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Fanfic: ►A Patricinha e o Badboy◄


Capítulo: 8? Capítulo

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— Cento e nove!


Schello, já bêbado a essa altura, dança em cima da marquise saltitando com seus macios Clark de couro, suados e sem cadarços. Ele ensaia uma tentativa de break mas acaba se dando mal. -Uhuuuuu. — Ele bate palmas com força. — Cento e dez!


— Muita atenção, por favor, eis a situação dos mais suados. Em primeiro lugar, temos o Siciliano. Vistosas manchas molham as suas axilas e as costas, parece um chafariz. Cento e onze!


Poncho, Hook e o Siciliano estão se esforçando ao máximo. Todos conseguem se erguer, mesmo estando esgotados, acalorados e ofegantes.


— Na nossa Parada dos Suarentos temos, em segundo lugar, Hook. Como podem facilmente reparar, sua linda camiseta Ralph Lauren mudou de cor. Agora ostenta um bonito verde desbotado, ou melhor, verde molhado.


Agitando os punhos perto do peito, Schello acompanha com a cabeça a música que o DJ anunciou como o sucesso do ano: "Noites negras." Faz uma pirueta e continua:


— Cento e doze. E, é claro, no último lugar temos Poncho... Quase perfeito, cabelos levemente desgrenhados, embora os use tão curtos que quase não dá para notar... — Schello abaixa-se para olhar melhor e depois levanta-se num pulo, levando as mãos ao rosto.




— Inacreditável, pude ver uma gota de suor, mas garanto que havia só uma! Cento e treze!


Poncho desce, seus olhos ardem. Algumas gotas de suor escorrem pelas têmporas até esbarrar nas sobrancelhas, se espalhando como um colírio inoportuno. Fecha os olhos, os seus ombros estão doloridos, os braços inchados, as veias pulsantes. Joga o corpo para frente e volta lentamente a subir de novo.


— É isso aí!!


Poncho olha para o lado. O Siciliano também está conseguindo. Estica completamente os braços e o alcança. Só falta Hook.


Poncho e o Siciliano olham para o amigo-inimigo que sobe trêmulo e ofegante, um centímetro depois do outro, um instante depois do outro enquanto a gritaria lá embaixo fica mais ruidosa.


— Hook, Hook, Hook...!


Transtornado, Hook pára de repente, sacode a cabeça vacilando.


— Não dá, não agüento mais. — Fica um momento imóvel e esse é o seu último pensamento. Desmorona de repente, só tendo tempo para virar a cabeça. Ouve-se o baque violento do seu peito contra o mármore.


— Cento e catorze!


Poncho e o Siciliano descem rápidos, só diminuindo a velocidade no fim da flexão, para então subir cheios de agilidade como se tivessem encontrado uma nova esperança, novas energias. Chegar sozinhos à meta. O primeiro lugar ou lugar nenhum.


— Cento e quinze! — Baixam de novo.


O ritmo aumenta. Percebendo o drama, Schello desiste dos comentários.


— Cento e dezesseis! — Um após o outro, ele só pronuncia os números. Depressa. Esperando que subam para anunciar o seguinte.


— Cento e dezessete! — Mais uma vez para baixo.


— Cento e dezoito! — Poncho acelera, bufando.


— Cento e dezenove! — Poncho desce e volta a subir logo em seguida. O Siciliano o acompanha, esforçando-se, gemendo, ficando cada vez mais vermelho.


— Cento e vinte, cento e vinte e um. Incrível, galera! — Ninguém fala. Lá embaixo, reina o silêncio das ocasiões memoráveis.


— Cento e vinte e dois. — Apenas a música do rádio serve como pano de fundo. — Cento e vinte e três...


O Siciliano pára no meio, começa a gritar como se algo dentro dele o estivesse dilacerando.


Do alto de sua flexão, Poncho olha para ele. O Siciliano parece travado. Treme, ofega e berra, mas seus braços nem querem saber, já não respondem mais. Solta então um último grito, como um animal ferido do qual tiraram um pedaço de carne. O seu recorde. E começa a descer. Perdeu. Lá embaixo, explode a gritaria. Alguém abre uma cerveja.


— E aqui está o novo vencedor, Poncho!


Schello se aproxima, pronto para festejar, mas Poncho sacode a cabeça.


Como que obedecendo àquele gesto, o silêncio volta a reinar na praça. Diante da marquise, no rádio, quase um sinal do destino: uma música de Springsteen, "I`m going down". Poncho sorri no fundo da alma. Leva a mão esquerda às costas e se abaixa, apoian-do-se numa mão só, gritando.


Roça no mármore, olha para ele de olhos vidrados, e então olha novamente para cima, estremecendo, empurrando o chão apenas com a mão direita, com toda a força, com toda a raiva. Um berro libertador explode na sua garganta.


— Valeuuu!


Aonde não chegou a força bruta, conseguiu chegar a força de vontade. Permanece imóvel, esticado para a frente com a cabeça erguida virada para o céu, como uma estátua uivando na escuridão da noite, contra a beleza das estrelas.


— Uhuuu — Schello grita como um alucinado. Na praça, uma explosão geral acompanha aquele berro: ligam as motos e as Vespas, tocam as buzinas, gritam. Pollo começa a dar pontapés na banca de jornais.


Lucone joga uma garrafa de cerveja contra uma vitrina. Luzes se acendem nas janelas dos prédios em volta. Um alarme começa a soar ao longe. Velhas chegam às sacadas em seus camisolões, chamam umas às outras preocupadas.


— O que está acontecendo?


Alguém grita para que se calem. Uma mulher ameaça chamar a polícia. Como que num passe de mágica, todas as scooters se mexem. Pollo, Lucone e os outros montam correndo, pulando no selim enquanto os canos de descarga soltam sua fumaça esbranquiçada.


Algumas latinhas continuam a fazer barulho rolando no chão, as garotas voltam para casa. Madalena está mais apaixonada do que nunca.


Hook se aproxima de Poncho.


— Pu*ta que pa*riu, um desafio e tanto!


— Nada mal.


As outras scooters também chegam perto, ocupam toda a largura da rua, sem ligar para os raros carros que passam rápidos ao lado delas buzinando. Schello fica de pé na sua Vespa, caindo aos pedaços.


— Soube de uma festa na rua Cássia. No número 1.130. É um condomínio fechado.


— Será que vão deixar a gente entrar?


— Conheço uma garota que mora lá — Schello garante.


— Qual é o nome dela?


— Francesca.


— Você já ficou com ela?


— Já.


— Então vão barrar a gente na certa.


Rindo, reduzem a marcha quase todos juntos. Freiam e viram à esquerda queimando pneus. Ninguém dá bola para o sinal vermelho. Então, pilotam em direção à rua Cássia a toda velocidade.


 



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Autor(a): leeh

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Um amplo e aconchegante apartamento com grandes vidraças que dão para a Olímpica. Bonitas pinturas nas paredes, de um tal de Fantuzzi. Quatro caixas de som nos cantos da sala espalham o som de um CD bem mixado. A música envolve alguns garotos que, conversando, acompanham o ritmo. — Oi, Dani, quase não te reconheci. — Ah, que ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 40



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  • kikaherrera Postado em 09/05/2010 - 01:06:58

    Posta por favor fico muito triste quando gosto muito de uma web e a autora abandona.

  • crisfairy Postado em 21/04/2010 - 18:36:40

    postaaaaaaaaa

  • rss Postado em 26/02/2010 - 14:44:53

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    vondy e ponnei e outros traumas.
    sorry a propaganda mais ela é a alma dos negócios.
    besosssssssssssssss

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  • kikaherrera Postado em 27/01/2010 - 01:13:20

    POR FAVOR POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • saaarah Postado em 09/12/2009 - 10:59:39

    to amando!!!!!

  • kikaherrera Postado em 03/12/2009 - 01:43:25

    POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • rss Postado em 02/12/2009 - 19:24:06

    essa irmã da any é louca msm.
    posta ++++++++++++
    binha tou curiosa.
    besitosssssss

  • kikaherrera Postado em 02/12/2009 - 00:59:44

    ADOROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    ESSA WEB.
    POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AA


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