Fanfics Brasil - Totalmente Escandalosa: Capitulo 04. Totalmente Demais! [Terminada]

Fanfic: Totalmente Demais! [Terminada]


Capítulo: Totalmente Escandalosa: Capitulo 04.

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Anahí abriu os olhos e viu-se olhando fixamente dentro de olhos esverdeados. Forçou um sorriso autoconfiante.


-- O que posso lhe servir?


-- A especialidade da casa. Qual é a sua? – Um sorriso sexy quase perfeito, deixou-a cega e sem fôlego.


Aquela percepção pulsava pesada dentro das veias dela, um acompanhamento delicioso para a batida estável da música ao fundo. Anahí se perguntou quantas mulheres esse homem encantava apenas com sua boa aparência. Suficiente para torná-lo perigoso, pensou.


Ele vestia um terno de corte italiano, como se tivesse nascido na nobreza, e quando os olhos captaram os dela, não soltaram. Nem mesmo uma risada alta do outro lado do pátio ao ar livre fez com que o olhar dele desgrudasse do dela.


Estreitou os olhos para julgar a preferência dele, mas não era uma bartender nata. Estava apenas substituindo sua funcionária ausente. Olhando para o homem, não conseguia nem de longe adivinhar sua preferência de drinque. E embora pudesse oferecer uma mistura interessante de coquetéis, os pedidos gerais ali tinham sido champanhe ou Mimosas e, de certa forma, não conseguia vê-lo como o tipo de homem para drinques delicados.


-- Por que não me diz o que tem em mente?


Ele se inclinou para perto, com os cotovelos encostados na beirada do bar. Sua colônia tinha um cheiro masculino e caro, uma combinação sensual que evocava tempero, tentação e problemas.


-- Alguma coisa que me refresque e diminua o calor—disse ele.


As nuvens haviam escurecido e assumido uma cor cinzenta de tempestade, e um vento pesado já havia começado a soprar do oceano próximo, reduzindo o abafamento e o calor. Anahí reconheceu as palavras como um objeto de sedução. Embora quisesse ser bajulada, não conseguia deixar de ficar decepcionada, também.


-- Uma dose de água gelada produziria esse efeito – sussurrou. Os olhos dele se escureceram sutilmente e ela percebeu que tinha dito as palavras em voz alta.


Ele abriu um sorriso.


-- Posso pensar em várias coisas que funcionariam melhor.


Era tão autoconfiante... tão sexy. Com toda sua bravata, Anahí não tinha tanta segurança de si mesma como gostava que o mundo acreditasse. A dura realidade da vida havia lhe ensinado a não confiar em muita coisa, especialmente em um homem tentador que tinha charme e sabia como usá-lo.


Olhou para ele com cautela, decidida a não entrar no jogo.


-- Então, que tal uma cerveja gelada?


O sorriso dele se alargou.


-- Agora eu senti firmeza. – Ele foi até o canto do bar, sentando-se num banco, próximo demais ao pequeno espaço de trabalho de Anahí. O que os separava era a largura do balcão, mas aquilo não era muito, certamente não o suficiente. E com garçonetes servindo champanhe em bandejas, a fila para os drinques havia diminuído. Não tivera um passante esparso na última meia hora. Estavam sozinhos.


Ela pegou uma das cervejas ecléticas escolhidas a dedo pelo juiz Herrera para a ocasião e serviu o drinque ao homem. Colocando o copo sobre um guardanapo, deslizou a cerveja em direção a ele.


-- Você me acompanha?


-- Estou trabalhando – disse ela, lustrando o bar de material plástico com um pano úmido.


-- Eu resolvo isso com a gerência.


-- Eu sou a gerência e não misturo negócios e prazer. – Especialmente quando o risco seria maior que o prazer... e se os nervos pulsantes e a expectativa crescente eram um indício, podia imaginar bem o quanto seria grande o prazer.


-- Senhorita... scotch com soda, se me permite interromper. – A voz veio do outro lado do bar.


Anahí agarrou-se à justificativa e dirigiu-se ao convidado que estava esperando. Enquanto trabalhava, sentia o olhar pesado dele queimar por dentro dela. Então, percebendo um problema do outro lado do gramado, Anahí correu para evitar um desastre entre sua garçonete e um convidado embriagado. Estava acostumada ao papel de supervisora e árbitro. Mas, desde que a chuva que estava para cair até a necessidade de as coisas darem certo, esta festa a deixava completamente estressada.


Para piorar as coisas, o juiz Herrera abordou-a no caminho de volta para o bar. Embora Eleonora levasse Anahí a acreditar que ela estava no comando, o filho não deixava dúvidas de que ele estava pagando as contas. E insistia que as garçonetes precisavam circular mais e que ela não deveria dar confiança para os convidados. Anahí teve de engolir o orgulho, bem como sua réplica.


Não via sentido em informar ao homem que pagaria pelo evento que o convidado dele tinha puxado papo com ela. O juiz não acreditaria. Em vez disso, curvou-se, escapou e chamou sua assistente para alertá-la a ter uma rápida conversa com toda a equipe. Então correu em direção ao bar. Uma coisa ela sabia: ficaria feliz quando dia terminasse.


Quando voltou, seu visitante estava sentado no mesmo lugar, com os braços cruzados à frente do largo peito.


-- Você precisa de uma pausa – informou a ela, com uma reprimenda no rosto. Infelizmente, aquilo nada fazia para estragar sua boa aparência.


-- Uma pausa não cabe na minha programação.


- Você teve um dia assoberbante. – Lançou um olhar até onde ela tivera a discussão com o anfitrião da festa. Eleonora podia ter contratado os serviços dela, mas Anahí tinha poucas dúvidas de que era o juiz Hererra que mantinha o poder sobre todo mundo em torno dele.


A companhia dela deu um tapinha no banco de bar ao lado dele.


-- Sente-se e abra seu coração – disse ele. – Sou um bom ouvinte. – Suas belas feições estavam marcadas pelo que parecia uma preocupação genuína.


Se deixasse, ele poderia seduzi-la com aquela preocupação. Sem dúvida era esse seu objetivo, no entanto a temperatura do corpo dela se elevou apesar dos modos calculados dele. Ou era a voz quente e sedutora que a aquecia por dentro e por fora?


-- Acho que você está invertendo nossos papéis. Eu sou a bartender que deve ter o ouvido amigo.


Ele estendeu o braço, tocando os brincos de prata pendurados na orelha dela.


-- Mas não sou eu quem está precisando de um ombro.


Era assustador como ele a entendia bem, pensou Anahí. Sua mão forte aquecia a pele dela. Estava sob o risco de uma sobrecarga sensual. Anahí fechou os olhos para evitar o tremor de consciência que disparou por suas veias. Ele a afetava mais do que no plano físico e aquilo tornava a dinâmica entre eles ainda mais explosiva.


Ela parou um instante.


-- Agradeço, mas não posso dar confiança aos convidados.


-- Você está fazendo um ótimo trabalho aqui. Eu não deixaria nada nem ninguém atingi-la. – murmurou.


Evidentemente, ele entendia pouco sobre agradar um contratante e pagar as contas.


-- Você está velho demais para não perceber que todos respondemos a uma autoridade superior – disse ela, irônica.


-- Apenas quando a autoridade é cheia de verdade e honestidade, não ar quente – disse ela, sorrindo.


Anahí deu uma risada sem querer. O juiz Herrera havia deixado claro seu descontentamento. Anahí não apenas queria sucesso hoje, mas também queria uma abundância de referências. Isso não aconteceria se passasse a tarde sendo verbalmente seduzida por um homem sexy muito fora de seu alcance.


-- Estou aqui para trabalhar – lembrou ela.


-- Você sabe que a festa está um sucesso. Ignore o homem – sugeriu ele. – Por que deixá-lo lhe dizer o que fazer?


-- Porque ele assina o cheque do meu pagamento. Além disso – disse Anahí, franzindo a testa. --, ele me disse para ficar longe de você. Só pode ser um bom conselho.


Ele balançou a cabeça.


-- Cinismo é triste.


Falou como se lesse por trás das palavras da filosofia dela sobre vida, amor e encontros no novo milênio.


-- É honestidade. A única forma que eu conheço de ser.


Os olhos soturnos encararam os dela.


-- Vou manter isso em mente – murmurou ele.


Palavras sensuais envoltas em insinuações, Anahí lembrou a si mesma. Nada mais. Levantou a cabeça para olhar nos olhos dele. Seus cabelos quase negros estavam puxados para trás no estilo mais moderno. Dinheiro e classe. Ele possuía os dois.


Por trás dele, jorravam mulheres lindamente vestidas, arrumadas de modo imaculado e apropriado ao mundo que ele habitava. Perguntou-se por que esse homem havia escolhido ficar ali no bar junto com os auxiliares. Não poderia esta interessado em uma mulher muito fora de sua classe social, com um histórico familiar sombrio.


Não sabia o que ele queria, mas suspeitava que encontrava nela uma diversão interessante. O pensamento penetrou em seu medo mais profundo: de que não somente era igual à mãe, mas também terminaria como ela. Sua mãe se vestia de modo exagerado, fazia coisas exageradas e nunca alcançava seu objetivo. Sempre fora apenas uma mulher com duas filhas e muitas responsabilidades. Uma mulher sozinha.


Sentir-se fora de lugar aqui não ajudava sua linha de pensamento, simplesmente aumentava um medo que Anahí costumava reprimir. Diferentemente dos abastados Herreras, a família Portillo Saviñón mal conseguia se sustentar, só comprava em liquidações. E isso quando as coisas estavam boas.


Embora vivesse a um mundo de distância de suas raízes, Anahí não era tola o suficiente para pensar que uma mulher que já havia usado roupas doadas e vivido nas ares mais pobres de Boston tinha qualquer coisa em comum com esse homem elegante e sexy.


-- Bem, se não vai se abrir podemos voltar ao seu trabalho. Mais uma bebida? – perguntou ele. – A minha acabou. – A voz profunda dele vibrou muito próximo ao ouvido dela. Um inesperado tremor de empolgação sacudiu o corpo dela por dentro.


-- Sua rotina também – disse ela, sorrindo.


-- Ouça essa mulher, filhote— disse Eleonora Herrera, com sua voz polida.


-- Vá embora. Você está arruinando minha tentativa de convencer a dama a me dar uma chance.


-- Pareceu-me que estava fracassando miseravelmente.


Anahí deu uma risada alta.


-- Você pegou o bonde andando. Ela estava a ponto de concordar em sair para tomar um drinque quando a festa terminasse.


-- Eu estava?


-- Estava. – As pontas dos dedos dele tocaram o ombro dela e Annie tremeu. Um drinque. Olhou nos olhos pesados dele e se perguntou: por que não?


-- Eu sempre soube que meu neto tinha bom gosto. – As palavras da senhora deram a resposta.


Uma coisa era tomar um drinque com um rapaz boa-pinta, outra era criar ilusões sobre um homem que pertencia a uma família abastada como a dos Herreras. Ele nunca a aceitariam. Nem apostando. Nem mesmo se Eleonora Herrera exigisse... e Anahí não pôde deixar de duvidar se Eleonora seria tão generosa com Anahí em relação ao neto como era em relação aos negócios. Agora entendia o severo alerta e nítido desdém do juiz Herrera. Não queria a moça em lugar algum perto do filho. 


Herrera acariciou a mão dela.


-- Que festa adorável, Annie. Você superou minhas expectativas.


Alguns instantes atrás, Annie teria concordado. Depois dos últimos dez minutos, tinha de se questionar. E se havia alguma coisa que Annie detestava, era duvidar de si mesma e ter autopiedade. Tinha de fugir dessas pessoas antes que perdesse a coisa que mais prezava: a fé em si mesma. Conquistada a duras penas.


Engoliu em seco e olhou para o relógio. Quase acabando.


-- Tenho de voltar ao trabalho.


-- Quer dizer que não quer minha companhia, afinal? – Os olhos dele se enevoaram. Uma aparência de garoto ferido afetava suas feições bem delineadas. Se não fosse cautelosa, acreditaria que tinha ferido os sentimentos dele. Mas o máximo que podia ter ofendido era o orgulho dele. Proteger seu próprio coração valia o sacrifício.


Observou a retirada de Eleonora Herrera, como a de uma rainha. A avó dele. Annie balançou a cabeça, decepcionada. Virou-se novamente para o filho privilegiado.


-- Não tenho certeza do que você está procurando, mas não posso lhe dar.


-- Poupe-me. Companhia: é só isso que procuro. Sua companhia.


Ela estreitou os olhos e tentou medir a sinceridade dele. O olhar fixo, antes firme no rosto dela, tinha deslizado para sua coxa. Ela olhou para baixo. A barra da minissaia estava dobrada para cima, expondo uma porção de pele escondida sob as finas meias-calças pretas. Não era muito, mas tinha revelado mais do que queria que o Príncipe Encantado visse.


Companhia uma ova. Ela parecia uma tola. Subiu-lhe uma pontada de arrependimento, não era forte o suficiente para apagar a chama de desejo que ele havia acendido, mas ela não estava a ponto de se queimar. Ou deixá-lo ver que a havia perturbado.


Ela deixou a barra da saia em paz.


-- Sinto muito, tenho outros planos.


Ele deu de ombros e levantou as mãos num gesto de derrota.


-- Está bem. Mas não pode me negar mais uma bebida.


Porque ela estava sendo paga para fazer as honras. Não gostou do lembrete dele. Deu de ombros.


-- Não posso discriminar. É o meu trabalho.


-- Você me feriu.


-- Você sobreviverá. – Ela soava sem fôlego demais par seu próprio gosto. Mas ele estava certo. Não podia dispensá-lo. Pior: não queria isso.


Mas o quanto antes lhe desse a bebida, mais cedo ele se mandaria. Não ia ficar rondando em volta dela pelo resto da tarde, sendo dispensado. Não importava o quanto ela desejava que isso acontecesse.


-- Tudo bem, bom de copo, diga-me o que posso lhe preparar.


Poncho duvidava que ela quisesse ouvir seu verdadeiro desejo. Especialmente, porque envolvia os dois numa posição horizontal, com os corpos nus suados debaixo dos lençóis. Ou na cabina atrás do bar.


-- Depressa. Preciso repor as bandejas com champanhe – sussurrou ela.


Sua respiração quente fez cócegas no ouvido dele. Seu aroma, uma mistura oriental inebriante de temperos aquecia o resto dos sentidos. A mistura de perfumes que emanava dos convidados tinha ficado pesada horas atrás, pairando no ar úmido. Mas o de Annie se destacava, sexy e singular, como a própria moça.


O olhar desceu até a coxa da moça. Quando ela se incomodou na primeira vez, ele prometera a si mesmo não olhar novamente. Mas a pontinha de pele e a promessa do que estava por baixo era demais para um homem.


Ela foi para trás do balcão, nitidamente buscando ficar em segurança. Batendo com os dedos impacientemente sobre o balcão, ela disse:


-- Estou esperando.


- Paciência – murmurou ele. – Quero ter certeza de conseguir o que eu quero. – Só tinha uma chance de atrair o interesse dela, fazê-la querer conhecê-lo tão intensamente quanto ele queria conhecê-la.


-- É mais provável que esteja querendo uma desculpa para demorar. O que não entendo é por quê. – Os olhos azuis dela reluziam de curiosidade.


O que, no parece de Poncho, era melhor do que aversão ou desinteresse. Ele realmente queria demorar. Sentar ali e saborear sua beleza loira e sua boca atrevida. Poncho deu uma olhada cautelosa para ela, depois lembrou-se que era uma mulher, mas não lia mentes.


Annie podia sentir que ele queria mais do que sua companhia;  e tinha razão. Mas, por mais que a desejasse, era cedo demais par tocar nesse assunto.


Ele teria de ir devagar.


-- O que quero é algo especial – disse, pensando alto. – Mais do que uma mera cerveja. – Olhou para as mãos dela, reparando nas unhas curtas e no esmalte claro pela primeira vez. Sem frescuras sofisticadas, cores ou artifícios nessa mulher, pensou e ficou mais que satisfeito. Inclinou-se por sobre o balcão do bar. – Quero que você crie mágica – disse, com uma voz profunda que quase não reconheceu.


-- Você não está muito velho para acreditar em mágica, cara.


Se a mágica havia saído da vida dela, ele queria ser aquele que recuperaria sua fé. Era bizarra a rapidez com que ela o atraíra, mas, depois de anos de mulheres sem graça e relações desinteressantes, Poncho reconhecia uma pedra preciosa quando via uma.


-- Estou velho o suficiente para saber o que quero, mas não velho demais para você.


-- Quer apostar?


-- Sou um jogador. – Estendeu a mão e prendeu uma mecha de cabelo revolto por trás da orelha dela. Os pequenos pingentes de prata pendendo da orelha de Annie eram intrigantes. Um contraste delicado com sua língua afiada e seu exterior irritadiço. Baixou a mão, deixando que os dedos delineassem sua face suave.


Ela engoliu em fôlego atônito, depois cobriu a boca par tossir.


-- Não me entenda mal. Eu engoli errado.


Ele riu.


-- Você é um horror para o ego masculino. – Não que ele acreditasse em seu desinteresse professo. A pulsação rápida no pescoço e o rosado que corava sua face a delatavam.


-- Tudo isso num dia de trabalho. – Ela sorriu.


O brilho dos dentes brancos revelou covinhas dos dois lados de seus lábios deliciosos. Prometeu provar aquele sorriso antes que a noite terminasse.


-- Fale ou suma – disse Annie. – O que quer, Sr. Herrera?


O tempo estava se esgotando. Ele olhou no fundo dos olhos dela antes de se aproximar e sussurrar em seu ouvido.


 


Fazer seus sonhos se realizarem. Um arrepio se formou nas veias dela. Pelo menos 50 convidados e ornamentos de festa depois, ela não conseguiu suprimir o tremor de excitação que as palavras de Poncho provocaram. Graças ao seu tom de voz rouco, ela sabia o que ele desejava, mas a sinceridade nos olhos dele faziam com que acreditasse que ele queria mais do que uma diversão barata. No entanto, depois daquelas palavras de roubar o coração, ele se levantou, lembrou a ela que havia outros convidados esperando e saiu, passando pelas portas duplas e entrando na mansão dos Herreras. Sem olhar para trás.


Os instintos dela estavam certos. Ele a vira como uma diversão interessante. Quando ela não se mostrou fácil, ele não ficou tentando caçá-la. Ela deu de ombros. Nada demais. Ela mesma também já não havia recusado?


Então, por que a decepção estava perdurando tanto?


Não tinha duvida de que Alfonso Herrera era um homem capaz de realizar qualquer fantasia que ela imaginava e algumas que provavelmente nem sonhava. O simples pensamento nele fazia com que seu corpo gemesse com uma consciência sexual que ela não podia confundir. Ah, ele seria bom e ela aproveitaria, mas esse homem era capaz de penetrar sua alma.


Não era para acontecer, os dois juntos. Não sem alguém se machucar. Sendo que ela era o alguém que vinha à mente. Uma noite inconseqüente não valia o sacrifício da autopreservação.


E ele, evidentemente, não estava interessado em mais do que isso.


Durante a hora seguinte, as nuvens escureceram e os convidados foram saindo aos poucos da mansão. O orçamento para a festa tinha permitido que ela esbanjasse em tudo, inclusive na limpeza, e a equipe esperando para entrar em ação. A mulher que tinham contratado como gerente supervisionaria o próximo turno. Até anoitecer, não sobrariam resquícios da festa. Annie não tinha motivo para ficar.


Dirigiu-se lentamente aos poucos convidados que estavam e moveu-se furtivamente para dentro da ampla entrada que levava ao guarda-casacos no vestíbulo. Cetim amarelo e branco envolviam a escadaria circular no canto, drapeado como papel como papel de forrar até o alto das paredes. Mais de uma vez, sentiu-se desconfortável quando seus tênis rangeram no chão de mármore recém-encerado. Entrou no closet que era maior que o quarto que dividira com a irmã na infância e acendeu o interruptor de luz na parede.


Apesar das nuvens ameaçadoras, o dia tinha começado com potencial e o closet estava vazio de paletós e casacos. A capa de chuva de Annie, levada mais por previsão do que por necessidade, se destacava no aposento vazio.


-- Vovó!


Annie virou-se ao ouvir o som da voz profunda e forte, a tempo de ver Poncho dar uma olhadela para dentro do closet.


-- Vovó! – chamou mais uma vez. – É você?


-- Não, a menos que esta festa tenha me envelhecido mais do que pensei – disse Annie, de um canto no fundo do aposento.


Ele continuou andando em direção a ela.


-- Sem chance. – O olhar fixou-se no rosto dela, intenso e concentrado. – Beleza e uma língua afiada: você é uma combinação letal.


Ela preferiu esquivar-se daquele comentário.


-- Achei que você já tivesse ido. – Apertou o lábio macio do casaco, como se uma pegada firme a afastasse de seus hormônios em fúria e de um homem sexy.


-- Está me controlando? – perguntou ele, com um sorriso petulante.


-- Reparar nos convidados faz parte do meu trabalho.


-- Parece que se esconder atrás do trabalho é parte do seu trabalho.


-- O que isso quer dizer? – perguntou, embora já soubesse.


Poncho, obviamente, já percebera seu falso desinteresse.


Ele se aproximou dela. Seu cheiro masculino hipnotizava e seduzia. Uma fita de desejo enroscado se abriu no estômago dela e atingiu diretamente a essência.


-- Quis dizer que, toda vez que tento me aproximar, você se esconde atrás das suas funções de trabalho. Tem medo de mim, Annie? – Sua voz diminuiu uma oitava perigosa e sedutora.


O olhar não perdia a firmeza. Olhos quentes, nos quais ela podia se afogar, se prendiam aos dela. Se tinha medo dele? Mais do que ele podia imaginar.


-- Porque isso é a última coisa que eu quero.


-- Então, o que quer Sr. Herrera?


Ele deu uma risada profunda.


--A semântica não vai me afastar. E eu sou Alfonso, mas pode me chamar de Poncho.


-- Eu...


-- Diga.


Ela lambeu os lábios secos. O olhar dele seguiu o movimento.


-- Poncho – murmurou ela, mais para atenuá-lo que para tornar-se mais íntima.


-- Ótimo. Agora, como eu ia dizendo... quero apagar esse cinismo desses belos olhos azuis. Quero fazer seus sonhos se realizarem.


As palavras atingiram Annie no coração. Infelizmente, ainda não acreditava que ele a via como algo mais do que uma distração interessante das mulheres mais cultas e mais bem vestidas da festa. Mulheres que dariam tudo por uma chance de fisgar um dos solteiros mais desejados do estado.


-- Você quer se divertir – disse ela.


Ele teve a audácia de sorrir.


-- Isso também.


Ela queria ceder àquele rosto bonito e sorriso fácil, o que significava que tinha de sair dali para seu apartamento vazio, onde a segurança e a realidade seriam resseguradas.


-- Poncho – disse, sem querer dar-lhe mais motivos para acreditar que ele a afetava. – Eu acho...


Um barulho alto interrompeu-a quando a porta do closet fechou-se com força. Ela deu um pulo com o som inesperado.


-- Segure esse pensamento – Tocou os lábios dela com um dedo. Um calor viajou por entre a boca de Annie e a pele dele.


Um tremor tomou conta. Desejo? Medo? Provavelmente ambos. Embora gostasse de flertar, nunca reagira a um homem com tanta percepção carnal, sensual.


Antes que ela pudesse pensar mais, Poncho foi até a porta e virou a maçaneta da porta. O som abafado do metal batendo no chão de mármore soou do lado de fora. Ele resmungou um xingamento.


-- Qual o problema?


-- Nenhum, se você não for claustrofóbica. – Segurava a maçaneta com a mão. – Parece que a velha tem segundas intenções. Não que eu me importe.


Um sentimento de desconforto surgiu na boca do estômago dela.


-- O que está dizendo? – Olhou para a maçaneta na mão dele e balançou a cabeça.


Ele deu um murro na porta com o punho.


-- Abra, vovó.


-- Por que tanta pressa? A companhia é boa e, ao que parece você tem bastante tempo. Tenho de encontrar alguém nesta casa que entenda de ferramentas. Acho que estraguei mesmo. – respondeu ela. O estalo dos calcanhares no chão indicaram que Eleonora Herrera se retirava.


-- Não estragou não – disse Annie, olhando firme para a porta, com os olhos apertados. Não era claustrofóbica, mas detestava a sensação de estar presa. Especialmente com esse homem.


-- Estragou sim. – Poncho deu de ombros. – Desculpe. Ela costuma perder o controle.


-- Ela?


-- Não está sugerindo que eu armei isso. – Descrença e humor iluminavam seu olhar. – Estou interessado, não desesperado. Posso conseguir minha mulher sem a ajuda de vovó.


Sua mulher? – Ela engoliu uma risada. – Parece um homem de Neanderthal falando.


Ele deu de ombros,


-- Eu gosto disso.


-- Sei que gosta. Então, que tal derrubar a porta, Tarzan?


-- Se eu der um murro na porta, vai tomar aquele drinque comigo?


-- Você não se rebaixaria a usar sua avó, mas suborno é aceitável?


-- Isso foi um sim?


Acreditava que ele não tinha nada a ver com o apuro atual. A senhora excêntrica definitivamente forçaria uma barra como aquela. A única pergunta era por quê? Ela certamente não pensava que Annie era uma escolha aceitável para seu neto, nem podia acreditar que Logan fosse incapaz de conseguir seus próprios encontros.


Falando em encontros, havia uma decisão a tomar. O closet, que parecia tão grande quando ela entrou pela primeira vez, estava encolhendo a cada minuto. Não conseguia respirar sem inalar o aroma de especiarias e de homem, uma combinação erótica que lhe roubava a respiração e ameaçava tomar-lhe a sanidade em seguida. Um drinque num lugar público era muito mais seguro que ficar sozinha com ele agora.


Olhou para o belo rosto dele e forçou um dar de ombros casual.


-- Um drinque – concordou.


Esperava não se arrepender daquelas duas pequenas palavras.


 



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Autor(a): narynha

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O alívio pela aceitação lutava contra a batida firme de desejo que pulsava dentro dele. -- Devo ficar lisonjeado por você ter aceitado?—perguntou Poncho. – Ou insultado porque quer tanto sair daqui? -- Nenhum dos dois. Aceitei porque estou com sede. Agora dê o seu melhor murro. Ele não ficaria com o ego inflado enquanto ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 48



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  • kikaherrera Postado em 25/10/2009 - 22:07:01

    AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
    O FINAL PARABÉNSSSSSSSSSSSSS

  • dannystar Postado em 25/10/2009 - 13:27:07

    Oie!!! sou nova aki, e tô amando sua web, amo AyA...
    Qro saber + dessa história q tá linda
    Posta +
    +++++++
    ++++++++
    +++++++++
    +++++++++++
    +++++++++++++ AyA sempre

  • kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:25

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:17

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:10

    POSTA MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:58

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:51

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:43

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:34

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:27

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS


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