Fanfic: Paixão e Crueldade ( romance+ Hot) Adaptada | Tema: Vondy -

Dulce PDV

De volta à detenção, esperamos o Sr.Gray dormir e fugimos para a torre do sino. Lá, Christopher me ajudou a relaxar com seus beijos de tirar o fôlego. Feito dois loucos, ficamos nos "pegando" no pequeno cubículo, praticamente cambaleando pelo local.

Sem poder descolar meus lábios dos seus, coloquei a mão para trás tateando algo para me apoiar. Então agarrei uma corda grossa, apoiando meu peso nela. Só quando o sino começou a soar foi que me dei conta do que fiz. O som quase nos deixou surdos e devia estar ecoando por todo o Democracy.

- Não acredito que fez isso. - Christopher gargalhava muito.

- Por quê?

- Esse sino não é tocado há vinte anos. Ele só voltaria a badalar no dia do centenário.

- Ah... - Olhei para sino acima de mim. - Foi mal. - Me desculpei com o sino e Christopher riu ainda mais.

- Temos que fugir. - Puxou-me pela mão prevendo que algum funcionário já estava a caminho.

Atravessamos o pátio correndo, quase certos de que o Sr.Gray tinha acordado. Por Christopher conhecer o colégio melhor do que eu, pegamos um atalho e alcançamos o prédio pela lateral. As janelas da sala estavam abertas e tivemos que pular uma delas para conseguir voltar à detenção. Rapidamente sentamos em nossas carteiras, cada uma de um lado da sala. A grande questão é que o professor não estava lá.

- Será que ele foi nos procurar? - Indaguei ofegando.

Mal calei a boca e o Sr.Gray apareceu na porta.

- Onde vocês estavam? - O homem parecia um bicho.

Christopher trocou um olhar comigo e respondeu tranquilamente:

- Como assim?

- Como assim? - Ele se irritou. - Fugir da detenção é uma falta grave, Sr.Uckermann!

- Mas não saímos daqui. - Fingiu-se de inocente.

- Ele tem razão. - O apoiei. - Ficamos sentados aqui o tempo inteiro.

- Acham que sou burro?

- Não acho que o senhor é burro, mas, desculpe dizer, o senhor estava dormido. O sino começou a tocar e você acordou meio atordoado. Talvez tenha feito uma pequena confusão em sua cabeça e achado que a sala estava vazia. - Christopher era muito persuasivo.

- Pense bem, o senhor acabou de voltar do corredor. É o único jeito de chegar aqui, então como podemos ter fugido e aparecido do nada? - Minha expressão era de mais pura seriedade.

O Sr.Gray olhou para o vazio, com a cabeça cheia de dúvidas e possivelmente questionando sua sanidade.

- Bom... - Pigarreou. - Estão liberados por hoje. - Ficou constrangido.

Christopher e eu pegamos nossas coisas e só quando nos afastamos da sala foi que caímos na gargalhada.

Quando chegamos ao estacionamento, Christopher me encostou contra o Mustang e senti que havia algo o incomodando.

- O que foi? - Coloquei minhas mãos em seu rosto.

- Tem um lance que preciso te contar.

- Estou ouvido. - Fiquei séria.

- Lembra quando consegui a bolsa de estudos para o Christian e você perguntou "foi difícil?"?

- Sim... Onde quer chegar?

- Na época eu não me importava com nada... - Fez uma pausa que me deixou angustiada. - Meu pai queria que eu voltasse a ser o líder que era antes, então, em uma atitude meio impensada, prometi que voltaria para o time de basquete se ele me ajudasse a resolver a parada do Christian.

- O quê? - Involuntariamente o afastei.

- É o seguinte... - Passou a mão pelos cabelos. - Depois que Mike foi expulso e eu saí do time, Alfonso se mandou e o treinador se demitiu. Tudo isso junto acabou com os Falcons. A diretoria anda meio desesperada, porque com a temporada de campeonatos chegando não tem ninguém dos "tempos de glória" para carregar o time nas costas. Quando você me pediu aquele favor, a direção já tinha me oferecido a posição de capitão, pois achavam que os escândalos logo seriam esquecidos. Inicialmente eu recusei, mas...

- Você? Capitão dos Falcons? - Não consegui disfarçar a minha perturbação, muito menos o desprezo pelo time.

- Tecnicamente ainda não sou um deles.

- Só pode ser brincadeira. - Balancei a cabeça sem conseguir acreditar.

- Eu também não estou feliz, Dulce. O time inteiro me odeia. Vai ser um inferno voltar como capitão.

- Desculpe-me. - Obriguei-me a lembrar que ele fez o acordo por minha causa. - Não tem como se safar dessa?

- Não sem prejudicar Christian.

- Que droga! - Gemi.

- Nada entre nós vai mudar. - Me abraçou.

O encarei com amargura e comecei a citar o grito de guerra dos Falcons:

- "Agora e sempre... Falcons! Falc..." - Christopher colocou os dedos em minha boca, me impedido de continuar.

- Foi você quem me disse: nem sempre o que fazemos define quem somos.

Afundei meu rosto em seu peito.