Fanfic: Segunda Chance (Adaptada/Finalizada) | Tema: Vondy

— O dr. Lambert falou que eu precisava ficar aqui uma semana, e a semana termina hoje. Estou pronta para ir para minha casa, mas ainda não posso dirigir. E meu carro está na cidade.

— Mas Christopher... Sabe disso?

— Evidente que sim.

Aquilo não era mentira. Christopher estava lá quando o médico dissera que ela teria de ficar por uma semana. E iria se sentir aliviado quando voltasse, aquela noite, e descobrisse que sua tortura chegara ao fim.

— Bem, claro, posso ajudá-la, mas você não acha que Christopher vai querer...

— Não! Ele trabalha muito, Maria. Estará cansado e agradecido quando souber que não terá de sair depois de ter passado o dia sobre uma sela.

Dulce sempre sabia quando Christopher estava em casa. Havia uma energia latente que preenchia a atmosfera, uma sensação de que o dia tinha terminado, quando ele chegava.

— O patrão tem trabalhado muito, mesmo — concordou Maria, ainda meio duvidosa.

— Tenho tudo preparado no apartamento, então não precisam se preocupar comigo. E imagino que seu marido deve estar com saudade de você. — Dulce notou que devia ter tocado em algum ponto fraco, quando notou a tristeza de Maria.

— Ele tem reclamado, mas sem dúvida gosta do dinheiro extra que estou ganhando.

Dulce engoliu em seco. Odiava pensar em quanto estava devendo a Christopher. Mas sentia-se mais firme. Poderia pôr um ponto final nos sacrifícios dele, voltando para seu lar. Até que estivesse bem o bastante para se mudar de Pranklin.

— Quando gostaria de ir, Dulce?

— Assim que eu acabar de amamentá-la. Enquanto isso, será que poderia ir guardando as coisas dela? Apenas os macacões que Christopher comprou e algumas fraldas descartáveis.

Dulce comprara fraldas de pano, mas estavam no apartamento. Esperava que pudesse comprar fraldas descartáveis, pelo menos por enquanto. Elas facilitavam tanto as coisas...

— Muito bem, vou arrumar as coisas de Andy. Mas você deve tomar seu café antes de ir, certo? — Dulce sorriu.

— Eu nunca rejeitaria uma refeição de Billy.

Maria apressou-se para o quarto de Andréa, depois que Dulce concordou. Porém, no caminho, decidiu perguntar ao idoso caubói o que ele achava dos planos de Dulce.

— Bom dia, Billy, Dulce precisa tomar café — disse Maria, entrando na cozinha.

— Ela acordou cedo hoje, não? — Billy virou-se da pia.

— É verdade. Dulce falou que vai embora para casa hoje.

Billy a encarou, assustado.

— Hoje?

— Afirmou que o médico permitiu que se fosse depois de uma semana. E que Christopher sabe. Billy ficou parado, de cenho franzido.

— Quando Dulce chegou, o patrão mencionou que ela não ficaria muito, mas não falou mais a respeito. Ou sobre o bebê. Ele vai ver Andy durante a noite, mas não acho que tenha visitado Dulce uma só vez. Tive esperança de que...

— Eu também. E aposto que é por isso que ela quer partir.

Billy exalou um suspiro.

— Bem, não podemos segurá-la aqui. Se é assim o que Dulce deseja...

— Não acha que Christopher despediria Tommy, acha? — Maria se preocupava com o emprego do marido.

— Porque você fez o que Dulce lhe pediu? Conhece o patrão muito bem, Maria. Aquele é um homem justo. Maria meneou a cabeça.

— Sendo assim, vou arrumar as coisas do bebê. Dulce quer ir logo depois da refeição.

— Muito bem, vou preparar uma cesta de coisas gostosas para que leve consigo. A nova mamãe não deve ficar muito tempo em pé, executando tarefas, pelo menos por enquanto.

Por volta das três da tarde, o celular de Christopher tocou. Ele o tirou do bolso da sela, puxando as rédeas, em cima do morro.

— Alô?

— Querido, podemos ir aí hoje à noite para ver a pequena Andréa?

— Mamãe... — começou, procurando uma razão para adiar a visita dos pais.

Leigh telefonara três noites atrás, quando chegou da Flórida, contando-lhe que Anahí a aconselhara a ligar porque Christopher tinha uma grande novidade. Ele prometeu-se que iria devolver aquela intromissão para sua irmã. Mas, na verdade, estava contente por confessar a novidade antes que seus pais soubessem por outras pessoas. De qualquer forma, tinha pedido para que eles não fossem visitar Andréa por alguns dias, alegando a saúde de Dulce.

— Nós não a convidaremos para participar de uma maratona, filho — protestou Leigh, antes que Christopher pudesse arrumar uma desculpa. — Mas quero que Dulce saiba que estamos felizes com a chegada do bebê. — Christopher respirou fundo.

— Certo, mamãe, mas terá de ser uma visita rápida.

— Claro. E depois, nós poderemos conversar. As palavras dela soaram como uma ameaça, mas aquilo não era nada pelo que ele já não estivesse esperando.

Depois de guardar o aparelho, Christopher cavalgou até o outro pasto, onde seus funcionários tangiam o rebanho, para falar com seu capataz.

— Baxter, voltarei para casa mais cedo. Está tudo bem por aqui?

— Sem problemas, chefe. Pode ir agora mesmo, se quiser.

Christopher não se incomodou em aceitar a oferta de Baxter. Não poderia contar ao homem que a mãe de sua filha não o queria por perto. Afinal, todos pensavam que a presença de Dulce na fazenda era uma coisa definitiva. Talvez ele pensasse, também. Não fizera nenhum plano e não tomara nenhuma decisão sobre o futuro. Ficara trabalhando todos os dias até tarde, certificando-se de estar fora do caminho de Dulce, perguntando todas as ocorrências para Billy, à noite. Mas fora escondido ao quarto de Andréa sempre, antes de ir deitar, incapaz de ficar longe de sua linda menininha. Esperava que Dulce, com boa alimentação e repouso, esquecesse o quanto o odiava. Até então, aquilo não funcionara. Quando Christopher chegou, Billy se surpreendeu ao vê-lo àquele horário. Mas aquilo daria ao caubói um tempo maior para preparar alguma coisa para receber seus pais, e Christopher queria preparar Dulce para a visita, com antecedência.

— Alguma coisa errada, chefe? — Billy indagou pela porta de tela, quando Christopher parou nos degraus da varanda.

— Não. — Christopher entrou na cozinha. — Mas não consegui conter meus pais. Eles virão conhecer o bebê esta noite. E Dulce.

Christopher não percebeu a expressão de Billy, até que pegou um copo e foi ao lado dele se servir de água.

— O que houve? — Seu coração se acelerou. — Andy está doente? Ou Dulce?

— Elas não estão aqui, patrão.

Todos os músculos de Christopher enrijeceram. Agarrou o braço de Billy.

— O que está dizendo? Dulce passou mal? Teve de ir para o hospital?

— Não. Ela pediu que Maria a levasse de volta para seu apartamento, pois já completara uma semana aqui.

— Droga! A que horas foi isso?

— Hoje cedo, depois do café.

Christopher não parou para conversar mais nada.

— Deixe o quarto dela arrumado, Billy. Ela vai voltar. — Então, entrou na picape e partiu.

Dulce sabia que voltar para seu apartamento seria exaustivo. Tanto emocional quanto fisicamente. Afinal, cortaria qualquer conexão com Christopher, sem mais fantasias. Ela e Andréa estavam no lugar a que pertenciam. Dormira o tempo todo, acordando apenas quando a criança chorava, pedindo para ser amamentada. E Dulce conseguira comer uma das coisas que Billy mandara na cesta. Acabara de se deitar de novo quando o som forte da campainha soou. Andréa, que dormia ao lado da cama mãe para economizar frequentes viagens de Dulce até o quarto dela, acordou, berrando.

— O que... um momento! — Dulce embalou Andy no moisés, confortando-a, enquanto se levantava com dificuldade.

Fazer as coisas depressa não era uma opção no momento, mas foi o mais ligeira que pôde. A campainha continuava soando, Andy não parava de chorar. Dulce girou a maçaneta com brusquidao, ansiosa para deter o barulho.

— Pare, por fav... Christopher?!

Ele passou por ela, entrando sem dizer nada, e cruzou o pequeno apartamento em direção ao quarto do bebê.

— Onde ela está? — demandou ele já de volta do pequeno quarto.

Antes que Dulce pudesse responder, entrou nos aposentos dela. Dulce tentou entrar na frente, mas, quando tentou se mover com rapidez, sentiu-se tonta.

— Christopher, o que está fazendo?

Ele a encontrou à soleira, com Andréa nos braços.

— Você é bem-vinda, se quiser, mas Andréa será bem cuidada.

Dulce experimentou um estremecimento de pavor. Ele não podia levar seu bebê!

— Eu estou cuidando dela! — exclamou Dulce, quando Christopher tomou a menina dela.

— Está muito debilitada para cuidar até de si mesma, que dirá de Andréa. Eu a manterei em segurança.

Ele tentou passar por ela, mas Dulce não deixaria ninguém levar seu bebê. Muito menos Christopher. Quando tentou liberar a menina, a tontura piorou e sentiu que iria cair. A última coisa que ouviu foi Christopher gritando seu nome.

------------------------------------------Fim do capítulo 4--------------------------------------------

Gente, não vai dar pra postar mais um porque meu pai vai usar o notebook hj, ok?! Amanhã eu volto com outro capítulo, bjs <3!!!!