Fanfic: ►A Patricinha e o Badboy◄
Raffaella, com o ruído dourado das jóias que lembram datas e natais mais ou menos felizes, quase sempre bastante caros, senta na frente, e as filhas atrás.
— Posso saber por que não deixam a Vespa(moto só que menor) mais encostada na parede?
— Ainda mais grudada do que isso? Ora papai, você é um barbeiro...
— Não fica bem você falar assim com seu pai, Daniela.
— O que acha, mamãe, de a gente ir à escola de Vespa amanhã?
— Não acho aconselhável, Anahi, ainda está muito frio.
— Mas temos o quebra-vento.
— Daniela...
— Mas mamãe, todas as nossas amigas...
— Ainda estou para ver todas essas amigas de vocês, com suas Vespas.
— Não seja por isso. A Marina acaba de ganhar uma motinha Peugeot novinha em folha que, além do mais, já que você está tão preocupada, corre muito mais do que a Vespa.
Fiore, o porteiro, levanta a barra. O Mercedes espera, como todas as noites, o vagaroso subir daquele longo ferro com tiras vermelhas. Cláudio esboça um cumprimento. Raffaella só pensa em encerrar a conversa.
— Se na semana que vem ficar mais quente, então voltamos a pensar no assunto.
O Mercedes sai com uma migalha de esperança a mais no assento de trás e um arranhão no espelhinho lateral direito. O porteiro volta a assistir ao seu programa na tevê.
— Ainda não me disse o que acha da minha roupa.
Daniela vira-se para a irmã. As ombreiras são um tanto largas demais e, no seu entender, Anahi parece muito séria.
— Você está maravilhosa. — Ela já tinha entendido perfeitamente como deveria tratar a irmã.
— Não é verdade. As ombreiras são muito grandes e pareço certinha demais, como você sempre diz, sua mentirosa! Sabe de uma coisa? E vai pagar por isto. O André nem vai olhar para a sua cara. Aliás vai olhar, sim, mas só para não reconhecê-la com esses olhos tão pintados, e vai acabar ficando com a Giulia.
Daniela tenta retrucar, principalmente no que diz respeito à Giulia, sua pior inimiga, mas Raffaella corta logo a conversa.
— Vamos parar com isso, meninas, se não vou levar vocês de volta para casa.
— Posso dar meia-volta? — Cláudio pergunta com um sorriso, ensaiando voltar para casa. O olhar da mulher, no entanto, faz com que logo se cale.
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Rápido e livre, sombrio como a noite. Luzes refletidas lampejam rápidas nos retrovisores da moto. Chega à praça, só desacelera o bastante para certificar-se de que ninguém vem da direita, para seguir então pela rua Vigna Stelluti a toda velocidade.
— Não agüento mais esperar, já faz dois dias que não nos vemos. — Uma linda morena de olhos verdes e traseiro apertado em cruéis jeans Miss Sixty sorri para a amiga, uma loirinha tão alta quanto ela, mas bem mais redondinha.
— Ora, Maddá, você sabe como é, mesmo que tenha rolado alguma coisa entre vocês não quer dizer que estejam juntos.
Montadas em suas motinhas, fumam cigarros fortes demais, tentando aparentar uma idade que na verdade não têm.
—Além do mais, soube que ele não costuma ligar para ninguém.
— Quem disse?
— Os amigos dele. Por quê? Ligou para você?
— Ligou.
— Vai ver que foi por engano.
— Duas vezes?
Sorri satisfeita ao perceber que conseguiu deixar a amiga sabi-chona de queixo caído, mostrar que não estava disposta a desistir tão fácil.
— Acho bom você não confiar muito nesses tais amigos — continua. — Já reparou na cara deles?
Ali perto, apoiados em motos tão poderosas quanto seus próprios músculos, Pollo, Lucone, Hook, o Siciliano, Bunny, Schello e mais alguns outros. Nomes improváveis que escondem histórias complicadas. Nenhum deles tem um emprego fixo. E tampouco tem muito dinheiro no bolso. Mas estão à vontade e parecem aproveitar a vida. É tudo o que querem. Além do mais, gostam de brigar e as ocasiões para isso não lhes faltam. Parados ali, na praça Jacini, encostados em suas Harleys, nas velhas 350 Four com os quatro canos de descarga originais, ou com o clássico silencioso quatro em um de ronco mais profundo. Sonhadas, desejadas e finalmente conseguidas dos pais após inúmeras e incansáveis súplicas. Ou então graças ao sacrifício da infeliz poupança de algum desavisado que deixou a carteira no porta-volumes da Vespa ou no bolso interno de algum casaco dando sopa na hora do recreio.
Lá estão eles, sorrindo satisfeitos, piadistas esculturais, com as mãos pesadas mostrando os sinais das muitas brigas. John Milius iria adorar.
Menos espalhafatosas e posudas, as garotas trocam risinhos. Quase todas escapuliram de casa com a desculpa de uma soneca tranqüila na casa de alguma amiga, que por sua vez também está ali, filha da mesma mentira.
Glória, a menina de fuseau azul e camiseta da mesma cor com pequenos corações mais claros, abre-se num lindo sorriso.
— Ontem fiquei numa boa com Dario. Comemoramos os seis meses que estamos juntos.
"Seis meses", Maddá fica imaginando. "E pensar que eu já ficaria satisfeita com um só."
Ela suspira, então recomeça a sonhar embalada pelas palavras da amiga.
— Fomos comer uma pizza no Baffetto.
— Corta essa, eu também estava lá.
— A que horas?
— Deviam ser mais ou menos onze.
Glória odeia aquela amiga que fica se metendo no relato dela o tempo todo. Sempre aparece alguém para cortar seu sonho.
— Então é isso. A gente já tinha ido embora. Mas vocês querem ouvir a história ou não, afinal?
Ouve-se um coro de "sins" saindo daquelas bocas dos mais variados sabores de batom e de brilhos roubados de vendedores distraídos ou banheiros maternos mais fartos do que muitas perfumarias de pequeno porte.
— Numa hora, apareceu o garçom com uma dúzia de rosas vermelhas enormes. E o Dario sorria enquanto todas as jovens na pizzaria olhavam para mim emocionadas e morrendo de inveja.
Quase se arrepende da frase, percebendo ao seu redor aqueles mesmos olhares.
— Não, não... Não foi por causa do Dario Foi pelas rosas! Uma gargalhada boba faz com que se sintam novamente juntas.
— Então, ele me beijou na boca, segurou a minha mão e me deu isso. — Glória mostra às amigas um anel fino com uma pequena pedra azulada, de reflexos quase tão alegres quanto os seus olhos apaixonados. Murmúrios de surpresa e um "Que coisa mais linda!" acompanham a apresentação da pequena jóia.
— Depois fomos até lá em casa e ficamos juntos. Os meus pais não estavam, foi maravilhoso. Botei o CD de Cremonini, eu adoro. Ficamos deitados na varanda, juntinhos, contando estrelas.
— E tinha muitas? — Madalena é, sem dúvida alguma, a mais romântica da turma.
— Um montão!
Perto dali, uma versão diferente.
— O que deu em você, ontem? Parecia meio desligado...
Hook. O rapaz que usa um tapa-olho sempre preso bem firme. Longa cabeleira encaracolada, um tanto descorada nas pontas, que poderia lembrar um anjo barroco não fosse a sua reputação realmente infernal.
— E então, o que acabou fazendo ontem à noite?
— Nada de mais. Fui jantar no Baffetto com a Glória e aí, como os seus pais não estavam, fomos para a casa dela e deixamos rolar. O de sempre, nada especial... Mudando de assunto, já viram como reformaram o Panda?
Dario procura despistar mas Hook não parece disposto a largar o osso.
— Acontece o tempo todo com os lugares como esse, pelo menos a cada três ou quatro anos... Mas explique-me antes por que não me chamaram?
— Saímos quase sem pensar no assunto, assim, de repente.
— Estranho, você não costuma fazer as coisas sem pensar duas vezes.
Tudo indica que a conversa pode acabar mal. Os outros logo percebem. Pollo e Lucone param de chutar uma latinha amassada. Eles se aproximam sorrindo. Schello dá uma tragada mais longa no cigarro e faz a costumeira careta.
— Sabem de uma coisa, caras, ontem o Dario e a Glorinha comemoraram seis meses juntos, e acho que ele decidiu festejar sozinho.
— Que nada.
— É mesmo? Você foi visto comendo uma pizza. E me diga uma coisa, é verdade que está a fim de abrir o seu próprio negócio?
— Pois é, andam dizendo que você está pensando em montar uma loja de flores.
— Uau! — Todos começam a cutucá-lo com palmadas e cotoveladas nas costas enquanto Hook lhe dá uma gravata e esfrega com força a sua cabeça.
— Uma florzinha, o menino...
— Me solta... Isso dói.
E todos os outros caem em cima dele, rindo como se estivessem possuídos, quase sufocando Dario com seus músculos ana-bolizados. Então, Bunny, deixando bem à mostra os incisivos responsáveis pelo apelido, grita quase que numa inspiração súbita.
— Vamos pegar a Glória!
Os tênis Ali Star azuis, com a estrelinha vermelha no meio da rodela de borracha na altura do tornozelo, pulam da Vespa e pousam agilmente no chão. Glória só consegue dar uns poucos passos, correndo, mas é logo agarrada pelos braços fortes do Siciliano. Os cabelos loiros do rapaz criam um estranho contraste com seus olhos pretos, com as sobrancelhas mal e porcamente remendadas, com aquele nariz mole e achatado, de frágil cartilagem há poucos meses amaciada por um soco bem dado na taberna da Fiermonti.
— Me solta, pára com isso!
Schello, Pollo e Bunny logo se aproximam. Fingem ajudar a lançar para o ar aqueles cinqüenta e cinco quilos bem distribuídos cuidando de pôr as mãos nos lugares certos.
As outras garotas também se aproximam.
— Parem com isto, deixem a Glória em paz.
— Quer dizer que acharam melhor comemorar sozinhos, não é? Agora é a nossa vez de festejar, do nosso jeito!
Voltam a jogar Glória para o ar, rindo e brincando ruidosamente.
Dario, apesar de oferecer rosas de presente e de ser um tanto menor do que os outros, consegue abrir caminho aos trancos e barrancos. Segura Glória bem na hora de ela voltar ao chão e a protege, empurrando Glória atrás de si.
— Agora chega. Já se divertiram o bastante.
— E daí? Vai tomar alguma atitude?
O Siciliano sorri e planta-se diante dele de pernas abertas. Os jeans levemente mais claros na altura dos músculos esticam-se. Glória, meio escondida atrás de Dario, só deixa entrever uma parte do rosto. Por enquanto, conseguiu segurar as lágrimas, mas agora parece até estar prendendo a respiração.
— E aí, o que é que você vai fazer? Dario fica encarando fixo o Siciliano.
— Sai da minha frente, babaca, você só sabe mesmo encher o saco.
O sorriso debochado desaparece dos lábios do Siciliano.
— O que foi que disse?
A raiva faz tremelicar os seus peitorais. Dario aperta os punhos. Um dedo perdido entre os demais estala com um baque abafado. Glória fecha os olhos, Schello fica com o cigarro a balançar pendurado na boca. Silêncio. De repente um rugido rasga o ar. A moto de Poncho aparece num estrondo. A máquina volta a se levantar após inclinar na curva, para logo depois frear e parar bem no meio do grupo.
Comentem Plix *---*
Autor(a): leeh
Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
— E então, caras, quais são as novidades? Glória pode finalmente voltar a respirar. O Siciliano continua a fitar Dario com ar desafiador. A sombra de um sorriso adia para outra hora a questão. — Tudo na mesma, Poncho. Muita conversa e pouca ação. — Está a fim de desenferrujar os ossos? A barra de apoio ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 40
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kikaherrera Postado em 09/05/2010 - 01:06:58
Posta por favor fico muito triste quando gosto muito de uma web e a autora abandona.
-
crisfairy Postado em 21/04/2010 - 18:36:40
postaaaaaaaaa
-
rss Postado em 26/02/2010 - 14:44:53
posta maissssssssssssss
e passa na minha web
s2 amigas por siempre s2
o link é esse:
http://www.e-novelas.com.br/?q=webnovela&id=5689
é ponnei e vondy e
vondy e ponnei e outros traumas.
sorry a propaganda mais ela é a alma dos negócios.
besosssssssssssssss -
rss Postado em 26/02/2010 - 14:44:53
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kikaherrera Postado em 27/01/2010 - 01:13:20
POR FAVOR POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
-
saaarah Postado em 09/12/2009 - 10:59:39
to amando!!!!!
-
kikaherrera Postado em 03/12/2009 - 01:43:25
POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
-
rss Postado em 02/12/2009 - 19:24:06
essa irmã da any é louca msm.
posta ++++++++++++
binha tou curiosa.
besitosssssss -
kikaherrera Postado em 02/12/2009 - 00:59:44
ADOROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
ESSA WEB.
POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AA