Fanfic: Aconteceu Você | Tema: Portinon
Não lembro como cheguei até o carro, nem muito menos como Juliana conseguiu me colocar na cama, o fato, foi que acordei no dia seguinte como a própria previu com uma ressaca de dar pena. Abri meus olhos com dificuldade, olhei em volta, o quarto estava com pouca luz, as cortinas claras diminuíam a incidência do sol no local, a cama espaçosa, macia, lençóis perfumados não eram conhecidos para mim, perguntava-me onde eu estava e como cheguei ali.
Vi a porta do banheiro se abrir e Juliana saiu, apenas com uma toalha envolta no seu corpo nu, cabelos envolvidos deixando sua nuca exposta. Observei-a em seus movimentos delicados, abrindo o guarda-roupas, ao deixar a toalha cair exibindo curvas lindas, seios fartos, bumbum empinado, meus olhos se fixaram nela, uma visão perfeita. Quando Juliana virou-se em minha direção fechei os olhos rápidos a fim de que ela não percebesse que eu a observava, atitude inútil:
-- Bom dia Any... Dificuldade para abrir os olhos?
Demorei a responder insistindo na minha ridícula simulação e Juliana falou em tom descontraído:
-- Any, eu já vi que você acordou... Deixa de ser boba.
Escondi minha cabeça em baixo do edredom, e Juliana caminhou até a cama, outra vez envolta na toalha, sentou-se ao meu lado perguntando:
-- E aí? Como você está se sentindo?
-- Como se tivesse tomado vodka, whisky, tequila, caipirinha... Esqueci alguma coisa?
Fiz careta, e Juliana acrescentou:
-- Chopp de vinho.
-- Nossa, como você deixou eu beber tudo isso?
Juliana sorriu e disse:
-- Devia ter agido de outra forma mesmo... Mas, estou te devendo uns cuidados especializados, você quer tomar um banho antes de comer alguma coisa?
-- Acho que estou fedendo a cachaça não é?
-- Unrrum...
Juliana fez uma careta confirmando minha observação.
-- Então levante-se, que vou preparar nosso café. Vou deixar uma roupa minha para você vestir.
Quando fiz menção de levantar percebi que estava trajando apenas a calcinha, espantei-me, arregalei os olhos puxando o edredom para cobrir-me, Juliana sorriu e eu disse:
-- Não me diga que... Nós...
-- Calma Any... O fato de te desejar tanto não justificaria eu agir como uma canalha. Despi você, por que você passou mal no caminho, vomitou, sujou a sua roupa, e não consegui vestir nada em você, mas sequer dormi nessa cama, está vendo essa rede armada aqui, então, foi ali que dormi.
-- Desculpa Ju... Sou uma tonta mesmo e não me lembro de muita coisa...
-- Tudo bem, você tem crédito comigo, vou te perdoar...
Juliana tinha um dos sorrisos mais lindos que já tinha visto, confesso que quando ela sorria para mim, eu sentia um frio na barriga.
-- Estamos quites então... Você me viu nua e hoje de manhã foi minha vez. – Brinquei.
-- Estamos íntimas então! Só falta sincronizar essa nudez entre nós...
O olhar de Juliana, agora demonstrava a malícia que me desconcertava. Mordeu os lábios, e eu ruborizei. Antes de se levantar da cama, sem que eu esperasse, Juliana se aproximou dos meus lábios, deu-me um selinho e disse:
-- Você está mesmo fedendo a cachaça, prefiro seu gosto ao natural.
Piscou o olho, e levantou-se da cama, sem pudor, deixou a toalha no chão, vestiu uma calcinha boxer, uma camiseta branca regata e saiu do quarto, deixando-me com o coração acelerado e o rosto queimando, sentindo meu desejo por aquele corpo crescer.
Tomei banho, vesti a roupa separada por Juliana, e saí à sua procura, a casa era toda delicada como ela, tons pastéis, tudo muito enfeitadinho, organizado.
-- Ju? Onde você está?
Juliana apareceu na porta da cozinha, com aquele sorriso estonteante:
-- Aqui gatinha.
Andou até onde eu estava, segurou-me pela mão, levando-me até o balcão da cozinha. Lá estava tudo bem montado, frutas, pães, bolos, sucos. Juliana puxou o banco para que eu me acomodasse, sentou-se ao meu lado e começou me servindo um copo de água com sal de frutas.
-- Tome, vai te fazer bem.
Não discuti, em seguida, Juliana com muita delicadeza, foi servindo o café, enchendo-me de recomendações. Senti-me tão paparicada que já estava tímida de ser alvo de tanta atenção. Para me deixar mais à vontade, Juliana contava alguns momentos hilários de porres que ela tinha tomado, e situações bem piores em que ela acordou em lugar desconhecido com gente desconhecida. Depois de terminarmos o café, Juliana notou meu tom pensativo e se adiantou:
-- Any, antes de você apagar, você chorou muito, repetindo coisa que...
-- Eu falei da Dulce não é?
-- Aham.
-- Ju, acho que ontem foi o fim da minha história com ela. Eu ainda tinha esperanças... Mas ontem elas acabaram.
-- Se você quiser desabafar... Sou ótima ouvinte.
-- Quer saber Ju? Não quero mais falar na Dulce... O melhor que eu faço para nós duas, é sair da vida dela.
-- Você tem certeza que quer isso?
-- Sim, tenho.
Juliana disfarçou a satisfação ao ouvir minhas palavras, retirou a mesa com minha ajuda, e não perdeu a oportunidade de roçar em mim “acidentalmente”, acelerando meu coração.
-- Eu preciso ir para casa Ju, deixei a minha amiga mais uma vez sozinha, nossa, estou até sem graça, como tenho sido relapsa com minha hóspede...
-- Não se preocupe, ela ligou hoje cedo para seu celular, tomei a liberdade de atender para tranqüilizá-la. Ela está no clube com o Artur, você quer ir encontrá-la?
-- Hum... Acho que não... Vou para casa mesmo...
-- Ah o que você vai fazer lá, ficar sozinha curtindo a dor-de-cotovelo?
-- Acho que vou escrever um pouco...
-- Ah você escreve?
-- Sim... Contos... Lésbicos...
-- Ui! Que interessante! Deve ter muitas fãs...
Fiquei tímida e apenas balancei a cabeça positivamente. Até Juliana pedir:
-- Ah, fica um pouco mais... Você já assistiu a última temporada de The L Word? Aliás, você conhece essa série?
-- Vi alguns episódios...
-- Então, queria companhia para assistir, faço uma comidinha leve para almoçarmos, quem sabe até você se inspire mais para sua escrita.
-- Tudo bem, eu aceito a proposta.
Juliana comemorou batendo palmas. Eu não tinha mesmo condições de escrever naquele dia, e não tinha disposição para ir ao clube e muito menos de ficar sozinha em casa. Empolgada, Juliana trouxe um BOX de DVD, pediu que eu me sentasse no sofá, e sentou-se ao meu lado depois de colocar o DVD. Assistimos a tal série por horas, e sem que eu percebesse, já estávamos coladas uma na outra, assistir as cenas de sexo entre as personagens ao lado de Juliana acendeu ainda mais o desejo que nascia em mim por ela.
Olhava-a de rabo de olho, e por muitas vezes flagrei-me contemplando suas pernas torneadas apoiadas no centro à frente do sofá. Minha boca estava seca, sentia meu corpo esquentar, a tal ponto de começar a suar.
-- Any, você quer refrigerante, suco, água?
-- O quê?
Estava distraída olhando para as pernas de Juliana. Fiquei completamente sem jeito ao perceber que ela notou meu olhar fixo.
-- Água de coco! … o que você precisa, vou providenciar!
Juliana levantou-se passando na minha frente, exibindo seu corpo, ela sabia que eu a observava. Quando ela voltou com dois copos na mão, tropeçou no tapete caindo por cima de mim.
O conteúdo dos copos pareceu evaporar com o calor do meu corpo, por que sequer me incomodei com as minhas roupas molhadas, mais me atraía a boca de Juliana quase colada na minha, lembrei-me do doce dos seus lábios, e nossas respirações rápidas e fortes aceleradas foram sufocadas por um beijo avassalador.
Não demorou muito para Juliana passear com suas mãos por minhas pernas, apertando-as com fome, despertando arrepios pelo meu corpo inteiro. Desceu com sua boca pelo meu pescoço, lambeu minha orelha intensificando a excitação entre nós. Apertei seu bumbum, e Juliana se encaixou entre minhas pernas roçando seu sexo no meu, num ritmo envolvente, intenso, em segundos meu sexo molhado ansiava por ter Juliana dentro dele.
Tirei a camiseta de Juliana, abocanhando seus seios fartos, ela gemia com um sorriso safado nos lábios, subiu o vestido que me cobria e com habilidade retirou minha calcinha rapidamente. Ao sentir a umidade do meu sexo, Juliana mordeu os lábios e sussurrou:
-- Quero entrar em você... Dá pra mim gostosa...
Posicionei sua mão na altura do meu clitóris e respondi:
-- Vai... Entra, me come gostoso...
Juliana massageou meu clitóris lentamente até que eu suplicasse:
-- Vai gostosa... Fode...
Penetrou dois dedos e os deslizou dentro de mim como se conhecesse o que meu corpo pedia, alternou as estocadas entre investidas mais fortes e mais suaves, levando-me a loucura e ao orgasmo. Antes que eu recuperasse minhas forças, sentindo o gozo escorrer por minhas coxas, Juliana desceu com sua língua sugando-me, mordendo-me, até alcançar meu sexo pulsante, e mergulhar sua boca ali, lambeu toda extensão dos meus pequenos lábios, empurrou sua língua impondo ritmo nas estocadas, segurei sua cabeça entre minhas pernas gemendo alto, o prazer era tão intenso que meu corpo manifestava espasmos, tremores, o ar me faltava, nem sei quantas vezes gozei, o fato é que eu não tinha forças pra mais nada quando Juliana deitou-se por cima de mim.
-- Juli... Você... … incrível... – Sussurrei ofegante.
-- Você me enlouquece Any... … deliciosa. Como te quero...
Juliana continuava a me beijar, acendendo o tesão ainda mais. Entretanto, dessa vez eu a queria, sentir-me dentro dela, e enquanto ela deslizava suas mãos pelos meus seios, eu arranquei sua calcinha, quando senti a abundância daquele líquido quente enchi-me de desejo, penetrando meus dedos, deixando que Juliana rebolasse sobre eles ditando seu ritmo:
-- Vai minha delícia, não pára... Vai...
Impus mais força e velocidade nas estocadas até Juliana arquear seu tórax oferecendo-se ainda mais e liberar um gemido rouco e alto:
-- Aaaai Any!
Juliana tinha seu corpo suado, arrepiado, trêmulo, com um sorriso nos lábios. Abraçou-me e assim ficamos por minutos, recuperando o fôlego.
-- Você está com fome? – Perguntou Juliana.
-- De você? Muita...
-- Ui... Isso é bom... Também estou faminta de você. Mas eu me referia a fome de macarrão, salada...
-- Também, mas preferia uma certa enfermeira...
Juliana sorria, estava me dando conta como eu adorava ver aquele sorriso. Não sentia por ela nem um terço do que sentia ao lado de Dulce, mas o sexo com ela foi completamente surpreendente, olhando para aquele rostinho lindo, angelical, não podia suspeitar que ela fosse um furacão na cama. Eu a queria, fato. Era o que meu corpo pedia: mais de Juliana.
-- Também prefiro uma certa jornalista sardentinha, mas precisamos nos alimentar... A sobremesa, deixo por sua conta, pode ser?
-- Pode claro. Mas antes... Vem cá... Quero beijo.
Juliana tomou minha boca vorazmente, o beijo dela era alucinante, me acendia inteira, mas justamente quando eu me deliciava naqueles lábios doces, lembrei-me do gosto de Dulce, a pegada dela, e por alguns segundos, foi o rosto da mulher que eu amava que eu vi ali, sobre mim, me beijando. Abri os olhos constatando que não era Dulce comigo, fiquei séria, e Juliana perguntou:
-- Mordi com muita força?
-- Não... Vamos lá, te ajudo na cozinha.
Na cozinha, Juliana logo percebeu o que Dulce sempre soube: que sou um desastre completo. Mas também pudera, ela não me deixava quieta, abraçava-me por trás, beijando meu pescoço, nuca, aí eu derramava fácil o que tinha nas mãos, quebrando a organização da cozinha perfeita de Juliana. Almoçamos e mal terminamos de tirar e mesa, Juliana já me tomava com volúpia, empurrando-me e suspendendo-me no balcão da cozinha, envolvi minhas pernas no corpo de Juliana enquanto ela apertava minha cintura, beijou minha barriga e mais uma vez arrancou minha calcinha cumprindo o que prometera de me ter de sobremesa.
Passamos o resto da tarde juntas, dormimos na rede abraçadas, meu pensamento insistia em voar para perto de Dulce, o que ela estaria fazendo? Será que estava com a aluna vadia? Como ela estava se sentindo? Em mim um sentimento confuso, sentia-me bem ao lado de Juliana, mas também sentia que estava traindo meus sentimentos e insanamente acreditava estar traindo Dulce e meu amor por ela.
No final do dia, Juliana deixou-me em casa, com um carinho sensual, afagando meus cabelos ainda dentro do carro na porta da minha casa comunicou-me:
-- Não vai ser fácil dormi hoje longe de você.
-- Foi um dia maravilhoso Ju, muito obrigada pelo cuidado, pela atenção...
-- Shi... – Colocou seus dedos na minha boca me calando. – Não ouse me agradecer por ter te amado...
-- Eu não faria isso Ju. Ia te agradecer pela acolhida.
-- Estava te devendo essa e além do mais o prazer literalmente foi meu.
-- Meu também. – Mordi os lábios.
-- Posso te ligar outra hora? Pra sei lá... Sairmos juntas, pegar um cinema...
-- Claro que sim. Vou adorar.
Em casa tive que responder um verdadeiro interrogatório da Márcinha, que ainda me contou sua noite e seu dia com Artur. Com a sensatez típica, minha amiga me advertiu:
-- Você acha que é o momento certo para se envolver com outra mulher?
-- Não, não mesmo, não posso me envolver com Juliana, não é justo com ela.
-- Nem com ela, nem com Dulce, nem com você.
-- Com Dulce? Márcinha você ouviu o que eu te falei sobre ontem a noite?
-- Ouvi, mas cá pra nós amiga, os ânimos estavam exaltados demais ontem, nunca imaginei duas mulheres brigando por você...
-- Ué está me subjugando é Márcia Nunes?
Joguei o travesseiro na cara dela.
-- Eu não! Não tenho e nem quero ter parâmetros para te julgar querida, ao contrário da Renatinha não tenho nem curiosidade por mulheres!
-- Não sabe o que está perdendo...
Arqueei as sombrancelhas fazendo charme.
-- Desista, sem chance! Continuando, não acho justo com você e Dulce, você se precipitar envolvendo mais alguém entre vocês duas. Essa história de vocês está mal resolvida, você acabou de me dizer que pensou na Dulce enquanto beijava a Juliana! Não é justo que vocês não lutem por esse amor que me parece ter mudado a vida de ambas...
Fiquei pensativa, e no fundo, sabia que a Márcinha tinha alguma razão. Não tinha convicção que deveria lutar por Dulce, mas sabia que era de fato, cedo demais para complicar mais minha situação amorosa trazendo Juliana para minha vida.
Prontinho postado para vcs <3 Bom final de semana a todos
Autor(a): angelr
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Márcinha ficou mais quatro dias comigo, fez a sua reportagem e voltou com minha negativa sobre os direitos da matéria para meu antigo jornal. Juliana ligava para mim todos os dias, me mandava sempre torpedos fofos, eu evitava novos encontros temendo não resistir ao desejo que crescia em mim por ela. O pensamento em Dulce era constante, mergulhei na escr ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 247
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tryciarg89 Postado em 20/05/2023 - 21:04:11
Simplesmente linda, emocionante, engraçada e apaixonante
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NoExistente Postado em 27/01/2021 - 12:08:36
Fui obrigada a comentar. Senhor, nem sei o que eu digo dessa estória maravilhosa. Tinha acabado de ler uma fic meio decepcionante delas e entrei sem muitas expectativas aqui. Minha surpresa foi apegar a escrita e o jeito dos personagens, me emocionar, rir e sorrir com a narração. Perdi minha vida nos últimos 4 caps, e foi surpreendente como conseguiu transmitir a tristeza e, sinceramente, cheguei a um estado de negação e desespero. Obrigada por essa leitura fantástica.
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:18:06
justin_rbd - *__*
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:41
portinonnessa14 - hahaha tadinhas ne
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:15
flavianaperroni - Pode deixar que aviso
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:16:45
anymaniecahastalamuerte - Sempre que puder compartilharei
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angelr Postado em 24/01/2015 - 23:13:46
garotaloka - Que bom fico feliz *_*
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justin_rbd Postado em 24/01/2015 - 12:12:52
final mais que perfeito !!
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:25:21
Vamos gente todo mundo ler a web da nossa querida Angelr Um doce amor que é ótima
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portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:22:33
Oi Angelr minha querida a que bom que a Dulce está viva agora sim posso respirar aliviada o que posso dizer desse final foi lindo e bem o que eu queria mesmo o mais importante é que as duas ficaram juntas neh afinal sou portinon neh e não aguento ver a minha Anny sofrer mais obrigada beijinhos