Fanfic: Learn To Fly

Melanie`s POV on

Depois de muito hesitar, Jared finalmente tomou coragem para ir até a sua antiga casa. E como não poderia deixar de ser, eu fui apoia-lo. Logo quando amanheceu o dia, Shane, eu e o meu "professor" saímos rumo a bela mansão do outro lado da praia. Quando chegamos ao local, fiquei ainda mais supresa. O local era bem mais luxuoso do que parecia de longe. Tudo era majestoso... Um belo e bem cuidado jardim, muito verde, destoando com a paisagem praiana, uma casa imensa em estilo vitoriana, dando a impressão de estarmos numa daquelas miragens que se tem nos desertos. Quando olhei para os dois caras do meu lado, pude percebe-los emocionados. A julgar pelo sorrisinho de canto de boa que Shane trazia nos lábios, estava submersos em boas recordações, enquanto Jared estava com uma expressão sofrida e atormentada. Expressão de quem estava lutando contra monstros para estar ali. 

Melanie`s POV off

- E então, prontos? - Melanie, que estava entre os rapazes, perguntou pegando as mãos de cada um tentando passar-lhes confiança.

- Eu não sei se posso fazer isso... Desculpem... - Jared disse com a voz embargada. 

- Qual é cara! Chegamos até aqui! Esse lugar significava muito pra nossa família Jared! O papai ficaria feliz de saber que voltamos aqui novamente... - Shane incentivou. 

- Ele ficaria feliz de saber que "você" voltou aqui Shane... - Jared retrucou enfatizando  e Shane apenas olhou pra Melanie buscando apoio. 

- Não precisa fazer isso se você não quiser Jared... - Mel o confortou. 

- Não... Eu quero! - O jovem professor rebateu - Eu só não sei se consigo... 

- Não vamos saber se não tentarmos, certo? - Shane respondeu, dando o primeiro passo se aproximando da guarita de segurança que dava acesso ao imóvel.

Jared` s POV on

A julgar pela cara de surpresa feita  pelo segurança quando nos anunciamos, com certeza jamais estávamos sendo esperados ali. Quando finalmente entramos na casa, um frio me bateu pela espinha. Pra mim está sendo muito difícil retornar ao passado. A culpa e o remorso de ter sido tão orgulhoso com o meu pai me assombrava a cada dia. E apesar de já fazer alguns anos, esse ainda era um assunto mal resolvido pra mim. Acho que se não fosse pela presença de Melanie ali, eu não teria força para prosseguir. Ao contrário de mim, Shane, estava bastante confortável com tudo. Já estávamos há um certo tempo ali e ele observava a cada detalhe saudosamente, enquanto imendava uma conversa com a governanta que atualmente tomava conta da casa. Eu estava de mãos dadas com Melanie e não conseguia encarar direito o lugar, já ela, estava olhando hipnotizada para um ponto da sala silenciosamente que chegou até a despertar a minha curiosidade. Quando levei o meu olhar até onde ela encarava, me surpreendi. Não me lembrava de ter um famoso Picasso na sala da minha casa da minha antiga casa de veraneio. 

Jared`s POV off

- Jared o que o quadro sumido Dora Maar au chat do Picasso que foi arrematado num leilão há anos por um comprador desconhecido está fazendo pendurado na sala da sua casa??? - Melanie perguntou curiosa com um sorriso brincando nos lábios. 

- Estou tão surpreso quando você Mel... Isso nunca esteve aqui! - Jared respondeu confuso - Deve ser alguma réplica que algum empregado colocou ali! - Completou dando de ombros. 

- Jared, aquele quadro não está com cara de ser réplica não... - Melanie soltou a mão de Jared e aproximou mais do quadro - Jared, vem cá! - A garota o chamou - Olha isso! - Observando atentamente a pintura. 

- Shane! - Jared chamou o irmão que até então estava distraído conversando com alguns empregados. - Que foi Leto? - O mais novo se aproximou do irmão questionando. - Você se lembra desse quadro? Desde quando ele está aí? - Jared questionou.

- Sei lá! - Shane deu de ombros - Eu nunca tinha visto isso aí! Quadro feio! Paula! - O rapaz chamou a governanta que se aproximou - Quem colocou esse quadro aí? De onde veio isso?? 

- Seu pai, Sr. Leto. Ele o pendurou aí no final de semana do acidente. - A governanta respondeu - Ele veio naquele final de semana exclusivamente para colocar esse quadro aí.  Me lembro de sua mãe realmente empolgada no dia. Parecia ser bastante importante pra eles. - A empregada finalizou e se retirou deixando Shane, Melanie e Jared se encarando. 

- Será que é o original? - A garota perguntou arqueando uma das sobrancelhas. 

- Original de que? - Shane perguntou confuso, não entendendo a importancia dada por Jared e Melanie àquela tela. 

- Shane, isso pode ser um Picasso original! - Jared respondeu pela primeira vez animado no dia - Esse quadro está desaparecido há anos! Tudo o que se sabe é que foi arrematado num leilão por um comprador misterioso. 

- Uouuu! Não sabia que meu pai era tão amante de arte assim a ponto de gastar uma fortuna num Picasso! - Shane disse finalmente concluindo o valor daquela obra - Como vamos saber se esse é o original??

- Esses quadros costumam ter uma certidão de autenticidade nas costas da tela... - Melanie respondeu observando a obra e tendo um estalo - Meninos, me ajudem aqui! - Indo até o quadro e ficando na ponta dos pés tentando retira-lo do lugar. Ao remover o quadro, um envelope amarelado pelo tempo caiu no chão. 

Jared`s POV on

Meu pai nunca foi um amante das artes. Pelo contrário, a idéia de gastar uma grana preta numa tela de um pintor morto sempre lhe foi uma besteira. Então podem imaginar a minha supresa quando Melanie me mostrou Dora Maar au chat ali pendurado em minha sala. A surpresa foi ainda maior quando ela foi mexer na tela para procurar o certificado de autenticidade e um envelope que tinha o meu nome escrito em letras garrafais pelo meu pai caiu. Fiquei tenso na hora pensando nas milhões de coisas que poderiam estar escritas ali e sem ter coragem o sufociente para abrir. Shane me lançou um olhar em que dizia que eu só descubriria o conteúdo, obviamente abrindo o envelope, enquanto Melanie, me deu um beijo no rosto, mostrando estar solidária a qualquer que fosse a minha decisão. Quando finalmente abri, meus olhos embaçaram ao ler o conteúdo daquelas linhas e um alivio me subiu com a certeza de que meu pai nunca realmente me odiou.