Fanfic: Nossa rotina | Tema: Fátima e William

Fátima acordou numa manhã de domingo chuvosa, sem vontade de se levantar da cama, olhou para o lado e viu que William dormia sereno... De repente começou a se lembrar da primeira vez que dormiram e acordaram juntos...

Era início de 1990, época em que eles apresentavam o jornal da globo juntos e só saíam da redação de madrugada. Namoravam há pouco mais de um mês e meio, mas para os dois parecia que já se conheciam há muito mais tempo! Todo mundo já sabia que estavam juntos, inclusive os pais deles, que aprovavam o namoro, portanto era um compromisso sério.
Naquela noite, após apresentarem o JG, deixaram o prédio de jornalismo da Globo juntos, no carro de William, pois ele haviam levado Fátima para o trabalho naquele dia, então ela estava sem seu carro. Já haviam jantado antes do jornal, portanto o moreno dirigiu direto até a casa dela e parou em frente à portaria do prédio.

-Está entregue! - disse com um sorriso simpático no rosto.

Ela se aproximou e o beijou demoradamente... Os dois sentiram o clima esquentar e então pararam o beijo. Ele já havia tentado avançar o sinal algumas poucas vezes, mas ela sempre o impedia de continuar, então ele decidiu respeitá-la e esperar até que estivesse pronta.

-Quer subir? - perguntou a ele. Já tinha decidido que iria dormir com ele naquela noite pois já se sentia à vontade, só que ele ainda não sabia e muito menos esperava por aquilo.

-Quero... - respondeu despretensioso.

Não era a primeira vez que ele subia até o apartamento dela mas nada havia acontecido até então, além de alguns beijos mais quentes e filmes abraçados em baixo das cobertas.
Os dois subiram, ela foi até o quarto, tirou os sapatos e colocou suas coisas em cima de uma cômoda que havia alí enquanto ele a esperava sentado no sofá da sala mudando os canais da televisão impacientemente.

-Está com fome? - perguntou ela quando voltou.

-Não... E você?

-Também não... - disse, indo até ele e sentando ao seu lado.

-Não tem nada que presta na TV a essa hora... - comentou ele.

Ela não respondeu, apens o olhou por alguns minutos até que ele a olhasse de volta, e quando o fez a carioca enterrou as mãos nos cabelos dele e o beijou ardentemente. Foi um beijo cheio de vontade que deixou os dois ofegantes. Continuaram trocando beijos quentes deitados no sofá por algum tempo... William já estava excitado e ela podia sentir seu volume, ainda dentro da calça, roçando nela devido à proximidade dos dois. Ele sabia que não rolaria nada naquela noite, como sempre, e já fazia alguns meses que não transava com ninguém, portanto estava subindo pelas paredes de vontade. Achava esses momentos com ela muito bons, apesar de saber que não iria rolar nada mais sério, mas chegava um ponto nos amassos que ele tinha que parar para não cruzar os limites dela e então se afastava para tentar se recompor... E foi o que fez naquela hora, se afastou um pouco e tentou controlar a respiração para acalmar seus hormônios masculinos.

-Tudo bem? - perguntou ela.

-Me dê só alguns segundos. - pediu apenas, mas ela o entendeu. Sabia que era dificil para ele e que sempre que o clima esquentava ele se afastava para respeitá-la já que ela, até então, não queria dar o próximo passo na relação.

-Hoje não. - disse decidida, deixando-o confuso e logo depois surpreso.
Aproximou-se dele e o beijou de um jeito que nunca havia feito antes, deixando clara a sua intesão. Assim que se afastou o paulista a olhou com cara de bobo e sorriu. Ela se levantou, tirou a blusa de frente para ele, ficando ainda com o sutiã preto, enquanto o moreno a fitava deslumbrado... Ele se levantou do sofá sem tirar os olhos dela, e ela o conduziu até o quarto. Pararam de pé na beira da cama e se beijaram novamente... As mãos dele passeavam pelos lados do corpo de Fátima, ávidas de desejo e as dela estavam travadas em volta de seu pescoço. O moreno parou o beijo para tirar a própria camisa e em seguida a abraçou forte por um tempo. Depois traçou uma trilha de beijos pela linha de seu maxilar, carinhosamente, e então tomou seus lábios num beijo apaixonado.
Fátima se deitou na cama e ele deitou por cima sem tirar os olhos dos dela. Estava surpreso e maravilhado pois não esperava que fosse acontecer nada naquela noite tão comum.
Após muitos carinhos, beijos e olhares que diziam muito mais que palavras, William tirou a calça e a calçinha de renda que Fátima usava e começou a distribuir beijos molhados pela barriga e virilha dela, e logo chegou à sua intimidade, fazendo-a enlouquecer de prazer. Depois voltou-se para seus lábios e, enquanto a beijava, desabotoava o fecho de seu sutiã. Ela corria as mãos pelo peitoral dele e vez ou outra mordia o lóbulo de sua orelha... Apesar de não ser mais virgem não tinha muita experiência, então decidiu deixá-lo no controle da situação na maior parte do tempo. Ele chupava os seios dela de olhos fechados, fazendo-a gemer baixo e ficava ainda mais excitado! 

-Ainda estou vestido... - disse sugestivamente no ouvido dela.

Ela sentiu o coração bater mais forte no peito. Não sabia o que fazer, tinha ainda menos experiência nessa parte pois seu primeiro marido não a deixava fazer muita coisa. William interpretou errado a reação dela e achou que havia desistido, então a olhou e perguntou:

-Você não quer mais..? Se não quiser tudo bem, amor, eu vou entender... Quero que você queira tanto quanto eu. - disse sincero.

-Não é isso! Eu quero... - disse ela.

-Então o que é? Fiz algo errado? - perguntou preocupado.

-Não! É que... Eu não tenho muita experiência nessa parte... - admitiu envergonhada.

Ele sorriu aliviado e disse:

-Não se preocupe, meu amor... Eu também não sou nenhum doutor nesse assunto, mas vamos aprender juntos... 

-Estou nervosa... - disse.

Ele também estava muito nervoso, não queria estragar o momento.

-Eu também estou... - admitiu - Você tem certeza de que quer fazer isso?

-Tenho. Eu quero você, William... - disse, fazendo-o viajar naquelas palavras e sentir um arrepio de prazer percorrer seu corpo.

Os dois estavam ofegantes e muito excitados... Fátima então criou coragem, segurou o cós da calça jeans dele e desceu o zíper. Ele a ajudou a terminar de tirar a calça e a cueca e então se sentou de frente para ela na cama. Ficaram se olhando em silêncio por alguns segundos até que ela disse baixinho:

-Me ensina a te dar prazer também...

O moreno a olhou apaixonadamente, sorriu encantado e então pegou uma das mãos dela entre a sua e as conduziu até seu membro ereto, fazendo movimentos lentos, porém firmes... Sua mão por cima da dela, ensinando-a.
Ela sentia prazer só de vê-lo respirar mais forte, mas antes que pudesse chegar ao ápice ele parou com os movimentos e subiu em cima dela lentamente, fazendo-a deitar-se na cama. De repente lembrou-se de algo que fez sua expressão mudar drasticamente. Sua feição era de desespero e Fátima o olhava sem entender nada até que ele falou:

-Não tenho preservativos... Não estava esperando por isso hoje, então nem me previní. - disse desolado.

Ela riu dele e disse:

-Não vamos precisar disso, eu tomo anti-concepcional... - tranquilizou-o.

William suspirou aliviado e a olhou sorrindo até que, aos poucos, o clima foi voltando a esquentar.

-Minha carioca... Eu te amo. - disse olhando-a nos olhos e então a penetrou.

Ela sentiu um incômodo inicialmente, pois já fazia um tempo que havia feito aquilo, mas logo foi ficando bom e eles se entregaram ao prazer juntos.

Aquela noite foi tão diferente das noites que fizera sexo com o ex-marido que Fátima sentiu que essa era sua verdadeira primeira vez. Não sabia que aquilo podia ser tão bom! Já William estava no céu... Sabia que seria ótimo, mas como nunca havia amado outra mulher como a amava, também sentiu que havia sido diferente de todas as outras vezes que havia transado com outras mulheres. Pela primeira vez na vida se sentiram completos e plenamente felizes, ali juntos.

No dia seguinte William acordou mas Fátima ainda dormia em seu peito. Ele observava a mulher em seus braços e se sentia a pessoa mais feliz do mundo... Começou a beijar-lhe a face carinhosamente até que ela acordou, abrindo o sorriso antes dos olhos. Precisava dividir aquela felicidade com ela, não conseguia conter aquilo dentro de si! Ele sempre gostou de verbalizar o que sentia falando ou escrevendo, não importava como, mas precisava espressar de alguma forma.

-Bom dia... - sussurrou ele.

-Bom dia... - respondeu ela, espreguiçando-se.

-Dormiu bem? 

-Muito bem! E você?

-Também. - disse e encostou a testa na dela - Preciso te dizer uma coisa...

-Diz... - sussurrou.

-Ontém tive a melhor noite de minha vida... Quero muito que você saiba o quão feliz estou me sentindo agora!

Ela ficou sem palavras... Sorriu largamente e disse:

-Você acreditaria se eu dissesse que sinto o mesmo?! 

Ele balançou a cabeça positivamente e a beijou.

-Eu te amo... - disse ela entre os lábios dele.

-Quero que todos os dias do ano, todos os dias da vida, de meia em meia hora, de cinco em cinco minutos me digas: Eu te amo... - respondeu ele, de olhos fechados, e a carioca logo reconheceu o poema de Drummond. Era o preferido de William e ele até já havia recitado para ela antes... Fátima sentiu uma lágrima de felicidade escorrer de seus olhos... Nunca havia se sentido tão completa antes!

-Em que está pensando? - perguntou o "cinquentio", tirando Fátima de seu devaneio.

-Você já está acordado?! Bom dia... 

-Bom dia! Estava pensando em que tão concentrada desse jeito? Fiquei curioso... 

-Em nós dois.

-É mesmo?! Em que sobre nós dois?

-Na primeira vez que dormimos juntos...

-É uma de minhas lembranças preferidas! - disse em tom de brincadeira.

-Aposto que você nem se lembra direito! - respondeu ela rindo.

-É claro que me lembro! Mas se você não acredita em mim, por que não me ajuda a relembrar..? - sugeriu descaradamente.

Ela sorriu e rolou até ficar em cima dele e se amaram mais uma vez naquela manhã chuvosa, relembrando os velhos tempos.