Fanfic:  e o bebê chegou (vondy)(terminada)

Contornou uma pilha de caixas de papelão contendo uma infi­nidade de artigos para bebês que, mesmo tendo sido tio quatro vezes, desconhecia a existência de tamanha parafernália e olhou para dulce.

— Ouça. Está protelando para escrever esta carta há bastante tempo.

— Ei, eu...

— Sem mais desculpas — disse, elevando uma das mãos e olhando-a bem sério. — Já ouvi todas.

Com uma expressão contrafeita, dulce fez um beicinho em sinal de protesto. O gesto infantil e ao mesmo tempo sensual despertou em christopher uma imensa vontade de provar aqueles lábios sensuais mais uma vez. Para seu azar no último mês sentia o sangue disparar nas veias sempre que estava perto daquela mulher. E para aumentar ainda mais sua falta de sorte só começara a nutrir tais sentimentos em relação a dulce quando ela finalmente encontrara alguém por quem se apaixonara a ponto de se deixar engravidar. Nós conver­samos, rimos e aconteceu... Não era de se admirar que o marinheiro tivesse se rendido aos encantos da bela ruiva. Ele mesmo estava começando a se render, também.

O quê? Se rendendo aos encantos de dulce? De jeito nenhum!, ordenou-lhe uma voz interior. Não agora que precisava finalizar sua invenção e não com a sombra de Bruno pairando sobre suas cabeças. Não colocaria a felicidade da futura mamãe e do bebê em jogo.

Afinal, era o amigo dela ou não? Amigo quer ver o outro feliz. Era seu dever ajudá-la sem segundas intenções. Nada de intimidades físicas ou emocionais. Deveria lhe dar apoio e conforto e não desejar arrancar-lhe as roupas, levá-la para a cama mais pró­xima e... Inferno! Era hora de parar com aqueles pensamentos e voltar a se concentrar.

— Sem mais desculpas — repetiu, tentando parecer enfático. Ela o contemplou, alisando a barriga arredondada, com um ar tão inocente quanto o de um anjo caído do céu.

— Mas Shemp realmente precisava tomar um pouco de ar fres­co naquele dia. Não foi uma desculpa...

— Certo. E suponho que Curly também tenha precisado de tratamento para pelagem na semana passada.

— Eu...

— E o Larry precisava tingir as unhas das patas de púrpura ontem?

— Não era roxo.

Ele arqueou as sobrancelhas, sentindo a pressão sanguínea au­mentar.

— Oh, não?

— Não. Era rosa-choque. E de qualquer maneira...

— Escreva a carta! — O tom de voz era incisivo.

Vacilando, dulce sacudiu o bloco de papel, abrindo-o em uma nova página.

— Não precisa gritar — murmurou, contemplando as borbulhas que emergiam do filtro biológico do enorme aquário que separava a sala de estar da sala de jantar.

continua

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