Fanfics Brasil - Final de semana cinzento As flores que eu te dei...

Fanfic: As flores que eu te dei... | Tema: Duanca Malhação Sonhos


Capítulo: Final de semana cinzento

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Sábado era dia de dormir até mais tarde na casa de Gael, por isso o mestre nem esperou as suas filhas acordarem, tomou seu café da manhã sozinho e foi para a academia. Já passava das onze horas quando Karina e Bianca despertaram famintas, mas além da comida outro assunto que interessava Bianca era o namoro da irmã, então ela não fez rodeios e foi logo questionando se Ka tinha curtido a noite ao lado do gato:


 


      "E aí, maninha, aproveitou pra beijar bastante ontem sem o papai por perto?! " - ela perguntou.


 


    "Você sabe que eu não gosto de falar sobre essas coisas, nem sei por que pergunta" - Karina respondeu secamente e continuou: "Já que tocou no assunto, me conte você, qual é a desse tal de Henrique? É sério???"


 


     "Ah, ainda não sei direito, a gente tá se conhecendo, mas eu gosto do jeito que ele me trata, todo fofo, educado, um gentleman. Acho que pode virar uma coisa mais séria, sim. Eu tenho o direito de  conhecer alguém que goste mesmo de mim, quero muito que as coisas dêem certo com um cara como ele" - confessou Bianca à irmã.


 


     "Hum.. Sei lá, mas eu desconfiaria de um cara que vai para um luau e não tira nem os sapatos, é meio bizarro" - disse Karina advertindo a irmã do comportamento esquisito de seu novo pretendente.


 


      "Hãn?!?" - Bianca resmungou com uma cara de surpresa.


 


      "Vai dizer que você não reparou que ele ficou a noite inteira com o calçado nos pés!?" - insistiu Karina.


 


      "Não!!! " - afirmou Bianca.


 


    "É, mas no Duca sem camisa tenho certeza que você reparou, né?!" -  provocou Karina e caiu na gargalhada.


 


     "Ai, cala a boca, Ka" - protestou Bianca com voz brava e expressão séria, atirando nela a primeira coisa que viu pela frente, um guardanapo de algodão.


 


     "Nossa que perigo, quase morri com essa "guardanapada" "- divertiu-se Karina.


 


     Bianca sabia que a irmã mais nova havia dito uma verdade agora.  Ela realmente não tinha conseguido ignorar a figura do Duca semi nu na noite passada. Na realidade, ela tinha adorado ficar admirandor a imagem daquele homem maravilhoso só de bermuda e a poucos metros de distância. Porém, Bianca se fez de desentendida e mudou rapidamente de assunto, pois sabia que se quisesse mesmo esquecer o passado e seguir em frente não era saudável ficar pensando no Duca, no seu corpo sarado, nos dois dançando juntinhos na noite anterior.


 


 


 


     O lutador que havia saído cedo para treinar, após uma manhã exaustiva de repetições de chutes, socos cruzados, diretos, jab e joelhadas em sequências alternadas comandadas pelo mestre Gael, sentiu seu estômago reclamar de fome e decidiu que estava na hora de dar uma paradinha para recuperar as energias.  Depois de um banho rápido, passou na banca para buscar a avó e os dois foram para casa almoçar juntos. Dona Dalva que nem conseguira conversar direito com o neto naquela manhã, não o deixou escapar mais uma vez do seu interrogatório. Enquanto Duca arrumava a mesa para os dois, ela quis saber mais detalhes da noite anterior:


 


      "Agora, o senhor não me escapa, quero saber tudo que aconteceu ontem à noite" - ela falou com voz autoritária.


 


     "Hum... Ontem... Eu nem me lembro o que fiz hoje de manhã, imagina ontem..." - ele respondeu tentando ignorar a curiosidade da avó.


 


       "DUCA?!?" - ela protestou.


 


     "Tá bom, Dona Insistência. Vejamos, por onde eu começo?!" ele fez uma cara pensativa e deu uma longa pausa antes de continuar: "Ah, sim, o pessoal da Ribalta, mais especificamente a banda da Sol, Pedro e companhia, tocou muito reggae, pop, de tudo um pouco, um som muito bom... O Marcão azarou todas as meninas e não pegou ninguém, já o Zé se deu bem e ficou com uma morena, acho que foi isso..." - ele respondeu tentando passar seriedade.


 


      "Ah, não se faça de idiota, Duca. Você sabe muito bem que não era isso que eu queria saber. Eu quero ouvir o que você achou da festa, não o que os outros fizeram!!!" - Dona Dalva retrucou.


 


    "Eu não achei nada de mais, foi uma festa como tantas outras..." - de novo Duca respondeu vagamente.


 


      "E a Bianquinha? Ela tava lá???" - questionou Dona Dalva com uma pontinha de esperança de que eles tivessem se entendido ou pelo menos conversado amigavelmente.


 


      "Vamos almoçar antes que a comida esfrie, vó" - Duca comentou, ignorando a pergunta da avó.


 


      "Duca, eu te fiz uma pergunta!" - exclamou Dona Dalva, querendo que o neto se abrissem com ela a todo custo.


 


      "É, a Bianca tava, sim" - ele respondeu meio contrariado.


 


     "E???" - Dona Dalva disse enquanto balançava a mão incentivando ele a continuar contando o que tinha acontecido.


 


      "A senhora não vai me deixar almoçar tranquilamente até o que eu conte o que a senhora quer ouvir, né!?!" - protestou Duca, já sabendo qual seria a sua resposta.


 


      "Claro que não!!!" - ela falou em auto e bom som.


 


      "Que velha mais insistente e mexeriqueira, pelo amor... " - ele reclamou.


 


       Dona Dalva fez uma careta e ficou esperando que o neto finalmente matasse a sua curiosidade.


 


     "A Bianca parecia bem, animada, estava acompanhada da irmã, do Pedro e de um magrelo, alto, Henrique ou sei lá que diabo de nome ele tem." - ele falou meio enciumado de lembrar que ela estava com outro.


 


       "E vocês nem conversaram nem nada?!" -  Dona Dalva falou desanimada com o que tinha ouvido.


 


       "Conversar mesmo, não, a gente dançou uma música, mas ela tava toda nojentinha." - ele falou com a voz triste.


 


      "Vocês, hein?!? Quando não é um, é o outro que dá defeito, Deus me livre!!! Pra que complicar tanto?!" - Dona Dalva desabafou, revoltada com a forma que os dois estavam agindo.


 


      "Então, agora que a senhora já matou a sua curiosidade, vamos terminar de almoçar em paz?!  Chega desse assunto por hoje." - Duca falou tentando por um ponto final na conversa.


 


      "Tá bom, meu filho, mas eu só acho que você tem que tratar de ser feliz, nessa fossa nem eu te aguento mais." - ela concluiu dando um ultimato no neto.


 


        Duca fez uma careta de desgosto, mas ele sabia que a avó tinha razão, ele andava apenas levando a vida do jeito que dava. Na verdade, estava se deixando levar pelos acontecimentos, até o seu sonho de ser um campeão tinha sido deixado de lado, mas ele não queria pensar nisso agora, o restante do final de semana ele ia aproveitar a companhia da avó.


 


 


 


 


 


“Cena 2


 


FELÍCIO - Ouviste, prima, como pensa este homem com quem tua mãe pretende casar-te?


 


MARIQUINHA - Casar-me com ele? Oh, não, morrerei antes!


 


FELÍCIO - No entanto é um casamento vantajoso. Ele é imensamente rico... Atropelando as leis, é verdade; mas que importa? Quando fores sua mulher...


 


MARIQUINHA - E é você quem me diz isto? Quem me faz essa injustiça? Assim são os homens, sempre ingratos!


 


FELÍCIO - Meu amor, perdoa. O temor de perder-te faz-me injusto. Bem sabes o quanto eu te adoro, mas tu és rica, e eu um pobre empregado público; e tua mãe jamais consentirá em nosso casamento, pois supõe fazer-te feliz dando-te um marido rico.


 


MARIQUINHA - Meu Deus!


 


FELÍCIO - Tão bela e tão sensível com és, seres a esposa de um homem para quem o dinheiro é tudo! Ah, não, ele terá ainda que lutar comigo! Se supõe que a fortuna que tem adquirido com o contrabando de africanos há de tudo vencer, engana-se! A inteligência e o ardil às vezes podem mais que a riqueza.


 


MARIQUINHA - O que você pode fazer? Seremos sempre infelizes.


 


FELÍCIO - Talvez que não. Sei que a empresa é difícil. Se ele te amasse, ser-me-ia mais fácil afastá-lo de ti; porém ele ama o seu dote, e desta qualidade de gente arrancar um vintém é o mesmo que arrancar a alma do corpo... Mas não importa.


 


MARIQUINHA - Não vá você fazer alguma coisa com que mamãe se zangue e fique mal com você...


 


FELÍCIO - Não, descansa. A luta há de ser longa, pois não é este o único inimigo. As assiduidades daquele maldito Gainer já também inquietam-me. Veremos... E se for preciso... Mas não; êles se entredestruirão; o meu plano não pode falhar.


 


MARIQUINHA - Veja o que faz.. Eu lhe amo, não envergonho de o dizer; porém se for preciso para a nossa união que você faça alguma ação que... HESITA.


 


FELÍCIO - Compreendo o que queres dizer... Tranqüiliza-te.”


 


 


 


     Quando Bianca estava terminando de ler a segunda cena da peça de Martins Pena, ouviu a porta de entrada bater imaginou que era o seu pai, pois Karina havia acabdo de sair para encontrar o namorado. Então, ela largou os papéis em cima da sua cama e foi para a sala, pois precisava ter uma conversa com o pai. Com as duas mãos na cintura e experssão de indignação, Bianca nem cumprimentou o Meste Gael, foi logo questionando o comporamento do pai na noite passada:


 


     “Eu ainda não acredito no que você fez ontem à noite!!! O que foi aquilo??? Tava querendo me matar de vergonha??? Fique sabendo que quase conseguiu.” falou Bianca atropelando as palavras e corando de raiva.


 


     “Do que você está falando, Bianca?” questionou de volta o mestre, com a testa franzindo em sinal de incompreensão.


 


     “Como assim do que eu estou falando? Do showzinho na varanda, do senhor me tratando como se eu fosse uma criança na frente do Henrique!?!?!” - continuou Bianca, cada vez mais indignada e aumentando gradualmente o tom de voz.


 


     “Abaixe esse tom, moçinha! Você sabe muito bem que: minha casa, minhas filhas, minhas regras e ponto final. Não tem nada de ficar se agarrando com um desconhecido para o bairro inteiro ver.” - Gael repreendeu a filha.


 


      “PAI?!?!?!” - exclamou Bianca em protesto.


 


     “É isso mesmo, ninguém conhece esse cara, ele aparece e desaparece do nada, não acho que ele seja confiável, então o cuidado tem que ser redobrado.” - argumentou Gael.


 


     “O senhor se esqueceu de que foi ele que me ajudou quando eu fui assalta e fiquei sem nada na praia. Se não fosse ele nem sei o que seria de mim aquele dia, pra mim ele já provou que é um princípe, isso sim.” - falou Bianca saindo em defesa do seu ilustre desconhecido.


 


      “Mas pra mim ele não provou nada, e eu que sou seu pai sei bem como as coisas funcionam.” - mestre Gael retrucou.


 


       “AFFF!!!!” - Bianca suspirou fazendo uma cara de desdém para as colocações do pai.


 


      “E já chega de reclamações por hoje. Para aprender a me respeitar você vai ficar o resto do final de semana de castigo. Já pro quarto!!!” - sentencioou o mestre, cansado das birras da filha mais velha.


 


       “Argh!!” - exclamou Bianca enquanto dava meia volta e se dirigia para a sua “prisão”.


 


     Bianca se jogou na cama e pegou de novo os papéis da peça que estava estudando anteriormente, afinal de contas era a única coisa que lhe restava fazer já que esse final de semana seria perdido.


 


 


 


      "Trim-Trim!"


 


      Bianca estava tão concentrada na leitura que quase não ouviu que o seu telefone estava tocando, ao olhar no display viu um número desconhecido e hesitou por um segundo sem saber se atendia ou não, mas apesar de não ser do seu costume resolveu atender:


 


      “Alô.” - ela falou com uma voz desconfiada.


 


      “Oi, Bianca. Tudo bem?” - a pessoa do outro lado da linha respondeu animadamente.


 


     “Tudo, mas quem está falando mesmo?” - ela disse, curiosa em saber quem estava lhe telefonando, pois não tinha reconhecido a voz daquele indivíduo que a tratava com certa intimidade.


 


      “Não acredito que você não conhece a minha voz ou não desconfia de quem seja?!?!” - falou a pessoa em tom de brincadeira.


 


       “Não” - ela afirmou cada vez mais intrigada.


 


       “Hahahaha... é o Henrique, você lembra de mim, né?!” - ele se divertiu do outro lado da linha.


 


     “Ah, seu bobo!!! Nunca que ia saber que era você, já que você nem pegou o meu telefone.” - ela respondeu, achando graça da situação agora.


 


       “É, mas eu tenho os meus meios para descobrir as coisas” - ele falou com ar de mistério.


 


       “Hummm... Que medo!... Hahahaha” - ela se divertiu.


 


      “Falando sério agora, eu liguei pra te convidar pra sair, o lugar você escolhe, o que me diz?” - Henrique disse.


 


       “Ah, esse final de semana eu tenho que estudar um monte de coisa pra aula da Ribalta, acho que não vai dar...” - ela falou meio que se desculpando e omitindo o fato de que ela não poderia sair de casa porque o pai tinha lhe colocado de castigo, mas ela achou melhor contar uma mentirinha do que parecer uma pirralha que ainda nem manda no seu próprio nariz.


 


        “Mas você não vai dar nem uma folguinha dos estudos???” - ele insistiu.


 


       “É, infelizmente não. Mas agora você tem o meu telefone e eu tenho o teu a gente pode combinar um outro dia.” - ela falou tentando amenizar um pouco a sua negativa.


 


       “Tá bom. Eu preferia te ver hoje ainda, mas se não tem como a gente se vê outro dia...Bons estudos, então.”  - ele concordou meio contrariado.


 


       “Obrigada e bom final de semana pra você!” - Bianca falou se despedindo.


 


     “Agora não vai ser tão bom como eu gostaria, mas obrigado. Até logo. Beijos.” - ele resmungou de novo.


 


      “Beijos.” - Bianca disse desligando o telefone e salvando o número dele para não ter esse tipo de surpresa novamente.


 


      A sua vontade de estudar que já não era muito grande, ficou ainda mais reduzida ao ter sido obrigada a recusar o convite do seu novo pretendente e ter que passar o final de semana dentro de casa. Ela tinha certeza que não merecia tal castigo, mas sabia que não ia adiantar questionar o pai novamente, pois seria em vão e, provalvemente, ele acabaria estendendo o castigo por mais um ou dois finais de semana. Então, mesmo com má vontade ela pegou mais uma vez as peças de teatro e retomou a leitura.


 


 


 


“Toc,toc, toc... O barulho de seus passos no chão eram constantes e ritmados, ela não conseguia parar de andar de um lado para o outro do quarto, a conversa que tivera com seu amado mais cedo a tinha deixado perturbada. Seu pai querendo que ela se casasse por dinheiro, ela não podia acreditar, nem aceitar isso.


 


Quando ela deu meia volta pela milionésima vez, se deparou com seu amor entrando pela varanda.


 


“Carlos Eduardo, o que estas fazendo aqui? Sabes muito bem que meu pai não gostaria de ver-te sozinho comigo, nos meus aposentos.” Bianca falou surpresa com a ousadia dele.


 


“Eu tinha que vir falar contigo. Nós temos que fazer algo para evitar o teu casamento. Agora tu vês que o que te disses fazia sentido?”


 


“Sim, meu amor, receio que meu pai me obrigue mesmo a casar com Henrique por causa de sua fortuna.”


 


“Só nos resta uma opção: fugir para longe deste teu pai ditador, para que possamos ser felizes juntos”


 


“Fugir???”


 


“Sim, tu não me amas a tal ponto??”


 


“Claro que te amo, e tu sabes disto. Mas não sei se serei capaz de abandonar minha família.”


 


“Então, preferes se casar e ser infeliz para sempre??”


 


“Não. Quem sabe haja uma maneira de convencer meu pai de que este casamento não será bom para mim.”


 


“E achas que teu pai te ouviria. Ora, não te iludas, Bianca. Prepara-te que ao anoitecer vir-te-ei buscar.”


 


“Não sei...”


 


“Estarei a tua espera, se não apareceres saberei que não me amas tanto quanto eu te amo, pois estou disposto a abandonar tudo e todos por ti.”


 


Ele beijou-lhe o rosto e saiu pela varanda.


 


Bianca ficou pensativa, ela o amava e tinha certeza disso, porém não queria tomar uma decisão da qual poderia se arrepender no futuro.


 


A noite caiu, Bianca desejou boa noite para o pai e a irmã e foi mais cedo para o seu quarto. Quando fechou a porta do cômodo atrás de si, ouviu o barulho de uma pequena pedrinha batendo no vidro da sua janela. Correu para verificar do que se tratava e viu que seu amado já tinha posicionado uma escada junto à parede e estava lhe esperando. Ela sorriu para ele e correu para apanhar a pequena maleta que havia escondido embaixo da cama. Desceu as escadas com cuidado e se jogou nos braços do seu amor.


 


“Vamos, não podemos perder tempo” - ele a advertiu.


 


“Sim, vamos.” - ela concordou com um belo sorriso no rosto.


 


Quando estavam começando a dar os primeiros passos em direção a liberdade e felicidade tão desejada por ambos, ouviram uma voz:


 


“Gostaria de saber aonde os dois amantes vão passear esta noite” - exclamou Henrique, que havia acabado de encostar o seu veículo próximo da casa de sua prometida.


 


Os dois se viraram para ver o rosto do interlecutor e ficaram paralisados de surpresa e medo.”


 


 


 


      “Paaam!!!!”


 


      A batida da porta do quarto das duas irmãs despertou Bianca do sonho maluco que ela estava tendo naquele momento. Ainda meio zonza de sono, Bianca repreendeu a irmã:


 


      “Ka, quando você vai aprender a não bater a porta do quarto desse jeito???”


 


     “Ih, Bianca, não enche. E você tá fazendo o que dormindo uma hora dessas, não tem nada pra fazer, não?!” - Karina respondeu mostrando que a delicadeza nunca seria o seu forte.


 


     “Ah, o papai me deixou de castigo, eu tava lendo uns textos, mas peguei no sono, e tava tendo um sonho...” - se explicou Bianca.


 


      “Hum...Sonho, é? De que tipo? Com quem???” - Karina perguntou curiosa.


 


     “Sei lá, nem lembro direito, acho que não era alguma coisa nada a ver” - disse Bianca disfarçando para não relatar à irmã o sonho que estava tendo com os dois rapazes que estavam mexendo com a sua cabeça.


 


     “Ah, maninha, você não viu a minha pasta cinza com o material da Ribalta por aí, procurei por tudo que foi lugar e não achei” - Bianca aproveitou para mudar de assunto.


 


     “Bianca, se você não sabe onde guarda as tuas coisas, eu é que não vou saber” - debochou Karina, mostrando a língua para a irmã.


 


      “Humm... Então, eu devo ter esquecido na Academia, vou falar com o papai, preciso desse material.”


 


      Bianca foi para a sala, tentar convencer o pai a deixá-la dar um pulinho na Academia para procurar o seu material. Gael que estava estirando no sofá da sala assistindo ao jornal na televisão nem tirou os olhos da tela quando ouviu os passos da filha.


 


      “Paizinho, eu passei a tarde inteira estudando no meu quarto, e já terminei de ler todo o material que eu tinha lá, só que eu tenho quase certeza que deixei uns textos na Academia, posso ira lá buscar?” - Bianca perguntou com uma voz fofíssima.


 


       “Não.” - o mestre se limitou a responder sem tirar os olhos da TV.


 


       “Mas pai, é rapidinho, eu preciso mesmo ler tudinho até segunda” - ela continuou insistindo.


 


      “Bianca, você está de cas-ti-go, esqueceu??? Sair de casa nem pensar.” - Gael lembrou a filha, ao mesmo tempo que lhe lançava um olhar severo.


 


       “Ah, paizinho, mas a Academia é uma extensão da nossa casa, além do mais é logo ali do outro lado da rua” - suplicou Bianca, mais uma vez.


 


    “Ok, cinco minutos, Bianca, eu vou ficar contando no relógio, não invente de aproveitar para fugir, senão você vai ficar de castigo pra sempre.” - ameaçou o mestre.


 


      “Tá bom, paizinho” - Bianca sorriu e foi dar um abraço no pai.


 


      “Quatro minutos e cinquenta segundos, quarenta e nove...” - o mestre já tinha começado a contar o tempo, fazendo com que Bianca saísse correndo de casa.


 


 


 


 


 


    “Duca, meu filho, pega o meu rémedio que está em cima da geladeira.” - pediu dona Dalva interrompendo a concentração do neto que prestava atenção no filme que os dois estavam assistindo juntos.


 


       “Claro, vó.” Duca respondeu se levantando e caminhando na direção da cozinha.


 


       Ele tateou toda a superfície superior da geladeira, mas não encontrou o remédio que sua avó tinha pedido.


 


        “Não está aqui, vó. A senhora não deixou em outro lugar?” - ele questionou Dona Dalva.


 


     “Não, meu filho, eu sempre guardo aí...A não ser que eu tenha esquecido na banca...” - ela respondeu.


 


        “Ah, Dona Esquecida, então eu vou dar um pulinho lá para procurar.” - Duca falou zombando da avó.


 


        “Quero só se quando você ficar velho também não vai começar a esquecer das coisas” - Dona Dalva repreendeu o neto.


 


       “Desculpa, Velha Resmungona” - ele disse se aproximando dela para dar-lhe um beijo na testa, depois pegou a chave de casa e foi para a banca.


 


 


 


      Quando chegou na porta que dava para a rua, Duca viu Bianca sozinha caminhando apressadamente na direção da Academia, por um segundo pensou em chamá-la, mas logo desistiu da ideia e se encaminhou para a banca da avó.


 


       Bianca revirou as pilhas de papéis em cima da mesa do escritório da Academia e nada. Abriu todas as gavetas e também não viu a sua pasta. Quando desistiu de procurar e empurrou a cadeira para perto da mesa, viu que ela travou, se abaixou para ver o que tinha acontecido e se deparou com a sua pasta presa entre a parede e a mesa.


 


       “Ah, está aí.” - Bianca pensou, aliviada por ter encontrado o seu material.


 


       Ela pegou a pasta, fechou o escritório e foi para casa.


 


       Duca estava prestes a atravessar a rua em direção a sua casa, quando viu de relance a sua ex saindo da Academia do pai. Ele parou onde estava e resolveu fazer-lhe uma surpresa, se encostou na banca, meio de lado, de modo que ela não o visse ali e esperou que ela passasse por ele para se aproximar dela sem que ela percebesse e a puxou pelo braço. Pelo adiantado da noite e por estar meio distraída, Bianca levou um susto e deixou suas coisas caírem no chão.


 


       “Duca??? Você quer me matar de susto???” - ela falou indignada.


 


       “Oi, não. Só queria falar com você um minuto” - ele respondeu.


 


       “Fale logo que eu estou com pressa” - ela disse meio sem paciência.


 


       Então, ele a puxou pelo braço para trás da banca da avó, onde eles sairiam da vista da maioria das casas da redondeza e assim teriam maior privacidade.


 


       “O que é???” - ela perguntou impaciente.


 


       Ele a olhava fixamente, hipnotizado pela sua beleza e num ímpeto a puxou para si, a envolveu com seus braços musculosos e beijou os seus lábios com vontade. A princípio ela tentou resistir, mas acabou correspondendo o beijo caloroso do ex. Quando ambos já estavam sem fôlego, ela se afastou dele e o questionou:


 


       “Duca, o que foi isto?” - Bianca falou com a voz embargada e a respiração ofegante.


 


      “Você sabe muito bem o que foi isso e também gostou” - ele respondeu com um sorriso de lado muito malicioso.


 


      “Não importa se foi bom ou não. O que interessa é que não existe mais nada entre a gente e você não pode ficar me agarrando quando bem entender... Uma hora me beija, na outra não quer mais, um dia está perfeito, no outro tudo mudou... CHEGA!!! Eu cansei disso tudo, eu não quero mais sofrer. Me esquece...” - ela falou quase atropelando as palavras pelo calor da emoção e nem esperou uma resposta do ex, virou-se e foi embora, totalmente perturbada pela situação.


 


        Duca que estava paralisado com a reação da ex, ficou a observando se afastar e viu que a pasta que ela estava carregando quando saiu da Academia tinha sido deixada para trás.


 


     “Bianca...” - ele tentou chamá-la, mas ela nem sequer olhou para trás, continuo caminhando com passos firmes na direção da casa do mestre.


 


      Então, ele pegou as coisas dela e foi para a sua casa, pois já estava quase passando do horário de sua vó tomar o remédio.



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Autor(a): msduanca

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 17



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  • loveduanca Postado em 24/01/2015 - 01:23:21

    Tem alguma idéia de quando vai postar o prox. capítulo ?

  • mahluiza Postado em 14/01/2015 - 21:10:34

    Descobri essa web perfeita. Continua!

  • msduanca Postado em 10/01/2015 - 11:09:05

    Desculpem a demora para atualizar, é que com o ano novo surgiram ideias novas também. Vocês vão notar que em cada capítulo haverá algum tipo de modificação, mas sem perder a essência. Também poderão encontrar a história em outros canais, cujo editor permite que o texto fique melhor enquadrado e com um aspecto visual mais bacana. Pretendo terminar de reescrever os primeiros 4 capítulos ainda este final de semana. Obrigada pelos elogios e pelo incentivo para continuar escrevendo.

  • little_princess_candy Postado em 10/01/2015 - 00:49:40

    AI MEU DEUS! FINALMENTE ENCONTREI UMA FANFIC DUANCA. Menina, quando eu achei a sua fanfic, quase surtei. Essa é sem dúvidas uma das melhores fanfics Duanca que eu já li. A forma como você escreve é PERFEITA, rica em detalhes. Resumindo: Você escreve SUUUUUUPER bem. Por favor não deixe de postar.

  • carolms Postado em 22/12/2014 - 20:37:59

    Quando sai a prox ?

  • loveduanca Postado em 18/12/2014 - 20:55:46

    Certamente acompanharei até o final, estou no aguardo do próximo capítulo.

  • msduanca Postado em 18/12/2014 - 19:47:30

    Ainda bem que você não desistiu... :) Já postei a continuação do capítulo 2. Comecei o capítulo 3, porém por causa das festas de fim de ano, as atualizações serão um pouco mais demoradas, mas não desistam de acompanhar a história... ;)

  • loveduanca Postado em 17/12/2014 - 21:21:13

    Nossa, ja estava desistindo de achar uma fanfic de Duanca. Li os dois primeiros capítulos e adorei a maneira como você conta a história. Quando sai a segunda parte ?

  • juliaseben Postado em 16/12/2014 - 22:21:05

    Aguardando ansiosamente o próximo capítulo.

  • msduanca Postado em 15/12/2014 - 20:29:58

    A continuação do capítulo 2 deve ficar pronta daqui uns dois dias, tem muitas coisas para serem escritas/revistas ainda. ;)


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