Fanfics Brasil - Somos mesmos idiotas? De Repente é Amor >>♥<< Adaptada / Portirroni

Fanfic: De Repente é Amor >>♥<< Adaptada / Portirroni | Tema: RBD, Maite Perroni, Anahí


Capítulo: Somos mesmos idiotas?

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Entrei na sala de Filosofia desnorteada. Embora estivesse esperançosa com as aulas extras que teria com Maite, sabia que tinha perdido uma grande oportunidade para me abrir com ela e dizer tudo o que estava me corroendo. De uma certa forma, talvez fora melhor desta maneira. Eu não tinha argumentos suficientes para fazê-la acreditar nos meus sentimentos e esses estavam tão confusos dentro de mim. Também, não era tão simples como das outras vezes que me declarei para alguém. Com ela, eu não podia simplesmente chegar e dizer: “Hey Maite, eu estou louca por você, quer namorar comigo? – Sorri do meu pensamento infantil. Maite riria de mim ou nunca mais me olharia nos olhos... A menos que ela estivesse apaixonada também e essa hipótese fora descartada imediatamente.


Ela me tratava como uma criança ou com a mesma simplicidade dos demais alunos, isso me irritava. Eu queria ser diferente para ela, especial, sabe?


Christian havia guardado o meu lugar ao seu lado desta vez. Sentei-me depressa, aproveitando a ausência do professor na sala.


— Até que enfim! – exclamou simulando um falso aborrecimento – Pensei que iria matar aula.


— Estou mal, Chris! – falei desanimada.


— Estou te sentindo meio esquisita mesmo nesses últimos dias... Isso tem a ver com a nova professora de Matemática?


— Como sabe? Estou dando tanta bandeira assim?


— Poxa, Annie! Só não vê quem é cego. – sorriu debochado – Você tá arrastando o maior bonde pela professorinha! Aquelas bolinhas de papel que você jogou no quadro hoje foi a gota d’água... Sem contar que toda hora você vai na mesa dela perguntar alguma coisa. Desde quando você tem dificuldade em Matemática? Pelo que eu me lembre, você é quase uma professora de Matemática. 


— Tá fora do meu controle, Chris! – respirei fundo – Segurei nas mãos dela hoje. – completei.


— Ela é lésbica mesmo? – perguntou surpreso – Pensei que fossem boatos. – Completou.


— Não viaja, cara! Ela nem imagina que eu gosto dela, acha que estou sofrendo de ansiedade “pré-vestibular”. – sorri já mais animada – Me ofereceu até aulas particulares de Matemática.


— Você tá enrolando a professora, sua espertinha? – baixou o tom de voz – Foi só mão na mão mesmo?


— Você diz só? – fitei-o indignada – As mãos dela são tudo, cara!


— Nossa! Anahí Portilla se contentando só em segurar nas mãos de uma mulher? Meus avôs iam mais longe no tempo deles. – falou irônico.


— Você não entendeu, né? – ajeitei-me na cadeira, joguei os livros sobre a mesa e baixei ainda mais o tom de voz – Eu segurei as mãos dela e foi a sensação mais... Especial? – pensei por um instante, logo retomei as falas – É! Especial! – falei deslumbrada – Foi a coisa mais especial que já fiz na vida. Meu coração disparou, minhas pernas tremeram, minha boca ficou seca... Quase tive um treco! Se tivesse acontecido algo mais, acho que eu teria morrido.


Christian me olhou surpreso. Nunca tinha me visto falar assim de nenhuma garota antes.


— Caraca, Annie! Você está apaixonada!


— Não, estou boba mesmo! Me sinto uma idiota perto dela, mal consigo dizer uma frase completa.


— Você é idiota mesmo. Pessoas apaixonadas tendem a ficarem idiotas. – falou debochado.


— Algo me diz que você está se aproveitando da situação para me chamar de idiota.


— Você disse idiota primeiro.


Sorrimos. 


O professor de filosofia entrou na sala já nos pedindo silêncio, para variar, estava de mau humor. Não consigo entender como uma pessoa consegue estar mau humorada vinte e quatro horas por dia. Desde que tenho aulas com ele, não me lembro de tê-lo visto pelo menos uma vez chegar sorrindo na sala de aula. Será que isso é falta de mulher? Não conseguia conquistar uma mulher? Sabíamos que era divorciado. Não tinha nenhuma namorada ou ficante? Logo ele que se dizia ser uma pessoa tão inteligente... Vivia nos esfregando na cara suas viagens por vários lugares do mundo, as culturas que teve o prazer de conhecer e estudar... Falava dos seres humanos como se fosse um verdadeiro conhecedor da alma humana, como se soubesse quais são e como se resolve os problemas de alguém. Nos olhava com ar de superioridade a maior parte do tempo, porque na sua concepção, nós, reles mortais, não tínhamos nada de bom para oferecer-lhe. Dava até a impressão de que não fazíamos parte da realidade em que ele vivia, tamanho era o seu descaso com as nossas opiniões.


Como uma pessoa que se julga tão viajada, “inteligente”, superior pode viver com aquela cara de infelicidade? Alguém pode me explicar? Ele não entende a si próprio, como quer entender e julgar os outros? Naquele instante, perdida em meus pensamentos, me fiz uma promessa: quando ficasse mais velha, jamais trataria os mais jovens com essa falta de interesse desmedido. Ele nos subestima, mas, sequer para pra ouvir nossas opiniões! Isso é muito triste! Estava ali, diante de nós, um ditador convicto. Nossa! Aquela aula demorou uma eternidade! Aquele homem metido falava como um papagaio de pirata. 


Ufa! O sinal tocou e nós fomos para o recreio. Antes de ir comer alguma coisa, passei como quem não quer nada pela sala dos professores e não foi uma ideia ruim. Maite estava lá e o que é melhor: sozinha! Estava entretida com as mãos apoiadas na mesa, cabeça baixa, cabelos estrategicamente presos atrás das orelhas e um livro aberto a sua frente. Cheguei de mansinho por trás dela...


— Também adoro Herold Robbins. – falei quase no seu ouvido, voz suave para não assustá-la.


Maite sorriu, olhou a capa do livro.


— “Os Caçadores”. – falou – Já leu?


— É o meu preferido. – respondi.


— Esse não é um livro indicado para sua idade.


— Porque? Só pelo fato dele citar o sexo com naturalidade? – perguntei.


— Naturalidade? – sorriu – Tem tempo para tudo na vida, talvez não seja tempo para você ler um livro como esse.


— É meu autor preferido.


— Suponho que seja por ele falar de sexo com naturalidade, certo?


— Também, mas gosto mesmo da maneira fácil e emocionante que ele escreve. Um livro não precisa ter palavras difíceis, tem que ser bom. A qualidade de detalhes que ele expõe, suas ideias, seus personagens são ricos em personalidade. Ação, suspense... Romance... Tudo em um só livro. Sem falar a maneira despreocupada que ele narra cenas de sexo, conseguindo até mesmo fazer o mais preconceituoso leitor fascinar-se com um romance a parte entre homens.


— É, você leu mesmo esse livro.


— O Jerry Cooper já foi para a guerra? – perguntei quase irônica.


— Bom saber que ele vai pra guerra, não tinha chegado nessa parte ainda.


— Desculpa. – sorri – Como pode ver, não sou tão criança quanto pensa.


— Prometo que não vou usar sua idade para justificar mais nada, está bem?


— Assim melhora. – respondi – Quando terminar de ler este livro, leia também “79 Park Avenue”, “O Magnata” e “Os Devassos”. Herold também soube escrevê-los com maestria.


— Pode deixar. Não vou esquecer de ler esses também. – falou sorridente – Meu Deus! Ele escreveu um livro chamado “Os Devassos”? – completou extrovertida.


— Despudorado ele, né? Isso porque eu não citei "O Garanhão", "Os Insaciáveis" e por aí vai. Sua marca registrada é poder, intriga e sexo.


— Nossa! É mesmo fã desse cara. – continuou sorrindo.


Fiz um gesto com a cabeça dizendo que sim.


— Tem tempo para mim? – perguntei de imediato.


—Agora?


— Não, na sua agenda... Aulas extras, lembra?


— Ah sim! – levantou-se, pegou sua agenda nas mãos, abriu-a e começou a examiná-la. Dois minutos intermináveis, eu ali parada na frente dela, suando frio por medo que ela não tivesse tempo disponível para nossas aulas – Saio daqui e ainda dou aulas em mais dois colégios. – falou um pouco desanimada – Só estou disponível depois das seis, fica tarde para você?


— Não, claro que não! – respondi de imediato – Horário perfeito.


— Então... – anotou algo num pedaço de papel – Aí tem meu endereço e meu telefone, quando quiser começar, já sabe onde me encontrar, além de aqui na escola, é claro. – sorriu – Como estou livre mesmo depois das seis, podemos ter aulas todos os dias até você ficar preparada em Matemática para o vestibular.


— Posso passar na sua casa hoje? – perguntei num impulso. Se ela dissesse “não”, seria bem esperado.


— Hoje? – pensou por um instante – Hoje só estarei em casa depois das sete.


— Sem problema, posso? – estava deveras ansiosa.


— Se começarmos às sete, vai ficar tarde pra você voltar para casa e você é muito novi...


— Hey! – exclamei interrompendo-a – Esqueceu da sua promessa?


Ela sorriu.


— Está bem, passa na minha casa lá pelas sete.


— Beleza! – falei eufórica.


— Nunca vi um aluno tão feliz por que vai estudar mais.


— Sou dedicada. – falei – Quanto vão ficar minhas aulas?


— Sou professora por que amo lecionar, te garanto que se fosse pelo dinheiro, já tinha desistido. Portanto, não se preocupe com isso, não vai te custar nada.


— Faço questão.


— Eu também faço questão que você não pague, se quer ter aulas particulares comigo, vai ter que ser do meu jeito. – fingiu uma expressão séria – Entendeu? – logo voltou a sorrir.


— Não está mais aqui quem falou.


O sinal tocou. Eu esqueci até mesmo que estava com fome, naquele instante, estava alimentada por algo muito melhor do que comida: “felicidade”. Antes de sair, Maite me chamou.


— Me diz, o Jerry morre na guerra? – ela perguntou.


— Leia o livro, menina ansiosa! – exclamei sorrindo. Logo acenei com uma das mãos, dando tchau para ela.


Naquela altura, meu coração estava disparado. Saí da sala dos professores cantarolando e dando pulos no ar. Eu parecia uma adolescente apaixonada pela primeira vez... Hey! Espera aí! Eu era uma adolescente apaixonada pela primeira vez! Sorri da minha idiotice. Christian tinha razão, pessoas apaixonadas tendem a ficarem idiotas e o mais engraçado, era que eu estava feliz por ser uma “idiota”.



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Autor(a): H. Brownie

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

 Eu era pontual. Parei de frente ao portão de madeira. Olhei novamente o papel que segurava nas mãos... — Número vinte e nove. – falei – É aqui! – suspirei. Toquei a campainha. Minhas mãos tremiam, meu coração batia cada vez mais acelerado... Toquei de novo a campainha... Ninguém veio me a ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 49



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  • mittensbabe Postado em 03/09/2024 - 23:16:27

    Caraca, eu totalmente esqueci que tinha feito essa conta, tanto que nem lembro como se entra

  • furacao_maite Postado em 26/02/2015 - 00:03:10

    escreve a versão da Maite *-*

  • vondy.siempre.com Postado em 22/02/2015 - 00:13:48

    Perfeitaaaaaaaa essa Fanfic... Por favor não pare de escrever Fanfics Portirroni

  • david_uckermann Postado em 17/02/2015 - 19:09:48

    aiinwt acabou a fanfic nao acretido :o :( vou morrer de saudades quer saber vou ler td de nv :D essa fanfic eh a mais incrivel de todas <3 <3

  • furacao_maite Postado em 17/02/2015 - 18:51:15

    Eu que agradeço em ter dado a oportunidade de conhecer essa fic tão linda!!

  • furacao_maite Postado em 17/02/2015 - 18:36:33

    amei demais!!!!

  • david_uckermann Postado em 17/02/2015 - 13:50:46

    eu amo essa fanfic mais que chocolate mais que td continua ja to com saudades :p

  • david_uckermann Postado em 16/02/2015 - 23:17:24

    to viciada nessa fanfic :p posta mais mais :v

  • david_uckermann Postado em 16/02/2015 - 20:54:35

    tadinha da anny </3 :( '-' may n tem que casar cm akele homi -_-

  • david_uckermann Postado em 16/02/2015 - 20:32:07

    essa fanfic tah superrrr perfeita -_- nossa maite do mal kk :v


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