Fanfic: Totalmente Demais! [Terminada]
A fúria da tempestade lá fora não era nada comparada à intensa tormenta dentro de Annie. Ela entrou na casa e encontrou duas coisas: um abrigo seguro contra a chuva e um olhar para dentro da alma de Ponchp.
-- Espere um segundo. Volto já. – Deixou Annie numa saleta quente e aconchegante.
A sala, como a casa, era um reflexo daquele homem. As paredes texturizadas, cobertas de painel de madeira, eram tão masculinas quanto Poncho, tão hospitaleiras quanto sua personalidade. Um sofá de couro marrom batido e uma velha mobília de madeira davam um charme confortável ao interior rústico da casa.
Embora Annie morasse num apartamento de um quarto, ela e Poncho nitidamente partilhavam uma ânsia profunda de um aconchego e um lar, porque os tons quentes de marrom e a comodidade combinavam muito com o gosto e o estilo pessoal dela. Na verdade, qualquer dos seus tapetes, mantas ou almofadas com estampas de animais dariam um tempero e um pouco de vida à atmosfera que já era quase perfeita.
Não havia entradas formais, pisos de mármore ou candelabros de cristal nesta casa. E, a julgar pela atmosfera descontraída, era exatamente isto: um lar sem o luxo concebido e adorado pelo resto do clã Herrera. Que tipo de declaração Poncho achava que estava fazendo ao morar num lugar como este? Estava indo deliberadamente contra a família ou gostava mesmo do cheiro do mar e do apelo terreno do chalé?
Não pôde deixar de imaginar o que a família pensava sobre seu lugar de residência. Podia apostar que poucos jantares familiares aconteciam ali e aquele pensamento a deixou triste. Embora não tivesse tido uma criação tradicional, tinha a sensação de que Logan ansiava ter uma tanto quanto ela.
-- Toalha? – Ele reapareceu, com duas nas mãos.
-- Obrigada. – Ele jogou uma para ela. Annie tirou a capa de chuva e deu uma olhada em volta, procurando um armário ou algum lugar para pôr o casaco.
-- Eu pego – disse ele e, em seguida, pendurou o casaco num cabideiro onde já haviam mais casacos do que poderia, provavelmente, agüentar. – Melhor que atirá-los no sofá – disse ele, com um sorriso largo.
Um sorriso levantou os lábios dela.
-- Você é um homem. Estou impressionada que consiga pendurá-los num cabide.
-- Não deveria esteriotipar alguém antes de conhecê-lo – disse, com um humor que na voz . – Pode se surpreender.
-- Está dizendo que não é um homem típico?
-- Estou dizendo que você está a ponto de descobrir.
Ele estava lançando um desafio esperando que ela recuasse? Se estivesse, ficaria decepcionado. Annie havia chegado até ali e pretendia ver as coisas se resolverem, aonde quer que chegassem. Não tinha certeza quando a decisão havia sido tomada , mas um fluxo de excitação lhe inundou as veias.
Ela lambeu os lábios secos.
-- Então você é um homem arrumadinho. Estou impressionada – murmurou.
-- Era isso que eu queria – disse ele, com uma voz profunda. – Além disso, algumas coisas simplesmente não eram permitidas quando eu era criança. Deixar para trás um monte de roupas eram uma delas – Deu de ombros. – Velhos hábitos não nos deixam, creio eu.
-- Não me diga que não havia quem pegasse as roupas para você.
-- Claro que havia. Mas bastou levar um cascudo de Eleonora e eu fiquei curado daquele hábito horroroso por toda a vida.
A visão era absurda, mas Annie acreditava nele. Eleonora tinha a língua solta e conseguia o que queria. Um tremor lhe deixou arrepiada quando percebeu as implicações: Poncho fora criado pela avó. Também tinha a língua solta. E teve a sensação de que ele também conseguia o que queria.
-- Além disso – disse ele --, Eleonora tinha razão. – A luz e o riso nos olhos dele mostravam o amor pela avó e o respeito de Annie por Poncho cresceu. Como poderia não gostar de um homem com a capacidade de rir de si mesmo? Um homem que agradava a uma velha senhora e não tinha vergonha de deixar seu amor por ela resplandecer.
-- Os empregados estavam o tempo todo ocupados servindo aos meus pais. Não precisavam de duas crianças mimadas para piorar a situação.
-- Então você também é um homem que não tem medo de admitir quando está errado.
Ele ergueu uma sobrancelha.
-- Já lhe disse que sou singular – disse ele, com um sorriso largo. – Quanto a estar errado? Não acontece com tanta freqüência.
-- A arrogância é uma típica qualidade masculina – alertou ela.
-- Eu disse que era singular, mas nunca neguei que fosse homem.
Como se ela precisasse de algo para lembrar de sua poderosa masculinidade. Annie pegou a toalha macia com as mãos.
-- Eleonora o mantinha de castigo, não é? – perguntou ela, deliberadamente mudando de assunto.
-- Pode apostar que sim – disse ele, secando o cabelo enquanto falava. Quanto terminou, colocou a toalha sobre os ombros largos.
Aquele simples gesto foi o bastante para fazer com que sua masculinidade e a reação e Annie a ela voltassem a jorrar. A gravata estava pendurada, solta, em volta do pescoço, e ele tinha afrouxado o colarinho apertado da camisa. Seu cabelo, úmido e desgrenhado, criava uma aparência relaxada, fazendo com que ficasse ainda mais sexy que antes. Annie não pensara que ele pudesse ficar ainda melhor. Estava errada.
Seu olhar fixou-se no dele. Os olhos escuros e envolventes fitaram os dela, parecendo uma carícia cálida. No entanto, ele não tinha levantado a mão, não tinha tocado nenhuma parte do corpo dela. Era apenas uma questão de tempo.
O silêncio ficou pesado em volta deles, mas ela não conseguiu se forçar a desviar o olhar. O simples fato de olhar para Poncho causava uma sensação envolvente em seu estômago e uma deliciosa necessidade latejante entre suas pernas. Ele se aproximou e o pulso dela acelerou. O ritmo de seu coração disparou. O olhar firme dele não se desviou do dela, enquanto tirou a toalha de suas mãos tremulas e caminhou pela sala até parar atrás de Annie.
Ela não o via mais, mas não conseguia confundir sua presença. O calor do corpo dele se fundia com o dela e sua respiração virou um murmúrio sexy e sedutor nos ouvidos dela e as mãos fortes de Poncho começaram um movimento rítmico à medida que secava seu cabelo e esfregava sua cabeça. Incapaz de se conter, ela fechou os olhos e se recostou nas planícies rígidas do peito dele.
Foi o tempo de fechar os olhos e os outros sentidos tomaram conta. O som da chuva batendo contra a casa em massas torrenciais varridas pelo vento soavam alto em seus ouvidos. Ou era a batida do próprio coração que ela ouvia com tanta força? A necessidade que ela sentia era mais forte que qualquer coisa que já havia experimentado antes.
A sensação tomou conta. A leve pressão em sua cabeça provocou um impulso de resposta em outras áreas de seu corpo. Os braços dele repousavam em seus ombros, as mãos manuseavam seu cabelo... e seus seios ficavam pesados à medida que um impulso erótico se aprofundava em seu estômago, enviando ondas de choques mais profundo, mais embaixo...
Um barulho como um ronronar arrancou-a de seu devaneio sensual e Annie ficou chocada ao perceber que o som tinha vindo de dentro dela. Uma rajada inesperada de trovão se seguiu, e ela deu um salto para trás, ficando fora do alcance dele.
Seu coração batia rápido e furioso. Não era o medo da tempestade que a movia agora, mas um desejo descontrolado. Tremeu com uma ânsia incontida. Uma ânsia tão forte que ao mesmo tempo a consumia e a irritava.
-- Posso me secar sozinha – disse ela.
-- Fique à vontade, mas primeiro... – Ele pegou a ponta da toalha. Suas mãos trêmulas e sua respiração ofegante deram a ela uma sensação de conforto. O desejo não era somente de um lado. Ele enxugou o próprio rosto com batidinhas delicadas que não deveriam, mas davam uma sensação sexy.
-- Rímel – explicou ele, mostrando as manchas pretas na toalha branca.
-- Ah. – Ela mordeu o lábio inferior. – Obrigada.
-- Por nada. – Quando seus olhos escurecidos encararam os dela, Annie soube exatamente o que ele queria.
-- Por que não tira essas roupas molhadas? – perguntou ele.
Ela inclinou ligeiramente a cabeça.
-- Não acha que estamos apressando as coisas?
Ele riu.
-- Eu não disse que eu tiraria suas roupas, embora pudesse ser convencido a isso.
-- Você é mau – disse ela, incapaz de conter o riso.
-- Quer descobrir o quanto sou mau? – Antes que ela pudesse formular uma resposta, ele pegou na mão dela. – Vamos lá. Essas roupas estão molhadas e você deve estar congelando. Tenho certeza que posso lhe arranjar um conjunto de moleton.
-- Seria ótimo.
Cinco minutos depois, ela se viu sozinha num pequeno banheiro com uma banheira em estilo antigo e um chuveiro ainda mais antigo. Havia roupas secas na penteadeira. As roupas de Poncho.
Pegou o moletom macio e o segurou-o contra o rosto. Inalou profundamente. As roupas tinham um cheiro limpo e fresco, mas também continham um leve toque do perfume de Poncho. Annie não sabia se o perfume masculino era real ou se existia apenas na imaginação dela, mas não importava. A aura sensual do aroma da loção pós-barba atingia-a de qualquer forma. Um tremor balançou-a, que não tinha nada a ver com estar molhada ou fria, mas tinha tudo a ver com Alfonso Herrera.
Estava na casa dele, vestindo as roupas dele e permitindo-se estar emocionalmente seduzida – tanto pelas contradições como pelo próprio homem. Nada era como deveria ser.
Poncho não era tão artificial e engomadinho quanto o nome e a tradição dos Herreras ditavam que deveria ser. Não deveria estar interessado numa mulher fora de seu mundo, no entanto, depois de ver sua casa, Annie não tinha certeza em qual mundo Logan morava. O que significava que não tinha certeza que tipo de atração tinha por ele. A essa altura, estava quase acreditando em sonhos impossíveis.
Perigoso, pensou ela. Mas muito tentador. Ela se meteu debaixo do chuveiro. Tempo para pôr os pés no chão. Ele podia viver aqui, mas, dado o luxo em que crescera e as pessoas com quem fora criado, ele tinha de ter uma motivação oculta, algo que poderia incluí-la também. E, mesmo que fosse sincero, a novidade de uma mulher como Annie iria desaparecer rapidamente para um homem com o nome Herrera.
Autor(a): narynha
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A água do chuveiro soava a uma altura nada natural no pequeno chalé. Poncho deveria ter ficado surpreso de conseguir distinguir entre o barulho do chuveiro e o vento e a chuva intensos lá fora. Não ficou. Não quando Annie estava no cômodo ao lado, com água correndo por suas curvas flexíveis. Apoiou as mãos sobre o ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 48
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kikaherrera Postado em 25/10/2009 - 22:07:01
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
O FINAL PARABÉNSSSSSSSSSSSSS -
dannystar Postado em 25/10/2009 - 13:27:07
Oie!!! sou nova aki, e tô amando sua web, amo AyA...
Qro saber + dessa história q tá linda
Posta +
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+++++++++++++ AyA sempre -
kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:25
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:17
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:10
POSTA MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:58
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:51
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:43
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:34
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:27
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