Fanfic: Totalmente Demais! [Terminada]
O congelador de Dulce parecia tão vazio quanto o apartamento de Ucker. O lugar que ele chamava de lar. O lugar para onde ele retornaria esta noite, sozinho. Bateu a porta com força.
-- Não desconte sua raiva nos utensílios. Não posso comprar novos – gritou Dul do sofá na sala ao lado.
-- Não consigo achar uma bolsa de gelo – gritou ele de volta.
-- Isso é porque, apesar de todas as vezes que me machuquei só esta semana, não somos propensas a acidentes. Há sacos plásticos na gaveta de cima. Você pode colocar alguns cubos de gelo dentro.
Ucker meteu cubos recém-feitos no saco vazio e juntou-se a ela na sala que chamava de quarto da família. Uma palavra ridícula, pensou ele. Trazia ao pensamento imagens das quais ele queria fugir. Visões de sentar-se confortavelmente ao lado de Dulce, de lençóis quentes, de confidências... das pernas dos dois entrelaçadas na cama dela. Deixá-la não seria fácil, mas não tinha alternativa. Ela merecia alguém melhor que ele, e Deus sabia que ele não merecia Dul.
Ela havia apoiado o calcanhar sobre dois travesseiros. Depois de verificar o inchaço, ele se deu conta que não era nem de longe tão ruim quanto ele pensara a princípio. Uma contusão ruim, na pior das hipóteses. Ainda assim, um pouco de primeiros socorros não faria mal, então ele botou o gelo em seu pé elevado.
Um tremor veio em ondas por dentro dela.
-- Frio? – perguntou ele.
Ela fez que sim.
Ele podia aquecê-la. O pensamento ficou pairando sem ser dito, mas a necessidade de pô-lo em ação era clara. Egoísta, mas clara. Num minuto estava ajoelhado no chão junto ao sofá, no outro estava deitado de bruços ao lado dela, não com facilidade. O sofá estreito não era feito para dois.
-- Está apertado aqui, mas eu gosto – disse ela.
Ucker tinha estado na presença dela há tempo suficiente para perceber a sugestão sensual. O desejo não intencional, mas nítido, na voz dela tocou algo dentro dele, provavelmente porque reconhecia o mesmo desejo em si mesmo.
-- Estou mais aquecida agora – murmurou ela.
-- Eu sei. – Partilhar o calor do corpo nunca tinha sido tão gostoso. Sua respiração soprava suave contra as bochechas dele e a protuberância de seus seios pressionava o braço dele.
Antes que pudesse curtir a sensação, seu corpo começou uma lenta descida da ponta do sofá. Ele se deteve antes de cair e posicionou-se de volta no sofá.
A risada rouca de Dulce reverberou por seu corpo que já estava apertado.
-- Sua escolha, Ucker.
Ele a respeitava por isso. Os dias de brincar de poder estavam para trás. Não planejava retornar a esta casa, mas não contara com as coisas se desenrolarem daquela maneira. Na fração de segundo antes de ir para a rua, tivera uma visão de Dulce deitada, estirada na calçada, coberta de sangue. Uma cena que vira uma vez antes, com um final diferente. Ela estava viva, no entanto, e oferecendo-se a ele.
Um convite óbvio que ele poderia aceitar ou recusar. Um convite sem cobranças, porque, como ela lhe dissera de modo tão ousado, não esperava nada em troca. Por ser um canalha egoísta, não conseguia rejeitar. Precisava demais dela. Uma última batalha perdida antes que ele travasse sua campanha final. Deu uma olhada em direção à porta da frente, sabendo que sua última batalha ele não podia se permitir perder.
Antes que a gravidade o puxasse de volta ao chão, moveu o peso do corpo de forma que suas pernas se enroscaram no corpo dela. O peso da perna forçou o vão entre as pernas dela com uma pressão inconfundível e ela gemeu de prazer. O som contorceu suas entranhas em nós que só ela podia desatar.
Ucker alcançou os botões da blusa formal e decente que ela havia vestido por exigência dele. Dulce já havia retirado o equipamento de escuta no caminho para casa. Manter os olhos na estrada tinha sido quase impossível, mas ele tinha conseguido. Mal.
Manipulou os botões com mãos trêmulas, reminiscência de sua primeira tentativa, quando adolescente, no banco de trás de um velho calhambeque que seu tio chamava de carro. A única diferença é que agora não eram os nervos que causavam o problema, mas o desejo avassalador, que não podia mais ser reprimido.
-- Para o inferno com isso – resmungou ele. Agarrou os lados da blusa dela com cada mão e puxou.
Pequenas coisas parecidas com pérolas pipocaram e se espalharam em inúmeras direções. Dulce engoliu em seco. Ucker olhou para ela e sentiu um nó na garganta. O colo dela se destacava em cima da borda de renda do sutiã, enquanto os mamilos se eriçavam contra o material branco. Ele esfregou cada ponta distendida com os polegares. Ela conteve uma respiração ofegante e a cintura dela empurrou seu corpo, involuntariamente, contra o corpo dele.
Pegando-o de surpresa, ela se esticou e agarrou a camisa dele com os punhos, puxando-o para baixo e deitando-o sobre ela. Ucker não esperou o seguinte movimento dela, mas capturou sua boca em um beijo tão possessivo quanto desesperado. E não era isso que ele era? O que tinha sido desde o dia em que encontrara Dulce Maria? Desesperado pelo amor e pela aceitação dela, sabendo que não poderia ter nenhum dos dois?
Seus seios redondos e exuberantes comprimiam o peito dele, moldando-se ao corpo de Ucker como se ela fosse feita para deitar contra o corpo dele dessa forma, ficar com ele assim para sempre. Antes que ele pudesse reagir àquele pensamento, Dulce retribuiu o beijo, com a língua varrendo dentro da boca dele, um ato de posse característico dela. Dulce fazia o que nada mais conseguia: ela o dispersava, impedia os pensamentos que rolavam em sua mente e lhe diziam que tinha de partir, até que ele não conseguisse pensar em nada mais além dela. Até que estivesse preenchido com sua sensação, seu toque, seu perfume.
A parte de baixo do corpo dela imitava o movimento escorregadio de sua língua enquanto se contorcia de frustração contra a barreira de roupas que ainda os separava. Seus dedos, que ainda agarravam a camisa dele, apertavam ainda mais e beliscavam a pele dele. De repente, o corpo dela iniciou uma tremedeira violenta. Dulce estava claramente à beira do precipício, desesperada para fazer parte dessa última viagem.
-- Ucker. – O nome foi dito dentro da boca dele.
-- Hum. – Levantou a cabeça e olhou dentro dos maravilhosos olhos castanhos que estariam sempre com ele. – O que foi, querida?
-- Meu pé está dormente.
-- Hein? – Aquela era a última coisa que esperava ouvir.
-- O gelo. Tire-o do meu pé – disse ela, com uma risada frustrada, sacudindo a perna machucada num esforço evidente de remover o saco de gelo. – Por favor.
Ele pegou o saco plástico.
-- Ahh. – Ela gemeu com um suspiro longo e satisfeito.
Ele riu.
-- E eu aqui pensando que era eu que ia fazê-la suspirar de prazer... mas se é o gelo que funciona para você... – Abriu o lacre e enfiou a mão dentro. – Longe de mim contrariá-la. – Segurou um cubo de gelo derretendo por sobre o peito dela.
Os olhos se arregalaram, observando enquanto ele traçava o contorno de renda com o bloco frio de gelo. Ele passava o cubo para um lado e para o outro, parando apenas quando acumulava água, para lamber as gotinhas em sua pele suave. Seus olhos ardiam de prazer e desejo. Os sons que vinham do fundo da garganta dela excitavam-no como nada mais conseguia. O corpo dele gritava numa agonia retesada, implorando para se soltar.
Dulce se agarrou à camisa de Ucker, desta vez soltando-a da cintura da calça jeans. Ele a ajudou a tirar a camisa pela cabeça e a lançá-la no chão. Mas quando Dul agarrou o zíper da calça, Ucker deu uma parada. Queria deixá-la continuar. Queria arrancar a calça dos dois e terminar o que acabar de começar.
Mas aquela era a questão. Tinha acabado de começar. Se esta era a última vez deles juntos, ele queria que durasse.
Seus dedos estavam úmidos de água e ainda havia um cubo na mão. Desenhou os lábios cheios dela, colocando o dedo dentro de sua boca e deixando o gelo na língua cela. O beijo que se seguiu foi erótico e quente, uma mistura do gelo com o calor de Dul. Ele quase gozou naquele momento.
Mas o saco não estava vazio. Com o último cubo de gelo, ele voltou para o quadro de desenhar. Segurou o seio dela com uma das mãos e delineou o padrão da renda com a outra. Ela gemeu, depois deitou-se no sofá em evidente submissão. Ucker se demorou bastante, envolvendo os seios dela com uma lentidão dolorosa. Cada volta levava-o para mais perto de seu objetivo, para o bico enrijecido no centro. Com aquele último toque, as costas dela se arquearam e somente a cintura dele a mantinha ancorada no lugar.
Ela ergueu a cabeça e olhou nos olhos dele.
-- Os jogos acabaram, Ucker.
-- Acredite, não estou jogando nenhum...
-- Está, sim. – Ela lambeu os lábios úmidos. – E eles terminaram. Não que eu não esteja curtindo os jogos, mas o tempo de controle terminou.
Não devia ficar surpreso por ela saber de suas intenções antes que ele mesmo tivesse pensado nelas. Ela o entendia bem; sempre. Nesse momento, ele não se importava e não estava a fim de discutir. Desejava tanto aquela mulher que tremia com isso, precisava tanto dela que doía.
Naquele momento, Ucker percebeu que provavelmente doeria pelo resto da vida. Mas Dul não. Ela conseguiria superar isso, superar Kane. Não era um pensamento que ele quisesse desenvolver agora.
Fez uma pausa apenas para remover os últimos artigos de vestuário que os separavam, então deslizou uma pena por sobre as pernas dela, que já estavam separadas. O toque dele encontrou-a úmida, esperando apenas por ele. Segurando na parte externa das coxas dela, Ucker dirigiu-se para o lar.
A pele dela ainda estava formigando por onde o gelo tinha tocado sua carne. Seu coração ainda estava batendo acelerado pela intensidade que encontrara nos braços dele. Ucker havia feito tudo o que sonhara e algumas coisas que não sonhara.
Tinha perdido o controle. Cedido uma parte de si mesmo a ela por paixão. Irônico que, ao se dar, Dul sabia que o havia perdido.
Os dois se vestiram em silêncio, como os estranhos que um dia haviam sido, não os amigos e amantes que tinham se tornado. Mas ela fizera uma promessa e pretendia mantê-la. Não espero nada de você. Quando isso acabar, por ir embora sem olhar para trás. Não vou impedi-lo. Era hora de respeitar suas próprias palavras... mesmo com o coração partido.
Ele vestiu a camisa pela cabeça e enfiou-a para dentro da calça. O rangido do zíper ecoou no silêncio constrangedor.
Ele se virou para ela.
-- Se o tornozelo inchar, você vai ligar...
-- Vou ligar para um médico – garantiu a ele. Se ele ia embora, o mínimo que podia fazer era sair depressa.
Ele concordou com a cabeça.
-- Ótimo. Você podia usar gelo hoje à noite... – A voz dói desaparecendo. A simples menção ao item do dia-a-dia fazia com que ondas de consciência sensual cobrissem a pele dela. Dulce esfregava as mãos para cima e para baixo nos braços, mas o arrepio continuava. Imaginou que teria de se acostumar à sensação.
Dulce se levantou do sofá com cuidado par não fazer pressão sobre o pé machucado. Queria encarar Ucker pela última vez de pé e com postura, não mancando feito uma inválida. Ele era ótimo para cuidar dos necessitados. A última coisa que ela queria era ser a vítima que precisava da proteção dele mais uma vez.
As muitas facetas de Christopher Uckermann faziam sentido para ela agora. Não que esse conhecimento pudesse mudar as coisas.
Na cabeça de Ucker, cada caso trazia a chance de se redimir por falhar com a sua mãe, por falhar consigo mesmo. Permaneça no controle, não perca o foco: esses eram seus lemas. E, acima de tudo, não desista de nada com base na emoção... porque, se o fizesse, estava arriscado a repetir o passado. Se ele amasse, arriscava-se a perder novamente. Ucker tinha se fechado por muito tempo para correr esse risco agora.
Dulce sabia isso por experiência própria. Cada vez que ele se abria,o velho medo o agarrava e ele se fechava novamente.
Não podia lutar contra o passado por ele. Tinha acabado de conseguir lutar contra seu próprio passado. Como resultado, não tinha escolha senão deixá-lo ir.
-- Não se esqueça de comparecer amanhã para prestar depoimento.
Ela engoliu uma respiração difícil. Tinha esquecido que ainda não havia acabado de lidar com Ucker eram todos os níveis.
A expressão dele suavizou-se.
-- Vou prestar meu depoimento hoje à noite e estarei fora durante a próxima semana toda. Carlos Daniel vai tomar conta de você.
Nitidamente, Ucker tinha lido a mente dela. Dulce deu de ombros.
-- Que seja. Se você terminou de tomar conta de mim, poderia então... –Apontou para a porta, uma desculpa para engolir o nó na garganta. – Vá embora, Ucker. Não vai facilitar nada.
O aceno ligeiro com a cabeça foi abrupto, suas feições treinadas naquela droga de máscara ilegível que aperfeiçoara ao longo dos anos. Se ao menos ela não tivesse visto Ucker rir... ou ao meio da paixão... ela poderia não sofrer tanto agora.
Ele ficou ao lado dela. Esticou o braço para tocar-lhe a face.
-- Se precisar de alguma coisa...
Ela respirou fundo. Seu perfume singular envolveu-a, fazendo com que se sentisse aquecida e querida. Uma ilusão, lembrou-se.
-- Não vou precisar.
Ele fez um gesto afirmativo e afastou a mão. Os olhares se encontraram mais uma vez antes que ele lhe desse as costas e se dirigisse à porta. A desolação que ela viu nos olhos dele o traiu, mas era mais sensato não pensar que ele agiria de acordo com os sentimentos.
-- Adeus, Ucker.
A porta se fechou atrás dele. Um adeus silencioso. Dulce tinha de admitir, aquele homem era bom nisso. Bom demais, pensou, e virou-se para limpar as reminiscências de viver com Christopher Uckermann.
Autor(a): narynha
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-- Já se passou uma semana desde que varremos o submundo – disse Carlos Daniel. O homem mais velho rodeou a mesa de Ucker e tomou assento à frente. – E que semana! – Esticou o pé sobre o metal antigo e amassado e soltou um grunhido de satisfação. -- Você sempre foi modesto, chefe. Mas, neste caso, o orgulho de Carl ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 48
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kikaherrera Postado em 25/10/2009 - 22:07:01
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
O FINAL PARABÉNSSSSSSSSSSSSS -
dannystar Postado em 25/10/2009 - 13:27:07
Oie!!! sou nova aki, e tô amando sua web, amo AyA...
Qro saber + dessa história q tá linda
Posta +
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+++++++++++++ AyA sempre -
kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:25
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:17
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:10
POSTA MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:58
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:51
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:43
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:34
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:27
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