Fanfic: Primavera no Coração *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Despertou a Any antes de que o bebê começasse a chorar a sério, e voltou para incorporar a com suavidade para que pudesse amamentar à menina. Desta vez ela parecia mais alerta que a anterior. Any sustentou a menina contra seu peito, acariciando sua pele com um dedo.

- Que horas são? - perguntou fracamente.

Ele se ergueu um pouco de maneira que pôde ver seu relógio de pulso.

- Quase as nove.
- Só? Tenho a impressão de ter dormido durante horas.
Ele riu.
- E assim foi, querida. - Estava exausta.
Os claros olhos verdes da Any cravaram-se nele.
- Ela está bem?

O bebê escolheu esse momento para fazer um som com a boca quando o mamilo escapou de seus lábios. Freneticamente a diminuta boquinha o buscou e quando encontrou-o proferiu um gemido de satisfação. Os dois adultos riram.

- É forte para seu tamanho - disse Alfonso levantando a minúscula mão que repousava sobre o seio de pele de marfim veteado de veias azuis.

Era uma mão, pequenina , a palma não maior que uma moeda de dez centavos, mas as unhas estavam perfeitamente formadas e tinham uma bonita cor rosa. Alfonso suava copiosamente e pôde ver que o seio de Any brilhava, mas para o bebê a temperatura era a adequada.
Any tratou de afastar-se dele, mas seu corpo protestou pelo movimento e com um gemido voltou a recostar-se contra seu musculoso peito.

- O que quiseste dizer com isso? Está bem ou não? – perguntou-lhe muito séria.
- Necessita de uma incubadora - disse Alfonso rodeando a Any com um braço. – Por isso mantenho a habitação tão quente. É muito pequena para que seu corpo possa regular sua própria temperatura.

O rosto da Anahí empalideceu imediatamente. Ela tinha acreditado que tudo ia bem, apesar de que o bebê fora prematuro. O súbito conhecimento de que sua filha ainda estava em uma situação precária a encheu de terror.

- Não se preocupe - disse-lhe Alfonso - Enquanto a mantermos abrigada, não haverá nenhum problema. Eu a vigiarei atentamente durante esta noite, e tão logo melhore o tempo a levaremos a uma incubadora.

Alfonso estudou a pequena mão por um momento e logo voltou a colocá-la sobre o peito de Any.

- Que nome lhe vais pôr?
- Dulce Maria- murmurou Anahí. -Maria é, era... o nome de minha mãe. Mas chamarei-a Candy. Eu gosto de seu significado em espanhol.

Alfonso ficou muito sério e seus olhos se obscureceram com uma emoção a duras penas contida ao olhar o bebê.

Seguia sendo o mesmo nome, o nome que em sua mente se havia convertido em sinônimo de amor. Aos quinze anos tinha conhecido pela primeira vez o amor verdadeiro no rosto de Dulce Uckermann, e então tinha sabido que nunca se conformaria com menos. Isso era o que queria sentir, o que queria dar, e o que queria receber. O amor de Dulce era uma coisa imensa e poderosa, que se derramava sobre todos os seres que a rodeavam, porque ela o dava generosamente. Graças a ela, ele se havia feito médico, por ela tinha podido terminar a universidade tão rapidamente e a ela tinha que agradecer ter tido uma família ampliada onde antes só tinham sido ele e sua mãe.

Agora essa nova idéia lhe estava levando a classe de amor que sempre tinha desejado, de maneira que era perfeito que a menina recebesse o nome de Dulce. Alfonso sorriu ao pensar em Dulce sustentando a sua xará. Ela e seu marido, Christopher, podiam ser os padrinhos do bebê, embora provavelmente teriam que compartilhar a honra com Christian e Maite Chavez, outros dois amigos muito especiais que também formavam parte da família ampliada. Ele sabia como receberiam todos a Any e a sua filha, mas se perguntou como se sentiria Any, rodeada por todos esses amáveis estranhos.

Nervosa? Ameaçada? Necessitaria de tempo para conseguir o amor de Any, mas tinha todo o tempo do mundo. Tinha o resto de sua vida.
O bebê se ficou dormindo, e com cuidado Alfonso o agarrou de braços de Any.

- Dulce - murmurou provando o nome em seus lábios.

Sim, juntos podiam encher de amor a Any.