Fanfic: A Dama da Meia-Noite | Tema: Levyrroni

-Já está escurecendo William, -Assim que o nome do homem misterioso era William? -e todos nós estamos cansados, é melhor pararmos antes que alguém durma encima do cavalo. -Disse Leon. Provavelmente tinha notado meu cansaço e como eu descansava sobre seu peito quase dormindo.
-Sim, tem razão é melhor esperarmos até amanhã de manhã, já se faz muito tarde. -Ele me olhou, e os demais também. Notei como me olhavam estranho... Meus olhos devem estar mudando de cor, só pode. Logo, pararam numa parte aberta da floresta e desceram de seus cavalos, fazendo que eu também descesse. Alguns homens começaram a montar tendas, e outros foram buscar um pouco de lenha, como William mandava. E eu estava ali, parada, sem fazer nada enquanto olhava. Comecei a me sentir desconfortável, então resolvi me aproximar ao lugar onde Leon estava montando uma tenda junto à outros homens.
-Eu... eu posso ajudar em algo? -Perguntei mordendo meu lábio inferior. Nunca tinha ficado perto de tantos homens... e principalmente perto `daquele` homem.
-Eu não acho que esse tipo de serviço seja ideal para uma mulher. -Uma voz grave soou logo atrás de mim, fazendo com que eu me sobressaltasse. -Te assustei?
-Nã...não! -Não podia mostrar vulnerabilidade nessa hora, não na frente desse arrogante. Arrogante e lindo. Mas arrogante. -E... se você quer saber, eu posso fazer muitas coisas melhor que você. -Falei, fazendo com que os demais olhassem fixamente para William esperando sua resposta, assim como eu.
-Como o que? Costurar e limpar? -Ele retrucou, sorrindo de uma maneira irônica, e eu me derreti por dentro. Mas no momento em que comecei a notar que os demais riam de mim, me recompus e sorri falsamente.
-Sim, isso também. Mas lembre-se que é por isso que você tem roupas e provavelmente uma casa limpa. Por que alguma pobre coitada que tem que te aguentar faz tudo isso. Além do mais eu me referia sobre força. -Ele não pareceu se surpreender com minha resposta.
-Ah, claro. Como se uma coisinha pequena como você pudesse lutar comigo. -Eu estive a ponto de responder que sim poderia, mas então estaria me entregando, e deveria lembrar que todos ali eram cavaleiros da rainha.
-Escute bem... -Comecei, mas Leon interrompeu a conversa.
-Olha, não queria interromper o momento íncrivel no qual uma mulher discute com William ao invéz de se jogar em seus braços, mas você pode ajudar sim, senhorita. Seria ótimo se você me trouxesse aquele martelo ali. -Disse apontando para a outra ponta do lugar, onde árvores fechavam o caminho. Eu fui até lá em silêncio, recolhi o martelo, e entreguei a Leon que sorriu. Notei então que William não fazia nada, e nem parecia estar incômodo com isso, eu sei que deveria segurar minha lingua, mas é isso mesmo, eu "deveria".
-E você? Não vai fazer nada? Dizer que pode vencer uma "coisinha pequena" como eu, mas não fazer o que disse que eu não poderia, te deixa em uma situação um pouco estranha, não? -Novamente os demais riram.
-Bem. Mas você vai ter que me ajudar. O que acha? -Ele falou desafiante. Ah não! Ele pensa que pode me desafiar e sair assim, ileso?
-Perfeito.
-Ok, venha aqui. -Fui até onde ele me levava e ele começou a colocar uma estaca no chão e me deu um martelo... Ele quer que eu martele naquela estaca pequena? Estava louco! Muito provavelmente é mais fácil que eu acerte a mão dele, pensei eu, mas sabia que seria muito difícil que eu errasse.
-E então? Onde está sua força? -Ele zombou e meu sangue ferveu, nesse momento, eu simplesmente lancei o martelo que caiu encima da estaca fazendo com que ela cravasse no chão e foi parar longe com uma exatidão não tão incrível pra mim, mas sim para os demais que nos olhavam.
-Como fez isso? -Ele perguntou calmamente.
-Quis acertar em você, errei e acertei na estaca, o que mais seria?
-Ah... -Ele não parecia muito convencido. -Então me lembre de não deixar coisas cortantes perto de você.
-Lembrarei. -Eu falei com um sorriso, e me virei.
-Eu acho melhor agora você simplesmente se sentar naquele tronco e esperar senhorita.
-Está bem. -Eu tentei ao máximo parecer ofendida, mas a verdade era que estava com muito sono. Me sentei no tronco, encostando numa árvore e de um momento à outro a escuridão me envolveu.

(Pov William)

O que aquela mocinha estava acreditando? Que podia mais do que eu? Bufei com raiva, como tinha coragem?
Apesar de tudo, ver ela dormindo tão vulnerável me faz sentir meu coração... encolher? E isso é algo desagradável.
E também, ela tinha debochado de mim enfrente à seus companheiros. Eu sou um guerreiro real, e ela uma criada. Chamavam ela de bruxa, mas uma bruxa não seria como ela... Ou seria?
-Pronto, 4 tendas em pé já são o suficiente. -Daniel falou, levantando-se.
-Alguém vai ter que dormir junto à ela, para garantir que ela não fuja. -Eu falei, passando essa tarefa para quem quisesse.
-Nós agradecemos a boa intenção, mas você é o que tem mais sono leve de nós todos, está sempre em alerta. Nós provavelmente dormiríamos muito calmos, e se ela resolvesse fugir não poderíamos detê-la.
-Homens que lutaram em várias guerras desde sua adolescência negando-se a cuidar de uma só mulher?
-Você parece o mais interessado. -Leon falou entrando em uma das tendas. Quando eu vi, todos já tinham entrado em alguma tenda e só me sobrava a última, para mim e Maite. Suspirei. Certamente será uma noite difícil. Levantei Maite em meu colo, e ela nem sequer se moveu, parecia estar realmente cansada. De repente escutei algo, que vinha do cavalo... Tinha algo nas coisas de Maite? Eu deveria mesmo imaginar, a coloquei dentro da tenda e sai. Então comecei a mexer ali até encontrar... um coelho? Maite tinha levado um coelho pra um julgamento? Dei de ombros, isso não era problema meu de todas as formas, mas resolvi levar o coelho pra junto de Maite. Ao entrar novamente na tenda com o coelho nas mãos, pensei que ela parecia quase... angelical. Quando estava dormindo claro, por que quando ela resolvia desafiá-lo, era uma verdadeira pedra no sapato!

Fim do capitulo 6.