Fanfic: Aconteceu Você | Tema: Portinon
Com os rostos colados, lágrimas misturadas, fomos interrompidas por Maite que entrou no quarto:
-- Desculpe-me interromper, mas o que traz aqui é questão de vida ou morte.
Maite tinha uma aparência preocupada, Dulce levantou-se rapidamente e perguntou:
-- Conseguiu descobrir alguma coisa?
-- Descobrir pessoas novas nessa cidade não é algo tão difícil. Localizei alguns carros que estão com visitantes da cidade, inclusive com o tal Hernane que você citou, puxei a ficha dele na INTERPOL e como supunha, esse nome não consta entre os suspeitos de envolvimento com o narcotráfico da América Central. Preciso da foto dele para fazer a busca nos arquivos.
-- Isso não será difícil. – Comentei.
-- De fato não. Já consegui descobrir onde ele está hospedado, vou montar guarda e captar a imagem dele e enviar para o serviço de banco de dados e cruzar as informações.
-- Maite, você falou sobre uma questão de vida ou morte... Do que se trata? – Perguntou Dulce apreensiva.
-- … Dulce... As negociações para a libertação de seu pai não estão evoluindo, há dias não conseguimos contato com o líder da guerrilha, nossa última conversa foi ameaçadora, estão exigindo o filme em troca de nos dar provas que o João continua vivo.
-- Estou cansada disso... Preciso falar com meu pai, vocês me prometeram isso!
-- Você acha que não queremos fazer isso Lisa? Mas você sabe perfeitamente que precisamos agir com cautela para o bem de seu pai e do seu também.
-- Há anos vocês me dizem isso, perdi quase tudo na minha vida, e me vejo forçada a perder mais uma vez, isso não é justo!
-- Lisa, não queremos que você perca nada... Só queremos evitar que mais pessoas sejam envolvidas nisso, não viu o que quase aconteceu a Anahi? … justo com ela?
Até ouvir meu nome, mantive-me quieta ouvindo a discussão das duas, e mais peças ao quebra-cabeças eram adicionadas, entretanto, quando senti que Dulce se referia a mim mais uma perda e a indagação de Maite não pude ficar calada:
-- O que não é justo comigo é ser excluída da vida da mulher que amo Maite, e se amá-la implica em riscos, estou disposta a correr esses riscos, sou adulta o suficiente para tomar minhas próprias decisões.
Maite ficou séria, desviei meu olhar para Dulce e a vi nitidamente emocionada com minha declaração.
-- Muito bonitas suas palavras Anahi, mas infelizmente, existem mais gente e causas envolvidas do que o relacionamento de vocês duas. Possivelmente a sua investigaçãozinha trouxe até a porta de Dulce membros da milícia que assassinaram a família dela e que mantém seu pai refém há anos.
Dulce franziu a testa, censurando a morena que comentou:
-- Eu sei que ela não sabia disso Lisa, mas está na hora dela sair desse arco-íris que ela vive e ver no que ela se meteu e no que nos meteu também.
A hostilidade de Maite comigo ficou evidente, desconfiei que existia pelo menos da parte dela algo além do profissional ali. O clima ficou tenso, e foi nesse momento que Juliana voltou ao quarto estranhando o peso do ambiente.
-- Interrompo algo? – Indagou Juliana.
Constrangida respondi:
-- Não Ju, entre, por favor.
Maite visivelmente contrariada foi incisiva com Dulce, ignorando a presença de Juliana no quarto:
-- Venha comigo Dulce agora, precisamos conversar.
Se eu já estava irritada com o comportamento de Maite e suas palavras, depois dessa demonstração de autoridade sobre Dulce, declarei guerra interiormente a morena fatal. Dulce a seguiu sem discutir, olhou-me como se me pedisse paciência, ambas deixaram o quarto, deixando-me na companhia de Juliana que comentou franzindo a sombracelha:
-- Menina que criatura antipática! Quem é a bonitona?
-- Amiga de Dulce.
-- Ela veio te visitar?
-- Ahan...
Minhas respostas não convenceriam ninguém, percebendo que eu não estava nem um pouco a vontade, educadamente Juliana mudou de assunto:
-- E como você está? Ainda com dor?
-- Estou melhor, acho que a medicação fez efeito, não estou com dor.
-- Que bom...
Juliana se aproximou da cama, encarou-me, e perguntou num tom tímido:
-- Posso te perguntar uma coisa?
-- Claro Ju.
-- Você e Dulce... Vocês se acertaram?
O olhar tenro de Juliana deixou-me com o coração apertado em dar uma resposta que eu sabia que a desagradaria:
-- Ju... Eu não sei te dar uma resposta...
-- Entendo...
Com um olhar decepcionado, Juliana fez menção de se afastar da cama, quando segurei sua mão:
-- Espera Ju...
Juliana parou, voltou-se para mim, e com o olhar fixo disse:
-- Não precisa ficar sem graça Any... Você não me prometeu nada.
-- Eu sei disso, mas não quero te deixar triste...
-- Ih... Olha a menina... Se achando né? Quem disse que estou triste por sua causa?
Juliana abriu um sorriso, assanhou meus cabelos arrancando um sorriso meu. Mantivemos as mãos unidas sem perceber, só notamos nosso contato íntimo, quando Dulce entrou no quarto sem bater, e fez cara de desagrado. Soltei a mão de Juliana imediatamente, o gesto foi tão automático que beirou à agressão. Notei Juliana se assustar com minha reação, constrangida, afastou-se e com uma fisionomia séria avisou:
-- Meu plantão acaba daqui a pouco, alguém virá dormir com você Any?
Não sabia o que responder, não sabia se Dulce permaneceria ali comigo, após um silêncio constrangedor, Juliana se adiantou:
-- Peça para alguma técnica me ligar se precisar de mim, promete?
Balancei a cabeça positivamente, Juliana saiu do quarto e Dulce se sentou na poltrona ao lado da cama com cara de poucos amigos comentando:
-- Ela não larga o osso né?
-- Nossa... Sou tão pouco apetitosa assim? Osso Dul?
Desfiz a cara fechada dela com a pergunta, notei-a contendo o sorriso e continuei:
-- Ela só vai pegar esse osso, se você largá-lo...
Dulce mordeu os lábios, relaxou a cabeça no encosto da poltrona e desabafou:
-- Eu não quero... Mas... Não posso Any.
-- Dul... Não desiste da gente...
Dulce baixou a cabeça, quando a ergueu vi uma lágrima solitária percorrer seu rosto, comovida chamei-a para perto de mim:
-- Vem cá meu amor...
Afastei-me na cama abrindo espaço para ela deitar-se ao meu lado, Dulce se aconchegou debaixo do braço que não estava imobilizado, abracei-a com todo amor que eu tinha, tentando transmitir a segurança que eu sentia de que meu sentimento iria transpor qualquer barreira ou empecilho para nosso amor. Numa troca de papéis, a doutora se consolou na paciente, deve ter cochilado naquela posição, despertando com um espasmo no corpo, deduzi que era mais um de seus pesadelos atormentando-a.
Apertei-a contra meu corpo ainda mais forte, e só então Dulce se acalmou confessando:
-- Não quero te deixar Any, eu te amo.
-- Vamos ficar juntas meu amor... Quero enfrentar tudo ao seu lado.
Dulce beijou-me com paixão, suas lágrimas se misturaram a nossa saliva, dando a tônica da nova etapa de nosso relacionamento.
Dois dias depois, saí do hospital. Nesse período, Dulce não saiu de perto de mim, talvez isso tenha afastado Juliana, que me visitou rapidamente sendo educada e simpática todas as vezes, mas seu desconforto com a presença de Dulce era óbvio. Eu sabia que eu e Dulce tínhamos muito a falar,mas ela achou melhor respeitar meu tempo de repouso.
Dulce não permitiu que eu voltasse para minha casa sozinha, fez questão de que eu fosse para sua casa, não relutei, na verdade tinha adorado a idéia. Dulce se desdobrava em cuidados, tão logo chegamos em casa, ela me acomodou na sua cama, me cercando de travesseiros fazendo mil perguntas:
-- Está confortável? Está com sede? Com dor? Quer comer alguma coisa?
-- Meu amor calma...
-- Quero que você se sinta à vontade aqui, e bem cuidada...
-- Não sou uma visita aqui Dul... Pelo menos, não é o que quero ser.
Ela sorriu, sentando-se ao meu lado na cama, relaxando finalmente. Mexi nos seus cabelos tirando algumas madeixas do seu rosto, e confessei:
-- Senti tanta falta de estar aqui nessa cama ao seu lado... Em algumas noites, a saudade era tanta que eu conseguia até sentir seu cheiro, ouvir sua voz perto do meu ouvido.
-- Eu me contive tantas vezes antes de sair correndo e bater à sua porta de madrugada...
-- Sonhei muitas vezes acordar com você batendo à minha porta...
Dulce me calou com um beijo demorado, apaixonado o suficiente para despertar todo desejo que eu mantinha guardado por ela, a saudade foi responsável por eu ignorar minha condição enferma e pedir num sussurro:
-- Quero você dentro de mim...
-- Mas meu amor...
Peguei sua mão e posicionei-a abaixo da minha cintura, meu corpo queimava, ardia de desejo em ter os dedos da mulher que eu amava me penetrando, relaxei meu corpo entre os travesseiros, oferecendo meu tronco à boca de Dulce que desabotoou com a mão trêmula minha blusa, e com a outra mão acariciou minha barriga, minha pele arrepiou-se dos pés à cabeça, senti a umidade na minha calcinha quando Dulce abriu o botão da minha calça descendo com sua mão até meu sexo massageando meu clitóris enquanto deslizava sua língua entre meus seios.
Gemia com cada movimento de língua e dedos de Dulce, meus gemidos pareciam excitá-la que me olhava com tesão, mordendo os lábios, hora deixando no seu rosto um sorriso malicioso, hora dizendo-me ao ouvido besteirinhas cheias de volúpia, acelerando meu coração, intensificando o calor entre nossos corpos, facilmente Dulce penetrou seus dedos no meu sexo movimentando-os suavemente, e gradualmente intensificou os movimentos, deixando-os mais rápidos e vigorosos, meu sexo pulsava tamanho era o prazer que sentia, os beijos de Dulce no meu pescoço e orelha precipitaram o gozo inevitável que se derramou entre minhas pernas, para satisfação de Dulce que confessou:
-- Quero me lambuzar no seu gozo meu amor...
Arrancou o resto de minha calça, e posicionou sua boca no meu sexo, não me dando tempo sequer de me recompor, os músculos de minha perna tremiam, sentia meu corpo ter espasmos, Go..zei na boca de minha namorada uma, duas três vezes, Dulce impunha força na língua enquanto sugava meus pequenos lábios, beijava-os como se fossem meus lábios, lambia toda a extensão da parte externa de minha vulva, dando-me o prazer inenarrável que só ela sabia me dar.
Sem forças relaxei com Dulce recostada em meus seios, ofegante, sentia nosso coração descompassado, embora exausta, tinha um sorriso nos lábios, estar com Dulce mais uma vez me tornava a mulher mais feliz do mundo, e decididamente eu a queria para sempre e ia lutar por isso com minha vida se fosse preciso.
Se acertaram *__* e agora vocês estão felizes?
Autor(a): angelr
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Dulce pediu dois dias de folga da faculdade e do hospital para se dedicar exclusivamente aos meus cuidados, Luiza me trouxe as pautas da semana, e na medida do possível orientei-a sobre a edição e organização das matérias. Por mais lacunas que existisse na história de Dulce ou Lisa, não me interessava naquele momento re ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 247
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
tryciarg89 Postado em 20/05/2023 - 21:04:11
Simplesmente linda, emocionante, engraçada e apaixonante
-
NoExistente Postado em 27/01/2021 - 12:08:36
Fui obrigada a comentar. Senhor, nem sei o que eu digo dessa estória maravilhosa. Tinha acabado de ler uma fic meio decepcionante delas e entrei sem muitas expectativas aqui. Minha surpresa foi apegar a escrita e o jeito dos personagens, me emocionar, rir e sorrir com a narração. Perdi minha vida nos últimos 4 caps, e foi surpreendente como conseguiu transmitir a tristeza e, sinceramente, cheguei a um estado de negação e desespero. Obrigada por essa leitura fantástica.
-
angelr Postado em 24/01/2015 - 23:18:06
justin_rbd - *__*
-
angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:41
portinonnessa14 - hahaha tadinhas ne
-
angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:15
flavianaperroni - Pode deixar que aviso
-
angelr Postado em 24/01/2015 - 23:16:45
anymaniecahastalamuerte - Sempre que puder compartilharei
-
angelr Postado em 24/01/2015 - 23:13:46
garotaloka - Que bom fico feliz *_*
-
justin_rbd Postado em 24/01/2015 - 12:12:52
final mais que perfeito !!
-
portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:25:21
Vamos gente todo mundo ler a web da nossa querida Angelr Um doce amor que é ótima
-
portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:22:33
Oi Angelr minha querida a que bom que a Dulce está viva agora sim posso respirar aliviada o que posso dizer desse final foi lindo e bem o que eu queria mesmo o mais importante é que as duas ficaram juntas neh afinal sou portinon neh e não aguento ver a minha Anny sofrer mais obrigada beijinhos