Fanfic: Fanfic sem Título

  Meus olhos estavam extremamente cerrados, os raios de sol invadiam a pequena janela de cortinas salmão ― agora abertas ―, e iluminavam o quarto. Uma voz doce e fina se espalhava pelas quatro paredes do quarto. Pâmella Rodrigues vinha em minha direção.

 ― Levanta, bela adormecida ― insistia ela em me fazer levantar, quase, me derrubando da cama.
 ― Me deixa dormir ― murmurei irritada, colocando sobre minha cabeça o travesseiro, numa tentativa idiota de tentar voltar a dormir.
 ― Vai Bia, esqueceu que dia é hoje? ― continuou insistindo, agora, tirando de mim o cobertor que eu estava sob.
 ― Ainda está cedo. ― puxei a coberta de volta. ― fecha essa janela.
 ― Não Bia, já é 10h00min ― o que te fez dormir até essa hora? você não é assim. ― perguntou ela, me fazendo me sentar sobre a cama contra a minha vontade.

 ``O que te fez dormir até essa hora?`` . obviamente, Rafael Rodrigues me fez dormir até essa hora. Quando me prendeu na parede prestes, talvez, a me bater ou coisa pior quando me olhou daquele jeito na sala. Eu poderia ter respondido isso, mas não o fiz, algo não me deixou.

 ― Só estava pensando no dia de hoje.. ― menti, tentando esquecer o passado ― no que falar, como agir ― na onde eu estava com a cabeça de mentir para a minha própria amiga, alias, melhor amiga. Eu nem estava pensando nisso madrugada passada. Na realidade mentia não só para ela, mentia para mim mesma, tentando acreditar que realmente estava pensando a respeito do parque e do garoto, a qual, eu ainda não sabia o nome.
 ― Bom mesmo, isso é importante. Você não pode ficar com cara de tacho na frente dele  ― gargalhou ela. ― agora levanta, só falta você tomar café.
 ― Que horas são mesmo? ― perguntei, me retirando da cama. E indo até meu celular que estava em cima da comoda.
 ― 10h00min. ― respondeu ela, andando em minha direção.
 ― Ainda está cedo, vou pra casa e nos encontramos no parque, ok? as 14h00min
 ― Ta bom então. Mas é pra ir mesmo. Não tente me enganar.
 ― Claro que não ― sorri para ela saindo do quarto ― onde está minha roupa? Não posso sair assim. ― perguntei olhando para todo o corredor, tendo a certeza que Rafael não estava por ali.
 ― estão lá no quarto, no banheiro ― to descendo, te espero na sala ― respondeu ela descendo a longa escada sumindo por esta.

 Me direcionei ao quarto de Pâmella e fui até o banheiro. Corri meus olhos por este até encontrar minhas roupas que estavam penduradas na porta, retirei de lá. E me despi ficando somente de lingerie rosa. Sem querer deixei meu celular cair sobre o chão fazendo um barulho de chamar atenção a quem estivesse por perto. Ouvi então alguém entrar no quarto, na certa era Pâmella. Concerteza havia esquecido de algo ― como sempre ―. Peguei meu celular, coloquei sobre a pia e sai do banheiro indo até o quarto da suíte.

  ― O que você esqueceu agora Pâmella? ― sai sorridente do banheiro. Levando o maior susto, não era Pâmella que havia entrado no quarto e sim Rafael. O que aquele garoto fazia no quarto de Pâmella, resolveu me perseguir agora? ― o que você ta fazendo aqui?   ― perguntei urgente tentando achar algo para me cobrir, achando somente o travesseiro sobre a cama.
 ― e-eu pensei que fosse a Pâmella ― respondeu ele correndo seus olhos por meu corpo nú apenas de lingerie. ―  estava passando no corredor, ouvi um barulho e vim ver o que era. ― bendita hora que aquele celular foi cair.
 ― não foi nada. Agora da pra você se retirar daqui por favor ― pedi andando até a porta deixando esta mais aberta ainda dando sinal para que ele saísse.
 ― calma, estressadinha ― e veio na minha direção fechando a porta a nossa frente.
 ― o que você ta fazendo? ― tentei abrir a porta, mas ele a pressionava com a mão impedindo a de abrir. ― abre essa porta Rafael. ― pedi grosseiramente.
 ― Sabia que você fica linda de rosa! ― ele parecia não ligar para o que eu falava, permanecia a minha frente fitando-me. Senti minhas bochechas queimarem e uma sensação de raiva me invadia descontroladamente. Como ele ousava em falar assim de mim.
― Abre logo essa porta Rafael ― insisti sem sucesso. Um sorriso torto e malicioso brotou na sua boca. O que ele pensava em fazer.
― Então, você estava tomando banho? ― perguntou ele. Agora a sensação de raiva aumentou tanto que tive vontade de mata-lo. Olhei-o surpresa e sem pensar lancei o travesseiro da minha mão sobre ele, atacando-o. Não me importando que estava apenas de lingerie batendo com um travesseiro nele.
― Sai daqui Rafael ― gritei inutilmente.

 Ele me segurou brutamente contra o seu corpo colocando os meus braços atrás de mim, me deixando totalmente sem graça e corada, agora ele passara dos limites. A distância entre nossas bocas eram mínimas, apenas alguns centímetros. Fixou meus olhos nos meus sem reação alguma. Olhos que agora deixaram o mistério fugir, eles brilhavam como duas pedras valiosas pretas e expressavam medo, medo a qual eu não sabia a que se referia. Ele não era o tipo de garoto que parecia ter medo, mas as coisas durante as últimas 24h mudaram muito. E agora qualquer coisa era de se esperar dele, mas algo eu não compreendia. Por que ao invés dele sair do quarto, assim que me viu, continuou lá e ainda falando as asneiras que disse? sendo que ele não me quer por perto. Literalmente ele era um garoto estranho, muito estranho. Baixei a minha cabeça desviando o olhar para o lado. A única coisa que eu queria aquela hora, era simplismente, sumir, evaporar daquele lugar e daquela situação horrível.

 ― você pediu para que eu não ficasse perto de você.. ― dei uma pausa não muito curta e suspirei fundo. ― agora sou eu que pesso. ― tornei a olha-lo fixamente. ― Fica longe de mim.

 Rafael afrouxou suas mãos deixando livre que eu pudesse me livrar de seus braços. Me soltou e em seguida saiu do quarto, batendo a porta atrás de si, sem me olhar.