Fanfic: Nossa rotina | Tema: Fátima e William

Big Sur não chega a ser uma cidade, é uma extensão da estrada Highway que vai de Carmel a San Simeon, com lindas praias que obrigam qualquer um a fazer várias paradas durante o percurso, e foi o que fez a família Bonemer.

                                                                                                         ...

Já era fim de tarde e William dirigia rumo a Santa Bárbara. A estrada era coberta pelas copas de uma fileira interminável de árvores que escondiam os resquícios de luz solar, fazia cerca de 12 graus e no som do carro tocava um rock clássico... Os trigêmeos dormiam no banco de trás e Fátima olhava a paisagem fascinada. Um leve sorriso brincou nos lábios do moreno relaxado, quando começou a tocar "You and I" dos Scorpions; ele levou uma mão até a coxa da distraída mulher ao seu lado, pousou-a ali, sem tirar os olhos da estrada, e começou a cantarolar junto à música:

- "I lose control because of you, babe... I lose control when you look at me like this... There`s something in your eyes... "

(Eu perco o controle por sua causa, amor... Eu perco o controle quando você me olha desse jeito... Há alguma coisa em seu olhar...).

Ela se virou para o marido, sorriu, colocou a própria mão por cima da dele e ficou observando-o se declarar indiretamente.

                                                                                                        ...

Chegaram em Santa Bárbara de noite e foram para o hotel em que haviam reservado dois quartos lado a lado: uma suite para o casal e outro quarto com uma cama de casal e outra de solteiro para os três filhos.
Após jantarem juntos no restaurante do local, seguiram para os quartos e ficaram conversando sobre o roteiro do dia seguinte em frente às duas portas. Fátima estava louca por um banho e se apressou em entrar, deixando William com os filhos no corredor. O quarto era grande, possuía uma enorme e convidativa cama de casal ao centro, logo em frente a ela uma TV finíssima sobre um raque de parede cor tabaco com detalhes em marfim (toda a mobília era nessas cores), e aos lados do raque duas janelas escondidas por cortinas creme que iam do teto ao chão. O chão era de uma madeira clara e a iluminação ficava por conta de pequenas luzes embutidas no teto, um lustre maior sobre a cama e abajures de cada lado em cima dos criados-mudos, mas só as pequenas luzes embutidas estava acesas e essa meia-iluminação deixava o ambiente caloroso e até um pouco romântico... A carioca foi até o banheiro, escovou os dentes, tirou as roupas que vestia e logo se arrepiou toda; estava frio. O quarto tinha aquecedor, mas ela não havia ligado, então encarou o banho assim mesmo! O banheiro tinha o mesmo estilo do quarto, as paredes eram de um porcelanato escuro que imitava madeira fosca, havia um grande espelho sobre o balcão de mármore com duas pias, e do outro lado havia dois chuveiros de frente um para o outro e uma banheira rústica num canto, e a carioca optou pelo tradicional chuveiro. Não trancou a porta do quarto com a chave pois o marido estava do lado de fora e também não se importou em fechar a do banheiro, apenas a encostou.
William entrou no quarto cansado e já tirando o casaco que usava por cima de outra blusa. Apesar de o quarto estar mais quente que o ambiente externo, ainda estava frio ali dentro, portanto o ele pegou o controle multifuncional que havia em cima da cama e ligou o aquecedor. Não ouviu o barulho do chuveiro, mas já que Fátima não estava no quarto só poderia estar no banheiro, então ele cruzou o cômodo e empurrou a porta devagar sem nem bater (não havia necessidade disso depois de tantos anos juntos), mas congelou ali mesmo com a cena que viu: a água caía pelo corpo nu da mulher debaixo do chuveiro... Ela estava de olhos fechados, com a cabeça levemente inclinada para cima e as mãos descendo dos cabelos ensopados até o ventre. Ele observou encantado a beleza de sua esposa por alguns segundos até ela abrir os olhos e se assustar um pouco com sua presença alí, mas logo sorriu e lhe perguntou:

-Há quanto tempo você está ai?

-Cheguei agora... - respondeu com uma expressão indecifrável.

-Vem tomar um banho comigo... - chamou.

Ele sorriu levemente, sem mostrar os dentes, e tirou as próprias roupas olhando para ela debaixo da água quente, depois foi em sua direção e a envolveu num abraço caloroso e protetor. Ele era muito alto e ela se sentia segura naquele abraço, era gostoso, quente e relaxante. William segurou o rosto dela entre as mãos e disse sério:

-Você é linda...

Ela sorriu e salpicou dois beijos no peito dele.

-Você me diz isso sempre...

-É porque não quero que se esqueça disso nunca!

-Gosto de ouví-lo dizer... - admitiu - E você está no chuveiro errado... Esse é o meu, o seu é aquele ali - disse e apontou para o outro chuveiro em frente a eles.

-Está frio aqui, meu bem... Se a gente ficar junto um esquenta o outro! - disse em sua defesa - E por falar em frio, por que você não usou a banheira?

-Porque eu queria só tomar um banho rápido e me deitar. - explicou.

-E ainda quer só isso ou vai ficar aqui comigo mais um pouco..? - perguntou.

-Isso vai depender das opções que você me oferecer para ficar...

-Hmmm.... Bonemer`s services! (Serviços do Bonemer) - brincou - Bom, só consigo pensar em uma opção...

-E qual seria? - perguntou curiosa, num tom baixo.

Ele sorriu descarado e se aproximou dela.

-Eu pegaria você assim... - disse e a segurou pela cintura, ficando sério novamente - Te prenderia na parede pra você não ter como fugir... - empurrou-a até a parede fria e ela estremeceu - Talvez a parede não seja uma boa ideia... - disse e ela riu.

-Não, tudo bem! - assegurou - Continua.

-Então... Eu te prenderia aqui em meus braços, onde você deveria estar sempre, e beijaria você assim - disse e a beijou um beijo quente, com direito a mordidinha no lábio inferior para finalizar.

-E o que mais..? - sussurrou entre os lábios dele.

-Eu tomaria meu lugar dentro de você até fazê-la gritar meu nome e pedir mais... - falou a centímetros do rosto dela, olhando fixamente em seus olhos, fazendo-a se arrepiar novamente, mas dessa vez não era de frio.

Ele a olhava sério e ela retribuía o olhar.

-E o que você está esperando? - sussurrou e, antes que ele pudesse responder, beijou-o ardentemente.

William devolveu o beijo enquanto apertava forte a cintura dela e ela tinha os braços em volta do pescoço dele. Estava frio e a água quente do chuveiro não cobria os dois por inteiro, então ela se apertava ao marido na tentativa de se aquecer com o calor dele, mas não estava surtindo muito efeito... Homens geralmente sentem menos frio, portanto William não estava se importando muito com a temperatura ambiente naquele momento, até porque seu corpo estava quente, mas sentiu Fátima tremer em seus braços e a apertou ainda mais a si mesmo.

-Você quer ir para o quarto? Eu liguei o aquecedor...

-Quero, sim. Está muito frio aqui!

-Estou louco para aproveitar aquela cama! - disse bem-humorado e ela concordou, a cama estava realmente muito convidativa!

-Eu também, mas antes vamos terminar o banho.

Os dois terminaram o banho num clima de romance, feito dois namorados, rindo e brincando um com o outro debaixo d`água, secaram-se e vestiram roupões brancos que havia numa espécie de armário ali dentro, junto com toalhas e produtos de higiene típicos de hoteis. William escovava os dentes e Fátima o olhava enquanto penteava e secava os próprios cabelos. Ele cultivava uma barba de mais de uma semana.

-O que foi? - perguntou, com a boca cheia de espuma de pasta de dente.

-Você não vai fazer essa barba?

-Não! - disse, após enxaguar a boca, e abriu um sorriso de orelha a orelha, brincalhão.

-Está tão grande que nem estou reconhecendo o meu marido!

-Então aproveite esse momento e imagine que você está indo pra cama com outro homem, assim desenjoa um pouco de mim! - brincou.

-Adorei a ideia! Sempre quis experimentar outros homens na cama! - brincou e deu uma piscadinha para ele.

-Se quiser até posso mudar minha voz... Quem você quer eu imite? - perguntou, referindo-se a seus dotes de comediante.

-Hmmm... - disse, desviando o olhar e fingindo pensar - Quero aquele jornalista que apresenta o jornal nacional, conhece? Aquele bonito e charmoso... 

-Quem? O Heraldo, meu substituto?! - brincou.

-Bobão! Você sabe muito bem de quem estou falando.

-Mas assim não vale, Fá! Não posso imitar a mim mesmo... 

-Ué, você não disse que era para eu imaginar outro homem?! Estou pedindo a esse outro homem, no caso você, que imite o meu marido! - explicou.

-Tudo bem, então você quer que eu imite o Bonner... - disse em confirmação e ela assentiu, então ele mudou a expressão, já encarnando o "personagem" e falou - Boa noite, Fátima Bernardes. - usou o mesmo tom sério que costuma usar para apresentar o JN e ela não conteve o sorriso, achando graça - Está rindo de quê? Isso aqui é sério! - perguntou, num tom nada sério. 

-Desculpa! - disse, ainda rindo.

-Vai deixar eu dar as notícias do dia ou não? 

-Fique à vontade! 

-Marido jornalista acaba de perceber que está totalmente excitado e enfeitiçado. Ele alega não responder pelos próprios atos esta noite e pede que sua mulher tome bastante cuidado. - disse voltando ao tom sério.

-Tomar cuidado?

-É... Tomar cuidado para não matá-lo do coração. - explicou, fazendo-a cair na risada!

Ele não teve paciência de esperá-la terminar de secar os cabelos e arrastou-a até o quarto. O ambiente estava numa temperatura ótima, mas ela ainda sentia o corpo frio então desatou o nó que mantinha o roupão de William fechado e abraçou o marido, estabelecendo o contato pele com pele. Pararam à beira da cama e se despiram, depois se enfiaram debaixo do grosso edredom. 
William estava por cima de Fátima, beijando o pescoço dela, e sua barba arranhava um pouco mas ao mesmo tempo dava uma sensação deliciosa de prazer. Ela achava que ele ficava mais bonito sem barba, mas não podia negar que se arrepiava de tesão com aquela sensação.
Após um bom tempo trocando beijos e carícias, o moreno agarrou uma coxa da carioca, puxou a perna dela para cima até a própria cintura e a enganchou ali, ficando numa posição estratégica. Fátima estava ofegante de excitação e sentia uma necessidade tão grande dele que chegava a doer! Já gemia antes mesmo de haver penetração e William quis torturá-la mais um pouco brincando com seus seios enquanto descia as mãos até seu bumbum. Encostou-se nela o máximo que pôde, esfregando suas partes íntimas e fazendo-a implorar para que acabasse logo com aquela tortura, e ele obedeceu, como um bom menino.
Fátima cravava as unhas nas costas do marido enquanto ele se movia descompassadamente sobre seu corpo, e os quases beliscões que ela lhe dava não o fizeram parar, apenas aumentar o rítmo. Continuaram assim até a morena sentir os espasmos do orgasmo iminente e, antes chegar lá, ouviu William gemer forte ao dar a última estocada e se derramar nela, e então atingiu o ápice do prazer e se amoleceu em baixo dele.

                                                                                                             ...

No dia seguinte visitaram alguns pontos turísticos da cidade e foram parados várias vezes por fans brasileiros que também passavam as férias lá, inclusive, Fátima sentiu um pouco de ciúmes por conta das várias mulheres que quiseram tirar fotos apenas com William, mas não disse nada pois era besteira e ele não tinha culpa e logo ela esqueceu disso. Foram ao Camarillo Premium Outlet, onde fizeram várias compras e também ao Shoreline Park, cheio de palmeiras e pessoas passeando com seus cães. Seguiram a viagem passando por várias cidadesinhas no caminho até Santa Mônica, já bem perto de Los Angeles, e lá fizeram um lindo passeio de bicicleta por Venice Beach, que fica bem perto da cidade.

À noite, foram à praia pois estava tendo shows de bandas locais no píer, atrações de circo e barracas de comidas típicas do local. Fátima se afastou um pouco para comprar algo para beber numa barraca e um moço bonito de uns quarenta e poucos anos se aproximou dela, fingindo que também queria comprar alguma bebida.

-Olá.. - disse ele, num inglês de sotaque estranho, e ela logo percebeu que era europeu. Ele tinha o cabelo preto penteado para trás e traços bem marcantes, parecia ser italiano.

-Oi... - respondeu no mesmo idioma, achando um pouco estranha a abordagem.

-Eu estava aqui há algum tempo observando você e te achei muito bonita!

-Ah, obrigada.. - disse e sorriu educadamente. Pegou sua bebida e disse novamente - Eu já vou indo, tenha uma boa noite!

-Não, espera! - pediu e segurou-a pelo braço - Você nem me disse o seu nome...

-Me chamo Fátima... 

-Que lindo nome! Eu me chamo Benito, é um prazer conhecê-la... Você é realmente muito bonita! Gosto de mulheres um pouco mais velhas que eu... - disse e deu uma piscadinha.

Nessa hora William, que não estava muito longe dalí, viu a cena e achou estranho um homem que não parecia ser brasileiro (um fã) segurando-a pelo braço então foi até lá tirar suas dúvidas. Beatriz foi junto e os outros dois irmãos ficaram onde estavam, conversando.

-Tudo bem aí, amor? - perguntou em português, para que o homem não entendesse, não queria causar uma cena desnecessária.

-Tudo sim! - garantiu e sorriu. - Esse aqui é o meu marido e essa é uma de nossas filhas. - disse ao homem.

-Uau... Não sabia que você era casada... Olá! - olhou para Bia - Na Itália dizem que, para saber se uma mulher ficará bonita quando crescer, basta olhar para a mãe dela... E a julgar por você, sua filha ficará muito bonita! - disse, voltando-se para Fátima e abriu um sorriso descarado.

-É impressão minha ou você está cantando minha mulher e minha filha na minha frente? - perguntou William num tom moderado, querendo parecer estar brincando. O moço era bonito, alto e mais jovem que ele, o que lhe causou um certo desconforto.

-Não estou fazendo nada de mais... A não ser que alguma delas queira que eu faça. - falou na lata e William entrou na frente da mulher e da filha e respondeu:

-Ninguém aqui quer que você faça nada, amigo! Com licença e tenha uma boa noite. - disse irritado, virou-se para suas mulher e filha e envolveu as cinturas das duas na intenção de saírem dali, mas o homem voltou a falar.

-Não se deve responder por uma mulher! Você deve deixar que ela diga o que quer.

William riu irônico, tornou a virar-se para o homem e respondeu:

-Olha, meu amigo, nós somos casados e estamos aqui de férias com nossos filhos. Não viemos para nos estressar.

-Calma, William... Deixa que eu falo com ele. - disse Fátima em português.

-Falar o quê?? Você não tem nada para falar com esse homem! - respondeu ele, alterando um pouco a voz.

-Também não se deve brigar com uma mulher, especialmente quando ela é tão linda assim... - disse o moço, interrompendo o casal.

-Não estou falando com você! - rebateu o jornalista, mal educado.

-Olha, eu e minha família estamos de férias e não queremos nenhum tipo de confusão aqui, melhor você nos deixar em paz, ok? - pediu Fátima naquele tom de voz inalterado e educado.

-Como queira, minha bela. - disse em italiano. Beijou uma mão de Fátima, sorriu para William e saiu.

-Mas que filho da mãe! - disse William à mulher enquanto andavam em direção aos outros filhos.

Beatriz andava quieta ao lado do casal e decidiu apressar o passo para deixá-los "brigarem" em paz.

-Calma, William, Italianos são assim mesmo... Esquece isso. - pediu Fátima.

-Eu sei que você não gosta de ceninha de ciúme e nunca farei uma quando outro homem estiver apenas elogiando ou conversando com você normalmente, Fá, mas aquele desgraçado não estava apenas te elogiando e muito menos só puxando conversa! Então não me peça para não interferir nessas horas porque você é minha mulher e não vou tolerar marmanjo dando em cima de você assim na minha frente!

-Tudo bem... Não estou reclamando, só estou pedindo para você esquecer o que aconteceu e curtir o resto da noite comigo e com nossos filhos. Pode fazer isso por nós?

-Aham... - disse apenas, de cara fechada.

William foi relaxando aos poucos e o resto da noite foi traanquila... No dia seguinte seguiram para o destino final: Los Angeles! Passaram os últimos dias das férias na cidade do cinema e aproveitaram bastante! Aquelas férias haviam sido ótimas e muito relaxantes, mal podiam esperar pelas próximas!