Fanfic: Primavera no Coração *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Anahi passou o resto da noite dormindo intermitentemente, e cada vez que despertava via o Alfonso com sua filha nos braços. A imagem desse homem alto e forte sustentando ao frágil bebê com tal ternura e preocupação lhe produzia uma sensação difícil de identificar, como se algo se expandisse em seu peito.

Ele não baixou a guarda nem um só minuto em toda a noite, vigiando à menina, mantendo uma temperatura asfixiante na habitação, e sustentando a Any para que pudesse alimentar a sua filha cada vez que esta o solicitava com seu pranto indignado.

Em algum momento durante a noite Alfonso se tirou a camisa, e quando Any despertou surpreendeu a primitiva beleza da imagem que formava, sentado com as pernas cruzadas diante do fogo, os poderosos músculos de seu torso úmido brilhantes enquanto sustentava ao bebê adormecido contra ele.

Então pensou que ele não era como o resto dos homens, mas estava muito cansada e sonolenta para afundar nesse tema. Todo o corpo doía, e era presa de uma poderosa lassidão que mantinha seus pensamentos e movimentos ao mínimo. Já teria tempo de pensar ao dia seguinte.

Deixou de nevar ao amanhecer, e o vento também foi amenizando até desaparecer. Foi o silêncio o que despertou; Anahí tratou de sentar-se e fez uma careta ao sentir a dor na parte inferior de seu corpo. Alfonso deixou ao bebê sobre o colchão e se dispôs a ajudá-la.

- Tenho que ir... - começou, e logo se deteve bruscamente, como se não soubesse como expressar essa necessidade urgente diante de um estranho.
- Já é hora - disse ele tranqüilamente levantando-a nos braços.

Anahí ficou ruborizada enquanto ele a levava pelo corredor.

- Não necessito de ajuda! - protestou.

Ele a deixou sobre seus pés na porta do banheiro e a sustentou até que suas pernas deixaram de tremer.

- Ontem à noite pus um par de velas aí – disse. - Acenderei-as e logo sairei, mas estarei na porta se por acaso me necessita.

Ela se deu conta de que Alfonso não pretendia envergonhá-la, mas tampouco estava disposto a deixá-la cometer nenhuma imprudência. Havia uma implacável calma em seu rosto que fez pensar a Any que não duvidaria em ir em sua ajuda se estava muito débil para cuidar de si mesmo. Era difícil recordar que era um médico, acostumado a corpos de todos os tamanhos E formas. Simplesmente não se parecia com nenhum médico que ela tivesse visto até então.

Felizmente tinha recuperado algo de suas forças, e não necessitou de sua ajuda.

Quando saiu do banheiro, percorreu o corredor por seus próprios pés, embora ele não tirou a mão de seu braço no caso de ter uma vertigem. O bebê seguia dormindo placidamente sobre o colchão, e Anahí olhou a sua filha com adoração.

- É tão bonita – murmurou.
- Ela está bem? - Está bem, mas necessita uma incubadora até que ganhe mais peso. Pela forma em que mama, conseguirá em um par de semanas.
- Um par de semanas! - gemeu Anahí horrorizada. - Precisa estar no hospital um par de semanas?

Ele a olhou sem pestanejar.

Anahí se deu a volta apertando os punhos. Não havia forma em que ela pudesse pagar o que custariam essas duas semanas no hospital, mas via que não tinha escolha. A vida de Candy ainda pendia de um fio, e faria qualquer coisa, qualquer, para proteger a vida de sua filha.

- A clínica a que te dirigia, tem instalações adequadas para cuidar dela? - perguntou Alfonso.

Outro problema. Anahí tragou saliva.