Fanfic: Amante temporaria (Adaptada) Anahí & Alfonso | Tema: AyA romance

Ficou se perguntando como se esquecera de seus ombros largos. Ele havia tirado o casaco e o segurava sobre o ombro com um dedo. A outra mão estava no bolso da calça. Mesmo no ambiente de um hospital, onde as pessoas estavam escondidas em seus próprios mundos particulares de ansiedade e preocupação para perceber algo ou alguém ao seu redor, ele ainda recebia olhares interessados.

Ele se virou e Anahí não se mexeu enquanto ele estreitava o olhar sobre sua figura vacilante. Ela ainda estava com o casaco sem forma e volumosos com que fora no escritório falar com ele, mas agora o cabelo claro estava solto e descia sobre os ombros em ondas douradas. Contrastava com o casaco preto. Ele duvidava de que ela já tinha ido ao cabelereiro para algo mais do que um corte básico e, mesmo assim, ele sabia que havia mulheres que dariam um braço ou uma perna para conseguir aquele efeito vibrante natural dela.

– Você chegou na hora – disse indo até ela, que instintivamente recuou. – Minha mãe está ansiosa por conhecer você. Vi que não aproveitou a oferta de um banho de loja.

– Acho que ou as pessoas gostam ou não gostam de mim, mas felizmente não será devido ao que eu visto.

Começou a caminhar ao lado dele.

Embora ela tenha tentado manter uma distância saudável, havia um magnetismo nele que parecia querer aproximá-la, uma atração poderosa que desafiava a razão. Precisou resistir ao desejo de ficar olhando para ele.

Ele estava explicando que a mãe queria saber tudo a respeito dela, que ele não tinha entrado em detalhes, mas não tinha inventado nada. Falou que ela ficou intrigada por saber que estava namorando uma professora.

– E nos conhecemos no refeitório da escola? – perguntou Anahí enquanto caminhava rápido para acompanhá-lo.

– Pensei em deixar isso com você, para dar o toque romântico – disse Alfonso ironicamente.

– Você não fica incomodado por mentir para sua mãe?

– Ficaria mais incomodado por pensar que a saúde dela poderia estar comprometida porque está preocupada com minha estabilidade.

Ele baixou o olhar. Ela mal chegava ao seu ombro. Sentia a relutância dela e se maravilhava por ela ficar tão moralmente indignada com uma simples farsa que estava sendo feita com a melhor das intenções e, mesmo assim, perdoava a irmã que tinha cometido uma fraude muito maior. Ele se perguntava se isso era o resultado da dinâmica familiar. Da mesma forma que a curiosidade surgiu em sua mente, ele a apagou. Não estava acostumado a aprofundar-se nas motivações femininas.

Gostava de mulheres e ficava feliz em seguir adiante antes que uma simples diversão virasse uma complicação. E essa não era para ser apreciada, era? Na verdade, diversão não estava na sua lista com Anahí Portilla.

Pegaram o elevador até o andar onde Eleanor Herrera tinha um quarto privativo. Era um hospital escola imenso com um número confuso de elevadores, parecia que cada um tinha um destino diferente e exclusivo para cada especialidade.

– Não sei nada sobre você – disse Anahí com um pânico repentino. Fez com que parasse antes de entrarem no quarto, onde a mãe dele estava esperando. – Quer dizer, sei de seu irmão, mas onde você cresceu? Onde estudou? Como são seus amigos? Você tem amigos?

Ela o puxou para o lado, onde eram empurrados contra a parede enquanto o hospital fervilhava ao redor deles.

– É o tipo de coisa que vai deixar minha mãe desconfiada – murmurou Alfonso, olhando nos olhos violeta dela.

– Uma namorada que acha que o cara é um perdedor que não consegue nem ter amigos. Você deveria estar louca por mim.

Ele passou o dedo pelo rosto dela e, por alguns segundos, Anahí congelou.