Fanfic: Segunda Chance (Adaptada/Finalizada) | Tema: Vondy

Olá de novo! Resolvi voltar com mais um hoje=D! Aproveoitem, espero que gostem^-^!!!

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Um silêncio tenso seguiu o desabafo de Joe. Então, para surpresa de Dulce, Christopher se levantou do sofá, pegou-a nos braços e saiu com ela do escritório.

— Christopher, o que está fazendo? Temos de explicar a seus pais que não vamos nos casar — insistiu, tentando permanecer rígida nos robustos braços dele.

— Eles são meus pais Dulce. Você não tem de explicar nada. Eu cuidarei disso.

Dulce percebeu que ele estava com raiva. Ela também, ora! Christopher deixara claro que Dulce não era, nem nunca seria, parte da vida dele, que não era querida. De qualquer forma, o coração traidor de Dulce parecia nunca desistir. “Tem uma família, sim”, lembrou a si mesma. “Você e Andréa pertencem uma à outra. E isso é o bastante.” Pelo menos deveria ser.

— Desculpe-me por estar lhe causando tanto transtorno. Quando eu me mudar...

Christopher a colocou deitada.

— Não se preocupe com isso, Dulce. Apenas repouse. Você está se desgastando demais. — Ela comprimiu os lábios.

— Quero Andy. Na certa terei de amamentá-la em breve.

— Quando ela quiser, eu a trarei aqui. Acho que minha mãe gostaria de ficar mais um pouco com o bebê. Está bem assim?

Dulce apreciou o fato de Christopher ter perguntado, em vez de dar ordens. Então, assentindo com um movimento de cabeça, tentou sorrir. Estava exaurida. Christopher a surpreendeu ainda mais quando, inclinando-se, beijou-lhe o rosto. Ela o olhou fixo, vendo-o deixar o aposento. Um carinho casual era uma ocorrência rara para Dulce. Até mesmo quando eles tinham dormido juntos, Christopher nunca a tocara muito, a não ser quando faziam amor... Sexo, melhor dizendo. Não seria daquele modo com Andy, jurou mais uma vez. Já havia prometido que Andréa sentiria amor por meio de contato físico, mesmo que isso não viesse dos dois pais. Respirando fundo, cerrou as pálpebras e tocou a pele onde os lábios de Christopher tinham pousado.

Christopher voltou ao escritório, bravo com os pais. Não queria que eles tivessem aborrecido Dulce. Já sabia que teria de explicar o que estava acontecendo, mas Dulce não sabia como eram as dinâmicas familiares. Billy ainda se encontrava lá, conversando com Leigh e Joe, quando Christopher se aproximou. Mas a conversa parou e os três o fitaram.

— O que está acontecendo aqui, filho? — Joe parecia irritado. — Dulce é uma dama. Como pôde tratá-la daquele jeito?

Christopher não tinha dúvida de que o pai condenaria seu comportamento. Bem, ele mesmo condenava. Assim, sentou-se e preparou-se para falar.

— Sei que não deveria, pai. Dulce e eu tivemos... Eu não sabia que ela estava grávida.

— Não sabe dizer quando uma mulher está prestes a dar à luz? — inquiriu o pai, com cinismo.

— Não se eu não a vir por sete meses. — Houve um silêncio pesado.

Então Leigh entrou na conversa:

— Estávamos aqui em setembro passado, e Anahí me apresentou Dulce. Fiquei muito feliz por você, enfim, ter superado a morte de Merilee e Christopher Júnior. Quando rompeu com Dulce? E por quê?

Billy se levantou.

— Tenho de levar estas coisas para a cozinha. — Recolheu os pratos e saiu do recinto. Christopher encarou os pais. Então, cruzou as pernas e começou sua confissão:

— Não estou orgulhoso pelo que fiz. Mas não pretendi ferir Dulce. Nós... nos tornamos amigos. Estávamos ambos solitários. Saímos para jantar diversas vezes e conversamos muito. Uma noite, fui para o apartamento dela para conversar mais. E uma coisa levou a outra.

Fitou os pais de soslaio. A expressão deles era impenetrável.

— Fiquei atordoado com o que tinha acontecido. Não pretendia... Bem, Merilee ainda estava em meu coração. Mas o que tive com Dulce foi muito bom. Então eu não parei.

— Compreensível — Joe murmurou. — No começo de outubro, Dulce veio aqui, na fazenda, num sábado. Jantamos juntos e assistimos a um filme. Ela parecia um pouco irascível, o que não é comum. Quando a questionei, sugeriu que vivêssemos juntos e construíssemos uma família.

Não conseguiu continuar sentado explicando seu comportamento desprezível. Por isso, levantou-se e começou a andar de lá para cá.

— Soube, então, que tinha cometido um grande erro. Terminei com Dulce, dizendo-lhe que nunca teria outra família. Fui cruel, mas não tive a intenção. Apenas perdi o controle. E ela se foi.

— Você se desculpou? — Christopher fez que não e olhou pela janela.

— Sei que deveria, mãe, mas fiquei com medo de que Dulce achasse que eu tinha mudado de ideia. Cheguei à conclusão de que seria melhor para ela encontrar outra pessoa, porque é uma garota especial.

— Mas deve tê-la visto pela cidade, notado que tinha engordado...

— Era inverno, mamãe... Todos permaneciam dentro de casa a maior parte do tempo. Nunca mais voltei à livraria e também evitei ir ao centro. Perguntei a Anahí sobre Dulce, porque elas eram amigas, mas minha irmã a vira apenas uma vez, logo depois da nosso rompimento. E contou que Dulce se recusara a continuar com a amizade delas.

— Não houve falatório na cidade?

— Não, papai. Dulce saiu de circulação. Nem à igreja foi mais. E vestia um casaco enorme quando ia ao supermercado ou à padaria. Fez o exame pré-natal em Buffalo.

— Então como você soube?

— Descobri quando fui ao hospital visitar Anahí e meu sobrinho. — Fechou os olhos, relembrando o momento em que tudo mudara.

— Dulce o chamou? Do hospital? — A testa de Leigh estava franzida, e Christopher soube que começava a ficar brava com Dulce.

— Não. Vi meu nome no cartão de identificação do bebê quando a enfermeira entrou com Andy no berçário.

— Dulce deveria ter lhe contado, Christopher. Foi errado da parte dela agir como agiu.

Christopher sorriu para a mãe, gostando que ela estivesse de seu lado. Mas não podia permitir que visse a coisa daquele prisma.

— Dulce ia me contar, mas teve uma gravidez complicadíssima e um parto ainda pior. Vem melhorando desde então, mas ia encarar em breve um retorno ao trabalho porque precisa de dinheiro. Estava apavorada. E eu havia sido péssimo da última vez em que conversamos.

— Então por que não contar a ninguém? Essa moça pretende arruinar sua reputação?

Christopher encarou-os.

— Papai, Dulce contou que nasceu e foi abandonada e que nunca soube quem foram seus pais. Nunca faria isso à própria filha. Não acho que tenha se dado conta de que no hospital eles colocariam a informação na etiqueta. Apenas quis que a menina tivesse o que ela não teve.

— Oh, pobre criança! — A compreensão de Leigh pendeu, de repente, para o lado de Dulce.

— Bem, o que ela está fazendo aqui se vocês não vão se casar?

— Papai, Dulce não tem recursos, nem ninguém para ajudá-la. Mal pode ficar de pé porque, de um minuto para outro, cai desmaiada. Eu tinha de cuidar dela e de Andy. Insisti para que viesse para cá se recuperar. Dulce lutou contra isso de todas as maneiras, mas não teve muita escolha. Pensei que a traria para cá e que nós procuraríamos uma forma de fazer tudo dar certo, mas ela estava com muita raiva. Deduzi que me queria longe e foi assim que agi. Então, ontem, pediu a Maria que a levasse de volta para seu apartamento.

— Mas é muito cedo para isso!

— Sim, mãe. Por isso fui buscá-la. E tive de ligar para Steve, porque Dulce desmaiou. Afirmou que não queria estar onde ela e Andy não eram desejadas.

— Deus do céu!

— Em consequência, prometi que seria mais amigável e assegurei que as queria aqui.

— Você vai convencê-la a ficar — exigiu Joe, encarando o filho.

— Estou tentando. Dulce está falando em se mudar, mas espero poder fazê-la mudar de ideia.

Leigh se inclinou para a frente, ansiosa.

— Mas se você a ama...

Christopher franziu o cenho e quase gritou:

— Eu não disse isso!

O bebê, que tinha adormecido nos braços de Leigh, choramingou. Christopher foi em direçào à filha, mas sua mãe a segurou mais perto de si.

— Você a está assustando, Christopher.

— Não tive intenção. Dê-me. — Pegou Andy e a aninhou no peito, sussurrando palavras incompreensíveis em voz bem baixa. Andy parou de chorar, de olhinhos abertos, fitando-o.

— Christopher, você não deve deixar Dulce e o bebê partirem — opinou a mãe. — Andréa é sua filha. E se Dulce precisar de algo? E se o bebê ficar doente? Ela telefonará para você?

Christopher não precisava perguntar aquilo a Dulce para saber a resposta. Não, ela não ligaria. Não pediria nada. Se as deixasse ir embora, ela nunca mais voltaria. Contemplou o lindo rostinho da pequena e a apertou forte contra si. Evitara pensar sobre o futuro desde que resgatara Dulce e Andy, aquela manhã. Disse a si mesmo que lidaria com uma coisa de cada vez. Mas Leigh o forçava a encarar o porvir. E Christopher não gostava daquilo.

— Dulce não entende a importância de uma família, Christopher. Portanto, terá de insistir para que permaneça aqui.

Ele pensou que a mãe estava enganada. Pelas coisas que Dulce contara sobre seu passado, acreditava que ela entendia a importância de familiares melhor do que ninguém, exatamente por sempre ter sido só.

— Vamos confirmar com Alfonso, filho, mas acho que, se você não for casado, não terá nenhum direito sobre a criança. Precisará se casar.