Fanfic: Totalmente Demais! [Terminada]
Ela abriu a boca para insistir que sua decisão era definitiva quando o telefone tocou. Atendeu e ficou radiante quando, do outro lado da linha, o encanador retornava sua ligação. O entusiasmo rapidamente se desmanchou. Pôs o telefone de volta no gancho.
Ucker ergueu as sobrancelhas escuras.
-- Problemas?
Ela concordou com a cabeça.
-- O encanador. Ele virá. Amanhã. Talvez. – Pegou na blusa úmida.
-- Nesse caso — ele começou a desabotoar o punho da camisa. --, é melhor começarmos a trabalhar.
-- Nós? – perguntou ela.
-- Você e eu. Não estou vendo mais nenhum voluntário. – Olhou rapidamente em volta do salão. – Você está?
-- Não, mas... você é encanador?
-- Não senhora. Mas morando num apartamento antigo já tive minha cota de aquecedores quebrados. Então, vamos ao trabalho. – Com um movimento rápido, começou a arregaçar a manga. Quanto terminou com a primeira, começou com a segunda, revelando antebraços musculosos e uma pele bronzeada.
Uma coisa era perceber a força desse homem, outra era testemunhar a prova física dela ao vivo. A boca de Dulce ficou seca e ela se esticou para alcançar a garrafa de água sobre a escrivaninha. Umedeceu os lábios ressecados antes de tentar falar.
-- Chave inglesa?
-- O quê?
Pegou a ferramenta que havia guardado na escrivaninha mais cedo.
-- Perguntei se você precisava de uma chave inglesa. Para desligar o aquecedor.
-- Deixe à mão e veremos.
Ela o acompanhou até o quarto dos fundos. Ele se ajoelhou para examinar o que ela considerava uma peça estranha de equipamento.
-- A temperatura já foi diminuída – disse ele.
-- A equipe de limpeza deve ter ligado por engano. Estava quase 32 graus quando cheguei aqui. Girei o botão para diminuir, mas o calor não cedeu.
-- Talvez seja necessário alcançar o pico antes de começar a cair.
-- Quer dizer que vai ficar mais quente? – perguntou ela, ajeitando as mechas de cabelo úmidas que grudavam à testa.
-- Pode contar com isso. – O olhar atraente dele se concentrou no dela e o calor no aposento pareceu aumentar muito. Homem algum jamais tivera tamanho efeito de parar o coração de Dulce. Com uma inspiração profunda, ela se perguntou como lidar com aquela masculinidade crua. Havia cometido erros demais para pôr tudo a perder novamente.
Ele limou a garganta.
-- Existe outra alternativa Podemos acionar o interruptor de emergência e rezar para que o aparelho não exploda no processo.
Ela balançou a cabeça.
-- Não, obrigada. Não posso arriscar esse tipo de conserto.
-- Então você não tem escolha senão deixá-lo seguir seu curso. Nesse meio-tempo, você tem um balde? – perguntou.
-- Na verdade... – Pegou o balde que a tia usava para guardar material de limpeza. – Aqui. – Ofereceu a ele, que segurou a alça.
-- E uma chave de skate?
Ela piscou os olhos por causa da pergunta estranha.
-- Uma o quê?
Ele deu uma risadinha.
-- Nada não. Apalpou em volta e deu batidinhas no chão que rodeava o aquecedor. – Aha. – Ele segurava uma pequena chave arredonda. O triunfo iluminava seus olhos, que ela agora percebia que eram estonteantes.
De uma olhada no achado dele.
-- Deixe-me adivinhar. Uma chave de skate?
-- Quase isso. A maioria desses aparelhos antigos precisa ser esvaziada no início de cada estação, às vezes com mais freqüência. Pessoas que conhecem esses aparelhos deixam a chave num determinado local para não esquecer. Senão têm de sair correndo na esperança de encontrar...
-- O skatista mais próximo? – perguntou ela, irônica.
Ela faria isso num estalar de dedos... se tivesse sua aparência.
Um rubor ardente queimou as bochechas dela. Graças a sua pele clara, provavelmente estava parecendo um tomate.
-- Veja, Sr. Uckermann, agradeço sua ajuda, mas o senhor não tem de me bajular.
-- Os elogios lhe causam desconforto, Srta. Saviñón?
Ela deu de ombros, sabendo que ele tinha atingido um ponto sensível. Na experiência dela, elogios eram um meio para se chegar a um fim.
-- Uma mulher como você deveria estar acostumada com eles. Pensei que tiraria isso de letra.
-- Vamos dizer que prefiro voltar ao problema à nossa frente – disse ela, apontando para o aquecedor. – Achei que se esvaziasse um aquecedor quando não tivesse calor.
-- Tem razão. Mas também se pode estabilizar o sistema para não ter maiores problemas ao ligá-lo de novo, no inverno seguinte. – Voltou ao aquecedor e logo o som da água correndo para dentro do balde encheu o ambiente silencioso. Depois da terceira viagem para despejar a água na pia do banheiro, ele jogou a chave para o alto e pôs-se de pé.
-- Tudo pronto. – Limpou as mãos molhadas nas calças sem se preocupar com o estrago que fazia no terno. – Quanto ao aparelho, dê um tempinho. Pode ser que ele resfrie sem a ajuda do encanador.
-- Só de me informar isso já deve ter feito com que eu economizasse uma pequena fortuna. Obrigada.
-- Sem problema. – O olhar penetrou no dela e um lampejo de tonteira atacou-a. Ela desejava poder culpar o calor, mas sabia que era o olhar penetrante que a tirava do sério.
-- Podemos reconsiderar aquela bebida? – perguntou ele.
Ela começou a balançar a cabeça.
-- Eu...
-- Então eu quero aulas. E antes que diga alguma coisa, sei que não se especializa mais em etiqueta para encontros amorosos, mas considere isso uma emergência. Tenho um jantar com meu chefe amanhã à noite e ele está planejando levar a filha. Não quero me envolver, mas gostaria de causar uma boa impressão e fazer bonito. Vamos jantar hoje à noite para que possa me ensinar os pontos mais refinados de charme e classe. – Deu um sorriso largo e ela descobriu uma covinha na bochecha esquerda dele.
-- Acho que o senhor tem o suficiente de ambos – disse ela, irônica.
-- Então faça minha vontade. Estou lhe dando uma desculpa para dizer que sim... e você sabe que quer. – A voz dele diminuiu uma oitava. Rouca e sedutora, penetrava nas veias dela.
-- E acho que está imaginando muitas coisas. Que tal se eu fizer algumas ligações para ver se uma de minhas instrutoras está disponível para... bem, satisfazer suas necessidades. – Dulce gemeu por dentro. Tinha levado anos para aprender a esconder suas inseguranças, mas havia conseguido. No entanto, na presença de Christopher Uckermann, tinha se tornado a menina sem jeito que um dia fora.
-- Prefiro ir com a senhorita. – O olhar intenso dele suplicava que ela acreditasse.
Como ele poderia estar interessado nela? Dulce balançou a cabeça.
-- Que péssimo para mim. – O desencanto tingia a voz dele e esmaecia seu olhar. Apontou para o telefone. – Acho que vou ter de sair com uma estranha hoje à noite.
Ela revirou os olhos.
-- Eu sou uma estranha.
-- Engraçado, não consigo sentir isso. – O olhar dele cruzou com o dela, encarando-a de uma forma tão significativa que ela não podia escapar ou se confundir. Havia uma conexão entre os dois. Os dois sabiam disso – tanto quanto sabiam que ele tinha acabado de fazê-la mudar de idéia.
Ela sentou-se na cadeira giratória atrás de sua mesa de trabalho. Inclinando-se sobre o tampo de madeira, Ucker chegou muito perto dela e ela percebeu uma nota tentadora de menta no hálito dele.
-- Vai desapontar um cliente, Srta. Saviñón?
-- Dulce. – Ela lambeu os lábios secos.
Ele ergueu uma sobrancelha e endireitou-se para ficar totalmente de pé.
-- Parece que já estou progredindo, Dulce.
Definitivamente estava.
-- Bem, não posso acompanhá-lo se me chamar de Srta. Saviñón a noite inteira. – disse ela.
O lampejo de dentes brancos veio e foi num rápido e largo sorriso.
-- Ouvi falar de um lugar informal. Esqueci o nome. – Ele abotoou o paletó do terno. – Não sou daqui, então não conheço muito bem a cidade. Espero vir com freqüência para visitar, porque meu chefe vive aqui. – Os olhos não paravam de encarar os dela.
-- Então é um jantar casual? – perguntou ela.
-- Sim. Você pode me ensinar a pedir um vinho, escolher o jantar, todas as coisas que eu preciso saber para jantar com o chefe... e eu tenho sua companhia. Gosta de beisebol?
Ela fez que sim, sentindo-se um pouco como se tivesse sido enganada.
-- Tenho ingressos para o jogo do Red Sox e podemos ir lá depois.
-- Não sei por que, mas duvido que você precise de aula sobre como ir a um jogo.
-- Não, mas até lá espero que tenhamos passado do estágio da lição. Que tal?
Ela limpou a garganta.
-- Parece ótimo. – Tão ótimo que chegava a assustá-la.
-- Então já estamos combinados.
Dulce concordou com a cabeça.
-- Você não vai se decepcionar. – As palavras dele tinham uma riqueza de sentido e Dulce teve a nítida impressão de que aquilo era mais do que um negócio. De que ela era mais do que professora para esse homem extremamente sexy.
Ele esticou o braço e segurou a mão dela. A conexão foi instantânea, a percepção, assustadora. Ela temia que seus pensamentos mais profundos tivessem acabado de se confirmar. Ele recuou de repente. Tivera a mesma reação apavorante que ela?
Ucker enfiou a mão no bolso e tirou uma carteira de couro marrom, mexendo nela apressado, como se subitamente não pudesse esperar para ir embora.
-- Você aceita American Express ou Visa? – perguntou.
-- Os dois, mas... – O que devia responder? Que pensar em aceitar dinheiro em troca de uma noite em sua companhia parecia algo errado?
Deu uma olhada pra Ucker. Ele havia encantado a moça apesar de seu fingimento inicial. Não apenas gostara dele, mas seria bom uma noite de divertimento. Com toda a postura de executiva que vinha tendo ultimamente, mal tinha tempo para se distrair. Quando havia sido a última vez que saíra com um rapaz legal? A última vez que ela se deixar ficar encantada, para variar? Ucker, definitivamente, era bom nisso. Deu uma mordida no lábio inferior e olhou nos olhos dele.
Ele abriu a carteira;
-- Posso pagar em dinheiro, se preferir.
-- Não. – Ela não podia aceitar dinheiro em troca de um encontro. Não importa como ele fazia a proposta, era isso que ia acontecer. Ela o brindou com um sorriso genuíno—Por que não vemos como as coisas fluem e depois discutimos isso? Mais tarde.
-- Está bem. – Fechou a carteira. – Estou hospedado no Hotel Summit e entrarei em contato, Srta... Dulce. – Com um largo sorriso, saiu porta afora, fazendo com que ela se perguntasse...
Ela poderia realmente ter tanta... sorte?
Autor(a): narynha
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--Que aparência rígida, Uckermann. – Assobios e vais acompanhavam a caminhada dele pelo distrito policial. Ucker ignorou o assédio e parou numa cadeira livre, estendendo as pernas à frente. Exalou um suspiro profundo e suave, mantendo o ritmo do coração firme. O relaxamento veio, mas a muito custo e destinado a não durar. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 48
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kikaherrera Postado em 25/10/2009 - 22:07:01
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
O FINAL PARABÉNSSSSSSSSSSSSS -
dannystar Postado em 25/10/2009 - 13:27:07
Oie!!! sou nova aki, e tô amando sua web, amo AyA...
Qro saber + dessa história q tá linda
Posta +
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+++++++++++++ AyA sempre -
kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:25
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:17
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:10
POSTA MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:58
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:51
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:43
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:34
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:27
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