Fanfics Brasil - dúvidas Fanfic sem Título

Fanfic: Fanfic sem Título


Capítulo: dúvidas

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 O vento gélido batia contra o meu rosto, eu pedalava graciosamente
aquela bicicleta, como se só houvesse eu e mais ninguém naquele parque,
estava tudo perfeito, um dia lindo e ensolarado, crianças brincando e
casais namorando, eu não me sentia tão bem a tempos. Estava quase
fechando os olhos mesmo que isso me fizesse bater na primeira árvore,
mas eu me arriscaria por alguns segundos só pra sentir o gostinho. O
gostinho de estar serena. Não eu não era louca, só um pouco fora do
normal, até que uma pedra que estava no caminho atrapalha meu momento
de felicidade me fazendo cair diretamente no chão, ralando joelho e
cotovelo e batendo a cabeça no chão. Eu estava um pouco tonta devido a
batida, a minha bicicleta permanecia caída ao meu lado, por sorte não
quebrou. eu quase desmaiei, e não estou exagerando aquela dor na minha
cabeça me incomodava dando pontadas, havia sido em cheio. Abri os meus
olhos poucos cerrados em uma visão embaçada e avistei na minha frente
uma mão que estava erguida para mim, os raios de sol impediam que eu
visse a quem se referia e a visão embaçada que aos poucos melhorava o
ajudavam a impedir, segurei a mão e pude me levantar com um pouco de
dificuldade e ver o dono daquela mão, era um lindo garoto, talvez
tivesse a minha idade, tinha seus cabelos de tom louro escuro, um
alinhamento bagunçado, porém perfeito, olhos verdes e vestia roupas do
estilo skatista, afinal ele era um, o skate embaixo do seu pé direito o
denunciava, ele me olhava com olhar estranho, seus lindos olhos verdes
eram literalmente misteriosos e diferentes, momento expressava algo e
ao mesmo tempo expressava outra coisa. Era um olhar preocupado e de
deboche. Ao me levantar ele soltou a minha mão e ficou a me olhar.


― você esta bem? ― perguntou ele enquanto eu arrumava minha blusa e meu
cabelo bagunçado que a um tempo atrás voava devido ao vento.
― sim, sim ― respondi respirando fundo ― muito obrigada.
― de nada. Só precisa olhar por onde anda ― riu baixo ele olhando-me de cima a baixo rapidamente.
― eu sou muito desastrada, me desculpa ― falei ainda envergonhada. ― te fiz parar para me socorrer.
― não precisa se desculpar. Eu também já cai muito. ― falou ele
abaixando a cabeça fitando o skate ― E te socorrer seria uma honra,
faria por qualquer uma.
― que bom. ― falei dando risada.

tchau ― se despediu ele com um sorriso irradiante que me encantava,
acenei dando um ``tchau`` e ele virou-se seguindo na direção oposta a
minha.

  Ele era tão perfeito, seu sorriso e seus olhos eram tão
lindos que me perdia nele, seus olhos eram como duas esmeraldas e seu
sorriso era algo inconcebível me causava admiração. Diferente do
normal. Olhei ao meu redor saindo do transe e percebi que todos me
olhavam, alguns rindo e outros apenas curiosos para entender o que
aconteceu. Eu tinha acabado de passar por um mico, alias um king kong,
havia levado um belo de um tombo, o tombo do mês - E que ideia a minha
andar naquele parque como se estivesse nas nuvens sem preocupação
alguma - e ainda pior, todos mês olhavam como se eu estivesse
apaixonada por aquele lindo garoto, talvez encantada mas apaixonada
não, não sou desse tipo de garota que acredita no amor a primeira
vista, se é que amor existe, mas quem não se encantaria? ele era
literalmente perfeito, um príncipe dos tempos modernos.
  Levantei
minha bicicleta tentando disfarçar ao máximo e desviando daqueles
olhares não obtendo sucesso caminhando até um banco com a bicicleta ao
meu lado sendo carregada por mim. Mancava um pouco, mas conseguia
andar. Encostei a bicicleta ao lado do banco e me sentei neste pegando
em minhas mãos o meu celular que estava no bolso do meu jeans, disquei
o número de Pâmella e ela não demorou muito a atender.


― Oi Bia ― atendeu ela alegre como sempre.
― Oi Pâm, tudo bem? ― perguntei passando a outra mão desocupada em um dos meus joelhos machucados.
― to ótima e você?
― mais ou menos.. ― e ela me interrompeu antes que terminasse a frase.
― COMO ASSIM? ― exclamou ela.
― CALMA ― falei no mesmo tom ― eu só cai de bicicleta ― e novamente interrompeu.
― TA SANGRANDO?
― Pâmella, você ta pior que eu, calma deixa eu explicar.
― fala logo então ― disse ela mais calma.
― eu cai de bicicleta e machuquei um pouco o joelho e o cotovelo, e eu
não queria ir para casa, você sabe como a minha mãe é, capaz de querer
me levar em um hospital e me proibir de andar de bicicleta. E como eu
estou perto da sua casa, pensei em ir até ai passar um antisséptico.
Você não iria querer ver sua amiga machucada prestes a pegar uma
infecção. Não é? ― usei a minha voz mais doce ironizando o final da
frase.
― tudo bem, mas aonde você esta?
― to no parque.
― ta bom, então vem. Tchau beijos de tutti frutti.
― outro.

 
Desliguei o celular olhando neste a hora que já marcava 16h43min, o
tempo havia passado muito rápido a um momento atrás era 14h00min quando
eu havia saido de casa. Guardei o celular novamente no bolso me
levantando, peguei minha bicicleta e fui em direção a casa de Pâmella
que ficava a poucas quadras do parque.


 Pâmella era o típico de garota que muitas queriam ser, tinha uma boa
estrutura, filha de pai empresário e mãe estilista. Apesar de sua mãe
não ser muito conhecida, mas fazia lindos modelos de roupa. Não era
para qualquer uma, sua familia é bem unida, a não ser pelo seu único
irmão Rafael, um garoto pouco rebelde pelo o que se ouve de terceiros e
que esta sempre em encrencas e é totalmente o oposto de Pâm, que
hesitava em falar sobre ele e é do estilo patricinha, mas lidava muito
bem com pessoas de classe diferente a sua, como eu. Chegando a casa de
Pâm toquei o interfone, e para minha sorte Pâm atendeu. Não gostaria de
falar com Rafael, ele era muito frio mesmo me conhecendo a alguns anos,
me tratava como se não me visse, eu então retribuía, e falar com ele
era como falar com um estranho um alienígena, não que ele seja feio,
era até bonito mas mesmo assim me sentia desconfortável ao falar com
ele.
  A porta abre devagar e eu pude avistar Pâmella que vestia um
vestido todo florido claro, com um decote não muito profundo, ela
estava muito diferente do seu normal que era apenas roupas rosa shok e
na moda, estaria surpresa se não fosse pelo fato de florido estar na
moda, cumprimentei ela, guardei minha bicicleta na garagem e Pâm me
puchou para dentro até a sala de estar onde em cima da mesinha de
centro havia uma caixinha de primeiros socorros, ela realmente se
importava, agia como uma verdadeira mãe protetora, ou diria verdadeira
amiga protetora. Me sentei no sofá a espera de que ela iniciasse o seu
interrogatório de sempre. Que por acaso não foi um interrogatório.

― aonde você se machucou? ― perguntou ela enquanto pegava a caixinha e ia na minha direção, se sentando ao meu lado.
― aqui ― apontei para o joelho ― e aqui ― apontando para o outro
machucado no cotovelo. Ela então, abriu a caixinha, passou antisséptico
no joelho e fez um curativo no cotovelo onde estava mais machucado, e
antes que ela terminasse Rafael surge no topo da escada, olhando para a
gente.


― o que aconteceu? ― perguntou ele, com cara de quem não entendia nada,
levantando uma de suas sombrancelhas. Desde quando ele se importava, se
quem estava machucada era eu e não Pâm, ele podia ser um pouco rebelde
mais se havia algo que ele defendia e protegia até a morte era a
familia.
― Bia caiu de bicicleta ― respondeu Pâm terminando o curativo.

 Ele
desviou o seu olhar olhando para o degrau não dando atenção a resposta
de Pâm, e eu pude observa-lo por alguns segundos, ele estava de calça
jeans e um casaco preto, em pleno dia de sol, ele seria louco, ou
estava realmente doente para estar com aquela roupa, estava também com
uma expressão triste e preocupada no olhar, diferente da expressão que
sempre teve, fria. ele então desceu as escadas e foi até a cozinha e eu
disfarcei olhando novamente para Pâm que guardava o antisséptico e o
band-ayd de volta a caixinha de primeiros socorros.

― um garoto lindo me segurou ― falei calma como se fosse a coisa mais natural do mundo
― como ele era? ― perguntou Pâm, já animada com o assunto.
― era lindo, cabelos loiro escuro, olhos verdes penetrantes, cabelos
bagunçados em um alinhamento perfeito, skatista e me parecia ser bem
gentil. ― respondi com o mesmo tom de animação e sorrindo.
― aaa, você precisa sair com ele. ― ela estava realmente animada a ponto de dizer isso.
― ta louca Pâmela, eu nem conheço ele. ― exclamei dando risada.
― conhece sim, ele te ajudou. você concerteza falou com ele, isso é conhecer.
― não nesse sentido Pâmella, você sabe que não saio com estranhos, não
saio nem com quem conheço. ― falei desviando meu olhar para o chão.
― mas você disse que ele parece ser gentil, vai sair sim. ― ela
realmente pensava que mandava em mim, admirava seu senso de humor.


― eu não sei nem o nome dele, não tenho o número dele e nem nada, como
você quer que eu saia? ― perguntei tentando deixa-la sem resposta o que
foi impossível. A única coisa que eu sabia a seu respeito é que ele é
lindo.


― ele estava andando de skate no parque, certo? ― assenti ― ele
concerteza vai andar de novo, talvez seja um hobbie dele andar de skate
no parque ― e eu a interrompi.
― eu sempre ando de bicicleta la e nunca vi ele no parque ― dei ênfase a palavra nunca.
― o parque é enorme Bia, e ele pode ser novo por aqui, quem sabe ele
não se mudou. A gente vai no parque amanhã no mesmo horário em que você
o viu e vamos procura-lo o resto você deixa comigo. simples não? ― como
ela era boa para criar ideias tão rápido, eu admirava isso em Pâm
depois de seu senso de humor. Para ela podia ser simples, mas para mim
não. Não era ela que iria tentar uma amizade através de um plano, isso
era totalmente estranho. Não era ela que tem a timidez que eu tenho.
Não era ela que ficava com cara de boba na frente daquele garoto, o que
era inevitável. Não foi ela que passou pelo o que eu passei. Não era
ela que tinha receio de garotos, ainda mais lindos.
― sei não ―
falei ainda indecisa, pra que sair com um garoto que não conheço?
planar pra sair com ele sem saber ao menos se ele é legal, mesmo
aparentando, afinal as aparências enganam, e se esse planinho que eu
ainda não sabia qual desse errado, pouco impossível, pois Pâm sempre
pensa em todos os detalhes. Mas e se desse errado da parte dele, ele
poderia achar que eu fosse uma louca que acabara de fugir do hospício.
Mas por outro lado seria só um encontro, apenas um encontro se é que se
pode chamar isso de encontro, não iria me matar, seria passageiro, como
qualquer outro, apesar de que para mim nada é passageiro, abaixei a
cabeça fitando o tapete.― Bia? ― levantei a cabeça olhando novamente Pâm a espera que ela
terminasse a frase ― a gente não vai chegar nele e perguntar se ele
quer sair, a gente vai de mansinho, como quem não quer nada, puxamos
assunto, ficamos amigos e um dia marcamos algo a três, pra ele não
desconfiar e eu acabo não indo deixando vocês a sós, você faz a sua
parte e.. ― rimos ― e depois marcamos algo para 4 pessoas, para ele não
desconfiar.
― você é única Pâm ― disse rindo ― você tem cada ideia.

tudo bem, mas pensa com carinho ― pediu ela segurando minhas mãos e
olhando fixamente nos meus olhos - você tem que sair dessa Bia, o
Gabriel é passado, nem todos os garotos são que nem ele, ja faz dois
anos - reclamou ela, soltando as minhas mãos e se levantando andando em
direção a porta cozinha. Como ela mudava de humor radicalmente.
― Me
deixa Pâm. Ele me magoou de mais - me levantei indo em sua direção,
onde ela estava parada em frente a porta da cozinha me olhando ― até
hoje eu não sei o motivo pelo qual ele terminou e fugiu daquela forma,
nem para se explicar, estava tudo perfeito, eu o amava e ele
simplesmente jogou tudo para o alto. Se garotos ``perfeitos`` ― fiz
aspas no ar ― como ele terminam dessa forma prefiro ficar sem conhecer
ninguém. ― respirei fundo soltando todo o ar preso no meu pulmão.
― é só amizade Bia, calma ― falou ela tentando me acalmar, sem sucesso.
― é assim que tudo começa, na amizade.
― então você quer morrer encalhada e solitária? ― perguntou ela cruzando os braços.
― melhor que estar ao lado de alguém que me faz sofrer.
― nem todos são assim, entenda is..


 
A porta da cozinha abre nos interrompendo e Pâmella da um passo na
diagonal deixando a passagem livre aonde Rafael nos fitava com cara de
confuso.
― o que ta acontecendo ? ouvi vozes alteradas ― perguntou
ele com um copo de suco na mão e passando a outra pelo cabelo
bagunçando-os ainda mais.
― não é nada ― respondeu Pâm olhando para o chão.


 Eu estava com falta de ar e prestes a explodir novamente, com os nervos
a flor da pele e cansada de ouvir todo mundo dizendo sempre as mesmas
coisas `você precisa de alguém ao seu lado Bia, sai dessa, nem todos os
garotos são um Gabriel da vida ...`, mas não era isso o que eu pensava
eu ainda estava com trauma de entrar em um relacionamento e me
arrepender, de me entregar de corpo e alma e quando menos esperar
estaria tudo acabado e você mal saberia o porque, eu não queria isso
para mim, se eu tivesse que ter alguém ao meu lado que esse alguém
ganhasse a minha confiança antes de tudo e não escondesse nada de mim,
eu queria sim alguém que me fizesse feliz, alguém que me fizesse sentir
segura, uma alma gêmea, alguém difícil de encontrar mas seria
coincidência de mais esta pessoa morar no meu bairro, estudar na mesma
escola que eu e ser alguém que me ajudou a se levantar, seria fácil de
mais.
  Gabriel é o tipo de garoto que desejo nunca mais encontrar,
ele havia partido meu coração, e até hoje esta quebrado. Foi uma
decisão minha não ir atrás de ninguém e ficar apenas a espera de que
esse alguém aparecesse. Só queria que respeitassem a minha decisão.
Ninguém sabia o quanto eu sofri, mesmo dizendo saber. Ninguém passou
pelo o que eu passei. Eu o amava de verdade e esperava passar o resto
dos meus dias ao lado dele. Acordar e vê que ele estaria ali do meu
lado para todo o sempre. o nosso amor era como um conto de fadas,
lindo. Porém nunca passou de uma mentira, uma mentira que me fez muito
mal quando veio a tona. Um amor que nunca existiu.


                                                         Flashback

 
Era uma linda manhã, os raios de sol adentravam para dentro do meu
quarto através da janela. Eu estava deitada na minha cama mudando os
canais da TV a procura de algo que me agradasse. Ouvi a campainha tocar
e continuei deitada ali.

― BIA - ouvi minha mãe me chamar ― o
Gabriel esta aqui. ― no mesmo momento me levantei da cama indo em
direção a porta do meu quarto destrancando esta. Um sorriso havia
brotado em meu rosto só de apenas ouvir seu nome.
― Estou aqui no quarto, fala pra ele vir aqui ― gritei para minha mãe da porta do quarto.
― Ele não quer entrar. Esta apressado. ― respondeu a minha mãe.

 Eu
não havia entendido porquê mesmo estando atrasado para algo veio me
visitar, sem ter ligado. Não me importei, a única coisa que pensei é
que ele era um fofo vindo me visitar mesmo as pressas. No meu ponto de
vista ele se importava comigo e não deixara de me ver em momento algum.
Ele me amava.
 Fui até a porta de entrada, fechando esta para que
ficássemos a sós. E ali na minha frente estava meu amado, meu querido
Gabriel me olhando com a expressão mais estranha já vista nele. Estava
com os olhos cheios de lágrimas, com a cabeça baixa e as mãos no bolso
da sua calça jeans amarrotada. O sorriso no meu rosto se desmanchava e
eu estava me desesperando, não aguentava ver o meu Gabriel naquele
estado.

― o que aconteceu? ― perguntei em imediato, colocando
minhas mãos sobre o seu rosto levantando este para que ele pudesse me
olhar. Ele então tirou minhas mãos de seu rosto colocando estas ao lado
de meu corpo. E lágrimas começaram a rolar por seu rosto.
― não faz isso Gabriel, o que aconteceu? ― perguntei novamente em uma tentativa falha de tentar selar meus lábios aos seus.
― ta tudo terminado ― respondeu ele dando um passo para trás se distanciando de mim.


― como assim? ― perguntei. Ele estava muito estranho. Por que
terminaria comigo sem mais nem menos? Eu merecia ao menos uma
explicação. Estava tudo perfeito por quê terminar? era isso que eu me
perguntava naquele momento, era apenas isso. Lágrimas também rolaram
descontroladamente por meu rosto e minhas pernas começaram a cambalear.

eu não te amo mais ― e virou-se correndo, sumindo na esquina . aquelas
palavras `eu não te amo mais`, doíam como o peso de uma rocha que
despencaram em cima de mim afetando diretamente no meu coração. Minhas
pernas cambaleavam tanto que eu não consegui nem correr atrás dele em
busca de uma explicação. Eu chorava feito uma criança. Abri a porta
batendo esta ao entrar e corri para meu quarto trancando a porta. Me
lancei na minha cama e me pus a chorar. E apenas chorar. Aquela dia foi
apenas de choro, lágrimas. Meu coração estava quebrado, eu tinha
acabado de perder o garoto dos meus sonhos. Que daquele dia em diante
seria apenas pesadelo.

                                                      Fim do flasback


 Rafael passou pelo meu lado me fitando de cima a baixo, era estranho
ele nunca me olhara daquele forma o que havia dado nele para me olhar
daquele jeito como se quisesse falar comigo mais algo o impedia, nossos
olhos naquele momento se cruzaram e foi algo estranho, pude sentir
minhas bochechas corarem aqueles olhos misteriosos me deixavam
totalmente sem graça, mas ele não parava de me olhar mesmo depois de
passar por mim. Ele então subiu as escadas e finalmente parou de me
olhar. Eu havia feito algo para ele? qual o motivo de me encarar tanto?
Isso não era importante naquele momento, desviei meu olhar novamente para Pâm que nos olhava confusa.

― ele é estranho ― murmurou ela, entrando na cozinha e indo em direção ao armário.

Pâm, vamos esquecer aquela conversa? eu prometo que vou pensar. Eu
encontrei ele a tarde, tenho tempo suficiente para pensar. Amanhã eu te
dou a resposta, mais por favor não vamos discutir por besteira ― pedi
indo na sua direção.
― não é besteira Bia ― disse ela retirando do
armário dos copos, colocando estes sobre o balcão e seguindo até a
geladeira pegando a jarra de suco ― mas tudo bem. ― concluiu ela
colocando suco nos copos.

 Me sentei na cadeira em frente ao
balcão dando um gole em um dos copos de suco. Pâmella olhava fixamente
suas unhas como se fossem a melhor coisa nesse mundo.

― vamos ao
salão? ― você não pode ir amanhã no parque desse jeito ― ela até
parecia surda, será que ela não ouviu que eu disse que iria pensar e
provavelmente minha resposta seria não.
― Pâm, eu disse que iria pensar se vou ou não no parque ― disse já cansada de tanto repetir.
― por favor! vamos no salão só pra você se sentir melhor, não precisa ser só para ir ao parque. ― sorriu ela.
― tudo bem! ― retruquei o sorriso.


 Nos levantamos deixando o resto do suco ali mesmo em cima do balcão e
subimos até o quarto de Pâmella que era o dobro do meu e muito mais
confortável. Um quarto todo em rosa e branco, continha tudo que uma
garota desejava no seu quarto, era sonho de qualquer garota que queira
ter uma vida de Pâmella Rodrigues, seu quarto era totalmente
encantador. Pâm demorava uma hora apenas para se trocar, ela podia ser
decidida para tudo, mas no quesito de se arrumar, demorava mais que uma
noiva. quando não era a blusa era o sapato, ela ligava até se certo
acessório iria constratar bem com seus olhos cor de piscina, ela
realmente exagerava, mas não era aquele tipo de patricinha que chegava
a irritar, ela podia ser amiga de qualquer tipo de gente, uma garota
muito especial e grande amiga apesar dos defeitos, mas quem não tem?
Finalmente ela ficou pronta, eu não acreditava que ela havia demorado
tudo aquilo para colocar outro vestido, porém bem diferente do qual ela
estava usando mais ousado e sofisticado.

― podemos ir, ou ainda falta algo? ― perguntei já entediada de esperar.
― vamos ― falou ela me puxando pelo braço e andando para fora do quarto.

 Descemos
até a sala aonde eu fiquei a espera de Pâm no sofá que foi chamar o
motorista. Não sabia o motivo de irmos de carro se o salão ficava a
apenas 5 quadras dali.


― Vamos Bia, ele já esta vindo ― me levantei e a segui até o carro.
― pra que motorista, se é tão perto? ― perguntei confusa.

pra não pegar vento quando voltarmos ― respondeu Pâm, alisando o cabelo
e franzindo a testa. ― não vou querer estragar meu pentiado e nem você
o seu.
― ainda ta cedo, não ta ventando.
― quando voltarmos vai estar.

 Ao
motorista chegar na garagem entramos no carro e seguimos para o salão.
Corri meus olhos até o relógio do carro que marcava exatamente
17h30min, ficamos a maioria do tempo em silêncio observando as ruas
através da janela do carro até que o celular de Pâm toca. Ela
conversara por cerca de 2 minutos, e ao longo dessa conversa ela ficara
nervosa ou preocupada com algo. Ela desligou o celular guardando este
novamente na bolsa. Virou-se olhando diretamente para mim.

― Bia, temos que arranjar fantasias logo.
― fantasias? ― perguntei confusa.
― a festa da Sabrina mudou de dia, não vai ser daqui a duas semanas e sim uma. ― exclamou ela com tom de desesperada.
― você sabe que eu não gosto da Sabrina, e mesmo assim da tempo de você procurar uma fantasia.
― Bianca eu não vou sozinha nessa festa, você vai comigo e ela te convidou.
― você não vai sozinha, vai com o Rafael e o Rodrigo.
― o Rafa tem os amigos dele, e eu não quero ficar o tempo todo com o Rô.
― ele é seu namorado Pâm! ― exclamei.

namorados não significa que nascemos grudados. ― em certo ponto estava
certa, mas não podia me obrigar a ir a tão falada festa da Sabrina.


 A nossa conversa foi interrompida pelo motorista que havia nos avisado
já ter chegado no salão. Eu prestava tanta atenção aquela conversa que
nem percebi que já havia chegado, Pâm sabia como me prender em uma
conversa mesmo sendo as mais indesejáveis.  Descemos do carro e fomos em
direção a entrada do salão, que estava muito cheio, não aguentaria
esperar todos aqueles na minha frente até a minha vez, mas por minha
sorte Pâm era cliente vip, então fomos imediatamente direcionadas a
área vip aonde estava vazia. Fizemos o cabelo, as unhas e ainda
recebemos massagem, foi extremamente maravilhoso estar ali ao lado de
Pâm, minha melhor amiga e receber todo aquele tratamento. Corri os
olhos até o relógio de parede que marcava 20h34min, havia passado três
horas desde que chegamos, aquele dia estava voando. Pâm pagou a conta e
fez questão de pagar a minha parte sem que eu devolvesse. Ela ligou
para o motorista e o pediu que nos buscasse, ficamos a espera dele
sentadas na guia da calçada conversando sobre a festa de Sabrina a qual
eu não desejava ir. Sabrina me dava nojo e eu nunca fui com a cara
dela, apesar de nunca ter brigado com ela e eu tinha a impressão de que
ela sentia o mesmo por mim. Podia até estar enganada pelo fato de ela
me tratar bem quando estamos juntas e com alguém perto da gente e por
me convidar nas suas festas, mas que me garante que ela só me trata bem
para ter uma boa imagem e me convida só para não estranharem.

― Com que fantasia você vai Bia? ― questionou ela.
― eu não sei se vou Pâmella. ― respondi fitando o chão brincando com um galhinho que havia ali.
― claro que vai, você não vai me deixar na mão.
― tudo bem ― falei a olhando e dando risada.
― eu sabia que você iria acabar indo, você nunca me diz não. ― disse ela mudando de humor para alegre.

 E
realmente era verdade, eu não sabia dizer não, podia enrolar ela um
pouco, mas sempre no final acabava cedendo e ela já estava acostumada
por isso não desistia.


 O motorista logo chegou e dirigiu para casa de Pâm. Ficamos metade do
caminho em silêncio, um silêncio que chegava a irritar. Eu poderia até
quebrar esse silêncio se eu soubesse o que falar, tentei abrir a boca
mas nada saiu desta, então desisti. Até Pâmella corta o entendiante
silêncio e eu finalmente pude ter algo para conversar.

― Esta
ficando tarde. ― afirmou Pâm, olhando o relógio digital do carro ― por
que não dorme em casa? podemos assistir filme e pensar sobre amanhã.

tudo bem, só preciso ligar para minha m.. MEU DEUS, MINHA MÃE ―
exclamei em um tom alto pegando nervosa o celular do bolso do meu jeans
e olhando no visor deste que continha 2 ligações perdidas da minha
casa. Como eu podia esquecer da minha mãe, é nisso que da estar com
Pâmella, ela me faz esquecer de tudo.
― O QUE ACONTECEU? ― disse Pâm no mesmo tom de voz olhando para mim.

minha mãe deve estar preocupada, ela não sabe que fui para a sua casa
depois do parque - e disquei o número da minha casa em uma tentativa de
explicar tudo para minha mãe.

 Ela havia de estar nervosa e
aflita, eu não tinha avisado que ia para casa de Pâm, e já estava um
bom tempo fora de casa. Ela demorava a atender o que fazia eu pensar
que ela estava mais preocupada do que o normal me procurando pelas
ruas, liguei mais uma vez e finalmente ela atendeu.


― FILHA - berrou ela aos prantos no telefone.
― é, oi mãe eu es.. ― e ela imediatamente me interrompeu.
― como você diz que vai pro parque e não vai? eu fui la te procurar e.. ― e antes que ela continuasse sua bronca a interrompi.
― MÃE ― exclamei fazendo ela parar de falar ― deixa eu explicar? fica calma?

não tem como ficar calma, você sai de 14h00 dizendo que vai pro parque.
Passa o tempo e você não me liga. Eu vou atrás de você e você não esta
no parque, eu ligo pra você e você não me atende. Como você quer que eu
fique calma? ― continuou a berrar pelo telefone já ficando sem ar,
atropelando todas as palavras.
― desculpa mãe, mas eu to bem ta? ― tentei acalma-la.
― eu sei que você esta bem.
― como assim?

depois que liguei pra você, imaginei que você estivesse com a Pâm e
liguei para a casa dela e o Rafael me explicou algumas coisas. ―
finalmente para algo ele serviu.
― me desculpa? é que a Pâm me
chamou pra ir no salão e você sabe como eu sou, não pude recusar ― o
carro havia chegado, descemos deste e andamos até entrada, aonde
ficamos parada até que eu terminasse minha conversa.

 Pâm fez sinal com a mão para que agilizasse a conversa e pedisse para dormir la logo. E eu atendi o seu pedido.


mãe posso dormir aqui? ― e antes que ela interrompesse continuei a
falar ― é que ta ficando tarde e eu não quero voltar sozinha e nem
incomodar o motorista ― falei com minha voz mais doce.
― tudo bem, se cuida tenho que desligar agora. E não faça mais isso.
― obrigada e pode deixar. beijos, tchau ― desliguei o celular, e dei a boa noticia a Pâm. Entramos para dentro.


 Me sentei no sofá suspirando fundo em um ato de alívio. Eu imaginava
que fosse pior. Pela primeira vez na vida eu vi minha mãe menos
estressada e preocupada. Ela estava totalmente certa a respeito de mim,
eu havia agido errado, totalmente errado, e se não fosse pelo Rafael
talvez ela teria chamado a policia e se derramado em lágrimas por sua
filha. Pâm caminhou até o raque tirando deste uma caixinha onde dentro
continha vários dvds, ela se sentou no chão olhando todos os filmes,
provavelmente a escolha de algum, me levantei andando em sua direção e
me sentando ao seu lado. Comecei a olhar os filmes que ela já havia
visto em uma tentativa de também achar algum filme interessante.


Por que você não vai tomar um banho, enquanto eu procuro os filmes e
faço pipoca? ― perguntou Pâm deixando os dvds de lado e virando- se
para mim.
― tudo bem, eu to mesmo esgotada e necessitando de um bom
banho ― respondi deixando os dvds também de lado e me levantando
caminhando até a escada.
― eu deixo uma roupa para você no meu
quarto ― disse Pâm me fazendo virar e olhar para ela. Assenti. e voltei
a subir as escadas indo em direção ao seu quarto.

  Abri a porta do quarto entrando neste e caminhando até o banheiro e me despi.
Abri o chuveiro e pude sentir as primeiras gotas de água caírem sobre o
meu corpo, elas estavam totalmente mornas me aquecendo do vento que
entrava pela pequena janela a qual eu tinha esquecido de fechar. A
imagem daquele lindo garoto do parque veio a minha mente e eu me
lembrei do seu gesto meigo de quando me ajudou, do seu lindo sorriso e
de seus olhos perfeitos e pude refletir a respeito de ir ao parque e
procura-lo o que definitivamente eu estava com medo, podia ser algo
simples mas que me dava arrepios só de imaginar. Não era apenas amizade
que Pâm queria e eu realmente não sabia o porque de tanto medo se não
era grande coisa e Pâm faria o possível para tornar essa amizade em
outro sentimento. Apenas mais uma amizade. Era isso o que eu pensava,
apenas uma amizade. Eu não podia sentir medo ou algo assim, não iria me
matar e nem me fazer sofrer. Eu estava 90% decidida a ir ao parque
atrás dele, mas os 10% restantes não me encaravam dizendo que se ele
não fosse quem eu esperava eu iria quebrar a cara impedindo de que eu
fosse. Mas como eu quebraria a cara?
Eu trombo com garotos lindos a toda hora, por que tem que ser ele? por
que ele me fez me sentir daquele jeito? eu não me sentia daquela forma
a anos. Ele me encantara por inteiro e me fez ficar com cara de boba,
com um sorriso no rosto, algo difícil de acontecer. A decisão estava na
minha mão e essa a Pâm não iria tomar o meu lugar. Eu estava apreensiva
e por nada. Deveria eu ir e perder meu medo a qual eu não sabia
realmente do que se tratava? ou ficar no meu canto e fingir que nada
aconteceu? mas mesmo assim eu saberia no fundo que aquilo realmente
aconteceu e que os choques que senti naquele dia me deixaram confusa.
 
Aquilo não foi nada normal, por quê? Eu estava ficando literalmente
paranóica, não deveria estar com medo ou algo assim e naquele momento
estava decidida a ir. Seria burrice a minha ficar. Aquilo seria
passageiro, mesmo ele não sendo quem eu imaginasse, um garoto além de
um rosto bonito, legal e amigo. Eu iria aquele parque na tarde do dia
seguinte e iria agir como se fosse qualquer outro garoto que passara
por mim. Se ele também fosse ao parque no dia seguinte.



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Autor(a): sawary

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 Terminei meu banho, e no quarto de Pâm sobre a cama havia uma camisola curtíssima. Será que ela estava achando que eu iria usar aquilo? aquilo era lindo e totalmente vulgar. Uma camisola acima dos joelhos, decotada de cor vinho e quase transparente, eu até poderia usar. Na minha lua de mel. Ainda enrolada na toalha fitando a camisola em cima ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 10



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  • sawary Postado em 14/10/2009 - 10:56:03

    depois posto o resto deste capitulo.

  • sawary Postado em 25/09/2009 - 23:40:58

    alguém?

  • sawary Postado em 19/09/2009 - 14:20:53

    alguém mais leu? cry ):

  • sawary Postado em 19/09/2009 - 11:35:06

    obg pelo bem vindo. Ja postei, mas vou demorar um pouco pra postar pq to escrevendo ;p

  • sawary Postado em 19/09/2009 - 11:30:58

    se você for no meu album, vai ver alguns personagens. ainda não coloquei todos, mas os principais ja coloquei. a Bianca é a principal o Bruno o garoto que ela conhece e o Gabriel é o ex dela. a Pâmella melhor amiga, Rodrigo namo da Pâm, Rafael irmão da Pâm. e Sabrina uma girl q a Bianca não gosta.

  • bruxinha Postado em 19/09/2009 - 11:28:58

    seja bem vinda!

    eu lia somente webs com rbd, mas eu gostei da sua historia e com certeza vou ler!
    posta mais....

  • sawary Postado em 19/09/2009 - 11:27:23

    amr, não é desse tipo. eu sou nova por aqui e não sabia que as web eram do estilo fanfic. a minha não é..
    obg por gostar .

  • bruxinha Postado em 19/09/2009 - 10:38:50

    tomara que seja DyU, pois sou vondy! mas se for outro casal, lerei da mesma maneira!

    posta mais...

  • bruxinha Postado em 19/09/2009 - 10:38:10

    muito legal a web... gostei, mas quais os casais??????????????????

  • sawary Postado em 19/09/2009 - 09:46:07

    alguém leu? gostou? querem q poste mais?

    se alguém leu, por favor não deem uma de fantasma, comentem, só os coments para me fazerem postar mais.


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