Fanfic: Amante temporaria (Adaptada) Anahí & Alfonso | Tema: AyA romance

– Você precisa sair – disse Anahí tremendo. – Quero me vestir.

Ela não conseguia encará-lo. Seu corpo ardia sob os olhos dele. Mesmo com a toalha ao seu redor, ela se sentia como se estivesse nua em um desfile público.

– Quero falar com você.

– Podemos falar depois. Mais tarde… sua mãe e Dominic.

– Tudo bem se eles esperarem um minuto.

Ele parou na frente dela, implacável como uma parede sólida de granito. Ela estava consciente de seu pulso acelerado e do calor dentro de si. O silêncio se prolongava. Ela queria desesperadamente se vestir e esquivarse de sua nudez sob a toalha.

– Preciso me vestir – disse, finalmente conseguindo respirar e Alfonso foi para o lado.

Agora que tinha abandonado toda pretensão de manter a vida simples, sem ceder a uma atração que parecia ter vida própria, ele sentia a excitação percorrer seu corpo. A antecipação era um afrodisíaco poderoso.

– É claro – murmurou ele dando um passo para trás. – Podemos conversar depois.

E conversariam.

Anahí só percebeu que estivera prendendo a respiração quando se apoiou na porta fechada do banheiro.

Sua respiração estava pesada e irregular. Depois de dias de afastamento, sentia os olhos dele sobre seu corpo nu e quase surtou. Sobre o que queria falar? Ela ouviu a porta do quarto batendo, mas esperou um pouco mais antes de espiar e ter certeza de que o quarto estava vazio.

Queria colocar aquela lembrança de ele sentado olhando para ela, quando deixou cair a toalha, no fundo de sua memória. Na verdade, ela queria apagá-la por completo, mas era recorrente enquanto se vestia e ia ao encontro deles na Sala Grande.

O que achou dela? A realidade de um corpo que não era magro o repulsava?

Ela voltou às roupas largas, um vestido sem forma com um cardigã grosso jogado por cima. O pensamento de dirigir mais atenção a si a deixou enjoada. Ao menos teria outras pessoas além dos quatro. Eleanor convidara alguns amigos. A atenção de Alfonso estaria diluída. Mas, mesmo em meio à conversa alegre e a risada, ela ainda estava bem ciente dos olhos dele sobre ela. Passaram, então, a falar sobre o tratamento de Eleanor que começava no dia seguinte.

– Ninguém sabe dizer como me isso me afetará – confessou a uma de suas amigas que passara por situação parecida. – Aparentemente, todos reagem de maneira diferente, mas é muito bom saber que terei Dominic e Alfonso ao meu lado. – Ela olhou firme para Alfonso. – Você vai ficar por pouco tempo, não é, querido?

Alfonso sorriu e deu de ombros resignado.

– Meu escritório está positivo e operante. Vai ser bom olhar pela janela e não ter uma vista esplêndida de Londres cheia de prédios comerciais.

Ele se saiu muito bem, pensou Anahí, voltando para a comida. Era o charme em pessoa. Todos riam. Houve uma risada geral quando ele contou uma história sobre mitos urbanos que cercavam alguns prédios comerciais.

Quando a risada cessou, Eleanor virou-se para Anahí.

– Você deve me odiar por segurar Alfonso tão longe – murmurou ela.

Anahí corou. Odiava essas situações em que se sentia como se não estivesse atuando por uma boa razão, em que não tinha escolha a não ser mentir.