Fanfic: Aconteceu Você | Tema: Portinon
O tom ameaçador de Dulce me feriu de maneira absurda, não me senti amedrontada, até mesmo por que há tempos desisti daquela investigação, o que me doeu foi não reconhecer mais nos olhos de Dulce, o brilho apaixonado por mim, no lugar do encantamento, eu via ódio, e pela primeira vez, não reconheci a mulher que eu amava.
-- Dulce, espera...
-- Não Anahi, não há mais nada a dizer, fique longe de mim, nunca mais me procure, esqueça meu endereço, telefone, nem me cumprimente... Finja que nunca me conheceu.
-- Eu não posso fazer isso... Você é minha vida...
Dulce fechou os olhos, uma lágrima solitária, amarga desceu por sua face e com a voz embargada, disse:
-- Então é hora de você começar outra vida... Adeus Anahi.
Dulce saiu pela porta com passos rápidos, ignorando meus gritos pelo seu nome.
-- Dulce! Dulce não! Espera!
Tentei alcançá-la, mas foi inútil. De repente eu estava na porta de minha casa, trajando apenas uma camisola, descabelada, com uma aparência de desespero com o rosto já inchado e banhado de lágrimas.
Fechei a porta, encostando-me e escorregando até o chão, abraçando meu próprio corpo, soluçando experimentando uma dor inédita, indescritível, não acreditava que alma doía, mas o sentimento de perda que me assolou era tão absurdo, que senti a dor física sufocando meu peito lembrando-me da última frase de Dulce que ecoava em minha mente: … hora de começar outra vida, adeus Anahi.
Não tinha forças sequer para levantar-me do chão, que diria ter ânimo para lutar por Dulce, conquistá-la mais uma vez. Não sei ao certo por quanto tempo fiquei ali no chão junto à porta, depois de relutar muito atendi o meu celular que tocava insistentemente:
-- Oi Cris.
-- Any, o que aconteceu? Estou te ligando há horas! Estou atrapalhando alguma coisa?
-- Não Cris, atrapalhando nada...
-- Que voz é essa? Você está chorando amiga?
-- Ai Cris...
Não aguentei e desabei mais uma vez chorando compulsivamente.
-- Any, pelo amor de Deus o que aconteceu?
Não consegui falar, não conseguia controlar meu choro.
-- Estou indo agora para sua casa!
Cristian não deve ter demorado nem dez minutos, e já estava batendo à minha porta impaciente:
-- Any abra essa porta!
Sem forças, andei até a porta, e quando a abri, as lágrimas verteram facilmente, sem nada dizer, abracei meu amigo que me acolheu com carinho:
-- Ow Any... O que aconteceu minha amiga?
Passei alguns minutos abraçada ao meu amigo sem nada conseguir dizer, até ele me conduzir até o sofá, nos sentamos, e com muito carinho ele enxugou as lágrimas do meu rosto, e perguntou:
-- O que aconteceu entre você e Dulce?
Respirei fundo, sentindo meu corpo ainda trêmulo e respondi:
-- Ela terminou tudo comigo, descobriu que eu investiguei a vida dela... Ficou transtornada, foi horrível Cris.
Voltei a chorar e Cristian como se não estivesse surpreso, calmamente comentou:
-- Eu imagino minha amiga... Até demorou para isso acontecer... Dulce iria descobrir isso uma hora ou outra.
-- Mas justo agora que eu tinha desistido dessa porcaria de investigação? Agora que ela confiava em mim para me contar tudo?
-- Jura? Ela ia te contar?
-- Sim... Ontem... Mas ela precisou sair para operar o Fábio que sofreu um acidente.
-- Ah! Eu soube...
-- Acordei e ela estava no meu quarto, viu os arquivos no meu notebook...
-- Ai Any... E agora o que você pretende fazer?
-- Fazer? Não há o que fazer! Dulce não quer que eu nem mesmo a cumprimente... Até ameaças me fez se eu publicasse algo... Como se eu tivesse essa intenção algum dia...
-- Xi... Ela pensou que você estivesse investigando para uma reportagem?
-- Unrrum...
-- Vai ser difícil então...
-- O quê?
-- Reconquistá-la oras! Ou você vai desistir assim da mulher que ama?
-- Mas Cris...
-- Anahi você vai ficar se debulhando em lágrimas o resto da vida? Vai mesmo dar as costas ao amor que mudou sua vida?
-- Cris se você soubesse as coisas que ela me falou... Se visse o olhar dela...
-- Ah eu não vou permitir que você se entregue assim. Até deixo você curtir essa fossa hoje, mas não quero ver você infeliz, e também pensando em mim, não quero perder a editora-chefe do meu jornal.
-- Como assim?
-- Se eu bem te conheço, você vai querer se mandar daqui para esquecer Dulce, e isso não vou deixar!
Cristian sorriu como se isso pudesse me incentivar a lutar pelo meu amor, ficou comigo o resto do dia, Diego trouxe pizza, cuidaram de mim com o carinho que eu precisava, e só saíram do meu lado quando dormi, abraçada ao travesseiro que tinha o perfume de Dulce impregnado.
Os dias que se seguiram foram tenebrosos, se não fosse minha equipe do jornal, a Folha de Nova Esperança não teria novas edições, por que eu não tinha a menor disposição para trabalhar, em compensação passava noites em claro escrevendo os capítulos de meu livro, em menos de um mês concluí. Visitei Fábio no hospital, se Dulce estava lá até hoje não sei, certamente me evitou. Elaine confessou tristeza pelo rompimento de nosso namoro, uma vez que nunca vira a amiga tão feliz.
Ligava todas as noites para Dulce, na esperança que alguma vez ela sentisse a mesma falta de mim como eu sentia dela, e num momento de fragilidade e saudade me atendesse, mas isso não aconteceu. As mensagens de texto, e-mails não tinham resposta. As poucas vezes que Cristian e Diego conseguiram me arrastar para sair, o fiz na esperança de encontrá-la, mas foi inútil. Nova Esperança de repente se tornou uma cidade grande que não me deu a oportunidade do acaso para rever a mulher que eu amava.
Algo me acendia as esperanças, os comentários da minha leitora misteriosa persistiam. Como eu tinha certeza que se tratava de Dulce, eu escolhi acreditar que ela continuava acompanhando meu romance pela web, e não me odiava como deu a entender no nosso rompimento.
Enquanto isso, Artur e Fernanda finalmente conseguiram as provas que associavam a madeireira Ramos com a extração e comércio ilegal de madeira e o envolvimento do agora ministro do meio ambiente. Mesmo correndo muitos riscos, assumimos a responsabilidade, divulgamos uma edição especial, e vendemos a reportagem para a revista de maior circulação nacional, assegurando assim um pouco de segurança para nós, além de divulgar o jornal e nosso talento jornalístico nacionalmente.
Autor(a): angelr
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 247
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tryciarg89 Postado em 20/05/2023 - 21:04:11
Simplesmente linda, emocionante, engraçada e apaixonante
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NoExistente Postado em 27/01/2021 - 12:08:36
Fui obrigada a comentar. Senhor, nem sei o que eu digo dessa estória maravilhosa. Tinha acabado de ler uma fic meio decepcionante delas e entrei sem muitas expectativas aqui. Minha surpresa foi apegar a escrita e o jeito dos personagens, me emocionar, rir e sorrir com a narração. Perdi minha vida nos últimos 4 caps, e foi surpreendente como conseguiu transmitir a tristeza e, sinceramente, cheguei a um estado de negação e desespero. Obrigada por essa leitura fantástica.
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:18:06
justin_rbd - *__*
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:41
portinonnessa14 - hahaha tadinhas ne
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:15
flavianaperroni - Pode deixar que aviso
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:16:45
anymaniecahastalamuerte - Sempre que puder compartilharei
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:13:46
garotaloka - Que bom fico feliz *_*
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justin_rbd Postado em 24/01/2015 - 12:12:52
final mais que perfeito !!
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:25:21
Vamos gente todo mundo ler a web da nossa querida Angelr Um doce amor que é ótima
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:22:33
Oi Angelr minha querida a que bom que a Dulce está viva agora sim posso respirar aliviada o que posso dizer desse final foi lindo e bem o que eu queria mesmo o mais importante é que as duas ficaram juntas neh afinal sou portinon neh e não aguento ver a minha Anny sofrer mais obrigada beijinhos