Fanfic: De Repente é Amor >>♥<< Adaptada / Portirroni | Tema: RBD, Maite Perroni, Anahí

Depois que a festa acabou, o pai de Christian veio nos buscar. Ontem mesmo combinei com ele que dormiria na sua casa hoje. Fazíamos isso com mais frequência antes de Maite surgir na minha vida, hoje, porém, não estava me sentindo bem para ficar sozinha na escuridão do meu quarto. É estranho, por mais cansada que eu estivesse, deitava na cama, mas não conseguia pregar os olhos. Pensei que dormir fora ao menos naquela noite me faria bem. Porque pessoas deprimidas ficam tão dramáticas?

Chegamos no apartamento de Christian depois de uma da manhã. Eu e Dulce ficamos conversando no quarto de Chris enquanto ele fora tomar banho. Na verdade, ficamos quase dez minutos uma olhando para cara da outra sem dizermos uma só palavra. Dulce andava pelo quarto, mexia nos porta-retratos que ficavam na mesa do computador de Christian até que...

— Posso te fazer uma pergunta? – virou-se na minha direção, pois quando mexia nos porta-retratos, estava de costas para mim.

— Pode sim.

— Não acha que a diferença de idade entre vocês é muito grande? – tenho que admitir, ela era uma pessoa bem direta. Fitei-a intrigada.

— O que o Chris te disse?

— Nada. – sorriu com aquele ar de superioridade que as garotas mais velhas gostam de exibir – Quando você olhou pra sua professora, percebi na hora. – completou.

— Muito esperta. – ri irônica e desconfortável com o rumo que aquela conversa estava tomando – Descobriu o meu segredo. E, respondendo a sua pergunta, ela não é tão mais velha do que eu.

— Quer saber meu segredo?

 “Não!” – pensei. Tive até medo de olhar para ela.

— O Chris gosta muito de você, sabia? Estava ansioso com a sua chegada. Falou em você a semana inteira. – falei. Embora estivesse mentindo, não me lembro de tê-lo ouvido falar dela tanto assim.

Dulce sorriu. Ficou me olhando por quase um minuto.

— Meu primo é muito novo pra mim. – ela falou ainda sorrindo. Sabe quando alguém sorri com aquela carinha de quem quer perguntar: Você não entendeu ou está me enrolando?

— Ele tem dezessete anos, você vinte e um. A diferença não é tão grande, e mesmo que fosse, qual seria o problema?

— Não teria problema algum se... Se fosse você ao invés dele. – respondeu e logo se sentou ao meu lado na cama – Os garotos nessa idade são muito bobos, acho que as meninas amadurecem mais rápido, e também, para ser mais clara, não me interesso muito pelos garotos.

Eu não acreditava que estava ouvindo tudo aquilo.

“Cadê o Christian? Parece uma mulherzinha! Demora horas tomando banho!” – pensei.

Me levantei, ela estava muito perto e vocês podem me chamar de idiota, mas não costumo ser desleal com meus amigos. Sim, porque mesmo estando apaixonada por Maite, Dulce era bem bonita e atraente. Não me venham também com essa história de que quem ama não consegue sentir atração por outras pessoas, isso é mentira! No entanto, para ser sincera, o que eu senti por ela naquele momento foi aflição. Isso! Ela me deixava aflita! Afastei as cortinas e pude ver através da janela. Estávamos no sexto andar. Olhando da janela do quarto de Christian, podia ver os carros pequenos lá embaixo. Como a rua estava movimentada àquela hora da manhã.

— Essa cidade nunca dorme. – falei. Na verdade, eu nem acreditava que tinha dito aquilo até ouvir o som da minha voz.

— Boa noite, Annie! – Dulce falou antes de se levantar, ajeitar os cabelos que caíam pelo seu rosto e sair.

Não respondi nada, apenas um gesto com a cabeça indicando que eu lhe desejava o mesmo. Quando ela encostou a porta, desabei aliviada na cama de Christian. Não demorou para ele voltar do banho.

— O que foi? – perguntou enquanto arremessava um travesseiro em cima de mim.

— Nada, cara! – joguei o travesseiro de volta.

— Bom, agora que estamos sozinhos, me diz! O que rolou?

— Rolou? – fitei-o intrigada, estava falando de Dulce? – Não rolou nada.

— Não aconteceu mais nada entre você e a professora Maite? – sentou-se ao meu lado na cama – Ficou só naquele beijinho mesmo? E que olhares eram aqueles de vocês duas hoje?

— Ah, sim! – respirei aliviada. Quando gostamos de alguém de verdade, não queremos magoar por nada deste mundo – Poxa! Estou cada dia mais apaixonada por ela... Viu como Maite estava linda hoje?

— Você não respondeu a minha pergunta... Ficou só naquele beijo mesmo?

— Não. – me sentei na cama – N-nós... Nós fizemos amor, Chris! – respondi com o sorriso mais feliz que meu amigo já vira na vida.

— Sério mesmo? – me olhou surpreso – E como foi?

— Caramba! Não sei nem como explicar. – respondi encantada. Dava até para sentir o cheiro do corpo de Maite naquele instante – Para você ter noção, o quarto dela é amarelo e Maite conseguiu fazer com que eu visse tudo azul... Da cor do céu... Eu acho que era mesmo o céu. – sorri, um sorriso bobo, desses bem apaixonados – Não me olha com essa cara, Chris! Estou falando a verdade.

— Você é daltônica, Annie? – perguntou caindo na gargalhada.

— Deixa de ser palhaço! Daltonismo é uma doença restrita dos homens. – respondi convicta.

— Nada disso! Você é boa de Matemática e isso é genética...Biologia, amor! Daltonismo dá em mulher também, só que é mais raro. Estima-se que 8% da população seja portadora do distúrbio, embora apenas 1% das mulheres sejam atingidas.

— Estudioso, hein, cara? – olhei para ele friamente – Eu não sou daltônica! – exclamei receosa – Me diz uma coisa, Chris... Os olhos da sua prima são castanhos?

— São sim, por quê?

“Que susto!” – pensei.

— Nada não. – respondi.

— Minha prima não quer nada comigo, sabia? – perguntou quase frustrado.

— Não mesmo? – perguntei completamente sem graça – Já falou com ela?

— Ela disse que está mais interessada em você. – respondeu sem rodeios.

— O que? – fiquei deveras surpresa, não só com o que ele acabara de me dizer, mas também pela frieza que disse.

— Relaxa, Annie! – sorriu animado – Acha que eu demorei tanto no banheiro por quê? Já somos amigos, irmãos... Porque não podemos ser primos também?

— Pensei que você estava apaixonado por ela.

— Apaixonado? Não! Era comodismo mesmo, pensa bem: uma gata dessas dormindo no quarto ao lado... – sorriu com aquela cara de safado que ele tinha – Não foi você mesma quem disse que Deus fez as primas porque não podemos comer as irmãs?

Caímos na gargalhada.

— Seu ridículo! – exclamei sem conseguir parar de rir – Ainda lembra disso? Eu li essa frase uma vez num para-choque de caminhão. 

— E então? Quer dormir mesmo no meu quarto? Não acha melhor fazer uma visitinha no quarto ao lado? – perguntou debochado.

— Não, obrigada. Prefiro sonhar com a minha professorinha.

— Se fosse eu, hum... Já estava na cama da Dulce. Todas as... 

— Já sei, já sei... Todas as pessoas apaixonadas são idiotas. – falei o interrompendo.

— Eu iria dizer burras. – falou ainda animado – Vem cá amor, deixa eu te abraçar, então... – brincou.

— Nem pensar! Desencosta seu tarado virgem.