Fanfic: Amante temporaria (Adaptada) Anahí & Alfonso | Tema: AyA romance

Certa vez, Anahí chegou mais cedo ao hospital e ficou olhando as revistas quando o ouviu dizer por sobre o ombro dela:

– Não achei que você se interessasse pelo estilo de vida dos ricos e famosos.

Ela se virou, o coração batendo rápido, e, naquele segundo, se deu conta de que a hostilidade e o ressentimento se transformaram em algo mais durante o percurso. Não tinha certeza, mas o repentino lampejo de excitação a deixou corada. Quando começou a ansiar pelas visitas? Qual tinha sido a linha divisória entre não se importar com o que vestia porque não faria diferença e escolher com calma algo pensando nele?

Sempre se sentia o pardal ao lado da plumagem da irmã. Não podia competir e nunca tentou. Escolhia largo em vez de justo, e abotoado até em cima em vez de revelador, porque ser pega tentando vestir para impressionar era superficial e contraproducente. Quando isso mudou?

Tudo o que diziam naquele quarto e toda demonstração de afeição eram puramente inventados pelo bem da mãe de Alfonso e, mesmo assim, ela se lembrava de cada toque. Não se assustava mais quando a mão dele deslizava por sua nuca. Alguns dias atrás, ele colocou casualmente uma mecha de cabelo dela atrás da orelha e ela se pegou olhando para ele, com a boca meio aberta, paralisada por uma consciência confusa, como se tivessem sido trancados em uma bolha enquanto o resto do mundo desaparecia. A mãe dele quebrou aquele encanto momentâneo, mas estava ficando evidente que os limites estavam sendo transpassados.

Não sabia o que fazer. Teria que descobrir por quanto tempo a farsa continuaria. Sim, tinha feito um acordo, mas não significava que ela não poderia saber quando terminaria. Sua vida estava em espera enquanto fingia ser a namorada dele. Precisava descobrir quando voltaria para a realidade.

– Não nos interessamos todos? – disse ela dando um passo para trás e batendo em alguém.

Atrapalhada, murmurou desculpas e olhou direto nos olhos divertidos de Alfonso. Normalmente ele vinha direto do trabalho. Hoje era uma exceção. Não estava de terno, vestia jeans pretos e um suéter creme. Ela não conseguia tirar os olhos dele.

– Desculpe. Devo comprar a revista para você?

Anahí se deu conta de que ainda segurava a revista, mas não queria comprá-la.

– Obrigada, mas não precisa. Eu ia comprar.

– Por favor. Permita-me.

Ele fez todo um show olhando a capa da revista.

– Saí com ela – ponderou ele, mas seu interesse parou logo após folhear a revista.

Se isso era para trazê-la de volta à terra, foi bem-sucedido, e Anahí ficou furiosa consigo pelo tempo que levou para escolher o jeans e o suéter. Desde que ele comentara sobre seu corpo e, mesmo que significasse ser em prol de sua mãe, ela escolhia os suéteres mais justos para vestir, aqueles que beneficiavam seu tipo físico. Agora foi lembrada do tipo de corpo que ele olhava e que não era o dela.

– Qual o nome dela?

Anahí ficou pensando se era a tal Annalise que a mãe dele lançara na conversa na primeira noite.

– Jessica. Na época, ela queria desfilar. Parece que conseguiu.

Pagou pela revista e entregou a ela.