Fanfic: Seu Amor: Meu presente inesperado DYC- Terminada...

A revelação era perturbadora demais.
Minutos depois, Dulce abriu os olhos e viu Christopher apoiado no cotovelo,
ainda observando-a. O luar iluminava o quarto, mas ela só via o brilho dos olhos
dele.
— Christopher...
Ele encostou um dedo em seus lábios.
— Não fale. Não esta noite.
Dulce não discutiu. Sentia-se agradavelmente exausta... saciada. Quase
mencionou a possibilidade de estar grávida, mas, se estivesse enganada, não
queria vê-lo desapontado.
Pela manhã, ela encontrou o marido desperto e observando-a novamente, a
expressão preocupada.
— Não ficou assim a noite inteira, ficou?
— Não. Você está bem?
— Claro.
— Desculpe-me se fui um tanto... insensível ontem à noite.
— Você não foi. — Ela o fitou cautelosa. — Mas geralmente não bebe tanto.
O olhar dele obscureceu-se de repente.
— Não, não bebo. E não vou beber novamente.
— Não estou ralhando, Christopher. — O episódio lhe reafirmara que Christopher
sempre asseguraria que ela tivesse prazer também. Não era egoísta.
— Não — reconheceu ele, e Dulce ficou confusa com a aspereza no tom. — Você
nunca ralha, não é? A esposa perfeita.
Dulce ergueu o sobrolho.
— Não sou perfeita... O que fiz para irritar você?
— Por que pensa que me irrita? — rebateu ele. — Só fiz um elogio.
Fizera? Parecera mais uma acusação. Antes que pudesse questionar, Christopher
saiu da cama e trancou-se no banheiro.
Dul concluiu que imaginara o tom áspero, ou talvez a sonolência imprimisse
aquele efeito. Nos dias seguintes, Christopher foi mais carinhoso... supondo
que o termo traduzisse sua consideração, preocupação e atenção extremas. Ela
imaginou se ele desconfiava da possível gravidez.,
— Está emagrecendo? — indagou ele, certa manhã, quando ela mordiscava uma
torrada.
— Não! — Na verdade, não sabia se perdera peso, só que o palpite dele a
surpreendia. Naquela manhã, acordara enjoada, mas, na maior parte do tempo,
sentia-se bem. Não tivera de correr ao banheiro, exceto dias antes na casa dos
Uckermann. Desde então, evitava alimentos gordurosos e desviava o olhar ao
passar diante de padarias.
Chris comeu uma torrada.
— Devia tomar o café da manhã direito — aconselhou. — Só torrada e suco não são
suficientes. — Tinha dois ovos cozidos no prato. — Pegue um ovo.
— Não! — protestou Dul. — Não estou acostumada a comer muito logo cedo. Fico
meio... inchada. — Na verdade, tinha certeza de que ficaria enjoada. Já se
sentia empalidecer.
O marido emitiu som de desdém.Dul mudou de assunto:
— Tem planos para o fim de semana? .
— Já ia lhe contar. Ted e Angela nos convidaram para um passeio de iate. Saída
na sexta-feira à noite.
Velejar em águas instáveis não parecia um programa atraente aquele momento. Dul
sentia o estômago se revirar só de pensar, marcara consulta médica para a
sexta-feira após o trabalho.
— O fim de semana todo?
— Algum problema?
Dulce engoliu em seco a decepção. Imaginando que o médico confirmasse o teste
que ela já realizara escondido, mais alguns dias sem contar a Christopher não
fariam diferença. Ele adorava velejar... tinha até planos de construir o
próprio barco.
— Por que você não vai? Mayte me convidou para ir com ela a uma feira de livros
neste fim de semana. Eu me comprometi... — Não era bem verdade, mas procurava
escapar do enjoo marítimo.