Fanfic: Nossa rotina | Tema: Fátima e William
Já havia se passado quase um mês desde que William saíra de casa e ele e Fátima haviam se falado pouquissimas vezes durante esse tempo. Aquela situação estava sendo, de certa forma, benéfica para os dois porque ficarem longe um do outro fez com que percebessem que se amavam muito Ainda. Os trigêmeos não entendiam porque os pais estavam separados e sofriam bastante com aquela situação, mas tinham certeza de que não duraria muito e torciam para que se acertassem logo.
William estava atolado de trabalho e com Fátima não era diferente. Ele sentia muita falta dela e notava que estava sempre animada, sorridente, cheia de energia, como sempre fôra, e isso o deixava um pouco decepcionado... Esperava que ela estivesse sentindo sua falta também e querendo-o de volta, mas até então a morena não havia expressado nada disso, muito pelo contrário, o que o deixava quase que com raiva. Essa raiva acabava por fazê-lo agir sem pensar em algumas situações, como por exemplo ao fazer certas piadinhas com colegas de trabalho ou se soltar um pouco mais com algumas mulheres próximas a ele no dia a dia. A maioria das pessoas que convivia com os dois diariamente já havia percebido que o casamento deles estava em crise mas o casal, ainda assim, tentavam disfarçar, não queriam alarde, principalmente para proteger os filhos das consequências daquela situação.
Fátima também não estava nada satisfeita com o completamente de William durante aquele período, direto ficava sabendo de alguma gracinha que havia feito, mas mesmo assim não falava nada com ele, não lhe cobrava nada, mal sabia ela que aquele comportamento era proposital, para chamar sua atenção.
Eles não estavam se falando muito, só o básico, e foram poucas as vezes que se viram durante esse período.
Certa manhã, William saia da reunião de pauta do JN quando viu alguns estagiários rindo e indiscretamente falando sobre ele. Sentiu-se super desconfortável com aquela situação mas fingiu não perceber, talvez nem fosse sobre ele, né? Talvez fosse só mania de perseguição mesmo...
Minutos depois, pegou o celular para passar o tempo já que, por ora, não tinha compromisso imediato e viu alguns vídeos de Fátima dançando de uma forma que não lhe agradou em absolutamente nada. O sangue ferveu e a raiva lhe subiu tão instantaneamente que chegou apertar os punhos para tentar se controlar. Sentiu um ciúme descompensado da mulher naquele momento. Encarava como um desrespeito a ele e ao casamento deles aquelas coisas que ela fazia. Isso acontecia quase todos os dias, e para completar sempre tinha algum "safado" dando em cima dela. Na maioria das vezes eram apenas elogios sem maldade, danças sem malícia, mas diante daquela situação William já encarava tudo como ameaça. Sempre que chegava àquele horário ele se sentia agoniado, receoso com o que poderia ter acontecido no programa da mulher, e estava vivendo assim já há algum tempo, o que vinha lhe causando estresse constante. No início tentou relevar, mas aquilo foi se acumulando até que tomou um certo rancor que se transferia para a forma como a tratava. De forma direta aqueles episódios haviam influenciado na crise do casamento deles.
um pouco mais tarde, durante o almoço, viu fotos da mulher almoçando com alguns homens que não reconheceu, o que lhe deixou ainda mais furioso. "A Fátima está me fazendo de trouxa. Não é possível que não tenha mais respeito por nosso casamento... Por mim." Pensava.
Com raiva, William voltou para a CGJ após o almoço e se enfiou em sua sala para descontar a raiva no trabalho. Fechou as cortinas das grandes "janelas" de vidro de sua sala porque não estava a fim de conversar ou olhar para ninguém naquele momento. Apresentou o jornal super sério, pensativo e, ainda naquela noite, fez uma coisa que mudaria sua vida para sempre.
Já em seu prédio, o moreno entrou no elevador e começou a afrouxar a gravata ali mesmo, estava louco para se livrar daquela roupa. O dia tinha sido estressante e ele só queria se enfiar em seu refúgio e beber um vinho para tentar esquecer os problemas e descontar sua raiva. Graças a Deus era sexta-feira e ele não precisaria acordar cedo no dia seguinte.
Antes que as portas de metal se fechassem, uma de suas já conhecidas vizinhas entrou. Eles se cumprimentaram e logo o silêncio se restabeleceu. A moça devia ter uns 30 e poucos anos, era loira, magra e bonita. Já haviam conversado algumas vezes anteriormente, mas nada muito pessoal.
Ele notou que ela estava com uma expressão desconsolada e os olhos vermelhos e lhe perguntou:
-Tudo bem?
A moça o olhou nos olhos e respondeu:
-Mais ou menos... Acabei de levar um toco do meu namorado.
-Nossa.... Sinto muito. Com todo o respeito, ele deve ser um babaca, pra dispensar uma mulher como você.
Ela sorriu sem graça, agradeceu e deixou uma lágrima escapar de seus olhos.
-Você quer conversar..? - perguntou educadamente a ela.
-Sinceramente? É tudo que mais quero agora... Estou me sentindo a pessoa mais sozinha do mundo nesse momento. Não sou daqui, me mudei com meu namorado recentemente e agora aconteceu isso... Nem nos conhecemos direito, mas tô precisando de um ombro amigo.
-Vamos pro meu apartamento, lá você me conta o que aconteceu e a gente conversa melhor, pode ser? Não vou deixar você sozinha assim...
-Muito obrigada...
Logo o elevador parou no andar dos dois e eles foram em direção ao apartamento de William, que pegou a chave e abriu a porta. Como ele tinha uma faxineira que limpava o apartamento todos os dias, estava um brinco. Tudo no lugar, tudo arrumadinho e limpinho.
Ele tirou a pasta de couro do ombro, colocou em cima da bancada da cozinha americana e falou:
-Pode ficar à vontade, senta ali no sofá... Vou pegar uma água pra você.
Ele voltou com um copo d`água na mão, entregou à moça e sentou-se no sofá ao seu lado.
-Nunca pensei que um dia estaria aqui desabafando com William Bonner no apartamento dele...
Ele sorriu e disse:
-Por favor, esqueça que sou o cara do jornal Nacional... Pode fingir que sou apenas seu vizinho, uma pessoa normal.
-Ok... Mas antes preciso fazer outra pergunta, se você não se importar...
-Tudo bem, pode perguntar.
-Você e a Fátima se separaram?
-É complicado... No momento estamos separados sim, mas prefiro não falar sobre isso. - disse apenas.
-Ok, desculpe...
-Mas me conte sobre você... Você está precisando falar mais do que eu nesse momento.
-Bom, nós estávamos juntos há 1 anos e 2 meses... - a moça contou toda a história a William, que prestou atenção em tudo que ela disse e demonstrou compreensão durante o desabafo. Fazer aquilo lhe fez esquecer de seus próprios problemas.
-Agora sim tenho certeza de que esse seu ex é trouxa. Mas olha, nem todos os homens são assim... - comentou despretensiosamente.
Ela sorriu para ele e enxugou o rosto molhado pelas lágrimas, estavam perto demais um do outro. A moça olhou para os lábios do moreno... Estava machucada por dentro e muito carente, e William havia sido tão gentil e compreensivo com ela que por um momento se esqueceu de quem ele era, viu apenas o homem, muito bonito por sinal, que lhe estendeu a mão naquele momento de angústia.
William, percebendo o desejo no olhar da moça, sentiu-se apreensivo, Não sabia como reagir àquela situação. De repente mil coisas se passaram por sua mente: Começou a se lembrar de Fátima toda soltinha, saindo direto, livre e desimpedida, sem dar satisfações a ninguém... Porque ele não podia fazer isso também? Tinha que ser o trouxa da história? De jeito nenhum! A raiva tomou conta dele novamente e acabou agindo por impulso. Inclinou-se em direção à mulher em sua frente e a beijou de um jeito intenso. Sua cabeça estava a mil. A princípio estranhou aquela boca desconhecida... Há quase 26 anos só beijava uma única boca, então já nem sabia mais como era beijar outra pessoa. Achou estranho, mas o calor do momento o fez continuar; ele não se conteve, inclinou-se mais Ainda, derrubando a moça no sofá, e explorando seu corpo com as mãos. Ela retribuiu, passando as mãos pela nuca dele e o puxou Ainda mais para perto. Os hormônios masculinos dele falaram mais alto que sua consciência e logo ele ficou excitado com aquela bela mulher que estava ali embaixo, toda entregue, querendo-o. A moça desceu uma mão pelo tronco dele e agarrou o cós da calça, então desceu mais até chegar em seu membro enrijecido e apertou levemente, fazendo-o gemer guturalmente. Já estava sem sexo há bastante tempo e aquela situação o deixou à flor da pele. Ela retirou as próprias calça e calcinha, então desafivelou o cinto dele e abriu o zíper, liberando seu pênis ereto e estimulando-o. William se lembrou de Fátima naquele instante gemendo nos braços de outro e desejou profundamente que fosse ela ali embaixo dele, mas a raiva era mais forte. A moça direcionou o pênis dele à entrada de sua ****** e gemeu de prazer, contagiando o moreno, que se forçou dentro dela com força, sem nem pensar, arrancando um grito da loira. Ele era todo grande. Na terceira estocada afundou o rosto no pescoço dela como fazia com Fátima, mas ao inspirar forte o perfume recobrou a consciência e Ficou paralisado durante alguns segundos, se olhos arregalado, e logo saiu de cima dela de uma vez, subindo seu zíper para fechar a calça. Não podia fazer aquilo, ainda era casado, devia respeito ao compromisso que tinha com a mulher e os filhos.
Sentou no sofá desesperado e colocou a cabeça entre as mãos, estava confuso, não acreditava no que havia acabado de fazer.
-Desculpa... Eu não devia ter feito isso. Não posso Fazer isso... - disse apenas, sem nem olhar para ela.
A moça estava em choque e Ainda mais arrasada do que antes, levantou do sofá, vestiu apenas a calça o mais rápido que pôde e saiu correndo sem nem falar nada. Bateu a porta atrás de si e deixou o moreno ali sozinho com sua consciência naquele apartamento enorme e vazio.
William tentava reorganizar sua mente e se convencer de que não havia feito nada de errado. "Não aconteceu nada de mais..." Repetia como um mantra em sua própria mente, mas sabia, no fundo, que não havia sido "nada de mais", ele quis fazer aquilo, mesmo que movido pela raiva, Ainda que tivesse muito bem fundamentado em sua cabeça que a traição não consistia apenas no ato carnal, mas também na decisão prévia de fazê-lo. Ele sempre fôra um homem muito contido, achava que devia dar o exemplo como jornalista e pai de três filhos, por isso nunca se permitia beber além da conta, dirigir com imprudência, furar filas, enfim, era bastante metódico e correto.
"Que tipo de homem eu sou? Sou um covarde... Larguei minha mulher e meus filhos e agora a trai..."
"Não. Só sai de casa porque não aguentava mais as brigas e o tanto que ela estava me deixando em último plano, não me respeitava mais como marido... Com certeza já deve ter me traído também."
"Não... A Fátima jamais faria isso. Ela não é esse tipo de mulher. Eu também não sou esse tipo de homem. Por que fiz isso? Trai minha mulher..."
Ele se contradizia em pensamento o tempo todo, achava que iria enlouquecer.
Abriu uma garrafa de vinho e bebeu quase toda enquanto sentia a dor das escolhas erradas que vinha fazendo.
Exausto e bêbado que estava, adormeceu ali mesmo na sala, mas não por muito tempo. Cochilou apenas por alguns minutos e sonhou justamente com ela. Em seu sonho Fátima parecia um anjo, de tão linda. Parecia feliz, plena, e sorria para alguém que ele não conseguia saber quem era. Era como se não precisasse mais dele em sua vida. William tentava chegar até ela mas não conseguia alcançá-la, sentia um calor intenso e ao mesmo tempo um frio na espinha. Tentava chegar até ela mas algo não o deixava sair de onde estava, parecia que estava preso. De repente sentiu como se o chão embaixo de seus pés tivesse desaparecido e começou a cair em queda livre, então acordou sobressaltado com uma sensação horrível no peito, como se lhe tivessem esfaqueado. Sua cabeça doía horrores por causa do vinho e seu peito sangrava.
"Meu Deus... Por que está acontecendo tudo isso? Quero a minha vida de volta..." clamava.
Sem conseguir dormir de novo, foi para a cama e ficou rolando de um lado pro outro pensando em Fátima. Sentia-se meio zonzo por causa do vinho e seus pensamentos estavam uma bagunça. Olhou no relógio e já eram 3:22 da manhã. Sentiu uma saudade avassaladora de sua mulher, uma culpa gigante pelo que havia feito e um medo enorme de perdê-la. Então, sem pensar direito, saltou da cama, vestiu a mesma calça social que havia usava mais cedo, lavou o rosto, escovou os dentes, pegou uma camisa social azul marinho no guarda-roupa e as chaves do carro em cima da cômoda e saiu apressado. Abotoou a camisa enquanto o elevador descia até a garagem.
Dirigiu feito louco pelas ruas da cidade em direção à sua antiga casa. Ainda tinha os controles do portão e as chaves das portas, apesar de nunca mais ter entrado lá.
Estacionou o carro na garagem de qualquer jeito, abriu a porta da frente, cruzou a sala e subiu as escadas cambaleando um pouco. Parou em frente à porta de seu antigo quarto, que estava fechada, mas conseguiu ouvir o barulho discreto do ar condicionado que vinha lá de dentro. Não fazia ideia do que iria dizer a Fátima, mas precisava vê-la urgentemente.
Abriu a porta e a viu dormindo embrulhada naquela cama que também era sua. Lembrou-se das vezes que presenciou essa mesma cena quando chegava mais tarde do trabalho e a encontrava já dormindo, mas agora era muito diferente.
Ele entrou, trancou a porta com cuidado e caminhou devagar até a cama. Seu corpo tremia e sua respiração era descompassada. Apesar das cortinas estarem fechadas, o quarto já estava um pouco mais claro que o normal devido ao horário, já eram cerca de 4:00 h da manhã. Ele se ajoelhou no chão ao lado dela observou com carinho a serenidade que ela tinha dormindo tranquila, se sentiu a pior pessoa do mundo! Passou uma mão por seu rosto e chamou por seu nome...
Fátima sentiu o coração parar no peito de tanto susto. O primeiro pensamento que lhe veio à mente foi "Ladrão." Já que já havia sido assaltada dessa forma antes, e William quis logo tranquiliza-la porque sabia que era exatamente o que pensaria a primeiro momento, sabia perfeitamente o quanto tinha ficado traumatizada com isso.
-Sou eu! Fica tranquila... - sussurrou, numa tentativa de acalma-la e ela percebeu que a voz dele estava um pouco estranha, mas devia ser porque fazia muito tempo que não a ouvia pessoalmente.
-William?? - levantou-se de vez, extremamente confusa pensando "o que ele está fazendo aqui??" - Aconteceu alguma coisa com os meninos?? - pensou logo no pior.
-Não! Não aconteceu nada... - garantiu
-E o que você está fazendo aqui a essa hora?? - perguntou, levantando-se e acendendo o abajur que ficava em cima de seu criado-mudo.
-Fá, eu nem sei por onde começar... - iniciou e ela se deliciou ao ouvi-lo chamando-a daquela forma carinhosa - Você vai me achar um louco - sorriu sem graça - Mas eu vim porque precisava muito te dizer uma coisa... - ele se aproximou e ela logo sentiu o odor do álcool.
-Você está bêbado, William? - acusou-o num tom firme.
-Eu tô bem... Só bebi um pouco mais cedo. - garantiu.
-E você veio dirigindo até aqui bêbado?? - perguntou horrorizada.
-Fá, me escuta! Eu não tô bêbado.. Eu vim até aqui porque preciso muito falar com você que eu te amo. - disse, engoliu em seco e repetiu - Eu te amo demais, Fátima... - completou e não conseguiu segurar o nó que estava preso em sua garganta, deixando escapar um soluço de choro.
Fátima ficou assustada e preocupada com a sanidade do marido, ajoelhou-se no chão junto a ele, pegou seu rosto entre as mãos e tentou olhar nos olhos dele para que pudesse compreendê-lo melhor, mas ele parecia uma criança com medo de que o mundo fosse acabar.
-Calma, William... Fala comigo, o que aconteceu? Você está gelado! - disse quando apertou as mãos dele.
-Aconteceu que eu não consigo mais ficar longe de você e dos nossos filhos, amor... Vocês são a minha vida e eu não sei viver sem vocês. Por favor, deixa eu volta pra casa... - Implorou com urgência na voz e envolveu o rosto dela entre as mãos para olhá-la nos olhos.
-William... Estou preocupada... Me explica direito o que está acontecendo.. - pediu e retribuiu o olhar.
-Você ainda me ama? - perguntou receoso. Precisava muito daquela resposta, mas Fátima não conseguiu responder, não porque não o amava mais (claro que amava) mas porque não queria dizer.
Ela nunca tinha visto o marido daquele jeito, tão vulnerável, e aquilo a estava deixando com o coração na mão.
O moreno não disse mais nada e muito menos deixou que ela dissesse, não conseguiu esperar mais, avançou para cima dela e deu-lhe um beijo com ardor, cheio de saudade e urgência. Era como se necessitasse daquilo para respirar naquele momento.
Fátima correspondeu confusa, também estava morrendo de saudade dele. Por mais que não demonstrasse estava arrasada por dentro, louca de saudade, mas o orgulho era grande e achava que, já que foi ele quem saiu de casa, ele é quem deveria voltar.
William passeava as mãos pelo corpo dela avidamente enquanto explorava sua boca com a língua, como um menino sedento perdido no deserto em busca de um oásis, e ela era a água que ele tanto precisava para matar a sede.
Ela não conseguia acompanhar o ritmo dele, estava frenético, totalmente no controle. Ele era maior e mais forte e ela não conseguiria pará-lo nem se quisesse, e não queria. Por um momento deixou que ele fizesse do jeito dele, que a dominasse.
Os dois estavam de joelhos no carpete que cobria aquela parte do chão do quarto, se beijando. Ele abriu o zíper da própria calça durante o beijo, passou os braços por baixo do bumbum dela e a levantou, levantando-se junto. Sentou a esposa na cama e, antes que pudesse fazer qualquer coisa, Fátima o empurrou, afastando-o e levantou-se da cama.
-William, espera! - protestou e colocou uma mão no peito dele como que para impedi-lo de avançar. Ele a olhava com um expressão de dor... Estava sim um pouco bêbado e bastante confuso. - Me fala o que está acontecendo... Você fez alguma coisa? Não estou entendendo nada... Você chega aqui assim feito louco e não me diz nada...- aquelas palavras dela fizeram a faca cravada no peito de William se afundar mais, causando mais dor.
-Não quero conversar agora... - fugiu do assunto - Me abraça... - pediu e a envolveu fortemente em seus braços, firme porém carinhosamente, como só ele sabia abraçá-la. Necessitava daquele Abraço.
Fátima não estava entendendo nada mas mesmo assim retribuiu o abraço, depois de mais de um mês sem abraçá-lo. Meu Deus, como havia sentindo saudade daquele abraço!
William tinha as extremidades do corpo geladas, tremia levemente, mas seu tronco pegava fogo e aquele calor era reconfortante para ela. Estar entre os braços dele lhe dava uma sensação de segurança e plenitude que ela não sabia explicar e com ele não era diferente.
Ficaram abraçados por tanto tempo que nem saberiam dizer o quanto, até que Fátima quebrou o silêncio:
-Está mais calmo? - perguntou preocupada, desvencilhando-se dele.
-Aham... - balançou a cabeça e retorceu a boca, fazendo cara feia, sua cabeça latejava um pouco de dor.
-Vem... Você precisa tomar um banho e dormir... Está exalando Álcool. - disse e o puxou pela mão até o banheiro, acendeu as luzes e parou de frente para ele. Naquela hora ele pôde perceber como ela estava... Observou seus cabelos desgrenhados, sua boca meio inchada e seus mamilos enrijecidos por baixo do pano fino da camisola perolada de seda. Na visão dele estava maravilhosa.
Ele estendeu uma mão e acariciou a bochecha dela, depois seguiu o contorno de seus lábios com um dedo, olhando-a feito bobo.
-Você é linda... - sussurrou - Eu tô com tanta saudade...
-Você precisa dormir, William... Porque bebeu assim? O que estava pensando?
Ele não respondeu, olhou pra baixo e encarou o chão.
-Me perdoa por tudo que fiz, amor da minha vida... - pediu sincero, referindo-se a tudo mesmo, mas Fátima pensava que ele se referia apenas às brigas e ao fato de ter saído de casa.
-Tudo bem, marido... Já passou. Agora vamos tomar um banho, você precisa dormir.
-Adoro quando você me chama assim... Diz de novo..? - pediu.
-Marido... - Fátima sorriu, achando graça dele e ele a olhou feito besta.
Fátima, parada em frente a ele, sem saltos, dava na altura de seu pescoço praticamente. Ela começou a desabotoar a camisa azul marinho dele, que suava tanto a ponto de molhar a camisa.
William Observava com ternura e amor sua mulher concentrada em cuidar dele. Sentiu uma falta enorme de ser cuidado por ela.
-Minha Fá... - disse e sorriu terno. Ela não deu muito crédito às coisas que ele dizia por estar um pouco alterado.
Ela terminou de desabotoar a camisa e ele a ajudou a retirá-la por completo, ficando apenas com a calça social e os sapatos. Não havia colocado nem cinto e nem meias.
A morena hesitou em por as mãos na calça dele, sabia que aquele era um território perigoso...
-Vai tirando o resto da roupa enquanto eu ligo o chuveiro... - pediu e ligou a ducha no quente, já que o quarto e o banheiro estavam resfriados pelo ar condicionado. Ele assentiu e obedeceu.
Fátima já havia visto o marido nu milhares de vezes, o que era completamente normal por serem casados, mas depois de tudo que havia acontecido sentiu-se estranha em olhar para ele, era como se não tivesse mais esse direito.
William parou de frente para ela completamente nu com uma expressão indecifrável. Manteve-se parado esperando que ela tomasse alguma iniciativa. Sua postura era inconscientemente imponente, peito estufado, coluna ereta e braços cruzados para trás, aguardando pacientemente.
Fatima tentou disfarçar que estava mexida, engoliu em seco e pediu que ele entrasse embaixo do chuveiro.
O mundo estava rodando um pouco, provavelmente por causa do álcool, mas William não parava de olhar para ela um segundo sequer. Ele estava louco para agarra-lá ali mesmo e mostrar para ela o quanto a amava, mas depois de ela ter lhe negado mais cedo ficou com receio de ultrapassar os limites, sabia que não estava no direito de exigir nada.
Por mais que estivesse quieto, seus olhos não conseguiam esconder o desejo e a saudade que sentia. Engolia ela com os olhos, causando em Fátima uma sensação perturbadora de desejo e vontade.
Deixou que a água quente do chuveiro caísse sobre seu corpo enquanto saboreava as mãos de sua amada lhe ensaboando o tórax. Quando ela passou a mão pela região acima de sua virilha, não conteve um gemido baixo e ela congelou. Quando olhou para ele estava com a cabeça inclinada para cima, de olhos fechados, todo arrepiado, respirava forte e prendia as próprias mãos atras do corpo numa tentativa de conter-se.
Fátima também não era de ferro... Aquela situação lhe deixou desconsertada, ouvi-lo gemer daquela forma trouxe lembranças e desejos que ela tentou ao máximo ignorar, mas foi difícil fazer isso quando William abriu o olhos e ela viu que estavam em chamas, ávidos de desejo.
Ela estava molhada, não só pela água do chuveiro, mas também de excitação e reparou que com o marido não era diferente, seu sexo já evidenciava um início de excitação, que ele não podia controlar.
William não perdeu tempo, agarrou Fátima pela cintura e colou os lábios nos dela. Apertou-a contra seu corpo quente e ficaram os dois ali durante alguns minutos se beijando embaixo do chuveiro.
Fátima se deixou levar pelo momento, retribuiu o beijo enquanto sentia o pênis dele se enrijecer cada vez mais contra sua barriga. Pararam o beijo e ela saiu do abraço dele.
-Termine de se enxaguar... - disse a ele, pegou uma toalha e começou a secar o próprio corpo por cima da camisola e os cabelos que pingavam.
-Você não quer..? - perguntou em meias palavras, saindo debaixo do chuveiro para se aproximar de Fátima.
-Não quero "dormir" com você nesse estado... Quero que a nossa próxima vez seja melhor do que isso.
-Você tá certa... Me desculpe por errar tanto com você, amor... Você não merece isso...- disse sincero.
-Não precisa pedir desculpas por isso, marido.. Vem que eu vou cuidar de você... - disse, deu-lhe um selinho e entregou-lhe uma toalha para que se secasse.
William apenas enrolou a toalha azul clara na cintura, nem secou o resto do corpo, estava meio lento e grogue. O volume de seu membro meio rígido era visível sobre a toalha grossa e Fátima sofria de desejo por dentro com aquele homem ali na sua frente com os cabelos molhados, a pele morena cheia de gotículas d`Água e o p** duro, coberto apenas por uma toalha, mas tentou afugentar o mais rápido possível aqueles pensamentos e sentimentos.
-Vamos... Vou te colocar na cama, você está péssimo.
-Vai me deixar dormir aqui com você? - perguntou enquanto a seguia para fora do banheiro, fechando a porta atrás de si.
-Claro, não posso deixar você ir a lugar nenhum desse jeito... Não sei como chegou até aqui bêbado... Que perigo... Você não era de fazer isso. - Disse em desaprovação, deixando-o envergonhado, concordava com ela - Eu vou ali no outro quarto procurar uma roupa antiga sua porque acho que você levou todas as roupas de dormir pro seu apartamento - disse e saiu, deixando-o ali sozinho.
Fátima encontrou uma cueca samba-canção azul clarinha listrada e uma blusa branca que ele costumava usar sempre mas que não havia levado para o apartamento porque estavam lavando no dia em que ele saiu de casa.
Ao retornar ao quarto, deparou-se com William esparramado no meio da cama já dormindo profundamente, ronrronando (sempre que bebia um pouco mais roncava durante o sono). A toalha que tinha na cintura havia se desprendido um pouco, deixando à mostra os pelos pubianos da virilha e o "caminho da felicidade" do lado esquerdo de seu corpo, formado pela musculatura em "V" da parte inferior do abdome. Fátima suspirou e conteve o ímpeto de correr a língua por aquela região, como já havia feito antes diversas vezes.
Criou coragem, respirou fundo, retirou a tolha que o cobria, secou seu dorso e tentou vesti-lo pelo menos com a samba-canção. Ficou meio estressada por ele ter molhado a cama quase toda porque não havia se secado direito após o banho, mas olhou novamente para ele de samba-canção dormindo tranquilo e não conseguiu deixar de notar "Meu Deus, como esse homem é gostoso..." Admitiu e sorriu satisfeita ao se lembrar de que aquele homem era dela.
O dia já estava claro, provavelmente já eram quase 6 da manhã. Ela estava quebrada. Tinha tido um dia exaustivo e não conseguiu dormir uma noite completa de sono. Trocou aquela camisola úmida por outra, pegou suas coisas e foi dormir no quarto de hóspedes, por dois motivos: William havia se deitado no meio da cama então não tinha como ela se acomodar ali, não havia espaço; depois de tudo que havia acontecido não poderia simplesmente dormir ao lado dele sem antes conversarem e resolverem aquela situação.
Fátima não sabia porque, mas estava com um pulguinha atrás da orelha... Conhecia Bem demais o marido, ele não costumava agir daquela forma... Beber demais, ficar descontrolado, imprudente. Mas deixou isso pra lá... Devia ser só coisa de sua cabeça, talvez ele só estivesse mesmo com muita saudade.
Autor(a): jurb
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
William acordou completamente desorientado, sem saber onde estava ou que dia da semana era. Coçou a cabeça, que já não doía mais, apertou os olhos e foi despertando aos poucos... Olhou em volta e se assustou quando percebeu que estava em seu antigo quarto sozinho. Seu primeiro pensamento foi: "Quanto tempo eu dormi? Será que foi tud ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 61
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bianca_sousa Postado em 11/05/2017 - 20:21:47
Continuaaaa
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neucj Postado em 05/05/2017 - 00:50:24
Volta a postar.....
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Uma_fã Postado em 28/04/2017 - 22:36:03
Parou de novo?
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Uma_fã Postado em 14/04/2017 - 22:00:18
Q louco isso,depois de tanto tempo vc voltar a postar. Mas q bom,por acaso estava lendo a fanfic (de novo kkkk) e percebi q tinha mais coisas,aí fui ver as datas e vi q realmente era novo. Eu já havia comentado antes e repito q vc escreve mt bem,do q eu gosto,c coerência.E q capítulos bombásticos hein? Quer nos matar,ou foi só impressão minha? Hahahahaha Eu concordo c a parte q william foi cansando de tanta exposição dá parte dela.Sinceramente no meu interior,acredito q isso tenha sido o Pricila motivo,pq não acredito q o amor tenha acabado realmente. Quanto a traição,especularam mt sobre isso né,mas vamos ficar na dúvida...😩 Espero q tanto na fanfic e na vida real as coisas melhorem prós dois.... Espero q poste logo, agora fiquei anciosa...hahaha
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bia_jaco Postado em 09/04/2017 - 00:37:48
Que triste :( continuaaaaa
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bianca_sousa Postado em 07/04/2017 - 22:11:30
Tô chorando e não é pouco :'( Continuaa por favor
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neucj Postado em 01/04/2017 - 20:30:11
Aí meu coração esta na mão com esse capítulo, já curiosa pro próximo. E vc como sempre escrevendo divinamente.
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bonemer Postado em 25/03/2017 - 18:39:26
Fanfic maravilhoso 😍 Grazadeus você voltou postar, parabéns bunita, você escreve maravilhosamente bem.. Já quero o próximo capítulo..
jurb Postado em 27/03/2017 - 08:25:52
Muito obrigada! :) N sei qdo poderei escrever outro, mas assim que puder farei.
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Postado em 25/03/2017 - 14:06:22
Q maravilha vc ter voltado a postar, espero q continue. Como sempre perfeito os capítulos.
jurb Postado em 25/03/2017 - 17:20:32
Obrigada! (:
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bia_jaco Postado em 13/03/2017 - 22:07:23
Que bom que você voltou a postar (:
jurb Postado em 15/03/2017 - 19:49:38
:)