Fanfic: Totalmente Demais! [Terminada]
Annie entrou na sala a tempo de ver Poncho fazendo bolas com o jornal e atirando-as na lareira. Tinha conseguido um pequeno fogo, que estava crescendo rapidamente. Alimentava as chamas da mesma forma que o desejo que se espalhava com força entre eles, implorando para ser abastecido com mais do que apenas carícias.
Já que ele tinha cozinhado, o mínimo que ela podia fazer era lavar a louça. Ele não tinha gostado disso, mas ela havia insistido, porque era o mais educado a se fazer, e porque precisava ficar longe do apelo magnético dele. O trabalho mecânico de lavar pratos deveria ter ajudado. Afinal, ela sabia a dureza que era lavar pratos melhor que a maioria.
Com 16 anos, tinha começado a sair com o grupo errado: uma justificativa para ficar fora do apartamento vazio e solitário onde vivia. Dulce fizera o mesmo, mas fora inteligente o suficiente na época para escolher a biblioteca pública como lugar para se esconder. Annie não fora tão brilhante e, como conseqüência, uma noite ela e seus supostos amigos tinham saído para jantar num restaurante que nenhum deles poderia pagar. Embora Annie não soubesse na hora, os outros jovens achavam que seria o máximo sair de fininho, sem pagar a conta. Graças à preocupação de Dulce, naquela noite Annie estava sem a carteira, já que a irmã achava que isso a impediria de sair e se misturar com o grupo errado. Dulce estava errada. Annie tinha saído mesmo assim, depois hesitado por tempo demais na hora de sair dali. Tinha sido a única com sentimento de culpa... e a única que tinha sido pega. Um policial local a levara para casa e ela havia passado o resto do verão lavando louça na cozinha do restaurante. Teve sorte de não passar a noite na prisão.
Seria eternamente grata ao dono do restaurante. Não porque não tinha prestado queixa, mas porque mudara sua vida. Ele foi o responsável por seu interesse pela cozinha e pelo serviço de bufê. Dera a ela um emprego e o porto seguro e acolhedor que ela nunca tivera.
Annie sorriu ao se lembrar. Não pensava em Otto e sua esposa há anos. Obviamente, a proximidade de Poncho com sua avó despertava nela as melhores memórias de sua infância. Não eram tão ruins quanto ela às vezes pensava. Mesmo lavar pratos tinha seus pontos positivos. Mas, aparentemente, o trabalho mecânico não lhe dera a distância nem a perspectiva pela qual esperava hoje à noite, porque seu corpo ainda estava tenso.
Deu uma olhada para Poncho em silêncio. Tinha tomado banho e se trocado enquanto ela estava na cozinha. Seus músculos das costas ficaram evidentes sob uma camiseta de algodão macia e seus ombros largos se flexionavam cada vez que se esticava para pegar o jornal ao seu lado.
Ela queria sentir a ondulação daqueles músculos sob as pontas dos dedos, arrancar a camisa dele, grudar seu corpo contra o dele e deixar o calor da pele incendiá-la como se fosse sua própria. Annie mordeu o lábio inferior. Estava indo fundo.
Aquele pensamento a deixou desconfortável.
-- Estou de volta.
Ele deu uma olhada por sobre o ombro.
-- Termino em um segundo.
Ela se dirigiu ao fogo aconchegante e sentou-se no chão, em frente ao sofá.
-- Lareira na primavera? – perguntou.
-- Por que não? Se você quer uma coisa, por que não fazê-la acontecer?
-- Só falta agora você me dizer que consegue fazer nevar no verão – brincou ela.
Ele riu.
-- Você não facilita, não é?
-- Valeria a pena se eu facilitasse?
-- Touché. – Ele gemeu e voltou a atenção para a lareira. – Este é apenas um dos privilégios de viver perto da água. – Levantou-se apoiando as mãos sobre as coxas. -- Como está sempre mais fresco aqui, você pode aproveitar o friozinho da noite... ou o calor do dia.
Seu olhar misterioso encontrou o dela. O ar não estava frio e o fogo não tinha nada a ver com o calor que se formava entre eles.
-- Música? – perguntou ele.
Ela concordou com a cabeça.
-- Alguma coisa tranqüila. Relaxante. – Sem pensar, começou a massagear as têmporas com firmeza.
-- Algum problema? – Ele parou ao lado dela.
-- Somente uma ligeira dor de cabeça. Cansaço de fim de festa – explicou. – Sinto isso depois de todo grande evento.
-- Liberação do estresse que você disse que não teve – provocou ele, abrindo um sorriso.
-- Exatamente.
Ele foi até o aparelho de som e, depois de retirar o CD que estava dentro e substituí-lo por outro, pressionou o play. Uma música relaxante de jazz os envolveu. Poncho veio por trás dela e se acomodou no chão.
-- A música está boa? – perguntou.
-- Está maravilhosa.
As notas da música eram calmantes. Entre a festa de hoje e a tensão sexual que latejava dentro dela, ela estava contraída. A música escolhida era o perfeito antídoto para o estresse de Annie e ela sentiu a tensão nos ombros e nas costas começar a se atenuar.
- E a cabeça? Como está?
-- Dói – admitiu ela.
Ele se ajeitou de volta no sofá e fez um gesto para que ela sentasse entre suas pernas.
-- Sorte sua que eu tenho a cura. – Seu olhar misterioso fitou o dela. – Venha cá, Annie.
Ela não hesitou. Como poderia?
Poncho era um homem que inspirava confiança e ela confiava nele. Não era comum ela investir tanta fé num homem que acabara de conhecer, e aquela idéia a deixou assustada. A única forma de resolver isso era seguir o coração... e ela sentia que isso não seria tão fácil como esperava que fosse.
Annie respirou fundo e se ajeitou até se sentar no vão entre suas pernas. A força quente e sólida a envolveu, e quando suas mãos tocaram na cintura dela para melhor posicioná-la, um jato de fogo disparou pelas veias dela.
-- Relaxe. Sua dor de cabeça não vai desaparecer se continuar tensa.
-- Mantenha suas mãos aí e posso garantir que relaxar é a última coisa que farei.
Ele deu uma risadinha e sua respiração quente soprou no pescoço dela.
-- Fique nessa posição. – Ele largou da cintura dela, dando-lhe uma chance de respirar com facilidade mais uma vez. Então ele dobrou as pernas por baixo do corpo até sentar-se com as pernas cruzadas. – Agora, deite-se para trás – instruiu. – A cabeça aqui. – Deus tapinhas no espaço acolhedor entre os joelhos.
Olhou para ele, preocupada, mas relaxou o corpo até se deitar e encostar a cabeça no colo dele.
-- Muito bem, agora feche os olhos.
A última imagem que teve antes de fechar os olhos era de Poncho olhando para ela com um sorriso de parar o coração.
-- Agora respire fundo e escute o som do fogo. – Como se fosse uma deixa, o fogo começou a estalar, soando mais alto na sala pequena. O aroma de madeira queimando penetrou por seu nariz. E a cada respiração mais um músculo de seu corpo parecia relaxar, e o calor do fogo fluía para dentro dela. Ou talvez fosse a afetividade de Poncho e o calor de seu corpo que ela sentia pulsar dentro das veias. Ele começou a massagear as têmporas dela com os dedos em movimentos suaves e delicados.
-- Agora ouça o ritmo da chuva.
Ela ouviu. A noite toda, a tempestade lá fora tinha sido igual à que irrompida dentro dela.
-- Hum. Não pare.
-- Nem sonho com isso. – Ele riu, e o som atingiu diretamente os dedos dos pés dela.
-- Então, diga-me como descobriu essa... cura – disse ela, mantendo os olhos fechados.
-- Velha lição de infância. – Seus dedos ainda faziam mágica enquanto ele falava. Uma pressão delicada nas têmporas, uma massagem leve na cabeça. O toque era cruelmente gostoso.
-- O que quer dizer com isso?
-- Minha irmã sofre de enxaqueca. Desde que éramos crianças. Nos fins de semana ela ficava bem porque meus pais nunca estavam por perto, mas nos dias de semana era diferente.
-- Como assim?
As pontas dos dedos se mexiam dos lados para a frente da testa dela enquanto continuava a massagear.
-- Nos fins de semana eles viajavam. Durante a semana estavam em casa. Ou pelo menos na mansão. Quando não, chegavam em casa tarde e nos acordavam com as brigas que achavam que ninguém estava ouvindo.
E pensar que durante seu crescimento ela sempre tivera a idéia errada de que o dinheiro melhoraria tudo. Agora estava mais velha e mais sábia, mais ainda doía ouvir que Poncho também não tivera uma infância ideal.
-- Devia ser duro de ouvir.
-- Mais difícil para May, na verdade. Ela entrava no meu quarto e, na maioria das vezes, a cabeça estava explodindo. Induzia pelo estresse – disse ele, com um tom inconfundível de irritação.
Seu amor visível pela irmã também era inconfundível e aquilo era uma coisa que os unia. Ele disse que não era atingido pelas brigas. Ela não acreditou.
-- E por que nunca se separaram? – perguntou ela.
-- Lema de família: Herrera não se divorcia,; eles aturam.
-- Eu achava que os ricos não brigavam; eles aturavam. – disse ela, suavemente, tentando levantar o estado de espírito que tinha baixado nele por causa das memórias dolorosas.
-- Esse lema só é verdadeiro em público. Mesmo com todo o dinheiro que se gastou par construir a mansão, as paredes são incrivelmente finas.
-- Então foram você e May que aturaram.
-- Sim. Eu esfregava a testa de May até ela dormir – disse, com suavidade.
As ações dele com a irmã mostravam a Annie que tipo de homem Alfonso Herrera realmente era.
-- Espero que ela tenha reconhecido isso – murmurou ela.
-- Sim, e reconhece.
-- Sei que eu reconheço. – Mais um suspiro escapou dos lábios dela quando a pressão delicada dos dedos dele atingiu um ponto particularmente sensível.
Qualquer que fosse a mágica que Poncho fazia pela irmãzinha, era fraternal e feita por amor. O que fazia por Annie era mais erótico que fraternal. Era sensual e íntimo, e ela sabia que a sedução era o objetivo. E queria ceder. Tinha até o dia segui antes se sair do chalé dele e enfrentar a dura luz do dia.
Forçando a abertura das pálpebras pesadas, olhou para Poncho querendo saber mais dele.
-- Onde está May agora?
-- Morando num loft em Nova York, tirando fotos à vontade e evitando relacionamentos com medo de terminar como os pais. – Ele riu, mas não havia prazer no som. – Está vivendo do fundo de família, com a idéia de que a mãe e o juiz devem à ela por todo o dissabor por que passou.
-- É assim que você se sente?
Ele balançou a cabeça.
-- Na verdade, eu vivo do meu salário, e nem um centavo a mais. Se eu tocar no fundo de família, perco o controle da minha vida, algo que não estou a fim de fazer. E acho que Mayte seria mais feliz se fizesse o mesmo. – Deu um sorriso aberto, suave e fácil, que fez o pulso de Annie disparar e lançou sinais de alerta a cada parte do corpo dela que queria ouvir.
A julgar pela batida rápida do coração, pela respiração irregular e pelo calor que se enroscava em seu estômago, nenhuma parte, além do cérebro, estava prestando atenção. Até mesmo seu lado mais racional queria ceder ao charme fácil e ao apelo sexual de Poncho, à sua maneira compreensiva e alma generosa.
-- Mas Mayte e a vida dela são outro assunto, para outro dia. Esta noite nos pertence, Annie. Se você quiser. – Ele parou um instante. – A escolha é sua.
Ela se sentou depressa demais e teve de esperar a tonteira passar. Quando passou, percebeu que a dor de cabeça tinha ido junto. Aquele homem, definitivamente, possuía mãos mágicas. Pensar nisso provocava um embrulho delicioso no estômago dela.
-- Sente-se melhor? – perguntou ele.
-- Muito. – Ela o encarou. – Mas suspeito que era essa a intenção.
-- Como assim?
-- Você não pode seduzir uma mulher se ela usar a dor de cabeça como desculpa.
Seus olhos misteriosos encararam os dela.
-- Entendo. E você acabou de admitir que a sua já passou.
-- Completamente – disse ela, o desejo interior crescendo a proporções insuportáveis.
A fúria do fogo e a chuva que não passava não impediam as chamas que ardiam dentro dela. Mas não pôde deixar de se perguntar...
Uma noite seria suficiente?
Autor(a): narynha
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Annie levantou a cabeça do colo de Poncho e virou-se para olhar para ele. Estava deixando a ela decidir se iriam ou não dormir juntos. O corpo dela dizia que sim, mas a mente não tinha certeza.-- Pergunte tudo o que quiser saber agora, Annie.Ela abriu um sorriso.-- Então você lê pensamentos da mesma forma que é especialista em m ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 48
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kikaherrera Postado em 25/10/2009 - 22:07:01
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
O FINAL PARABÉNSSSSSSSSSSSSS -
dannystar Postado em 25/10/2009 - 13:27:07
Oie!!! sou nova aki, e tô amando sua web, amo AyA...
Qro saber + dessa história q tá linda
Posta +
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+++++++++++++ AyA sempre -
kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:25
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:17
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 22:50:10
POSTA MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:58
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:51
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kikaherrera Postado em 23/10/2009 - 00:07:43
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:34
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 23:33:27
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