Fanfic: Amante temporaria (Adaptada) Anahí & Alfonso | Tema: AyA romance

Não se deu conta do quarto até a porta estar aberta e a primeira coisa que viu foi uma cama imensa com dossel onde suas malas foram colocadas. Enquanto ele entrava, seguro de si, indo até as janelas, ela parou indecisa.

– Então? – Alfonso canalizou sua mente para se concentrar nela.

– Por que nossas malas estão nesse quarto? – perguntou Anahí, áspera.

Já sabia da resposta, embora não quisesse encará-la. Ela não pensou nos detalhes da sua estada. De modo geral, tinha imaginado conversas a sós com Alfonso, esconder a verdade da mãe dele, refeições pomposas, onde seria questionada e forçada a sorrir. Não tinha pensado na possibilidade de ficarem no mesmo quarto.

Achava que Eleanor pertencia à geração que abominava a coabitação sob seu teto. Eleanor era conservadora, uma viúva que ainda usava a aliança de casamento e desaprovava os jovens de hoje.

– Porque é onde dormiremos – respondeu Alfonso também com aspereza.

Seu modo de pensar introspectivo e sombrio o deixou de mau humor. Tendo questionado sua devoção como filho e apoio presencial como irmão, a última coisa que ele precisava era testemunhar o horror evidente de sua suposta namorada encarcerada no mesmo quarto que ele.

– Não posso dormir no mesmo quarto que você. Não achei que seria assim.

– Você não tem escolha.

Ele começou a desabotoar a camisa, um prelúdio de que ia para o banho e os olhos de Anahí foram guiados ao peito sendo exposto. Ela se apressou em desviar o olhar, mas, embora estivesse olhando fixo para o rosto dele, ainda podia ver o desabotoar gradual da camisa até estar totalmente aberta, quando ela limpou a garganta e olhou para a porta atrás dele.

– Deve haver outro quarto onde eu possa ficar. Esse lugar é enorme.

– Ah, existem centenas – disse Alfonso com indiferença. – Mas você não vai ficar em nenhum deles. São alguns dias e minha mãe nos colocou juntos. Não acho que ela vá acreditar que estamos nos guardando para o grande dia.

Tirou a camisa e abriu a mala sobre a cama sem olhar para ela.

– Temos uma hora para descermos para o aperitivo. Minha mãe gosta de formalidades quando se trata de jantar.

É uma de suas idiossincrasias. Assim, quer usar o banheiro primeiro ou posso ir?

Anahí odiava seu tom de voz. Do tipo que se deduz que nem mesmo se importava em considerar as preocupações dela. Estava acostumado dividir camas com mulheres.

Provavelmente dormia com uma mulher ao lado com mais frequência do que dormia sozinho. Mas não ela. Ele achava que ela dormiria ao lado dele e fingiria que era sua? A cama era tamanho king, mas a ideia de se mexer e acidentalmente colidir com ele dormindo bastava para deixá-la tonta.

– Odeio isso – sussurrou, cheia de autopiedade de que o último vestígio de sua dignidade estava sendo arrancado dela. – Vai ter que dormir no sofá.

Alfonso olhou para a chaise encostada da janela e se perguntou se ela estava falando sério.

– Tenho 1,84m. O que sugere que eu faça com meus pés? – Ergueu as sobrancelhas e observou enquanto ela buscava uma resposta plausível. – Passei horas dirigindo. Vou para o chuveiro. Nem pense em procurar outro quarto.