Fanfics Brasil - Capitulo 65 Aconteceu Você

Fanfic: Aconteceu Você | Tema: Portinon


Capítulo: Capitulo 65

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Saímos da delegacia sem falar praticamente nada. Experimentava uma tristeza tão estranha... Senti-me impotente diante do drama, dos fantasmas e marcas que Dulce tinha. Também estava decepcionada, por que acreditava que nosso amor havia mudado a vida dela assim como mudou a minha, e talvez por isso, não tive coragem de cumprir meu papel de apoiar Dulce naquele momento.

Em casa, ela se refugiou na varanda sozinha, vi acender um cigarro, coisa que ela fazia muito raramente, exceto quando estava prestes a perder o controle, como por exemplo, quando discutiu com Juliana em público, e quando pegou a aluna no Chica’s. Esperei alguns minutos para sair do meu egoísmo e perceber o quanto minha namorada precisava de mim, e o quanto eu precisava cuidar dela. Preparei uma dose de vodka para ela, cheguei à varanda, encostei-me perto da rede entregando-a o copo enquanto ela se desfazia da ponta de cigarro.

-- Quer sair para jantar amor? – Perguntei.

Dulce sorveu a bebida num gole só e recusou o convite apenas com um gesto. 

-- Vou preparar algo para nós então... Você deve estar faminta, assim como eu, nem almoçamos...

-- Você vai o que?

Dulce franziu a testa como se tivesse ouvido o maior absurdo de todos os tempos. Não me contive e sorri.

-- Tudo bem vai... Preparar algo para nós é igual a pegar o telefone e pedir comida no restaurante...

--Ah sim... Vem cá vem...

Dulce estendeu a mão, e deitei na rede com ela, e meio que procurando colo, se recostou nos meus seios, e eu abracei-a forte, afagando seus cabelos e beijando sua cabeça. Em poucos segundos senti na minha mão uma lágrima percorrer o rosto de Dulce, e em pouco tempo, seu rosto estava banhado. Seu choro era silencioso, mal eu ouvia os soluços, mas eu sentia o tamanho do sofrimento envolvido naquele pranto. Abracei-a ainda mais forte, como se quisesse que aquela dor fosse transmitida para mim.

-- Força meu amor... Esse pesadelo está acabando... Você não está sozinha, estou com você...

-- Estou com medo meu amor... Medo de enfrentar o fato de meu pai estar morto... Medo de ter agido errado todos esses anos ficando calada, me escondendo... Eu mesma devia ter procurado meu pai e negociado essa troca...

-- Ei! O que você está dizendo? Seu pai nunca aprovaria uma atitude dessas, além do mais, isso não ia assegurar a vida dele, ao contrário...

Dulce estava inconsolável, aquela mulher forte e segura parecia indefesa em meus braços, protegê-la e amá-la era mais do que imperativo para mim, o sentimento que eu tinha era de que nasci para isso. Abracei-a mais uma vez, beijei sua face e disse:

-- Você é minha vida meu amor, não vou deixar que nenhum mal te aconteça, estarei ao seu lado para tudo, fazer você feliz é tudo que eu quero.

Beijei-a, enxugando suas lágrimas, e ver seu sorriso apesar de discreto nos seus lábios, me emocionou, unimos nossas lágrimas, trocando mais um beijo cúmplice, apaixonado. Naquela rede demos espaço a um momento de troca de carinhos, até desfazer aquele clima de luto, um pouco mais animadinha, mas ainda com voz dengosa, Dulce me disse:

-- Fome amor...

-- Eu também... Vou pedir algo para nós... Pizza?

-- Unrrum... Vou tomar um banho antes que chegue.

Assim, não resisti, pedi a pizza, e antes que Dulce deixasse o banho, entrei no banheiro nua, abri o box, mordendo meus lábios, excitada ao ver suas curvas banhadas pela água, ao notar minha presença, minha namorada sorriu, ficou de costas para mim, a fim de exibir sua nuca, que me deixava louca de tesão... Abracei-a por trás, e com nossos corpos nus sob a água, aumentamos a temperatura do banheiro, na excursão de nossas mãos pela pele de ambas, anunciando o que aquele banho nos reservava.

Encostei Dulce na parede, apertando seus seios, chupando sua língua, enquanto Dulce posicionava uma de suas pernas entre as minhas. Rocei meu sexo na sua coxa, enquanto desci minhas mãos por sua cintura, bumbum, rebolando meus quadris. Levantei uma das pernas de Dulce para facilitar o acesso da minha mão no seu sexo, penetrei-a devagar, excitava-me ainda mais contemplar o rosto de minha namorada enquanto meus dedos deslizavam em sua cavidade molhada, Dulce apertava os olhos, gemia, se contorcia, sua expressão de prazer me encharcava de tesão. 

Comecei com estocadas suaves, ritmadas, movimentei os dedos explorando os pontos mais sensíveis, impus mais força e velocidade até sentir o tremor daquele corpo quente, mexi meus dedos atenta às respostas de Dulce, que arranhava minhas costas se contorcendo de prazer, o que culminou no gozo incontestável dela.

Ajoelhei-me, levantando e posicionando uma das pernas de Dulce sobre meu ombro, e mergulhei minha boca no sexo de Dulce, explorando com minha língua toda extensão de sua vulva, sugando o que por ela escorria, depois intercalei movimentos rápidos com beijos gulosos, enquanto Dulce cravava seus dedos entre meus cabelos, gemendo, dobrando os joelhos, deixando escapar um grito rouco de um orgasmo pleno. 

Aquele banho renovou o ânimo de Dulce, e logicamente, o meu também. Devoramos a pizza na cama, depois de nos amarmos mais uma vez.

Os dias que se seguiram foram tumultuados, a INTERPOL conseguiu a localização exata das ligações do telefone satélite, e a operação estava completamente planejada, e ela, não incluía a presença de Dulce que a muito custo entregou enfim o filme a Maite. 

O fato é que, Dulce ficou ainda mais tensa, os pesadelos voltaram, e por qualquer coisa se irritava, perdeu a paciência várias vezes com minhas trapalhadas, em uma dessas vezes, deixei o molho da lasanha queimar, minha única obrigação no almoço era mexer o tal molho bechamel que ela se vangloriava ser sua especialidade, isso foi suficiente para desencadear uma discussão sem fim. Passamos o resto do dia sem nos falarmos, sequer dormi no quarto com ela, na madrugada, senti o corpo dela abraçar o meu na cama do quarto de hóspedes, suas mãos percorrendo minha pele eriçando-a, foi exatamente o que precisávamos para por um fim àquela briga sem fundamento.

Cris continuava em coma, o que me deixava profundamente angustiada. Os bandidos presos foram transferidos para a capital, Maite nos advertiu sobre o risco de outros compassas, estarem pelas redondezas, ou ainda, outros aparecerem na cidade à procura deles. Por conta disso, nossas saídas até para restaurantes, bares, se reduziram muito. Aproveitava o tempo que Dulce estava no hospital para adiantar os capítulos do meu livro, me divertindo com as cobranças das leitoras enchendo a página de comentários do site acerca da ansiedade pela publicação do livro.

Uma semana depois da operação montada pela INTERPOL, Maite e os outros agentes se preparavam para deixar Nova Esperança com destino à Colômbia, quando um episódio mudou o rumo das ações policiais, e da minha vida também.


 


 Estranhei a demora de Dulce naquela noite. Apenas um agente fazia sua segurança, uma vez que os demais compunham a equipe que viajaria para Colômbia, o outro agente estava comigo na casa de Dulce. Dividi com ele minha preocupação, e esta só aumentou quando o celular de Dulce permanecia desligado e no hospital relataram que ela já havia saído a cerca de uma hora e não obtivemos resposta do policial que fazia a segurança de Dulce. Angustiada, liguei para Maite imediatamente:

-- Maite, Dulce desapareceu. Celular desligado, já saiu a cerca de uma hora do hospital e o agente Borges não atende também o celular...

-- Calma Anahi... Eu já estou sabendo...

-- Está sabendo? O quê aconteceu? – Perguntei angustiada.

-- Está tudo sob controle, Lisa está aqui conosco...

-- Aí onde? Por que ela não me ligou, não me avisou...

-- Anahi, é questão de segurança, fique tranquila, Lisa está segura, houve mudanças em nossos planos e ela vai participar das negociações para libertação do pai dela.

-- Mas... Maite preciso falar com ela, passa o telefone para ela...

-- Não posso, ela está nesse momento em uma reunião com o setor de inteligência da polícia federal.

-- Então eu vou aí!

-- Você nem sabe onde estamos Anahi, acalme-se, está tudo sob controle.

-- Então me diga onde vocês estão, quero ver minha namorada, eu exijo isso!

Ouvi um riso irônico da policial:

-- Você o quê? Exige? Ai Anahi, me deixa trabalhar e deixe Lisa cuidar da vida dela e do pai dela, boa noite.

-- Maite não desliga o telefone na minha cara! Maite? Maite? Alô?

A vaca desligou mesmo na minha cara! Andei de um lado para outro, possessa de raiva e obviamente tensa pela informação que Maite acabara de me dar, e me perguntando por que Dulce não me ligou avisando qualquer coisa, uma série de questões surgiu na minha cabeça, nenhuma delas excluía a ideia fixa de encontrá-la de alguma forma. 

Resolvi usar dos meus talentos de atriz para convencer o policial Borges, que fazia minha segurança, a me levar onde os outros agentes estavam, já que fazia alguns dias que eles não se reuniam mais na delegacia da cidade.

-- Borges está tudo bem, Dulce está no quartel de vocês, você me leva lá, por favor?

-- Desculpa dona Anahi, mas não posso.

-- Como assim não pode? A própria Maite me disse que você podia me levar...

-- Dona Anahi... A agente Marques me advertiu que a senhorita ia insistir para que eu a levasse até no nosso ponto de apoio... E reiterou a proibição, sinto muito.

Entrei em casa fumaçando de raiva daquela biscate, ela armou tudo diretinho para me separar de Dulce, e pior, eu não sabia o que tinha acontecido à minha namorada, a ponto dela não se preocupar em me manter informada sobre seu paradeiro. Foi uma noite interminável, dormi com o celular na mão, cansada de esperar uma notícia, sem esperança de ouvir a voz da mulher que eu amava, o cansaço me venceu, e quase ao nascer do sol caí no sono.

A falta de notícias de Dulce me causava pânico, agora, Maite também desligara o celular, não consegui comer nada, nem muito menos ficar parada em casa alimentando minha mente fértil então, como todos os dias, fui ao hospital visitar o Cris na esperança de encontrá-lo consciente. Naquele dia, chorei sentada junto ao leito de meu amigo, exausta de tanta angústia, pelo estado dele, pela ausência de Dulce, pelo sentimento de impotência me inundando. Enquanto eu desabafava solitária, senti uma mão no meu ombro, quando virei, vi o sorriso lindo e confortador de Juliana me dizendo:

-- Tenha fé Any, ele vai sair dessa...

Sorri meio amarelo, pensando: “Ah se ela soubesse o tamanho da minha culpa...” Juliana completou:

-- Apesar de estar em coma, acreditamos que o prognóstico é bom, pelo estado de saúde dele... Acredite que é uma questão de tempo minha querida...

Balancei a cabeça positivamente enxugando minhas lágrimas, Juliana segurou minha mão e me tirou da UTI, levando-me para a sala de repouso da enfermagem ali perto, serviu-me um copo de água, nem contestei, nada falei, estava precisando de colo, de atenção, e não via outra pessoa mais propícia para me dar isso naquele momento que não fosse Juliana.


 


 


 



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Autor(a): angelr

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Continuei muda, sentei-me na cama de solteiro ali disposta, Juliana puxou uma cadeira e sentou-se de frente para mim: -- Quer desabafar um pouco?  Bem que eu queria, mas não podia: -- Ju minha vida parece estar desmoronando... Eu me sinto tão culpada pelo estado do Cris... -- Culpada? Mas por quê? -- Por que... Eu devia ter dito o que eu achava ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 247



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  • tryciarg89 Postado em 20/05/2023 - 21:04:11

    Simplesmente linda, emocionante, engraçada e apaixonante

  • NoExistente Postado em 27/01/2021 - 12:08:36

    Fui obrigada a comentar. Senhor, nem sei o que eu digo dessa estória maravilhosa. Tinha acabado de ler uma fic meio decepcionante delas e entrei sem muitas expectativas aqui. Minha surpresa foi apegar a escrita e o jeito dos personagens, me emocionar, rir e sorrir com a narração. Perdi minha vida nos últimos 4 caps, e foi surpreendente como conseguiu transmitir a tristeza e, sinceramente, cheguei a um estado de negação e desespero. Obrigada por essa leitura fantástica.

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:18:06

    justin_rbd - *__*

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:41

    portinonnessa14 - hahaha tadinhas ne

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:17:15

    flavianaperroni - Pode deixar que aviso

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:16:45

    anymaniecahastalamuerte - Sempre que puder compartilharei

  • angelr Postado em 24/01/2015 - 23:13:46

    garotaloka - Que bom fico feliz *_*

  • justin_rbd Postado em 24/01/2015 - 12:12:52

    final mais que perfeito !!

  • portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:25:21

    Vamos gente todo mundo ler a web da nossa querida Angelr Um doce amor que é ótima

  • portinonnessa14 Postado em 24/01/2015 - 02:22:33

    Oi Angelr minha querida a que bom que a Dulce está viva agora sim posso respirar aliviada o que posso dizer desse final foi lindo e bem o que eu queria mesmo o mais importante é que as duas ficaram juntas neh afinal sou portinon neh e não aguento ver a minha Anny sofrer mais obrigada beijinhos


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