Fanfic: Primavera no Coração *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Capítulo 3

Any não recordava ter estado tão cansada jamais; sentia o corpo como um chumbo enquanto sua mente parecia flutuar desconectada do mundo físico.

Só o bebê em seus braços parecia real. A mulher era vagamente consciente das coisas que Alfonso lhe estava fazendo, da incrível confiança e delicadeza de suas mãos, mas era como se as estivesse fazendo a outra pessoa. Nem sequer reagiu com os pontos, nem com a firme massagem que lhe deu no ventre. Ela simplesmente jazia sobre as costas, muito cansada para lhe importar nada. Quando por fim esteve limpa, com a camisola e lençóis novos no colchão, suspirou e ficou adormecida.

Quando ela despertou não tinha nem idéia de quanto tempo tinha passado. Alfonso ajudou-a a incorporar-se apoiando-a contra seu corpo enquanto ao mesmo tempo sustentava ao bebê para que mamasse. Any apoiou a cabeça em seu largo ombro sem forças para segurá-la.

- Sinto muito - murmurou, - não posso me sentar.
- Não passa nada, querida - disse ele apagando suas más lembranças com voz profunda. - Trabalhaste duro; merece um pouco de descanso.
- Está bem a menina? - perguntou Any fracamente.
- Come como uma lima - disse ele soltando uma risada que ocultava sua preocupação, e Any voltou a dormir logo que ele voltou a deixá-la sobre o colchão.

Nem sequer sentiu como Alfonso apartava à menina de seu peito e lhe abotoava a camisola.

Ele permaneceu sentado durante um longo momento, balançando ao bebê em seus braços. A menina era perigosamente pequena, mas parecia muito forte para seu tamanho.

Respirava sem dificuldade e se arrumava para mamar, ambos os pontos que tinham preocupado ao Alfonso, mas mesmo assim seguia sendo muito pequena. Calculou que pesaria uns dois quilos, muito pouco para poder regular sua própria temperatura, porque simplesmente não tinha a gordura necessária. Por isso, havia-a agasalhado com excesso e mantinha um mormaço na habitação mantendo um grande fogo aceso.

Seus olhos tranqüilos brilharam ao contemplar seu rostinho, em que destacavam os grandes e imprecisos olhos azuis dos recém-nascidos. Os bebês prematuros tinham um aspecto curioso, porque em seus rostinho de boneca faltavam as típicas bochechas, e essa ausência refletia a estrutura facial em sua magreza extrema. Mesmo assim, podia dizer que a menina ia ser uma beleza, com as feições de sua mãe e também seu espesso arbusto de cabelo escuro. Cada um de seus pequenos e frágeis pacientes despertava o mesmo carinho em Alfonso, mas essa obstinada lutadora lhe tinha chegado especialmente ao coração. Possivelmente fora porque ao olhá-la podia ver sua mãe, porque Any também era uma lutadora.

Tinha que ser; não era fácil passar uma gravidez sozinha, e ela obviamente o tinha feito. E quando tinha começado a dar a luz, em lugar de ficar onde estaria a salvo, tinha arriscado sua própria vida em um esforço por chegar à clínica, onde seu bebê teria atenção médica. Não podia deixar de perguntar-se pelo ausente senhor Fields, e pela primeira vez em sua vida sentiu o ciúmes lhe abrasando, porque o homem desconhecido havia sido, ao menos por um tempo, o objeto do amor da Anahí.

Debaya: Simmmm *-----------* Acho q ela vai começar a dar.. Quer maratona? :3