Fanfic: A Dama da Meia-Noite | Tema: Levyrroni

(Pov Maite)

Por que tudo isso?
Por que quando eu olho para William, meu coração parece querer sair do meu peito? Por que quando ele me toca eu sinto frio na barriga? Por que eu só desejo toca-lo?
Eu estou ficando louca?
Meus pensamentos foram cortados por um barulho... Um barulho ao longe... O que poderia ser?
"Ok, você consegue Maite. Descubra o que é!" pensei, me concentrando. Algo como... espadas? Espadas e gritos... gritos femininos. Algo estava acontecendo não muito longe.
-Parem! -Gritei. -Algo está acontecendo.
-Como? Você está louca? -Um dos cavaleiros falou.
-Vocês não escutam? Algo está passando pra lá. -Apontei pra onde os ruídos vinham.
-Você não nos fará mudar de rota. Se pensa fugir... -Daniel começou.
-Não! Algo realmente está acontecendo. Vocês não escutam os gritos? -Me ignoraram.
Ótimo! Alguém pode estar morrendo, e eles me ignoram! Continuamos, até que...
-Um momento... -William parou o cavalo. -Isso é barulho de...
-Batalha. -Leon também parou. -Mas não uma em grandes proporções...
-Sim, algo realmente está acontecendo. -William concluiu.
-Não podemos nos desviar da nossa rota. -Daniel protestou notavelmente irritado.
-Não demorará muito. -William fez o cavalo correr mais rápido, e eu não pude me segurar, acabei parando direto em seu peito, envolvida por seus braços. Notei que os outros cavalos o seguiam. Os gritos não pararam. Quanto mais nos aproximavamos, mas minha cabeça doía e latejava.
Ao chegar, mal pude descer do cavalo, e ao faze-lo, caí e tudo que vi foi escuridão. Continuava escutando ao longe os gritos, mas tudo estava distorcido, até que acabei em total inconsciência.

(Pov William)

Maite tinha desmaiado, mas eu não podia parar pra pensar nisso agora. Pedi para que Leon cuidasse dela, e comecei a correr. Encontrei dois homens lutando, eles gritavam, e beiravam o cansaço total, mas continuavam ali. Os gritos de duas mulheres ecoavam, mas aparentemente ninguém parecia escutar. Vinham de dentro da casa que ali estava. Espreitei o que enfrentaria e comecei a fazer nota mental. Havia mais um que estava do lado da casa e parecia estar ateando... fogo! Nesse momento, entendi a gravidade da situação.
Olhei para trás e notei que Daniel e mais dois dos cavaleiros estavam comigo, fiz um sinal para que separassem a briga enquanto não sabíamos o que tinha acontecido. Enquanto eu e Daniel parávamos o outro. Saímos dali, e tudo aconteceu num ritmo frenético. Daniel segurou o crápula que colocava fogo na casa, mas como era madeira, tinha se espalhado rápido demais. Arrombando a porta, entrei rapidamente, encontrando uma mulher e uma garota. Carreguei a garota no colo, enquanto a mulher veio logo ao meu lado.
Um lado da casa caiu, e o temor quase tomou conta de mim, mas essa não era a hora de desistir.
-Por aqui! -Gritei para que a mulher escutasse, indo por um outro lado da casa. A porta estava logo ali, por sorte. Me assegurei de que ela saía primeiro, e logo depois consegui sair eu também, deixando a menina no chão. Quando olhei, vi que três dos homens que estavam ali antes tinham fugido, enquanto um deles já bastante ferido, caiu ao lado das mulheres. A casa já se consumia em chamas, e nada mais podia ser feito.
-Quem são? -Perguntei ofegante. Daniel se aproximou de mim.
-Os ladrões fugiram. Tentaram atacar essa familia. Provavelmente pela vila estar mais distante daqui. Devem ser um bando dos saqueadores.
-Obrigado. -O homem se levantou com um pouco de dificuldade. -Eu não... não sabia o que ia acontecer. Obrigado. Nos salvou.
-Você não deve me agradecer... - "Deve agradecer à Maite" concluí em meu pensamento. -É meu trabalho. Vocês ficarão bem?
-Sim... Eu posso levar as duas pra casa da minha sogra não tão longe daqui.
-Não seria na vila...?
-Não, não é.
-Ok, então deixaremos vocês. Espero que tudo dê certo.
-Obrigada senhor. -A garota se levantou devagar tossindo. -Muito obrigada.
-Por nada. Fique bem, certo? -Ela assentiu e abraçou sua mãe.
Fiz um sinal, e Daniel me acompanhou junto aos demais homens.
-Você foi um herói. -Daniel sorriu.
-Não, eu não. Maite. -Ao pronunciar seu nome, lembrei que ela estava desmaiada. Corri até onde os cavalos estavam e a encontrei apoiada em Leon, se levantando.
-O que... o que aconteceu? Acabou? -Maite perguntou, um pouco zonza.
-Sim... Maite, você salvou uma familia.
-Eu? Eu não... fiz nada.
-Você nos avisou. Eram saqueadores.
-E os gritos de mulher?
-Uma mãe e sua filha.
-Elas estão bem?
-Sim... Mas agora é melhor continuarmos. -Daniel se adiantou. -Como conseguiu escutar de tão longe isso?
-Eu não... não sei. Não me sinto muito bem agora. -Ela quase caiu de novo, e quando eu ia segura-la, Maite conseguiu se sustentar novamente. Mesmo assim, ajudei ela a subir no cavalo, e logo eu subí também. A apoiei em mim, e dessa vez ela não pôde evitar. Realmente ela parecia mal, estava muito pálida. O que tinha acontecido afinal?

Fim do capitulo 9