Fanfic: Nossa rotina | Tema: Fátima e William

A semana havia sido bem estressante e tanto Fátima quanto William não viam a hora de o fim de semana chegar. Porém, ainda era uma quinta-feira. Fátima estava de folga pois tinha uma consulta de rotina no médico, mas o jornalista ainda teria mais um dia de trabalho na redação.

William costumava malhar todas as manhãs antes de ir trabalhar, já que só saía de casa às 09:45. E naquela manha, assim que acabara de se exercitar, entrou no quarto todo suado e foi direto tomar uma chuveirada, enquanto Fátima se arrumava em seu closet.

-Amor, você viu aquela minha gravata rosa? - perguntou à mulher, que ainda se arrumava no closet, já de banho tomado e apenas com uma toalha branca enrolada na cintura.

-Está na segunda gaveta. - disse, despreocupada.

-Eu já procurei lá e não achei...

Ela foi até o guarda-roupa dele, abriu a gaveta e tirou de lá a gravata que ele queria.

-É essa aqui? - perguntou a ele e lhe estendeu a gravata para que pegasse.

-Como assim estava ai?? Eu procurei umas três vezes nessa gaveta e não achei! - disse, indignado.

-Acho que você está trabalhando demais, deve estar com a cabeça muito cheia... - disse, colocando as mãos nos ombros dele e fazendo-lhe uma massagem.

Ele suspirou já relaxando e disse:

-Você tem razão, eu tenho me sentido bastante sobrecarregado. Principalmente nesses útimos dias... Estou precisando de férias!

-E você terá suas férias... Nós teremos, e falta pouco pra elas chegarem! -disse ela, animada.

-Mas enquanto elas não chegam, a gente bem que podia relaxar de outras formas... O que acha de jantar comigo essa noite?

-Acho ótimo! Estamos mesmo precisando sair só nós dois. - concordou.

Ela parou a movimento que fazia com as mãos e ele reclamou:

-Ah, não para não, amor, estava tão bom! Eu até já tô mais relaxado...

-Estamos atrasados! Hoje a noite eu continuo, prometo.

-Opa! Vou contar as horas... Eu venho pra casa assim que o jornal acabar e então a gente decide pra onde vai.

-Vou deixar você me surpreender hoje... Você escolhe para onde vamos! - disse, piscando pra ele.

Ele sorriu, terminou de ajeitar a gravata, pegou o paletó e a pasta de couro e parou na frente dela, que pegava a bolsa e as chaves do carro.

-Vamos? - perguntou ele, fazendo um gesto com as mãos para que ela fosse na frente. Os dois foram juntos até a garagem e pararam em frente ao carro dela.

-Me dê notícias, quero saber como foi lá no médico. -pediu ele.

-É só uma consulta de rotina, não precisa se preocupar... - disse ela.

-Eu sei, só quero acompanhar minha mulher, mesmo que de longe. - explicou.

Ela sorriu, passou a mão no rosto dele carinhosamente e disse:

-Obrigada por estar comigo... Vou dar notícias! - prometeu - Bom dia pra você, tente não se estressar tanto, isso faz mal à sua saúde e eu quero você bem forte e saudável do meu lado sempre, ok?

Ele riu e disse:

-Ok! Pode deixar, eu não pretendo sair do seu lado! Até mais tarde...

-Até mais tarde...

Eles se despediram com um beijo e logo depois entraram em seus carros e saíram.

O dia foi, novamente, muito cheio para os dois e portanto passou bem rápido. Fátima descobriu que sua saúde estava ótima, buscou os filhos na escola e os levou para almoçar num shopping na barra da tijuca. À noite, resolveu fazer uma surpresa para o maridão, indo até a redação esperá-lo para jantarem juntos.

Ela chegou na redação quando o JN ainda estava no ar para que William não a visse ali, e decidiu esperá-lo em sua sala. A sala de William era pequena, porém, a cara dele: responsável, amoroso e uma eterna criança. Havia uma pequena estante com alguns livros, alguns certificados emoldurados em quadros na parede, vários porta-retratos com fotos da famíla em cima da mesa e uma pequena coleção de carros em miniatura (a paixão dele). Ela se sentou na cadeira dele e ficou observando as fotos... Havia uma dela com os três filhos pequenos, algumas deles dois, uma de cada um dos filhos pequenos fazendo caretas e outra dos cinco juntos na Europa nas última férias.

Fátima era bastante inquieta e não aguentava ficar muito tempo parada, então começou a organizar as coisas dele, pensando que não havia problema, já que tinham quase 25 anos de casados e intimidade o suficiente para isso. De repente, quando abriu uma gaveta da mesa, encontrou uma coisa estranha. Era vermelha e... Não. Não podia ser o que parecia, não mesmo! Ela precisava tirar prova, então puxou o tal objeto vermelho e o olhou fixamente.... Era uma calçinha de renda, e fio-dental ainda por cima!

Ela não sabia o que pensar, não coseguia digerir aquela informação. William a estava traindo!! Começou a imaginar o marido com alguma jornalista jovem naquela sala fazendo mil coisas em cima daquela mesa e ficou com nojo de estar ali. Nojo e ódio. Ódio por ter confiado a vida toda nele, por pensar que ele era diferente dos outros, por ter sido feita de trouxa, por ter contruído uma vida com ele, por amá-lo tanto como amava.

Após alguns minutos em choque, ela se levantou com a calçinha na mão e foi em direção à porta. Não queria ficar ali nem mais um minuto e nem brigar com o marido ali na frente de todos, porém, ela não havia se dado conta de que horas eram e exatamente quando levou a mão à maçaneta ela girou sozinha e se abriu. Era ele. William levou um susto ao vê-la ali, mas logo abriu um sorriso de orelha a orelha.

-Fá! Que surpresa, amor! - disse indo em direção a ela para beijá-la, mas ela deviou o rosto e o olhou com desprezo.

-Não encosta em mim! Tenho nojo de você! Nojo! Saia da minha frente. - pediu e tentou empurrá-lo, pois estava na porta, mas ele não saiu. ]fechou a porta atrás de si para que ninguém os escutasse e perguntou confuso:

-Fátima, o que aconteceu?? Por que está me tratando assim?? 

-Quem merecia uma explicação aqui era eu, mas prefiro não ouvir nada. Não quero saber de nada! Tome a sua... - ela não terminou a frase, apenas jogou a peça nele e saiu dali apressada.

O moreno logo reconheceu a calçinha vermelha que uma fã mais ousada havia lhe dado naquela manhã e que ele guardara na gaveta como qualquer outro objeto que recebia de fãs. Ele até havia planejado contar à mulher durante o jantar para fazê-la rir, como ela sempre ria das moças mais atiradas que babavam por ele. Ele demorou alguns segundos para entender o porque ela havia feito aquilo pois não acreditava que ela fosse capaz de achar que ele a trairia, mas na verdade ela era apenas uma mulher que, como qualquer outra, também tinha suas inseguranças. Assim que caiu na real, William se apressou em pegar sua pasta, as chaves do carro e ir atrás dela. Quando chegou à garagem do prédio viu o carro da carioca saindo pelo portão e ele então correu para seu carro e saiu dali depressa.