Fanfic: Seu Amor: Meu presente inesperado DYC- Terminada...

Ela olhava fixamente para o saleiro na mesa.
— Obrigada... pelo café da manhã. E por me salvar. por impedir que eu fizesse papel de idiota na frente de todos.Vou pagar a minha parte.
— Não seja tola. — Christopher a impediu de abrir a bolsa. — Eu pago. — Determinado, sacou a carteira.
— Talvez eu deva voltar para casa... — considerou Dulce, já no carro.
Mayte imaginara que ela passaria o fim de semana com os Uckermann. Considerara um golpe de sorte a chegada do irmão no sábado logo cedo, de modo a ninguém ter de pedir dispensa no trabalho.
Mayte também nutrira a expectativa, mas agora desejava poder usar a desculpa do trabalho para não comparecer à festa de recepção.
— Não veio para passar o fim de semana? — questionou Christopher.
— Tudo mudou. Noivado é só para a família. E eu não sou família.
Christopher deu de ombros.
— Quer que nos sintamos culpados?
— Não! Nós... vocês todos estavam ansiosos pela volta de Alfonso. Quero que fiquem felizes por ele e... e Giovanna.
— Muito nobre — desdenhou Christopher. — Como se não tivesse quase morrido junto àquele portão de desembarque e vindo embora sem se despedir de ninguém.
Dulce suspirou.
— Não devem ter sentido a minha falta.
— Em algum momento, vão se indagar onde estará você — replicou Christopher, duro. — Se é o que quer, posso levar você para a sua casa e dizer à família que não estava se sentindo bem...
Todos saberiam que seu único grande mal era coração despedaçado, não? Mas havia a possibilidade de Mayte acreditar que ela estivesse mesmo doente, o que a impediria de comemorar a volta e o noivado do irmão despreocupadamente.
Dulce mordiscou o lábio, indecisa.
— Sua família inteira deve estar com pena de mim.
— Mayte, talvez. Se contou a ela o que sente.
Dulce meneou a cabeça.
— Na verdade, não. Quero dizer... não com tantas palavras. — Imaginava que a amiga soubesse... assim como Alfonso. Mas enganara-se redondamente. — Pensei que todos soubessem. — Voltou o rosto para Chirtopher. — Você sabia.
Ele sorriu.
— Acho que meus pais ainda não perceberam que os gémeos e você já cresceram. Nunca levaram a sério seu fascínio por Alfonso. E Anahi andou ocupada com a própria família nesses últimos anos. Imagino que não tenha trocado cartas de amor com meu irmãozinho...
Ela sempre concluía as missivas do mesmo jeito: "Com amor, Dul ". Alfonso retribuía o carinho quando escrevia, em cartas sempre endereçadas a ela e à irmã em conjunto. Quando ele telefonava, a conversa também era a três, de modo que nunca houvera chance de confidências.
Dulce nunca se importara em partilhar, grata por Mayte também não se importar. Os gémeos, mesmo não sendo idênticos, tinham uma ligação especial. Ela entendia. Giovanna entenderia também?
— Não eram cartas de amor, propriamente.
Após tanto tempo de convívio, era como se ela e Alfonso não precisassem expressar os sentimentos com palavras extravagantes. Teria sido até embaraçoso.
— Alfonso não costuma ser cruel — observou Christopher. — Mas não é nada sensível no que se refere a sentimentos. Provavelmente, você nunca reparou... pelo fato de terem crescido juntos. Mas ele não é capaz de enxergar o que está um palmo adiante do nariz.