isso?
Juliana parecia constrangida, e respondeu:
-- Isso... … uma ereção prolongada e dolorosa...
-- Espera aí! Meu pai está aqui por causa do pinto duro?
Só depois que falei percebi que exteriorizei meu pensamento sem medir as palavras, despertando um sorriso tímido de Juliana.
-- Na verdade não é muito comum, e seu pai está sentindo muita dor... Pode ser sintoma de alguma doença, mas não creio que seja o caso dele.
Antes que Juliana me explicasse o estado de meu pai, ouvi os berros de minha mãe saindo da sala de procedimentos:
-- Anahi minha filha, graças a Deus você chegou!
-- Oi mãe, como o papai está?
-- A doutora, aquela bonitona que estava na sua casa hoje a tarde, está aplicando uma injeção lá...
Minha mãe com uma expressão cômica, apontava para baixo para indicar onde Dulce estava aplicando a tal injeção no meu pai.
-- Mãe, o que aconteceu?
-- Filhinha... O clima da cidade nos inspirou... Tomamos um vinho que achamos na sua geladeira... Aí dei aquele comprimidinho azul pra seu pai tomar... Como estava demorando pra fazer efeito... Coloquei outros dois na taça de seu pai... Aí...
-- Ai mãe chega de tantos detalhes, entendi, já basta...
Não conseguia realizar meus pais fazendo sexo, ok, eu sou uma boba, afinal se eles não fizessem sexo como eu nasceria? Mas sabe aquela coisa que você sempre acha que pai e mãe não transam? Preferia pensar assim, certamente resquícios da Any reprimida sexual...
Antes que minha me traumatizasse mais, Dulce surgiu, com a sua postura profissional impecável:
-- Anahi, dona Angelina, o senhor Alexandre está repousando agora, vou pedir um quarto para que ele fique aqui hoje a noite em observação, Administrei uma medicação vasoativa, e a... Ereção já cessou.
-- Quer dizer que o... Já...
Eu nem sabia como perguntar isso, percebendo meu constrangimento Dulce adiantou-se:
-- Sim...
-- Mas doutora estragou alguma coisa lá? – Minha mãe perguntou preocupada.
Sem graça esboçando um sorriso Dulce respondeu:
-- Não estragou nada não dona Angelina, não terá seqüelas, mas ele precisa de repouso, e mais uma coisa, o tal comprimidinho azul que o marido da senhora tomou não pode ser ingerido com álcool, e mais de um num espaço tão curto de tempo é perigoso...
-- Entendi doutora, entendi, muito obrigada.
Minha mãe abraçou Dulce, apertando-a com toda força como se isso representasse mais gratidão. Minha mãe ficou no hospital com meu pai, e eu, saí de lá constrangida, sem ao menos ter coragem de entrar no quarto que ele descansava.
Com a certeza que meus pais não sentiriam minha falta, conforme combinei com Dulce esperei-a no portão de sua casa, para tomarmos juntas o café. Chegou linda como sempre, apesar da aparência cansada, aquele sorriso me iluminava mais do que o sol que já estava alto àquela hora... Os olhos de minha namorada para mim eram a mais perfeita expressão do brilho que eu precisava na minha vida.
-- Bom dia minha linda! –Dulce disse ao descer do carro.
-- Bom dia minha doutora.
-- Está com fome?
-- Muita...
-- Trouxe pães fresquinhos...
-- Trouxe bolo de fubá... Rosa deixou feito, sei que você gosta...
-- Oba! Vamos entrar então.
Pela primeira vez, Dulce segurou minha mão, e entramos em casa de mãos dadas, um gesto tão simples, mas que me sensibilizou tanto, me deu uma sensação de intimidade pacificadora, meus olhos marejaram, e Dulce piscou o olho apertando mais forte minha mão na sua e perguntou:
-- Está tudo bem?
-- Está... Tudo ótimo.
Preparamos a mesa, trocando beijos, carícias, sorrisos, eu me pegava contemplando cada movimento dela, se fosse um filme, a cena seria em câmera lenta com um fundo musical do tipo “Lifehouse”, ela inspirava todos os meus instintos românticos, não só para a escrita do meu conto, mas em cada atitude rotineira minha.
-- Seu pai deve receber alta daqui a pouco, você vai buscá-lo?
-- Sim, vou... Ai que vergonha de minha mãe Dul...
-- Ué, por quê?
-- Dul! Ela envenenou meu pai!
-- Não seja tão dramática Any, isso é comum em casais com tanta vitalidade como os seus pais, a super dosagem conjugado com o álcool, deu no que deu, mas você não tem do que se envergonhar...
-- Minha mãe apronta cada uma...
-- Parece com alguém que conheço...
Dulce segurou o riso, e eu joguei um guardanapo no seu rosto em um clima de brincadeira, fazendo careta para ela:
-- Achei sua mãe simpática, e ela tem um jeitinho encantador, até na forma como trata seu pai...
-- Eles se amam de verdade, desde pequena eu sonhava com um casamento como o deles... Meu pai tem uma paciência incrível com minha mãe, e minha mãe do jeito dela, anima meu pai, cuida dele muito bem...
-- … isso que você ainda sonha em um casamento?
-- Eu quero um casamento feliz pra vida toda como o deles...
-- Eu também desejo isso.
Dulce me olhava fixamente, a ponto de me deixar desconcertada, beijou-me suavemente acariciando meu rosto, seus lábios colados nos meus eram suficientes para despertar em mim o desejo de me entregar por inteiro, e Dulce parecia captar esse desejo, segurei-a pelos cabelos puxando-a para mais perto de mim intensificando nosso beijo, em segundos eu já estava sentada no colo de Dulce com minhas pernas encaixadas nos seus quadris, sentindo as mãos dela subirem por baixo de meu vestido e sua boca sugar meus seios expostos pelo decote.
Dulce não tardou em penetrar seus dedos no meu sexo que ansiava por tê-la dentro de mim, seus movimentos pareciam sincronizados com os meus, eu remexia me deliciando com as estocadas simultaneamente com meu clitóris sendo massageado pelo polegar dela. No auge do prazer, na iminência de mais um orgasmo, meu celular tocou para minha irritação.
Ofegante atendi:
-- Oi mãe.
-- Seu pai já está de alta e ansioso para sair daqui.
-- Estou indo então.
Decepcionada me recompus e avisei:
-- Dul, preciso ir...
-- A gente se vê mais tarde?
-- Espero que sim.
Meu pai nem parecia ter passado a noite em repouso... Estava irritado,ainda mais pelo excessivo cuidado de minha mãe, na tentativa de se redimir pelo que ela aprontou na noite anterior.
-- Meu querido, está confortável? Quer que eu desligue o ar condicionado? Baixo o banco?
-- Mãe para com esse paparicado... Pai o senhor está se sentindo bem?
-- Estou sim filha, obrigada. Estaria melhor se sua mãe estivesse mais calma...
-- Ouviu mãe? Vou deixar vocês dois em casa, e vou trabalhar, não quero chegar em casa e encontrar o papai estressado e nem a senhora nervosa, combinado?
-- Impressão minha ou seu humor está muito bom hoje minha filha? – Perguntou meu pai.
Ruborizei, desconversei, chamando atenção para o lindo dia que estava fazendo, aumentando ainda mais minha cara de felicidade, despertando o comentário de minha mãe:
-- … meu querido, você tem razão...
Sorri aliviada estacionando o carro em frente a minha casa, quando mamãe anunciou:
-- Ah! Vou fazer um jantar hoje e quero que você convide a doutora bonitona, e aquela enfermeira simpática para agradecer o excelente atendimento que elas deram ao seu pai, aproveite e chame o pessoal que trabalha com você no jornal, quero conhecê-los.
-- Jantar hoje? A senhora vai fazer?
-- Sim Any, já chamei a enfermeira Juliana, mas não vi a doutora hoje cedo, você tem o telefone dela não é? Convide-a em meu nome e avise ao Cristian e aos outros do jornal.
-- Mãe a senhora vai cozinhar?
A surpresa unida a apreensão da minha pergunta eram tão gritantes que despertou o riso de meu pai, desfazendo a irritação de outrora. O talento de minha mãe para culinária só era comparado ao meu... Ou seja, um desastre total. Temi pela minha cozinha, e pelo estômago dos convidados.
-- Anahi, não se preocupe, eu fiz um curso de culinária em Milão ano passado, você nem imagina como estou cozinhando bem!
-- Pai?
Meu pai empalideceu, engoliu seco, e entrou em casa avisando:
-- Estou cansado vou deitar, vocês se entendam!
A fuga de meu pai respondeu tudo... Certamente o curso de culinária internacional só deu aos pratos horrorosos de minha mãe, um sotaque italiano. Mas como eu não tinha alternativa, fiz o convite a Dulce, Cristian e minha equipe do jornal, advertindo-os sobre o perigo em potencial o qual iam se expor.
Preferi nem aparecer em casa na hora do almoço para não me apavorar, tinha esperança que Rosa salvasse o jantar, apesar de ter certeza que minha mãe a dispensaria. No fim da tarde cheguei em casa, exausta, mas a nova edição do jornal estava pronta, faltando apenas a entrevista que Luiza faria no dia seguinte.
Como supus, a minha cozinha parecia ter sido atacada por soldados, meu pai lia seu livro tranquilamente na rede armada entre as árvores no quintal, enquanto Rosa com uma cara de bicho olhava para minha mãe que ditava ordens todo tempo.
-- Mãe eu sabia que isso ia acontecer viu...
-- Está tudo sob controle... A Rosa é que não está acostumada com receitas sofisticadas.
-- Mãe, essa carne é pra ficar com essa cor mesmo?
-- Outra que não entende nada de cozinha vindo dar pitaque!
-- Mãe, a carne está preta! Tostada!
-- Eu avisei dona Anahi, mas ela disse que é assim mesmo...
-- … assim mesmo, estou seguindo direitinho a receita do professor! Está aqui, ir ao forno por 150 minutos.
Peguei o caderno e li:
-- Ir ao forno por 50 minutos! Mãe isso não é um “1”, é um colchete!
-- Não pode ser!
Minha mãe não acreditou, mas acabou confirmando seu equívoco quando recolocou seus óculos.
-- A senhora estava lendo o livro de receitas sem óculos?
-- Eu pensei que estava de lentes...
-- Otimo... Temos duas horas para preparar um novo jantar e arrumar essa cozinha, ou servir carvão de carne...
Minha mãe ameaçou dizer algo, mas não permiti:
-- E não mãe, a senhora não vai fazer nada... A não ser ajudar Rosa com essa bagunça, na cozinha, vou providenciar o jantar.
-- Ah mas que piada! Você vai cozinhar? – Mamãe perguntou assustada.
-- Não mãe, vou encomendar... Mais seguro, ouvi falar que o corpo de bombeiros aqui tem o efetivo muito pequeno, não vamos nos arriscar...
Meu pai entrou nesse momento me abraçando e dizendo ao meu ouvido:
-- Obrigada minha filha.
-- O senhor devia ter me avisado dessa catástrofe... Imagino como estão os outros pratos...
-- Ah não! A salada está linda, veja só.
Minha mãe exibiu com orgulho a tigela de plástico com uma colorida e aparente apetitosa salada, mas ao invés de colocá-la sobre a mesa, colocou sobre a chapa do fogão, esquecendo que estava quente, enquanto conferíamos a boa aparência do prato, sentimos o cheiro de queimado, e logo percebemos o plástico da tigela derreter.
Retirar a tigela imediatamente não salvou a única coisa que minha mãe acertou na cozinha. O plástico derretido espalhou-se sobre a chapa se misturando às folhas que compunham o prato.
-- Pronto... Vou pedir também a entrada no restaurante.
Autor(a): angelr
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Saí de casa deixando minha mãe desolada, sendo consolada pelo meu pai, mas ao menos ia garantir que meus convidados não comessem plástico derretido com torrão de carne. Encomendei desde a entrada até a sobremesa no melhor restaurante da cidade, e minha mãe ingenuamente me fez prometer que não revelaríamos o nome ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 247
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tryciarg89 Postado em 20/05/2023 - 21:04:11
Simplesmente linda, emocionante, engraçada e apaixonante
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NoExistente Postado em 27/01/2021 - 12:08:36
Fui obrigada a comentar. Senhor, nem sei o que eu digo dessa estória maravilhosa. Tinha acabado de ler uma fic meio decepcionante delas e entrei sem muitas expectativas aqui. Minha surpresa foi apegar a escrita e o jeito dos personagens, me emocionar, rir e sorrir com a narração. Perdi minha vida nos últimos 4 caps, e foi surpreendente como conseguiu transmitir a tristeza e, sinceramente, cheguei a um estado de negação e desespero. Obrigada por essa leitura fantástica.
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:18:06
justin_rbd - *__*
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:41
portinonnessa14 - hahaha tadinhas ne
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:15
flavianaperroni - Pode deixar que aviso
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:16:45
anymaniecahastalamuerte - Sempre que puder compartilharei
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:13:46
garotaloka - Que bom fico feliz *_*
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justin_rbd Postado em 24/01/2015 - 12:12:52
final mais que perfeito !!
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:25:21
Vamos gente todo mundo ler a web da nossa querida Angelr Um doce amor que é ótima
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:22:33
Oi Angelr minha querida a que bom que a Dulce está viva agora sim posso respirar aliviada o que posso dizer desse final foi lindo e bem o que eu queria mesmo o mais importante é que as duas ficaram juntas neh afinal sou portinon neh e não aguento ver a minha Anny sofrer mais obrigada beijinhos