Fanfic: Um Pequeno Milagre (terminada) | Tema: Vondy

— O que você estava fazendo, andando? — sua mãe, Blanca, a censurou. — Você deveria estar repousando.

— O médico disse que eu podia fazer uma caminhada leve todos os dias.

— Você telefonou para ele? — Blanca perguntou. — Quem quer que ele seja? Você disse a ele que ele é pai?

— Não.

— Bem, você não acha que deveria avisar? É responsabilidade dele...

A hora e o lugar não importavam. Os argumentos que haviam sido discutidos desde o dia em que ela havia lhes contado que estava grávida voltaram à baila em seu quarto de hospital. E pensar que um bebê deve trazer paz, Dulce pensou, dando adeus à fantasia de que a chegada da neta deles faria com que as brigas acabassem.

— Quando vamos poder vê-la? — Blanca quis saber, enquanto Gloria entrava no quarto.

— Apenas a mãe tem permissão para ver o bebê por enquanto — disse Gloria, observando o rosto tenso de Dulce. — Eles estão esperando você, Dulce.

Foi um alívio poder sair do quarto, mesmo de cadeira de rodas, e se afastar deles.

— Na verdade, você poderia ter pedido a um dos dois para acompanhá-la — Gloria disse, quando elas não podiam mais ser ouvidas. — Se você quiser...

— Não — Dulce interrompeu. — Prefiro vê-la sozinha, primeiro.

Elas tiveram que se sentar em um pequeno anexo por alguns momentos, enquanto o pessoal médico preparava as coisas.

— Pobrezinha — Gloria sorriu bondosamente para ela, quando as duas se sentaram. — Aposto que você não planejava que as coisas acontecessem assim.

— Nada disso foi planejado — Dulce admitiu.

— Você tem o direito de chorar, se quiser. — Gloria colocou o braço ao redor dos ombros de Dulce, e sentiu a moça tensionar os músculos. — Foi um dia tão difícil... — Dulce se afastou, porque se começasse a chorar, provavelmente não conseguiria parar.

E então, estava na hora... ela foi levada para lavar as mãos, e então Gloria empurrou a cadeira até as incubadoras, e ela finalmente pode ver a filha.

A menina estava deitada como um animalzinho abandonado, cheia de agulhas e tubos, e aquele gorrinho cor-de-rosa... Mesmo assim dulce não podia chorar, não podia desabar, porque ela se sentia responsável, e ouviu enquanto a enfermeira da unidade de terapia intensiva explicava o motivo de todas aquelas agulhas e tubos, e assegurava que sua filha estava confortável...

— Eu posso segurá-la? — Dulce pediu, quando percebeu que eles não haviam oferecido.

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