Fanfic: Buraco de Minhoca | Tema: Ficção Científica

-Nossa cara, que tanto de velharia!

-Respeita Space Invaders cara, foi um dos pioneiros dos jogos.

-Que seja!

         Sendo falta de respeito ou não, continuaram a se deliciar com antiguidades dos games desse estilo, mesmo Frank achando aquilo tudo uma perda de tempo.

          Frank DeBeau, filho de William DeBeau, grande programador da InnCorp. Um dos fundadores da empresa. Legal? Não era isso que Frank achava. Sempre sendo pressionado, era antissocial como o pai, sempre recluso em seu quartinho de geek. Algumas vezes incentivado a sair de sua caverninha, o “buraco de minhoca” como ele gostava de chamar aquele inferno da bagunça. Seus livros espalhados pelo chão, alguns clássicos, mas sempre livros de seu gosto, alguns como Senhor dos Anéis e a saga Harry Potter.

E que talento tinha Frank para a informática! Aos seus dezesseis anos, já havia começado um projeto de rede social, chamada, sim, Buraco de Minhoca!

- Frank, vamos sair um pouco, cara, a galera inteira vai estar lá.- Disse a melhor tentativa de amigo de Frank, Joel. – Eu te alcanço cara! – Disse com a voz de tédio de toda pessoa que passa mais de duas horas seguidas no “buraco de minhoca”.

E pra surpresa de todos, ele realmente foi. Com a cara meio amassada e sem lavar o rosto, mas foi. Mas havia uma razão; havia passado a noite inteira do dia anterior revendo projetos de sua rede social.

-Meu Deus, o Batman saiu de sua bat-caverninha, incrível!

-Não enche Josh. – e encheu, mais do que Frank poderia aguentar. Mesmo vendo a escuridão do caminho de volta pra casa, ele decidiu prosseguir e voltar pro seu covil. Uma silhueta sinuosa surgiu à sua frente, ele rezando para que novamente não fosse assaltado, ou que não fosse seu pai indo busca-lo.

-Frank, sou eu eu bobo! Não reconhece minha voz?

-Elisa? Elisa Saunders? Sério mesmo? Não achei que você fosse voltar tão cedo!

-Sim voltei! Que saudades de você Frank.

Elisa Saunders. Não sei se ela pode ser considerada uma paixão, mas era a única pessoa que Frank realmente se importava. Isso era certo. E Elisa sabia muito bem disso. Ela sim era apaixonada por ele.

-À quanto tempo, Franky! Como vão as coisas?

-O de sempre, você sabe, me conhece como ninguém!

-Ainda do mesmo jeitinho, caladinho?

-Sim, do mesmo jeitinho. – a voz não mudava.

-Depois eu passo na sua casa para conversarmos melhor. Tenho muitas histórias de viagem para contar.

Havia um motivo para Frank não ter se animado mais; a tal viagem de Elisa era para ser uma viagem de casal. Mas o carrasco de Frank, seu pai William, não deixou o menino se aventurar num romance. Criou um garoto mesquinho.

A viagem era para o Vale do Silício, onde Elisa, também programadora e graduada em Ciências da Computação pelo MIT, - Elisa já havia 23 anos – buscava oportunidades de emprego. Esse é o segundo sonho de Frank. O primeiro, no momento, era morrer.