Fanfic: A Dama da Meia-Noite | Tema: Levyrroni

(Pov William)

Eu estava no salão, junto à Daniel, Leon, e o conselheiro da rainha. Logo a rainha faria presença, e então, Maite estaria numa enrascada maior do que poderia imaginar. Minha cabeça doía de pensar. E o arrependimento batia forte em mim, por não ter avisado ela de que deveria cooperar da melhor forma possível, por que apesar de tudo a rainha ainda tinha algumas máquinas de tortura, e eu não sei se aguentaria ver Maite dentro de uma delas. Por ser um dos melhores cavaleiros reais, eu deveria sempre estar presente, e pela primeira vez eu me arrependo amargamente.
Um homem entrou pelas portas e avisou a chegada da rainha. Oh, meu Deus.
Eu nunca fui muito de rezar, mas se tinha alguma hora em que se fazia necessário, essa hora era agora. Não havia nada a prometer, mas eu já vi bruxas de verdade, e Maite não tem nada a ver. Dúvido inclusive, que saiba a diferença de uma erva daninha pra uma erva de cura ou de envenenamento. "Então se tem alguém aí, que escuta minha prece silenciosa, livra a cara da Maite dessa. Eu não sei por que peço isso, eu deveria é estar pouco me lixando mesmo, mas não dá, nunca daria. Sério, ela não pode terminar numa guilhotinha, ou na alavanca, ou em qualquer outra coisa que cause sua morte ou dor. Apesar de seus olhos, ela é só uma garota normal."
Pedi em silêncio, enquanto fazia uma reverência junto aos demais à rainha.
Algum tempo depois, o mesmo homem anunciou a chegada de Maite. Ela usava um vestido branco simples como sempre, mas seu cabelo estava preso. Ela olhou em todo momento para baixo, enquanto um de meus colegas a arrastava quase que literalmente pelo salão.
-Vo-vossa majestade. -Ela fez uma reverência como pôde.
-Você é acusada de bruxaria. Tem consciência disso?
-S-sim.
-Bem. Alguns artigos de bruxaria foram encontrados onde antes você vivia. Você sabia disso?
-Não. Como assim artigos de bruxaria? -Maite dessa vez levantou sua cabeça olhando pra rainha diretamente, que sorriu cinicamente como se tivesse escutado essa resposta mil vezes.
-Poções, muitas poções. Feitas à muito tempo, mas conservadas.
-E, perdoe-me o questionamento vossa majestade mas e se algum forasteiro se abrigou lá depois que saí e deixou aquilo lá? É impossível provar que era eu que mexia com aquilo.
-Sim, até que você pensa. Pois bem, saiba que eu também imaginei isso, portanto teremos que tirar a prova. -Meu coração foi à mil. Que por favor ela não esteja falando de cortar Maite, por favor, por favor.

(Pov Maite)

Eu estava assustada. Muito assustada. Que provas deveriam ser tiradas? E como?
-Dizem que você não só é bruxa -A rainha continuou- como também é uma criatura mandada pelo próprio demônio. Seus olhos mudam de cor com a noite, por que?
-Não sei. Isso acontece desde que eu me entendo por gente.
-Bem. -Ela não parecia muito convencida com minha resposta.-Tirem a roupa dela. -Espera... Oi?! Tirar minha roupa?! Na frente de todo mundo?! Como assim? Mas quando notei, o mesmo homem que havia me conduzido por esse "passeio" pelo corredor da morte já estava arrancando o vestido de mim. Deixando expostos os desenhos que eu tinha pelo corpo. -Uhum... E como você explicaria essas coisas pelo seu corpo? -Droga, agora eu teria que mentir.
-Eu... tenho desde pequena. Acho que fizeram em mim ou... ou algo assim por que não são marcas de nascença e...
-Ok, já ouvi demais. Pode se vestir novamente. Levem-na para fora, estarei discutindo sobre o veredito agora.

(Pov William)

Tive que lutar para não olhar Maite pelada. Sabia que se isso acontecesse, eu teria uma ereção em menos de 2 segundos, e acho que isso não seria algo muito bom. Não sabia sobre que "coisas" ela tinha no corpo, mas me parece que não é um bom sinal. Quando ela saiu, eu me virei para a rainha que discutia algo com o conselheiro.
-Venham cá, cavaleiros. O que acham disso tudo? Acham que será algo que o povo gostaria de ver? Nos beneficiaria de algo? -Eu sabia que tinha que ficar com a boca quieta, mas eu não podia ficar calado.
-Na verdade, vossa majestade, eu acredito que não.
-E por que não?
-Por que a Dama da Meia-Noite é quase como uma lenda viva. Apesar de que o povo clama por sangue, você sabe que o espetáculo não seria tão "grandioso" como era a tempos atrás. Além do mais, pense, seria um julgamento sem provas. O povo começaria à suspeitar se descobrisse algo, e você sabe que muitos podem fazer uma rebelião por qualquer deslize da coroa real, o que por sua vez causaria problemas muito maiores nos feudos vizinhos. -A rainha pareceu pensar por um instante.
-Ainda não estou muito certa, de todas as formas, levarei até quatro dias para decidir.
-E então ela irá para...? -O conselheiro quis saber com interesse.
-Não poderá ser onde normalmente prendemos os acusados. Ante-ontem o acusado por roubos de grande porte conseguiu fugir e agora estamos buscando a onde foi a falha, e se a espertinha encontra antes que nós e resolve fugir seria um escândalo. Porém, em outros lugares do castelo ela não pode ficar. Terá que ser levada para a casa de algum cavaleiro.
-Eu não me importaria... -Daniel começou, mas Leon o interrompeu.
-Sim, se importaria. Lembre-se que você tem uma mãe idosa que além de tudo é muito religiosa. Ela não conseguiria confiar na moça.
-Isso quer dizer que você se oferece? -A rainha perguntou.
-De maneira alguma. Tenho esposa. Mas William por outro lado vive sozinho... -Eu olhei pra ele como se ele tivesse dito uma incoerência, mas se ele percebeu, dissimulou.
-Sim... Acredito que seja o melhor. Ela ficará com você por esse período de tempo, entretanto, não poderá deixa-la sair de sua casa, compreendeu?
-Sim, vossa majestade. -Respondi.
-Perfeito, agora, retirem-se todos.
Quando saímos, eu encarei Leon.
-Cara, por que vocês tentam empurrar ela pra mim?
-Por que? Você sabe que poderia ter tomado uma punição por contestar a rainha? Sabe, não é? E mesmo assim defendeu a garota. É por isso que eu estou tentando passar ela pra você. Eu não posso defender ela. Tenho minha mulher em casa e estou muito feliz, obrigada.
-Acho que você está bem feliz, não? -Daniel me atacou ironicamente.
-Como?
-Claro, a terá ao seu dispor sempre que quiser.
-Eu nunca abusaria de uma mulher, e você sabe bem. Se você pensa dessa maneira abusiva, eu sinceramente acho que...
-Parem já. Não é bom que briguem aqui. -A voz da razão de Leon nos interrompeu. -Acho que você William, tem uma grande labuta pela frente, por que eu duvido que Maite aceite, então guarde seus argumentos pra ferinha. Enquanto você Daniel, não provoca. Vai ver sua mãe, eu vou junto com você, tenho que encontrar Nilce pra já, estou com muita saudade.

Fim do capitulo 13