Fanfic: Nossa rotina | Tema: Fátima e William

Fátima acordou desnorteada, como se tivesse apagado por dias, enquanto William dormia profundamente com a cabeça entre o pescoço e o ombro dela, tendo um dos braços por cima de sua barriga. Ela o empurrou delicadamente para que pudesse pegar o celular no criado mudo e olhar as horas, e levou um susto quando viu que havia chamadas perdidas dos filhos e que já passava do meio-dia. Imediatamente discou o número do primeiro filho que viu na agenda do celular: Beatriz.

-Oi, mãe! - atendeu ao primeiro toque.

-Filha, onde vocês estão? Eu tava tão cansada que acabei pegando no sono aqui. - disse preocupada.

-Estamos almoçando com os pais do Gui. Eles vão nos levar pra casa mais tarde. 

-Ótimo! - disse aliviada - Mas não demorem... Qualquer coisa me liga, ok?

-Ok! Tenho que desligar, a comida chegou. Beijo, mãe. - disse a menina e desligou.

Fátima colocou o celular no criado-mudo novamente e olhou para o moreno de cabelos grisálhos que dormia sereno ao seu lado e tinha apenas um lençol enrolado da cintura para baixo. Ele era incrível e ela não conseguia se imaginar não sendo mais casada com ele. Sentiu um arrepio percorrer seu corpo quando lembrou que ele a pertencia e não conteve a vontade de dar-lhe um beijo nos lábios, mas o paulista nem se mexeu, continuou dormindo profundamente. Fátima saiu da cama, vestiu-se e desceu até a cozinha a fim de improvisar um almoço rápido e prático. Decidiu por fazer uma macarronada.

William acordou alguns minutos depois e logo percebeu que estava sozinho no quarto. Tomou um banho demorado, vestiu bermuda e chinelos e foi procurar pela mulher. Ela estava no balcão da cozinha ocupada com alguma coisa que ele não viu o que era, então se aproximou sem fazer barulho a fim de surpeendê-la, mas ela sentiu o cheiro de banho recém-tomado que emanava dele.

-Hmmm... Tomou banho! Tá muito cheiroso... - disse em aprovação, ainda de costas para ele.

-Droga! Queria surpreender você, mas meu cheiro irresistível me traiu. - brincou, indo até ela, abraçando-a por trás e beijando-a na bochecha.

Ele estava realmente muito cheiroso e de barba feita, o que ela logo percebeu quando ele roçou o rosto no dela.

-Tá cozinhando o que? Tô morrendo de fome! - disse ele, ainda abraçando-a.

-Eu imagino... Você nem tomou café direito. Estou fazendo macarronada! - disse.

De repente a campainha tocou. Eram os trigêmeos.

-Eu atendo! - disse o moreno e foi até o portão.

Os filhos ficaram surpresos, porém muito felizes em vê-lo ali e com roupas de ficar em casa porque aquilo significava que tudo estava bem novamente. Abraçaram o pai e conversaram um pouco ali mesmo no quintal.

Era uma tarde ensolarada e Vinícius naõ quis nem saber de entrar em casa, aproveitou para cair na pscina assim que terminou de falar com o pai. Tirou a camisa, o tênis e o celular do bolso e pulou na água. William foi logo atrás, acompanhando o filho. Pulou feito bomba na pscina, derramando água para todo lado e ricocheteando as filhas com pingos. As duas, por sua vez, aproveitaram que já haviam se molhado e também pularam de roupa e tudo. Até um dos cachorros, Gulliver, quis se divertir na água também.
Fátima observava tudo da cozinha com um sorriso bobo enorme estampado no rosto. Era tão bom ver a família feliz e reunida que ela quase se esqueceu do macarrão no forno! Terminou de colocar a mesa e foi até o quintal chamar o marido para almoçar. Parou proximo à pscina com uma toalha na mão para que ele pudesse se secar e não molhar a casa toda e disse:

-William, sai logo dai e vem almoçar!

-Tô indo! - disse, saindo.

Ele foi até ela pegar a toalha, mas em vez disso pegou-a no colo e ameaçou jogá-la na água. Ela gritava, ria e estapeava William, pedindo que não fizesse aquilo, mas já era tarde demais. O jornalista pulou com ela nos braços, jogando ainda mais água para fora da pscina. Ficaram se divertindo por mais algum tempo até que o casal decidiu ir almoçar, mas os trigêmeos continuaram ali.

O resto do dia foi tranquilo, Fátima foi ao shopping com as filhas comprar umas coisas de que precisava enquanto pai e filho aproveitaram para malhar na academia que tinham em casa.

À noite, Fátima tomava um banho enquanto William lia um livro na cama, recostado em dois travesseiros. Quando ela saiu do banheiro, ele a olhou por cima dos óculos sem levantar a cabeça, apenas o olhar, mas quando percebeu que ela usava uma camisola quase transparente, colocou o livro no criado-mudo e voltou sua atenção para a mulher. Ele a acompanhava com os olhos enquanto ela caminhava até a cama. Fátima deitou a cabeça no peito do marido e ele a envolveu com os braços. 

-Sou tão grata por ter você quatros... - disse ela, pensativa.

-Eu também. Tive muita sorte... - disse sincero.

-Todo aquele sofrimento pra tentar engravidar valeu a pena. Eu não me arrependo nem por um minuto e faria tudo de novo!

Ele a olhou com compaixão pois sabia o quão desgastante havia sido o tratamento para fazê-la engravidar. William também não se arrependia (não mesmo), mas sentia uma parcela de culpa, afinal, apesar de os dois terem sentido a ansiedade e a angustia a cada vez que não dava certo, foi ela quem sofreu na pele as piores partes. Ele sentia um misto de admiração e amor incondicional por ela a cada vez que se lembrava do que havia passado. Ela era, ao mesmo tempo, forte e delicada e ele gostava disso. Deu-lhe um beijo na testa e disse:

-Eu realmente sou muito sortudo... - ficou em silêncio por alguns minutos mas não queria pensar naquilo aquela hora, portanto, tentou mudar de assunto - Olha só pra você! É demais pra mim, será que dou conta disso tudo? - brincou. E enquanto dizia isso desceu as mãos até o bumbum da amada e o apertou.
Ela sorriu e disse:

-Exagerado! - disse ela, rindo. Depois deitou-se por cima dele, segurou seu rosto entre as mãos e deu-lhe um beijo demorado nos lábios - Você sempre deu conta. - concluiu e piscou.

William, por sua vez, subia a roupa dela, deixando o bumbum a mostra. Segurou firme na cintura da amada, enquanto ela se remexia provocativamente em cima dele, e sussurrou aos lábios dela:

-Não é exagero, é a verdade...

Ela sentiu que ele começava a ficar animado, então decidiu parar pois precisavam dormir cedo. Desvencilhou-se daquelas mãos e saiu de cima dele, deixando-o confuso.

-Que foi, meu bem? Fiz alguma coisa que você não gostou? - perguntou preocupado.

-Não, você não fez nada e nem vai fazer. Precisamos dormir. - disse decidida, como se jogasse um balde de água fria nele.

- Mas, Fátima, eu já tô... - parou no meio da frase e olhou o volume em seu short de dormir. Ela também olhou e riu, achando graça.

-Isso não tem graça. - disse todo sério.

-Desculpa, amor, mas é engraçado sim. - continuou rindo. Ele cruzou os braços e fez bico, bravo, fazendo-a conter o riso.

-William... - disse, dando beijinhos pelos rosto, pescoço e peito dele - não fica chateado, meu amor... Já está tarde e se a gente começar agora só vamos dormir de manhã. - explicou.

-Não tô chateado. - disse apenas, ainda de cara fechada, porém, realmente não estava chateado, apenas frustrado.

-Então vem cá... Vem beijar meu pescoço daquele jeito que só você sabe fazer... - ela o adulou e ele não conseguiu conter o sorriso de orgulho.

-Você não presta... - disse ainda com um sorriso no rosto - Agora eu também nem quero mais. - brincou e virou-se de costas para ela.

-Não quer? Então tá. Boa noite. - disse, provocando-o, e virou-se para o outro lado.

-Ah, amor! Você não sabe brincar... - disse impaciente e a agarrou por trás arrancando-lhe uma risada maliciosa.

Ele a beijou no pescoço fazendo-a se contorcer de prazer. William já estava excitado novamente e acabou por convencê-la a fazerem amor, e ela naõ conseguiu resistir. Logo após se amarem, adormeceram rapidamente. Assim acabou mais uma noite do casal, sem nada de diferente, porém, não pouco especial, já que o que fazia do momento ser único era a companhia um do outro e isso já bastava para tornar qualquer momento delicioso e inesquecível.