Fanfic: Inevitável, inesperado | Tema: Resident Evil

P. Jill Valentine

Depois de pegar meu carro e começar a voltar para casa senti uma coisa que nunca havia sentido antes, era como... eu não sei bem, era uma expectativa que me causava medo... aquela reunião... e a traição de Wesker... o que viria agora? Eu não posso acreditar no que aconteceu naquela mansão a 2 meses, porque não consigo esquecer? parece que aquilo trouxe a tona todo o meu trabalho desde que entrei para essa vida de fugas, tiros e crimes... - Jill dirigia um pouco desatenta, estava uma noite chuvosa e as ruas um pouco vazias, ela ligou o radio do carro e procurou uma estação que estivesse funcionando, notou uma gota de sangue seco em sua mão e o radio caiu em uma musica calma, com uma voz masculina cantando.

Jill esfregou a mão no uniforme para que saísse o sangue, péssima ideia, sentiu o úmido da roupa e sua mão ficou ainda mais suja.

- Maldição! - praguejou. De repente o cantor do rádio soltou "E mesmo quando o seu mundo estiver sombrio e tudo parecer estar no fim, não deixe que as lágrimas corram". Jill se irritou de repente e desligou o rádio parando no farol vermelho; a chuva lá fora estava pesada e mais uma noite ela voltava para casa sozinha.

Sozinha... hoje era um dia que eu não gostaria de estar sozinha.

Ela suspirou, não imaginava que ficaria tão abalada com os ultimos acontecimentos, a descoberta terrível do T-virus e todo aquele pandemonio que a Umbrella causara, todas aquelas mortes, a destruição de Raccoon City, a luta com Nemesis, tudo isso a assombrara mais do que ela esperava e agora sentia um medo crescente de toda sombra que via, de todo latido que ouvia, os dias de trabalho estavam muito penosos, as reuniões que traziam cada vez mais problemas para resolver, sempre com o T-virus envolvido, e todas as noites agora ela tinha pesadelos, tão tenebrosamente inumanos que passou a detestar ter que voltar para casa e dormir.

Um carro buzinou atrás de Jill, ela percebeu que o farol estava aberto e pisou no acelerador, virando o carro na rua de seu apartamento ela entrou na garagem do prédio e estacionou, desceu e bateu a porta. - Preciso de um banho urgente. - pensou.

Enquanto esperava o elevador sua mente ficou em branco, ela podia dizer que teve um pequeno momento de descanso onde magicamente conseguiu não pensar em nada ruim, quando a porta do elevador se abriu e um casal sorridente olhou assustado para ela, Jill deu passagem para ambos, não queria esbarrar em ninguém com seu uniforme sujo de sangue do seu ultimo encontro com zumbis naquele dia, ela e Chris haviam voltado de um massacre direto para uma reunião urgente da BSAA e só depois puderam voltar para suas casas. O casal passou por ela olhando horrorizado, com nojo, Jill entrou no elevador escolhendo o décimo andar; olhou-se no espelho e viu seu rosto respingado de vermelho em alguns cantos.

Morte... Nojo da morte e não de mim... - pensou ela e sentiu uma vontade tremenda de chorar, vendo seus olhos marejarem e o elevador chegar no décimo andar, ela engoliu seu choro e saiu, abrindo o apartamento 1001.

Jill fora direto para o banho, largando o uniforme sujo no chão, passou pelo espelho e se olhou por um breve minuto, passou os dedos no rosto e lembrou.

- Chris vai ligar para mim!

Ela então se apressou no chuveiro, ele havia dito que ligaria para ela mais tarde para saber se estava tudo bem; não pode evitar mais lagrimas debaixo do chuveiro, lembrou do casal que a viu no elevador, eles sentiram horror ao ve-la - Será que se eu não fizesse o que eu faço eu seria mais delicada? Mais bonita? E ele olharia pra mim de outro jeito que não fosse só como uma amiga?

- Ha! Não seja tola Jill, ele nunca vai me olhar de outra forma.

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P. Chris Redfield

A água do chuveiro estava meio fria, Chris nunca gostara de banhos muito quentes, ele se sentia mais leve quando deixava a água fria cair por todo corpo.

Ligar para a Jill - era só o que ele pensava naquele momento, depois de mais um dia de horrores, ele andara também percebendo que sua parceira não estava muito bem, parecia incomodada com alguma coisa desde o incidente da mansão. Ele não demorava muito no banho e era um tanto descuidado com seu apartamento, tudo uma bagunça, ele saiu do chuveiro e se secou, seu uniforme estava largado no chão, suas armas estavam sobre a mesa da sala, ele amarrou a toalha no corpo foi ate a sala e pegou seu celular discando o numero de Jill rapidamente; a cada chamada que ele ouvia seu coração disparava mais.

- Hey, Chris?

- Hey, Jill... como você está?

- Eu vou ficar bem, e você?

- Ah, tava pensando o quanto estou cansado hoje, só.

E também estava louco para ouvir sua voz. - pensou ele.

- Bom, você devia ir descansar então. (droga Jill, porque sugeriu isso?)

- Bom agora que ja sei que esta bem, vou deitar. (droga Chris, porque já está se despedindo?)

- Falou então, tchau Chris.

- Tchau Jill.

Celulares desligados, Chris socou a mesa da sala de repente. Que merda Chris! Por que você não fala pra ela de uma vez? Já quase a perdi... se isso acontecer e eu não contar pra ela? - ele desviou esse pensamento, não suportava pensar em perder Jill - Então por que não conta pra ela?

- Ha! Não seja tolo, porque é óbvio que ela nunca vai me ver de outro jeito que não seja como um amigo.

Ele largou o celular e foi colocar uma cueca, sempre dormia só de cueca, já eram 22:30min e ele estava sinceramente cansado.

- Preciso parar de pensar em Jill. - disse e de repente seu celular tocou, ele saltou para a mesa da sala outra vez e atendeu ansioso.

- Jill?

- Oi Chris, sabia que era eu?

- Sabia, algum problema?

- Sim, tem sim, eu não sei como dizer isso...

- Fale, por favor.

- É que, eu não tenho estado muito bem ultimamente, desde o incidente da mansão...

- Sim, eu notei, mas já conversei com você sobre isso, nada do que aconteceu podia ter sido evitado.

- Eu sei, mas sei la, não ando muito bem, Chris, eu estou com um pouco de medo.

- Medo? De que?

- Queria saber uma coisa... você...

- Diga

- Poderia dar uma passada aqui agora?

O coração dele saltou de repente.

- Claro, espere só eu me trocar e logo apareço ai.

- Está bem, vou te esperar.

Eles se despediram e Chris correu para se trocar, seu cansaço parecia ter sumido, Jill o chamara para ir até a casa dela? Era um sonho? Terminado o trabalho, ele correu, pegou as chaves do carro e saiu.