Fanfic: Primavera no Coração *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Any se intranqüilizou; como lhe ocorria pensar em casar-se com um homem que era açoitado e tentado continuamente?

- Leva trabalhando muito tempo nesta cidade? - perguntou tratando de trocar de tema.
- Pouco mais de um ano. Eu adoro. Estes bebês necessitam de toda a ajuda que possam conseguir, e é obvio, teria sido capaz de caminhar sobre brasas acesas por trabalhar com o doutor Taliferro. Hospitais e clínicas de todo o país brigaram por lhe conseguir.
- Por que? Não é muito jovem para haver-se criado já uma reputação?
Any não sabia quantos anos tinha, mas supunha que mal tinha superado os trinta.

- É mais jovem que a maioria, mas terminou a universidade aos dezenove. Se graduou na escola médica como o número um de sua turma, e esteve interno em um dos melhores centros traumatológicos do país. Logo estudou medicina neonatal com o George Oliver, que também é um dos melhores. Acredito que tem trinta e dois anos.

Era estranho aprender tantas coisas sobre seu futuro marido dos lábios de uma estranha, e mais estranho ainda descobrir que era considerado como um gênio médico, um desses raros doutores cujo nome na lista de pessoal dava ao hospital credibilidade instantânea. Para ocultar sua expressão, baixou os olhos para sua filha e acariciou brandamente a bochecha da menina.

- Esteve toda a noite velando a Candy - ouviu-se dizer com uma estranha voz.

A enfermeira sorriu.

- Acredito. E agora ainda segue no andar, quando deveria estar em casa dormindo. Mas assim é o doutor Taliferro; sempre põe aos bebês a frente de si mesmo.

***
Uma vez de volta em sua habitação, Any seguia pensando nas coisas que lhe tinha contado a enfermeira, e no que lhe havia dito Alfonso.
Exatamente, que queria a Dulce. Mas, era essa razão suficiente para casar-se com uma mulher que não amava, quando podia casar-se com qualquer que lhe desejasse muito e ter seus próprios filhos?
Certamente, também havia dito que eventualmente esperava ter um matrimônio normal com ela, querendo significar que pretendia dormir com ela, de modo que também desejava ter filhos deles. Mas, por que estava tão seguro de que nunca se apaixonaria por outra mulher?

- Algum problema? -A voz profunda e tranqüila a sobressaltou, e Any levantou a vista para encontrar Alfonso de pé junto à porta, observando-a. Ela tinha estado tão sumida em seus pensamentos que não o tinha ouvido entrar.

- Não, nenhum. Só estava... pensando.
- Quererá dizer preocupando-se. Esquece todos os segundos pensamentos – disse com sua acuidade habitual. - Só confia em mim, e deixa que me ocupe de tudo. Estou arrumado as coisas para que nos casemos logo que saia do hospital.
- Tão cedo? - gemeu ela.
- Há alguma razão para esperar? Necessitará um lugar onde viver, assim que o melhor é que vivas comigo.
- Mas, e os testes de sangue?
- O laboratório do hospital se encarregará disso. Quando sair, tiraremos a licença de casamento. Iremos diretamente a um juiz amigo meu. O apartamento está muito perto daqui, assim poderá alimentar a Candy até que a levemos conosco. Enquanto isso, podemos lhe buscar uma ama de leite permanente.

Any estava impressionada. Como havia dito, tinha-o arrumado tudo.