Fanfic: Segunda Chance (Adaptada/Finalizada) | Tema: Vondy

Christopher se sentou no pequeno restaurante e pegou o cardápio. Não que precisasse. Já comera naquele lugar uma centena de vezes, embora não tivesse voltado lá depois que rompera com Dulce, em outubro. Lembranças demais... Passou os olhos pelo menu certificando-se de que não havia nenhuma alteração. Em seguida, fechou-o e olhou para a porta de entrada, esperando por Steve. Leigh teria lhe contado o que ele queria saber, mas não iria perguntar à mãe. Não queria que Dulce soubesse que estava preocupado com sua saúde. Não lhe daria aquela satisfação. Visualizou a imagem de Dulce, as delicadas feições, os cabelos escuros, o belo sorriso. Na primeira vez em que a vira, achara-a uma mulher comum. Até que ela sorrira. Então eles tinham ido jantar e ele a achara bonita. Agora ela se tornara a dona de seus pensamentos. Porque Dulce era sua responsabilidade, assegurou a si mesmo. Antes que pudesse admitir a própria mentira, viu Steve entrando.

— Desculpe-me pelo atraso, amigo. — O médico se acomodou diante Christopher.

— Tudo bem. Sabe o que quer comer? Vou pedir filé à moda.

— Isso mesmo, a não ser que tenham mudado o cardápio. — Steve deu risada. Depois que fizeram o pedido, Steve encarou Christopher.

— Está tudo bem com você?

— Não comece, Steve. Billy está em meu encalço a semana toda.

— Mais dois dias e estará só pele e osso. Tem sentido alguma dor? Precisa ir ao consultório.

— Mas que droga, Steve! Não! Apenas tenho comido um pouco menos e não tenho dormido bem. Só isso. Vai passar.

A garçonete apareceu com a salada, e Christopher teve esperanças de que a comida distraísse Steve.

— Dia cheio, hoje? — perguntou, tentando parecer casual.

— Não mais que o normal. Como vão os negócios com as vacas? Tendo muitos bebê? — Christopher estreitou os olhos. — Quero dizer, bezerros. Ouvi dizer que o veterinário anda bem ocupado por lá.

— Dentro das expectativas. — Os dois puseram-se a comer. Christopher tentou encontrar um tópico seguro para discutir.

— Soube que Baily levou um coice feio do touro dele.

— Sim. Baily insiste em tratar o animal como um bichinho de estimação, mas o touro é violento demais.

— Fiquei sabendo que recebeu uma oferta por ele no mês passado, uma quantia ultrajante.

— E deveria ter aceitado. Aquele touro viraria carne de hambúrguer antes que pudesse atacá-lo de novo. — Steve deu risada, mas Christopher pôde sentir que os olhos do amigo vagavam por ele, como se analisando sua saúde.

— Como está Anahí? — Christopher tentava entrar no assunto. — Billy me contou que minha irmã foi a seu consultório hoje.

— Ela está bem.

— E Dulce?

Steve o encarou por segundos, antes de responder:

— Bem.

— Isso não me diz o bastante. — Baixando o garfo, Steve falou:

— Christopher, sabe muito bem que não é ético que eu discuta o estado de meus pacientes com outras pessoas.

— Só quero saber se ela está bem. Não estou pedindo um relatório detalhado.

— Já lhe falei que está bem.

A garçonete trouxe os filés e saiu em seguida, retirando os pratos de salada.

— Dulce está se alimentando direito, Steve?

— Deve estar comendo melhor do que você. Ao menos não mostra esse aspecto fantasmagórico.

— E Andy? Também a examinou?

— Sim. Você tem uma linda garotinha. Ela nem mesmo chora, o que é bem diferente de seu sobrinho. Aquele garoto tem pulmões saudáveis.

— Ela engordou um pouco?

— Sim, trezentos gramas.

— Então Dulce não está tendo nenhum problema em amamentá-la?

— Não, não está. Quer que eu lhe envie o relatório completo pelo correio? — Christopher o fitou e assentiu com um movimento de cabeça, antes de perceber que Steve zombava dele.

— Isso não tem graça!

— Coma seu filé.

Christopher pegou o garfo e a faca, mas não tinha apetite algum. Só conseguia pensar em sua família. Steve observou o amigo mexendo com os talheres, porém sem comer nada. Ele estava mesmo muito magro e abatido. Como médico e como amigo, Steve teria de fazer alguma coisa.

Poncho e Joe estavam sentados no escritório aquela noite, assistindo a um jogo de beisebol. As mulheres, Leigh, Anahí e Dulce, encontravam-se na cozinha, lavando a louça. Joe imaginou que elas deveriam estar comparando os bebês e trocando informações sobre cuidados, uma vez que não escutava barulho de pratos por um grande espaço de tempo. A campainha fez Poncho se levantar.

— Acha que é Christopher, Joe?

— Duvido. Leigh telefonou hoje para convidá-lo, mas Billy disse que Christopher já tinha compromisso.

— Uma nova garota? — Poncho franziu o cenho.

— Não! — Joe fez uma careta. Poncho abriu a porta.

— Steve! Entre!

O marido de Anahí se afastou para o médico passar e então se lembrou de que sua esposa estivera no consultório naquela manhã.

— Encontrou alguma coisa errada nos exames?

— Não, Poncho. Está tudo bem com Anahí, e seu filho é um tourinho de tão forte.

Poncho riu, felicíssimo com o comentário.

— Mas há um problema. — Steve apressou-se em adicionar: — Não com os bebês, nem com Dulce ou Anahí.

Joe se levantou.

— Vou deixar vocês a sós para que possam conversar melhor.

— Não, você é a razão de eu estar aqui.

— Algo errado com Leigh, Steve? O que aconteceu? — Joe agarrou o braço do doutor com muita força.

— Calma, Joe! Uso esse braço para trabalhar. — Joe o soltou, sem deixar de encará-lo.

— Perdão...

— Tudo bem. Não é com Leigh. É com seu filho.

— Christopher? Ele está doente? — Steve respirou fundo.

— Quando foi a última vez que o viu?

— Acabamos de jantar juntos, Joe. Christopher perdeu pelo menos cinco quilos, na semana que se passou. Está abatido e pálido.

— Talvez tenha pegado uma gripe. Você o examinou?

— No restaurante? Não. Sugeri que fosse ao consultório, mas ele não se interessou. É por isso que vim. Acredito que você seja o único que pode conseguir levá-lo a meu consultório.

Joe coçou o queixo.

— Não sei... Christopher tem trabalhado demais, segundo Billy. Mas tentarei. Amanhã vou até lá, conversar com ele.

— Não espere tanto, Joe.

— Meu filho está tão mal assim?

— Tenho medo de que qualquer coisa possa derrubá-lo. A resistência de Christopher está péssima. — Satisfeito por Joe ter entendido a gravidade da situação, Steve despediu-se e foi embora. Leigh colocou a cabeça para fora da porta da cozinha.

— Tem alguém aí com vocês?

— Venha cá, Leigh — chamou-a o marido. Quando Leigh entrou no escritório, bastou olhar para Joe para que se alarmasse.

— O que houve?

— Era Steve. Ele veio aqui para conversar comigo.

— Sobre Dulce? Não há nada errado, há? Ela me disse que Steve garantiu que tudo estava em ordem.

— E está, mesmo. Com Dulce. Mas não com Christopher.

— Nosso filho está doente? Não seja tolo! Ele nunca ficou doente. É robusto como um tigre.

— Ao que tudo indica, Christopher não está dormindo nem se alimentando. — Leigh ficou alarmada.

— Oh, não! A mesma coisa que aconteceu quando Merilee e o bebê morreram. Steve, na época, deu alguns comprimidos para que ele dormisse. Por que agora não faz...

— Christopher parece não querer ajuda.

— O que vamos fazer? — perguntou Leigh, os lábios trémulos, procurando se apoiar no marido.

— Amanhã irei falar com ele. Tudo ficará bem, querida, prometo.

Dulce e Anahí vieram ter com eles.

— O que aconteceu?

— Nada, filha. — Joe ainda confortava Leigh. A óbvia mentira fez com que Dulce se afastasse.

— Se vocês precisam de privacidade, eu posso... — Leigh virou-se, secando os olhos.

— Não seja bobinha, Dulce querida. Eu estava apenas... É que... Conte a elas, Joe.

— Christopher está um pouco fora de seu equilíbrio.

O coração de Dulce começou a bater descompassado, enquanto o pavor se espalhava por todas as veias.

----------------------------------------Fim do capítulo 10--------------------------------------------

Por hj é isso, bj proceis e até segunda^o^!!!

Gartic está fora do ar, achei ofensivo...